I Miss The Time When You Missed Me escrita por Jade Lima


Capítulo 5
Capítulo 4 - I wanted to kiss that doctor!




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Acordei com dores em minhas costas por causa da minha invenção de dormir sentado. Mas pude acordar vendo o rosto de Elena, então, não me arrependia.

– Bom dia, Elena – eu falei, acariciando sua mão. Eu sorri de lado e continuei a olhar para ela. Por um momento, pensei que Elena estava acariciando minha mão de volta. Acho que eu estava alucinando porque queria que ela acariciasse minha mão de volta. Foi quando tirei minhas mãos das dela que eu vi. A mão de Elena estava procurando pelas minhas. Seu dedão estava se movimentando lentamente.

E aí... Aconteceu. A tal máquina ligada ao corpo de Elena começou a fazer um barulho diferente do que estava fazendo. Ela começou a apitar sem parar. Eu olhei para os lados, sem saber o que fazer. Então, eu corri para a porta.

– AJUDA! ALGUMA AJUDA, POR FAVOR! – gritei, desesperadamente. Eu voltei para a cama de Elena e peguei em sua mão, novamente. Ela tinha parado de se mover – Vamos, Elena... Vamos! – falei, quando chegaram alguns enfermeiros e médicos. Os médicos começaram a falar algumas coisas que eu não entendi nada. Não sei por que médicos teimam em falar aqueles termos científicos, quando podem simplesmente falar “a mulher está morrendo”. Uma das enfermeiras que entraram na sala se virou para mim e chegou mais perto. Era a enfermeira da ambulância. Daquele dia do acidente.

– Você precisa sair. Já – ela disse.

– Sem chances que deixarei Elena sozinha – eu disse, convincente – Ficarei aqui.

– Por favor, tirem esse senhor daqui – a enfermeira disse para dois homens que estavam atrás de mim. Eles pegaram meus braços. Tiraram-me do quarto de Elena. Eu comecei a gritar, chorar e me desesperar. Não podia deixa-la sozinha... Não podia, eu disse a ela que estaria sempre lá... Eu olhei para os homens que ainda me seguravam e me larguei deles, com raiva.

– Qual o problema desse hospital? – eu disse, olhando para os homens. Eu estava tremendo de raiva... E medo. Mas me perguntava porque eles teimavam em ficar me agarrando. Eu comecei a andar no corredor, a caminho da sala de espera. Meus olhos pareciam estar pegando fogo.

Aquilo deve ter durado umas duas horas. Está bem, exagero. Mas, enquanto eu estava sentado naquela cadeira, pareceu uma eternidade. Eu estava sem respostas. Sem saber o que iria acontecer a seguir. Eu estava perdido. E Elena... O que eu poderia fazer sem Elena? O que eu poderia fazer... Quando cheguei à sala de espera, decidi ligar para os Gilbert. Eles ainda não estavam cientes do nosso acidente, já que o hospital não deve ter reportado. Quer dizer, não havia nenhum documento no meu carro. Telefone, cartão, nada. Meu carro já deve ter sido rebocado, falando nisso. Você deve estar se perguntando: “E quanto a sua família, Damon? Eles devem estar preocupados com você, já que você também estava no acidente,” e eu digo “quem dera.” Minha mãe, meu pai e meu irmão morreram em um acidente de carro, dois anos atrás. Irônico o quanto carros pareciam me odiar. Qualquer outro parente que eu tinha não se importava comigo, muito menos com Elena. Somente se importavam com seu próprio nariz. Eu só tinha a Elena. E, por isso, a família Gilbert sempre foi muito acolhedora comigo. Era como se eles fossem minha própria família.

– Miranda! – eu disse quando a mãe de Elena atendeu ao telefone.

– Damon? – ela disse, preocupada com o tom de minha voz – O que houve?

– Ai, meu Deus, como eu falo isso... Você precisa vir ao hospital da cidade com o Greyson, e você precisa vir agora – eu falei. Bem, tentei falar isso num tom tranquilizador, mas, eu estava nervoso demais para tranquilizar as pessoas.

– O que? Damon, o que está acontecendo?

– Só venha, Miranda. E venha rápido – eu disse, desligando o telefone. Meu pé não parava de balançar. Isso acontecia toda vez que eu ficava nervoso. Meu pé balançava, as palmas das minhas mãos suavam... Meus joelhos tremiam. Eu temia que se eu tentasse ficar em pé, não conseguiria. Mas ainda havia esperanças dentro de mim... Se não as tivesse, não saberia o que fazer comigo. Lembro-me de ficar repetindo para mim mesmo “ela vai ficar bem, ela vai ficar bem,” e parte de mim acreditava. Era o que me mantinha firme.

Miranda não demorou a chegar ao hospital com Greyson. Quando eles me avistaram, caminharam rapidamente em minha direção. Eu me ajeitei na cadeira quando os vi e abaixei a cabeça.

– Damon... – Greyson disse. Ele tremia... E seus olhos estavam arregalados, assustados.

– É Elena, Sr. e Sra. Gilbert... Elena – eu disse, fazendo Greyson acolher Miranda em seu peito... Ela já estava chorando. Lambi os lábios e olhei para o nada – Eu fui um estúpido... – antes de eu perceber, meus olhos já estavam cheios d’água – Desculpe.

