I Miss The Time When You Missed Me escrita por Jade Lima


Capítulo 19
Capítulo 17 - Kill me




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— O que está acontecendo, Damon? — perguntava uma Elena confusa.

— Os médicos, Elena! Era os médicos o tempo inteiro! — eu disse, fazendo Elena estremecer. Não especifiquei sobre o que falava, mas ela parecia ter entendido. Porém, minha frase dificultou a compreensão de Greyson e Miranda, que me olhavam com os olhos interrogativos. Não tínhamos tempo para explicar. Tirei qualquer equipamento preso ao corpo dos pais de Elena, ajudando Miranda a se levantar, enquanto Elena ajudava Greyson. — Corram — alertei aos três, que olharam para mim decididos, apesar de dois deles não fazerem ideia do que está acontecendo. — Explico depois — disse aos pais de Elena. Eles confiaram em mim, apressando o passo para a porta do quarto.

Não fomos rápidos o suficiente.

Antes mesmo de sairmos do quarto de hospital, Alaric e Meredith apareceram na porta, com um sorriso assustador, malicioso.

— Olhe o que encontramos aqui... — começou Alaric, fazendo com que eu recue, afastando Elena e seus pais para trás.

— Bonovan, seu trouxa desgraçado! Porque não aparece nessas horas? — gritei raivoso para o ar. Meredith soltou uma risadinha atrás de Saltzman, fazendo com que eu a olhe com desprezo. Meredith cuidou de mim enquanto estava no hospital. Estava lá! Como fui cego! Droga!

— Não seja cínico, fofinho. Matthew está morto. — disse Fell, com um sorriso sacana no rosto. Eu franzi o cenho, apesar de que aquilo não me surpreendeu, levando em conta de como ele foi retirado de minha cozinha. Merda. Agora só Deus poderia nos ajudar.

Seis pessoas em um quarto de hospital. Duas eram demoníacas. Quatro eram humanos indefesos. Não acho que a quantidade iria nos ajudar naquele momento.

Não viemos falar de Matthew. Eu quero realmente falar com você, docinho — disse Alaric, passando seu olhar de mim para Elena, alargando um sorriso de lado, e mostrando seus olhos vermelhos. Sua aproximação com nosso grupo, e seu constante olhar para minha amada, fez com que ela me abraçasse fortemente por trás, escondendo-se. — Como você o fez?

— Como ela fez o que? Deixe-nos em paz, por favor. — eu disse destemido. Apesar de estar tremendo.

Eu não estou falando com você — rugiu o demônio, se aproximando cada vez mais de nós. E sim, rugiu, fazendo meus cabelos eriçarem, fazendo Elena afagar seu rosto em meu ombro — Sua alma, bela morena. Sua alma sumiu. — disse ele, voltando à calma. Se estivéssemos em uma situação diferente, diria que Alaric estava cantando Elena. O jeito que ele a olhava era cativante.

— Se é você quem não cuida bem de seus pertences, Saltzman, eu não posso ajudá-lo — disse minha amada, baixinho, amedrontada. Mas falou alto o suficiente para que Alaric ouvisse, obviamente.

— Gracinha, sua garota, hein, Salvatore? — disse Alaric, cínico, fazendo com que eu desse um sorriso de lado em ironia — Vamos tentar de novo... Como você o fez? — perguntou, aumentando o tom de voz.

— Ela já disse que não sabe do que está falando — gaguejei, intrometendo-me novamente.

— Ah... Interessante seu namorado...  Ele não tem medo de morrer? — disse Alaric a Elena, se aproximando ainda mais. Nesse momento, parei para olhar em volta da sala. Miranda e Greyson estavam encolhidos no canto do quarto, e Meredith ainda estava na soleira da porta. Suspirei aliviado, fazendo um sinal com a mão para que eles continuassem ali. — Vamos tentar de novo... Última vez, certo? Devemos?

As mãos de Alaric foram rapidamente para o meu pescoço, apertando-o com força, dando-me quase instantaneamente uma falta de ar. Fui pego de surpresa. O demônio me levantava pelo pescoço, e eu sentia o meu sangue escorrer embaixo daquelas mãos frias.

