Beauty And The Beast escrita por Maria C Weasley


Capítulo 13
Capítulo 13




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Eu estranhara a carta que recebera de Dumbledore no final da tarde, mas seguira para a sala dele sem pestanejar, por algum motivo que estava além da minha compreensão nenhuma morte havia ocorrido no castelo. Obviamente eu estava prestes a descobrir que meu namorado não havia mudado nem um pouco.

- Entre. – A resposta veio assim que dei a primeira batida na porta.

- Professor Dumbledore, deseja falar comigo?

- Infelizmente sim senhorita Prewet, mas eu receio que não seja uma boa noticia. – Eu me sentei na cadeira que ele indicara já me preparando para o pior. – Levando em conta que a senhorita estava me ajudando na árdua tarefa de convencer o diretor sobre a relevância dos ataques achei melhor que fosse eu mesmo a lhe contar. Uma aluna foi encontrada morta no banheiro feminino.

- Quem era?

- Uma aluna da Lufa-lufa chamada Murta Wishiket. – Ele falou me permitindo um alivio momentâneo, pois ao ouvir a casa pensei imediatamente que Aurora, a namorado do meu irmão, houvesse sido atacada.

- Pelo menos ele agora não poderá ignorar que estávamos falando a verdade, só me entristece que uma aluna tenha preciso morrer para que se tomasse conhecimento disso. – Falei sentindo o peso da verdade finalmente recair sobre mim.

- Temo que seja realmente verdade, mas a realidade é pior do que essa, o ministério está pensando seriamente em fechar a escola se o responsável por esses ataques não for encontrado.

- O quê? Eles não podem fazer isso, essa escola é um lar para muitos alunos, inclusive para mim. O Ministério simplesmente não pode fechar Hogwarts!

- Eu realmente a admiro Mirach e agradeço por sua ajuda, mas sinto que dessa vez não há nada que possamos fazer. – Ele falou triste. – Eu realmente sinto por ter que lhe contar isso, mas achei que você merecia saber antes dos outros.

- Obrigada pela consideração professor, eu lhe serei eternamente grata por isso. – Falei já me levantando, mas só conseguia pensar em encontrar Tom o mais rápido possível.

Felizmente não precisei procurá-lo muito porque acabamos nos encontrando no corredor mal deixei a sala de Dumbledore. Eu podia notar que algo o incomodava o que definitivamente não poderia ser um bom sinal.

- Não vai acreditar no que aconteceu.

- Eu já soube da morte da garota. – Respondi de maneira ríspida, mas ele fingiu não notar o meu tom.

- Não é disso que eu estou falando, embora essa sem duvida possa ser considerada a melhor notícia das últimas 24 horas. – Eu realmente tive que me esforçar bastante para não lhe lançar uma maldição imperdoável e o matá-lo no corredor mesmo. – Acabei de sair da sala do diretor e ele me disse que se não fosse pelos ataques teria permitido que eu permanecesse na escola durante as férias. E ainda por cima o Ministério está pensando em fechar a escola.

Eu pensei em contar-lhe que eu já sabia de tudo isso, mas do jeito que Tom é desconfiado provavelmente interpretaria minha conversa com Dumbledore como se fosse algo que o prejudicaria, como já estava extremamente irritada com ele tentei evitar uma briga e me limitei a dizer:

- Eu lhe avisei que isso traria conseqüências, está pagando o preço por sua própria loucura.

- Não pode pedir ao seu pai para convencer o ministro a manter a escola aberta?

- Está louco? Meu pai jamais faria alguma coisa que eu pedisse principalmente se for para ir contra o ministro e acabar assim prejudicando o seu cargo. – Eu respondi e ele se limitou a assentir.

- Não se preocupe eu vou dar um jeito nisso, está bem? – Ele falou já começando a se afastar a passos ligeiros.

- Tom o que você quer dizer com isso? – Eu perguntei o seguindo. – O que exatamente você pretende fazer?

