A Casa Dividida escrita por Redbird


Capítulo 34
Encurralados


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores. Como vocês estão? Mais um capitulo aqui. Como sempre, desculpem a demora. Espero que gostem. Beijoos



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Quando acordou no outro dia, Peeta achou que estava sonhando. Ele ainda deveria estar naquela cabana amaldiçoada. Com certeza deveria ter perdido a consciência e agora seu cérebro deveria estar lhe mandando sonhos felizes para compensar a imensa dor que deveria estar sentido. Sonhos muito, muito bons. No entanto, assim que Katniss ressonou do seu lado ele percebeu que tudo aquilo era real.

Katniss dormia tranquila, com a cabeça pousada no peito do professor. Peeta nunca a tinha visto tão serena e aproveitou para admirar a garota. O jeito que seus cabelos caiam nas suas costas, o jeito com que ela baixava sua guarda quando dormia. Ela ficava linda dormindo, isso ele tinha que admitir. Quando ela acordou, ele fez questão de lhe dar um beijo na testa.

–Bom dia- O sorriso do professor ia de orelha a orelha.

Para alívio de Peeta, Katniss retribuiu o sorriso. Felizmente ela não parecia arrependida da última noite.

–Como você está- ela perguntou checando os machucados dele.

–Muito bem. Como se um passarinho verde tivesse pousado no meu telhado, como se tivesse acordado numa manhã de natal, beijado uma garota linda... ah espera. É, isso eu fiz mesmo- diz Peeta aproveitando para beijar mais uma vez Katniss que riu.

–Seu bobo!- disse ela dando um sorriso a contragosto.

Peeta viu o sorriso se transformar em preocupação no próximo segundo.

–Lisbeth já devia ter voltado a uma hora dessas- disse Katniss vestindo-se rapidamente, fazendo o possível para esconder seu corpo da visão de Peeta.

–Não se preocupe- disse se levantando também- O parto deve demorar mais do que o esperado.

Katniss assentiu com a cabeça, mas ele percebeu que a preocupação ainda estava lá. Provavelmente, pensou o professor, não com Lisbeth, mas na difícil situação em que eles tinham se metido. Os dois foram rapidamente para cozinha preparar o café, ainda tinham muito o que fazer.

–Katniss, Snow me falou algo sobre Coin. Algo sobre ela estar trabalhando para os escravagistas.

Katniss pousou uma xícara de café bem quente na frente dele, havia pão amanhecido que a garota partiu para os dois. Assim que começou a comer, Peeta percebeu que estava faminto, mal se lembrava da última vez que havia comido. Katniss deu um tapinha carinhoso na sua mão.

–Calma, assim você vai acabar vomitando- De repente sua expressão muda completamente- Sobre Coin... bem eu ouvi quando Snow estava conversando com um soldado. Eles disseram que ela os estava ajudando. Acho que a mulher está trabalhando para os escravagistas desde o início. Temos que avisar Haymitch e os outros.

Peeta assentiu e pousou sua mão sobre a de Katniss que estava próxima enquanto a garota comia.

–Katniss, você não esteve com Snow esteve? Não gosto disso, não quero ver você se arriscando. Por favor.

– Eu vou ficar bem Peeta. Foi assim que consegui saber que eles tinham pego você. Além do mais, duvido que consiga me aproximar dele novamente.

–Não posso dizer que esteja chateado com isso- Diz Peeta calmamente.

Katniss olhou para ele zangada.

–Era uma ótima maneira de saber o que ele estava planejando. Além disso sou mais forte e mais esperta do que você pensa.

– Não tem nada a ver com isso Katniss. Eu só...

No entanto, ele não pode terminar a frase já que alguém bateu na porta. Os dois se entreolharam assustados. Katniss se adiantou para abrir a porta. Peeta tentou segurá-la, mas ela afastou sua mão.

–Não sabemos quem é. É comum ter mulheres vivendo sozinhas. Se encontrarem aqui podem obrigar você a se alistar. Vá para o quarto, rápido.

–Katniss...

–Vá, eu grito se precisar de alguma coisa.