– O que houve, Damon? O que houve? – Greyson ainda tremia. Ele parecia tentar segurar o choro, para mostrar mais conforto para a esposa. A devoção dos Gilbert um com o outro é adorável. Eu coloquei a mão na cabeça, escondendo meu rosto.

– Um cachorro, na estrada... Coma e... As máquinas surtaram, e eu... Desculpe – eu me segurava tanto quanto Greyson para não chorar, só que antes que eu percebesse, uma lágrima caiu de meus olhos. Eu enxuguei rapidamente. Greyson assentiu e sussurrou algo para Miranda. Ela também assentiu, e sentou-se do meu lado. E então, Miranda me abraçou. Ela continuava chorando. Eu continuei fazendo força para não chorar... Não de novo... Ela ficará bem... Ela ficará bem...

Foi quando vi um médico vindo em nossa direção. Ele era um dos médicos que haviam entrado na sala de Elena, antes de me expulsarem. Ele segurava uma prancheta, e isso me lembrou da Dra. Fell. Vulgo Dra. Louca. Vulgo mulher. Miranda secou as lágrimas ao ver o doutor, parou de me abraçar e se levantou. Eu também me levantaria, mas meus joelhos ainda estavam em crise. Greyson colocou o braço sobre o ombro de Miranda, e eu, encarei o doutor. A expressão dele não contava nada.

– Não sabemos bem o que aconteceu lá... – o doutor disse, para minha surpresa. Esperava ele ser objetivo... Ele parecia confuso.

– Ela está bem? – Miranda disse.

– Eles são os pais? – o doutor perguntou para mim, e eu assenti. O doutor respirou fundo e disse – Elena está... Perfeitamente saudável – ele disse com as sobrancelhas franzidas. – É como se nunca tivesse sofrido acidente algum... – Foi quando eu tive coragem para me levantar. Olhei para Miranda e Greyson que estavam aliviados e com os olhos arregalados. Eu sorri. Olhei para o teto e sorri. Greyson também estava sorrindo, olhando para Miranda que ainda estava em choque.

– Oh – Miranda disse, sentindo o abraço de Greyson.

Eu queria beijar aquele médico... Elena estava bem... Elena ainda estava viva... Não me lembro de ter me sentido tão feliz em toda minha vida. Eu não conseguia parar de sorrir, então, comecei a rir desesperadamente. O médico, que até agora estava sério, deu um pequeno sorriso de lado.

– Isso não é tudo... – disse o doutor. Eu olhei para ele, ansioso e nervoso. – Elena está acordada – e, então, o meu coração começou a martelar forte. O médico sorria. Senti a necessidade de sentar novamente. Elena... Minha Elena... Elena estava acordada? Miranda correu para me abraçar. O abraço foi uma surpresa para mim, o que me fez dar uns passos para trás. Eu ainda encarava o doutor... Eu tentava raciocinar. Parei de abraçar Miranda, e me sentei. Coloquei minhas mãos na cabeça e comecei a rir, até que eu não conseguia mais parar. Levantei minha cabeça, e o médico me olhava, ainda sorrindo pela minha reação. Miranda agora abraçava Greyson e ele também ria – Bem, Elena está um pouco desorientada, então, eu recomendo que ela veja algum rosto familiar – completou o médico. Não dava pra acreditar nisso... Não dava. Não entrava na minha cabeça, e eu acho que se fosse com você, caro leitor desse livro velho, você também não acreditaria. Era uma felicidade surpreendente. Olhei para Miranda e Greyson e eles assentiram para que eu fosse ao quarto de Elena. Eu sorri, e dei um abraço nos dois. Eles sorriam como se tivessem acordado de um pesadelo quando eu comecei a caminhar pelos corredores.

Aquele corredor parecia infinito. Eu queria correr por ele até chegar ao quarto 716. Eu ainda ria... Naquele ponto, não parecia querer parar de rir. Minha respiração estava ofegante quando pude avistar a porta do quarto de minha amada. Parei de rir, somente encarando o número do quarto. Eu abri a porta, e podia ver os olhos dela. Aquele doce castanho olhando para mim... Mas, aqueles olhos... Havia alguma coisa que nunca havia visto neles. Eu sorri por impulso. Olhei para a enfermeira que estava fazendo companhia a ela, e ela saiu do quarto, assentindo e sorrindo. Eu sentei na poltrona em que havia passado a noite. Eu segurei a mão de Elena e continuei sorrindo, como um bobo.

– Elena... – e essa foi a única palavra que conseguir dizer. Beijei sua mão e sorri. Não lembro se sorria... Talvez eu estivesse chorando de felicidade. A respiração dela estava tão ofegante quando a minha.

– Moço... – ela disse, fazendo meu coração bater forte. Ela não fazia ideia do quanto era boa a sensação de ouvir sua voz... – Moço... – ela repetiu. E foi aí que parei de sorrir, pois eu havia detectado o que tinha de errado com os olhos de Elena... Era medo. Elena estava com medo. Eu soltei sua mão, e olhei para ela, preocupado... O que havia de errado? Estava tudo bem... Tudo estava bem... – Moço... Quem é você?


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Notas finais do capítulo

Então, capítulo meio grande. O final já era esperado por muitos, mas, agora que começa mesmo a história! O drama forte acaba por aqui! A partir de agora, a história vai ser mais ligada ao romance, e ao mistério! Reviews?