- Já disse para não se preocupar minha querida. Ao menos dessa vez confie em mim, você não gostará nem um pouco do que irei fazer Mirach. – Ele falou virando para me encarar. – Então, minha querida, eu realmente prefiro que ao menos por hora você não saiba o que pretendo.

Com essa frase de efeito Tom me deixou sozinha com meus pensamentos que devo confessar não estavam nem um pouco claros. Enquanto voltava para o meu dormitório deixei que eles vagassem livremente em uma tentativa para que o nó formado neles se desfizesse.

A verdade era que eu estava com muito medo do que Tom iria fazer, já que eu não conseguia imaginá-lo se entregando, e a cima de tudo me assustou que ele tivesse plena consciência de que suas ações não seriam aprovadas por mim e que me queria longe. Agora isso podia significar que ele faria algo tão repugnante que eu não conseguiria me manter calada dessa vez ou que ele se importava verdadeiramente comigo, mas como estou falando de Tom Riddle a segunda opção não é um cenário muito provável.

- Mira! – Ouvi a voz de Eillen que me despertou de meus pensamentos.

- Eillen o que esta fazendo aqui uma hora dessas?

- Não poderia fazer a mesma pergunta a você?

- Precisei falar com o professor Dumbledore, qual é a sua desculpa?

- Precisava enviar uma carta.

- Eillen sabe como é perigoso andar por esses corredores à noite ou por acaso ainda não soube o que aconteceu com a garota da Lufa-lufa?

- Eu sei, mas nós somos sangues puros, não há motivos para nos preocuparmos, não é mesmo? – Eu me limitei a levantar a sobrancelha descrente, ainda não confiava que o basilisco não atacaria qualquer um. – De qualquer maneira eu não tinha nenhuma outra escolha.

- Claro que tinha, poderia ter pedido Artemis emprestada. – Argumentei me referindo a minha coruja cinza que ficava no meu dormitório por eu odiar o corujal.

- Você me emprestaria a sua coruja? – Ela perguntou descrente.

- Claro que sim, afinal somos amigas e embora eu realmente não tenha muita experiência nesse assunto sei que amigas ajudam umas as outras.

- Mesmo que a carta fosse para Tobias? – Ela sussurrou.

- Principalmente se fosse para ele, mas você não me contou que ele já sabia a verdade sobre você.

- Porque eu ainda não contei. A coruja deixa a carta no tronco de uma árvore onde trocamos nossa correspondência sem ninguém precisar saber.

- Sabe que um dia precisara contar a verdade para ele e quanto mais demorar mais difícil será para ele aceitar.

- Eu sei, eu apenas não sinto que seja a hora certa para isso.

- Bom, você quem sabe Eillen. – Falei dando de ombros. – Agora vamos para o salão comunal antes que alguém resolva nos tirar pontos por estarmos paradas no corredor.

Enquanto conversávamos retomamos a caminhada e em pouco tempo já estávamos em nosso dormitório onde infelizmente nossas colegas de quarto já se encontravam.  Por conta disso fomos obrigadas a encerrar nossos assuntos e eu me joguei na cama ainda sem retirar o uniforme e comecei a fazer o meu trabalho de poções, estes estavam se tornando cada vez mais freqüentes com a aproximação dos NOMs  que prestaríamos no final do ano, isso é, se a escola não fechar antes disso.

Minhas colegas não demoraram a se acomodarem e adormecerem coisa que obviamente não foi o meu caso, para dizer a verdade com o mundo de pensamentos que rodavam na minha mente eu ficaria surpresa se conseguisse dormir em algum momento, então eu simplesmente fechei a cortina ao redor da minha cama para que ninguém reclamasse no meu ouvido e com um simples Lumos iluminei o pequeno espaço para poder continuar minhas tarefas.

