Finalmente chegou o dia em que embarcaríamos no expresso de Hogwarts, aquele grande e majestoso trem vermelho e preto com os números 5972 bem a sua frente. Como eu sentia saudade daquele trem.

Estávamos todos eufóricos e atrapalhados com nossas coisas, tentando arrumá-las o mais rápido possível para sairmos do Caldeirão Furado e ir para a estação de King’s Cross e passar pelo portal que nos levava à Plataforma 9 3/4 .

_Acabei! – escutei Rony gritando do seu quarto, estávamos apostando corrida para ficar mais interessante, quem terminasse de arrumar a suas coisas por último pagaria um sapo de chocolate para cada um.

_Acabei! – gritei. – Vai Mione.

_Acabei! – gritou Harry depois de um tempinho.

_Viu Mione, quem mandou ficar arrumando suas coisas milimétricamente em seus devidos lugares? Vai ter que pagar um sapo de chocolate pra cada um – disse rindo

Ela fez uma careta e pediu para que eu ajudasse a terminar de arrumar suas coisas. Terminamos em cinco minutos, e descemos para o bar do Caldeirão Furado.

_Todos prontos? – perguntou senhor Weasley.

_Sim. – dissemos em coro

_Então vamos.

Então saímos do Caldeirão Furado e fomos para a estação com o carro do Ministério da Magia que o senhor Weasley havia pegado emprestado. Era um carro preto, bem discreto, não reconheci o estilo, não era boa nisso, pra mim tudo era carro mesmo. Mas, o mais incrível é que coube todo mundo e ainda ficou espaçoso.

Em menos de vinte minutos estávamos atravessando o portal para a plataforma.

_Adeus! Espero que tenham um bom ano letivo e aprendam muita coisa interessante. – desejou-nos a senhora Weasley dando um abraço e um beijo em cada um de nós.

_Até mais mãe. – despediu-se Rony

_Até mais senhor Weasley. – dissemos, eu, Harry e Hermione juntos.

_E vocês dois se comportem – disse o senhor Weasley ao Fred e Jorge.

_Tudo bem pai. – responderam juntos.

Então, colocamos nossas bagagens no vagão bagageiro e fomos procurar uma cabine para ficarmos. Como estávamos um pouco em cima da hora foi difícil achar uma vazia, então tivemos que ficar em uma onde um homem estava dormindo tranquilamente.

_Quem vocês acham que é? – perguntou Rony olhando para o homem.

_O professor R.J. Lupin. – respondeu Hermione simplesmente.

_Ela sabe de tudo como pode? – disse Rony incrédulo.

_Está escrito na maleta dele, caso não tenha notado. – respondi apontando para a maleta em cima dele.

_Ah!

_Eu vou procurar o Draco. – disse e levantei-me para procura-lo.

Eu andei por todo o vagão em que eu estava e não o achei, resolvi procurar no próximo. E então eu o vi, ele estava sentado de costas para mim, em seu lado estava Zabine, e na sua frente a buldogue da Parkinson. Ela estava com as mãos em cima das dele, que estavam pousadas em cima da mesa. E como se isso não a bastasse ainda afagou a bochecha dele, e ele nem se quer fez nada. Como assim ele não fez nada? Ele era o meu namorado e ele não podia a deixar fazer isso.

Uma fúria sem tamanho invadiu-me por completo, eu podia jurar que fumacinhas saiam pelos meus ouvidos, eu fechei minha mão como quem queria socar a cara de alguém. Virei com tanta força que acabei esbarrando em algum aluno. Voltei para a cabine com um ódio, que se alguém trombasse comigo era capaz de eu azarar essa pessoa.

Abri a porta da cabine com um estrondo que não sei como o tal professor não acordou. Hermione, Rony e Harry que estavam conversando alegremente pararam de conversar e me olharam de olhos arregalados. Sentei-me no banco, cruzei as pernas e comecei a balançar o meu pé, eu só fazia isso quando eu estava realmente muito nervosa.

_O que vo... – Rony começou a perguntar, mas, foi interrompido por Hermione.

_Não pergunte nada. A não ser que queira acabar em um caixão. – disse séria.

_Exatamente. – respondi seca.

De repente o trem deu um solavanco que quase me fez pular no colo do Harry.

_O que aconteceu? – perguntei

_O trem deve ter enguiçado. – deduziu Harry

_Parece que tem alguém embarcando. – disse Rony olhando pela janela, nesse momento todas as luzes apagaram.

Começou a ficar muito frio e conforme respirávamos uma fumaça branca saía de nossas bocas. Eu estava com um pouco de medo.

A porta se fechou, e de repente uma mão fantasmagórica surgiu e a abriu, era um vulto encapuzado com as mãos asquerosas e cheia de feridas. A tal criatura entrou na cabine e a última coisa que eu escutei foi um grito.

_Annabelle!!! – era uma voz de um homem, chamando por mim desesperadamente e a voz dele transparecia preocupação.

Depois disso eu apaguei.