— O que você fez? — perguntou, calmamente, aos risos. Elena correu para o lado de Alaric, para poder olhar para meu rosto. Os olhos dela estavam molhados, sua boca entreaberta, sobrancelhas unidas. Ela colocou a mão na boca ao passar os olhos pela minha blusa, já com traços de sangue. — Certo, é pra hoje? Só mais um aperto e a cabeça dele cai. — disse Alaric sem paciência, passando seus olhos de Elena para mim. Minha cabeça deveria estar roxa.

— Solte-o! — exigiu Elena. Ele voltou seus olhos para minha amada, ficando de perfil para mim. Levantou suas sobrancelhas, e Elena colocou a mão no rosto. Após tirar, ela respirou fundo, olhando em meus olhos. — Quer saber o que aconteceu, não é? Apaixonei-me, Saltzman.

— Ah, que bonitinho, se apaixonou? — Alaric ironizou. Elena ainda olhava para mim, em súplica. Eu tentei sorrir, mas todos meus músculos faciais pareciam paralisados. Eu não conseguia pensar. Eu, literalmente, não conseguia pensar, já que Alaric ainda não me soltava. E apesar dele ter diminuído a pressão em meu pescoço, minha visão começava a ficar turva. Elena soltou um sorriso triste.

— É maior que eu, Saltzman. — disse Elena, pela primeira vez desde sua declaração, virando seus olhos ao demônio.

— Ah, bem. É o suficiente. — ele disse, largando-me no chão. Literalmente, largando-me no chão, fazendo com que eu bata forte minhas costas ali. Apesar da nova dor, senti o alívio de meu sangue correndo novamente pelo meu corpo. Toquei em meu pescoço, os dedos tremendo, fazendo com que eu sentisse um corte em sua lateral, feito pela mão do demônio. Nada demais, mas era o que provocava o sangue escorrido. Criei forças para sorrir para Elena, e percebi que eu já conseguia pensar.

Eu consegui a garota. Ela se apaixonou por mim de novo. Eu a tinha. Eu a tinha. Tinha minha vida novamente.

— Agora, trate de se desapaixonar, certo? A coisa mais cafona que ouvi em minha vida, mas esse amor todo aí deve ter chamado sua alma novamente. E eu quero sua alma de volta — disse Alaric a Elena, simplesmente. Eu acho que vou matar esse canalha. Claro, se ele não fosse o que é...

— Creio que isto não seja possível.

— Mas é claro que é — disse Meredith, se manifestando. Vi ela se aproximando dos pais de Elena. Merda. — Alaric quer sua alma. O negócio que ele fez com Matt dizia isso. Agora... Vamos ver... Ou você devolve a ele... Ou fica sem papai ou mamãe. — ela falou, tirando uma faca pequenina de seu bolso do jaleco. Não parecia uma arma letal. Parecia um instrumento de cirurgia. Porém, logo que ela zapeou o ar com o instrumento, sua ponta mudou, assim como sua estrutura. Ela aumentou, tornando-se o que parecia ser uma serra elétrica. Vi Elena estremecer, sua primeira lágrima, finalmente, a cair. E depois a segunda. E a terceira... E, logo, ela estava no chão, implorando.

— Não faça isso, por favor! Por favor! — suplicava minha amada. Sentia lágrimas quentes em minha bochecha. Eu chorava por sua angústia. Meredith ria, e Alaric aprovava.

Foi quando vi minha amada parar repentinamente de chorar. Ela se levantou, decidida. Antes de qualquer coisa, ela correu aos pais e abraçou-os. Alaric e Meredith se olhavam em interrogação, prontos para qualquer ataque.

Elena não se aproximou de mim. Não me abraçou. Não a culpo. Isso apenas invocaria e provocaria os demônios.

Eu te amo, ela sibilou para mim, antes de se aproximar de Alaric.

Eu não respondi. Apenas me perguntava o que ela iria fazer. O que ela estava fazendo?

— Mate-me — pediu decidida.


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Notas finais do capítulo

Não me matem.



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