Já eram quase duas da manhã quando ouvi um barulho na nossa janela, confusa afastei a cortina e me deparei com uma coruja de igreja batendo o bico contra o vidro. Rapidamente abri para que pudesse entrar e ela simplesmente largou a carta aos meus pés e saiu voando para a noite, fechei a janela novamente e retornei para o meu refugio, escondida atrás das cortinas finalmente abri a carta.

Cara senhorita Prewet,

Escrevo-lhe há essa hora porque chegou a meu conhecimento uma notícia que, eu creio, lhe interessará. O culpado pelos ataques assim como o monstro responsável por eles foram descobertos pelo senhor Riddle como sendo o senhor Rúbeo Hagrid. Embora deva lhe confessar que acredito que o senhor Riddle tenha se equivocado dessa vez, mas aparentemente apenas eu penso dessa maneira e não quero importuná-la com as reclamações de um velho.

Mas opiniões a parte imaginei, levando em conta sua indignação mais cedo, que gostaria de saber que tendo em vista esses novos fatos a escola permanecerá funcionando normalmente uma vez que o perigo não mais existe.

Atenciosamente,

Professor Alvo Dumbledore.

- Tom quando você me disse que daria um jeito nas coisas eu cheguei a pensar que começaria por você, mas aparentemente eu estava errada, como normalmente ocorre quando o assunto é você. – Murmurei para mim mesma e soube que precisava fazer alguma coisa ou jamais me perdoaria.

Levantei da cama decidida parando apenas para colocar minha capa e me ocultar com a ajuda de um feitiço. Tomadas essas medidas foi fácil andar pelos corredores desertos da escola até a sala do professor sem ser vista, admito que quando cheguei em frente a porta me arrependi de ter agido tão impulsivamente, mas era tarde de mais para voltar atrás.

Eu bati na porta, mas só desfiz o feitiço quando menos de um minuto depois ouvi a porta sendo aberta.

- Senhorita Prewet?

- Sinto muito incomodá-lo há essa hora, mas recebi a sua carta e realmente preciso lhe contar uma coisa.

- Entre e fique a vontade. – Ele falou me dando passagem. – No que posso ajudá-la?

- É sobre a Câmara Secreta, professor.

- Pensei que já houvéssemos discutido e encerrado esse assunto, mas o que a incomoda tanto?

Eu mordi meu lábio antes de responder, gesto esse que só faço quando nervosa, ou seja, quase nunca, mas eu estava prestes a entrar em um campo minado onde uma palavra errada colocaria tudo a perder.

- O senhor está certo Hagrid não é o culpado, ele não pode sequer ser o herdeiro de Salazar estando na Grifinória. Além do mais não vejo quais seriam os motivos para um meio gigante querer se livrar dos nascidos trouxas.

- Como a senhorita...

- Sou bastante observadora professor, não foi muito difícil chegar a essa conclusão, bastou olhar para ele e juntar as peças. – Eu o cortei embora fosse falta de educação, mas eu precisava terminar antes que perdesse a coragem. – Além disso o monstro é um basilisco.

- Estou confuso, a aranha do senhor Hagrid é um basilisco?

- Não professor, o monstro dentro da Câmara, o monstro deixado por Salazar é um basilisco e somente um ofidioglota poderia controlá-lo.  Coisa que nós dois sabemos que Hagrid não é.

- A senhorita parece saber muito sobre o assunto.

- Se está insinuando que sou a responsável por isso, saiba que só sei de tudo isso porque passei grande parte do meu tempo livre nos últimos dias pesquisando sobre os assuntos. – Argumentei na defensiva.

- Isso não me passou pela cabeça, mas não posso deixar de me perguntar se a senhorita tem tanta certeza de que Hagrid é inocente poderia me dizer quem é o verdadeiro culpado?

Eu parei por um momento, minha lealdade dividida, por um lado entregar Tom era o certo a fazer era o que mandava a minha consciência e a minha razão, mas por outro eu estava demasiada envolvida com ele, permitira me apaixonar e não conseguiria traí-lo nem mesmo que ele merecesse como era o caso.