Ele assentiu e a puxou para um beijo antes de sair correndo da cozinha.

A casa não era tão grande, de modo que, mesmo escondido, ele poderia ouvir o que estava sendo dito nos outros cômodos. Contrariando a vontade de Katniss, ele colocou um pouco a cabeça para fora do quarto, o bastante para ver sem ser visto.

Com um frio gelado na espinha percebeu que os homens que tinham entrado na casa eram confederados. Eles estavam vestindo o uniforme dos estados do Sul. Peeta já tinha lidado com um confederado antes, ele se provara bem útil e amigável. Apesar disso, o professor duvidava que esse fosse o caso dos homens que estavam parados conversando com Katniss.

–Em que posso ser útil? - Peeta ouviu a voz de Katniss firme para os soldados.

–Estamos procurando soldados desertores. Três deles fugiram na última semana. Você por acaso viu algum menina?

–Não- disse Katniss. A voz dela soava pensativa. Ela era uma ótima atriz pensou Peeta maravilhado- Tenho certeza de que eles não passaram por aqui. Eu os teria visto.

Depois de um tempo, no qual o soldado analisou bem Katniss, a voz do que parecia o comandante falou.

–Você sabe que se estiver mentindo para nós acabará ficando em grande perigo, não sabe menina? O que uma garota como você faz aqui sozinha? Quantos anos tem?

Uma vontade louca de acertar um soco no soldado invadiu Peeta. “Fique calmo, Katniss tem tudo sobre controle”. Era só o que ele conseguia pensar.

– Você faz muitas perguntas para um soldado não? - Peeta quase deu gargalhadas com a petulância de Katniss. Deus! Essa garota tinha uma tendência a falar o que pensava assustadora.

–Responda menina- Disse o soldado com a voz calma sem aparentar fúria. Na verdade, ele parecia estar se divertindo com Katniss, o que só deixava Peeta cada vez mais assustado- Você não parece ter mais de 17 anos. O que está fazendo aqui sozinha senhorita?

–Tenho 22 anos. Moro aqui, esta é a casa do meu marido.

Os soldados começaram a cochichar entre si. Peeta não resistiu e levantou um pouco mais o pescoço para ver o que estava acontecendo. Katniss estava cercada por cerca de cinco soldados. Todos eles com o dobro do tamanho dela. E todos eles, lembrou Peeta, com um arrepio, não viam mulheres há muito tempo.

–Seu marido não é um dos azuis não é senhora?

–Eu não o vejo a tanto tempo que já até me esqueci da cor dele- disse Katniss sarcasticamente.

Peeta sentiu o coração parar ao ver o homem atirar Katniss no chão.

–Petulante você não menina? Você não tem ideia do que fazemos com as esposas dos azuizinhos.

O homem puxou Katniss pela cintura. Ele agora a tinha muito próximo.

–O que vocês querem? - Perguntou Katniss corajosamente.

O soldado deu uma sonora gargalhada e segurou Katniss mais forte. Os homens pareciam extremamente satisfeitos.

–Pequena, uma coisinha tão bonitinha. Acho que meus soldados merecem uma belezinha como você.

O professor viu quando o soldado atirou Katniss em cima da mesa. Os outros pareciam estar saboreando momento, esperando apenas sua vez para se divertir. O Olhar completamente assustado de Katniss foi o que tirou Peeta de seu torpor. Ele pegou um dos castiçais velhos que estavam no quarto e sem pensar se atirou contra o soldado que estava por cima de Katniss.

Os outros imediatamente apontaram as armas para ele mas o soldado que tinha sido atingido e ainda estava no chão fez um gesto para que seus homens não atirassem.

–Ora, não é que a bonequinha tem um marido mesmo? O que ele está fazendo aqui?

Peeta se colocou na frente de Katniss, de forma que ela ficasse protegida dos soldados. Ele não sabia como iria enfrenta-los se resolvessem lutar, mas não deixaria Katniss a mercê desses loucos.

–Não sou soldado. Não tenho nada contra vocês. Sou apenas um professor. Deixem-nos em paz, por favor.

O homem olhou intensamente para Peeta e deu uma sonora gargalhada. No segundo seguinte ele estava segurando Peeta pela gola da camisa.

–Eu posso meter uma bala na sua cabeça agora, posso estuprá-la antes que você possa mexer um dedo. Quem me impediria de fazer isso professor?

Peeta estava pronto para lutar, pelo canto do olho ele viu que Katniss também. Eles iriam sair dessa situação.

–Se o bom senso não pode impedir você-disse Peeta calmamente- Acredito que meus punhos possam.

Katniss foi rápida, mais rápida do que Peeta previra e, antes que ele pudesse racionalizar, ela já havia pego uma frigideira e acertado um dos soldados. Eles estavam tão entretidos com Peeta que não estavam prestando atenção na garota. Ele aproveitou o ataque surpresa e acertou um soco no comandante. Antes que os outros três pudessem sacar as armas o casal já estava entrincheirado na mesa. Katniss jogou a frigideira em um dos soldados que perdeu o balanço e caiu em cima do colega. Um deles continuava atirando, mas os dois já estavam do lado de fora da casa, correndo para dentro do mato aberto.

–Sabe, Você acabou de provar a teoria de que a frigideira é a arma mais poderosa de uma mulher.

Katniss riu.

– Você acertou um soco num soldado- disse ela olhando de canto para Peeta enquanto eles corriam.

–Por que você está tão impressionada? -Perguntou ele, fingindo estar ofendido.

–Peeta Mellark batendo em alguém... Nunca imaginei que veria esse dia.

–Você está rindo- disse ele sorrindo- Fico feliz em ver este dia.

Peeta sentiu Katniss apertando sua mão. Os soldados não deviam estar muito longe por isso eles apressaram o passo. Só pararam quando chegaram em um campo completamente fechado. São Francisco era uma cidade grande, que havia triplicado o número de Habitantes nos últimos 20 anos por causa do ouro, mas ainda haviam lugares inexplorados como aquele. Uma vegetação cerrada no meio da Califórnia, protegida do deserto e abençoada pelo rio. Um lugar onde se podia ficar protegido de soldados.

–Essa foi por pouco- disse Peeta sentando em cima de uma pedra.

–Peeta não podemos ficar aqui, eles podem nos encontrar. Temos que continuar andando.

Peeta estava cansando, eles, bem, mal tinham dormido a noite e ele ainda se sentia fraco da estadia na cabana de Snow. Katniss tinha razão, mas Deus sabia que eles precisavam descansar.

–Vamos descansar só um pouco aqui. Vai ficar tudo bem.

Katniss mordeu o lábio parecendo estar pensando no assunto, dava para ver que ela ainda estava muito assustada com tudo o que acontecera. Sem dizer nada ela foi para perto de Peeta e recostou a cabeça no peito do rapaz. Peeta sentiu ela tremendo.

–Ei –disse ele- Sobrevivemos não é? Está tudo bem- Ele a abraçou mais forte, com medo de que ela pudesse sair correndo a qualquer minuto.

–Eles podiam ter me... eles podiam ter matado você- As lágrimas caiam livremente no rosto de Katniss agora.

–Eu sei, mas não fizeram nada disso. Tudo vai acabar bem.

O Professor passou as mãos calmamente pelos cabelos da garota enquanto observava ela se acalmar.

–Sim, sim- disse ela um tempo depois- Estamos bem não é? Desculpe, temos que sair daqui, não é hora para chorar.

–Essa é a minha Katniss-Disse Peeta dando um beijo na testa dela- Creio que devemos pensar no que vamos fazer agora. Podemos voltar para minha casa, mas isso significa ter que enfrentar os escravagistas. Teremos que fazer isso um dia, mas não sei se é uma boa ideia agora.

–Nisso-disse uma voz que fez os dois saltarem de onde estavam- Temos que concordar professor Mellark.

O professor instintivamente agarrou Katniss. Escoltado por alguns soldados, com o uniforme azul impecável, com uma segurança que só uma autoridade poderia ter, Snow sorria para eles. Estavam encurralados e dessa vez não tinham para onde correr.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? O que será que eles irão fazer agora? Obrigada por lerem pessoal amo vocês.