- Sinto muito professor, mas isso é algo que eu não posso lhe contar.

- Está sendo ameaçada de alguma forma? Porque saiba que não tem nada a temer.

- Não se aflija em vão professor, ele não ousaria me ameaçar. – Comentei com um sorrisinho. – Ele sabe que eu ao contrário da maioria das pessoas eu não tenho medo dele.

- É o senhor Riddle, não é?

Eu congelei no mesmo instante repassando toda a conversa em minha mente e tinha certeza absoluta de não ter dado nenhuma pista. Então será que alguém poderia fazer a gentileza de me explicar como exatamente o meu professor chegou a essa conclusão? Pelo amor de Merlin, nós dois somos extremamente discretos de maneira que a maioria das pessoas já se esqueceu que formamos um casal, isso sem contar que Tom é um aluno prodígio, ele definitivamente não deveria estar na lista de suspeitos, muito menos na de um professor.

- Eu não sei do que o senhor está falando. – Falei me pronunciando por fim.

- Senhorita Prewet, independente do que me contar aqui o diretor não mudará sua decisão, mas preciso saber quem o verdadeiro culpado para poder vigiá-lo ou por acaso deseja que aconteçam mais mortes como a daquela menina?

- É ele. – Falei com os olhos fixos no vazio. – Mas quero que tenha consciência de que só lhe contei isso porque confio no senhor, não desperdice isso, uma vez perdida a minha confiança não é fácil recuperá-la. – Após uma pausa acrescentei. – O senhor está certo, eu não quero mais mortes.

- Obrigado Mirach.

- Só lhe peço para que não conte a ninguém que soube disso através de mim.

- Não se preocupe, seu segredo estará bem guardado comigo. – Ele comentou enquanto me levantava e arrumava minha capa para partir. – Mas devo confessar que não esperava uma atitude como essa vinda de você, sem querer desmerecer a sua casa, mas os sonserinos não costumam se importar com os problemas alheios e muito menos com as conseqüências de suas ações.

- Por favor, não insinue que tive algo a ver com a abertura da Câmara porque tentei fazê-lo desistir desde que descobri, mas jamais poderia imaginar que ele iria tão longe.

- Não foi isso, eu não me expressei corretamente, por favor, não me entenda mal, o que quis dizer era que você não age como seus outros colegas e não estou me referindo apenas a esse caso.

- Eu sou um poço de contradições. – Murmurei com um pequeno sorriso.

- O que disse?

- Não é nada, apenas algo que o chapéu seletor disse em meu primeiro ano quando fui selecionada, aparentemente ele estava certo.

- Ele está na maioria das vezes. – Ele comentou também sorrindo. – Mirach, se algum dia precisar conversar, saiba que minha porta estará aberta e que terei muito prazer em ouvi-la.

- Não me esquecerei disso professor. – Comentei com meu tom habitual e refiz o feitiço de desilusão sobre mim.

Enquanto caminhava pelos corredores senti meu coração mais leve, pois sabia que todos estariam seguros por hora o que não impediria que a culpa pelo que meu silêncio causou me acompanhasse até o fim dos meus dias. Claro que de certa maneira eu havia traído Tom, mas depois de tudo que ele fez e viria a fazer se alguém não o impedisse cheguei à conclusão de que não agira tão mal, de qualquer maneira não tenho culpa que Dumbledore chegou à mesma conclusão que eu.

Entretanto conforme me aproximei das masmorras bani todos os pensamentos da minha mente, afinal, para todos os efeitos, essa noite nunca existiu e para o resto do mundo eu continuaria a ser a mesma Mirach de sempre. Porque esconder meus pensamentos e segredos sempre foi minha maior habilidade e eu tinha absoluta certeza de que dessa vez não seria diferente.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam??? Mira sempre dividida entre fazer o que é certo ou seguir o seu coração e proteger o Tom.
Quanto tempo vocês ainda acham que ela consegue aguentar?