Beauty And The Beast escrita por Maria C Weasley


Capítulo 12
Capítulo 12




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/284861/chapter/12

A maioria das pessoas sequer havia notado que eu e Tom ficamos separados por um tempo, mas minha melhor amiga por outro lado me obrigou a contar nossa reconciliação nos mínimos detalhes.

- Eu estou tão feliz por você. – Eillen falou me abraçando, ela era provavelmente a única aluna na Sonserina que gostava de contato físico. – Vocês fazem um casal tão adorável que eu tinha certeza que voltariam a ficar juntos.

- Mas e você? – Perguntei rapidamente na esperança que ela mudasse de assunto. – Qual era o grande segredo que não podia me revelar através de uma carta?

- Eu conheci um rapaz durante o Natal, ele é bonito, gentil, delicado e completamente romântico. – Ela me contou de maneira sonhadora. – Nós ficamos juntos durante todo o feriado. Ah Mira, foram um dos melhores momentos da minha vida.

- Estou feliz por você, mas me diga logo qual é o nome dele.

- Bem há apenas um pequenino problema e você precisa jurar manter segredo antes que eu conte qualquer coisa.

- Eu prometo. – Disse prontamente embora tenha ficado um pouco confusa.

- Seu nome é Tobias Snape e ele é um trouxa, Mira. – Ela sussurrou embora. – Um trouxa completo, e o pior de tudo é que eu acho que estou apaixonada por ele.

- O que tem de mais nisso?

- Como assim o que tem de mais? Se meus pais descobrirem que eu estou saindo com um trouxa eles vão me matar ou pior me deserdar.

- Eu acho que você precisa começar a redefinir suas prioridades. – Eu comentei distraidamente. – Sabe Eillen você me conhece a tempo o bastante para saber que não costumo ligar muito para o que os outros vão pensar e menos ainda para o sangue que corre nas veias de uma pessoa.

- Eu sei disso, provavelmente essa é a única razão pela qual consegui criar coragem para lhe contar, mas eu não sei o que fazer.

- Minha querida amiga, dessa vez eu não posso decidir por você, a escolha que fizer pode alterar sua vida completamente e precisa partir exclusivamente de você.

- Por que será que já esperava uma resposta como essa?

Eu simplesmente coloquei a mão sobre a minha boca para abafar o som do riso, afinal não tinha a menor vontade de ser repreendida por estar falando muito alto na biblioteca. Uma coisa curiosa que eu descobrira há alguns anos é que as pessoas nunca se dão ao trabalho de prestar atenção no que os outros estão falando aqui o que torna a biblioteca um dos melhores lugares de Hogwarts para se contar um segredo. Mas nosso momento de tranqüilidade e descontração foi destruído por um grito estrondoso vindo do corredor.

- Por Merlin, o que foi isso? – Eillen perguntou já me seguindo para fora tal como faziam todos os outros alunos que estavam na biblioteca.

Quando chegamos no local de origem do som nos deparamos com uma menina chorando enquanto a outra se mantinha parada com um espelho ainda preso a sua mão, petrificada e eu podia garantir que não era obra de um feitiço. Entretanto o que mais me chamou atenção foi a mensagem escrita na parede com o que parecia ser sangue.

- Todos aqueles que o sangue puro nas veias não correr o merecido fim irão receber. Já é tempo de o desejo de Salazar se concretizar, a Câmara Secreta aberta está.

- O que você disse? – Eillen me perguntou assustada e eu simplesmente apontei para a parede fazendo minha amiga dar um gritinho.

            Obriguei-me a permanecer calma e manter a ordem até a chegada dos professores uma vez que como monitora esse era o meu dever, mas o que nenhum deles poderia desconfiar era que no fundo eu estava mais assustada do que todos eles juntos, pois eu conhecia o responsável pelo ato.

- Senhorita Prewet, o que aconteceu aqui? – Dumbledore perguntou assim que conseguiu me localizar.

Rapidamente resumi para o meu professor o que estava acontecendo, ele me instruiu para voltar ao meu salão comunal juntamente com os alunos da minha casa que ele cuidaria do resto e logo uma coruja me levaria mais instruções. Dessa maneira Eillen e eu voltamos para nosso dormitório e enquanto minha amiga tentava a todo o custo esquecer o que havia visto, escrevendo para o novo namorado, eu corri para o meu malão a procura de um livro. Um livro que poderia pelo, pelo bem de todos, provar que minhas teorias eram equivocadas.

Com “Hogwarts uma história” seguro em minhas mãos me joguei na cama e comecei a folhear as páginas nervosamente, muito embora eu já tenha lido o livro tantas vezes que conhecesse o seu conteúdo de cor, assim como todos os outros que eu já lera, mas eu queria estar errada. Eu simplesmente precisava estar errada.

Depois de muitos desentendimentos Salazar finalmente deixou a escola furioso por não terem acatado sua opinião quanto ao tipo de aluno ao qual o estudo no castelo deveria ser permitido. Porém antes de partir declarara que havia deixado um monstro, que só poderia ser controlado por seu herdeiro, este cumpriria a função que ele tanto almejara: erradicar os alunos nascidos trouxas e até mesmo os mestiços.

Claro que os fundadores restantes, bem como seus sucessores, o procuraram por toda Hogwarts o local onde o monstro estaria escondido, mas todas as buscas foram em vão e hoje a história não passa de uma lenda. O pretenso lugar onde o monstro de Salazar Slytherin dormia ficou conhecido como a Câmara Secreta.

Meus olhos percorreram as mesmas linhas diversas vezes, mas apenas um pensamento era capaz de chegar até a minha mente: Tom o que foi que você fez?

- Mira, você está bem? – Eillen perguntou preocupada me despertando para a realidade. – Está um pouco pálida.

- Eu comi pouco durante o almoço porque precisei tirar aquelas duvidas de Aritimancia, se lembra? – Perguntei descaradamente, mesmo que minha palidez não tivesse nada a ver com a minha alimentação.

- É verdade, mas lembre-se de não tornar isso um hábito ou pode acabar ficando doente. – Ela comentou já voltando à atenção para carta, sinceramente às vezes eu me preocupava por ser tão fácil enganá-la.

Eu permaneci sentada na cama diante dos meus deveres em uma tentativa inútil de ocupar a minha mente, pelo menos até uma coruja pousar na janela do quarto com as instruções que Dumbledore prometera. Na verdade o diretor decidira que deveríamos continuar agindo normalmente para não assustarmos os outros alunos e que em breve colocaria um fim nessa brincadeira, mas pela maneira que a carta estava redigida não acredito que Dumbledore tenha concordado com essas medidas da mesma maneira que essa decisão também não me agradava, principalmente porque eu tinha certeza absoluta de que não era uma simples brincadeira.

- Eillen eu preciso avisar ao Tom sobre a decisão do diretor. – Comentei me levantando e busquei um novo livro dentro do meu malão. – Vou esperá-lo no salão comunal.

Ela apenas assentiu com a cabeça em sinal de que me escutara e desci as escadas me acomodando em seguida em uma das poltronas da onde mesmo focada na leitura poderia observar quem entrava e quem saia do salão. Aquela leitura, tal como a primeira que eu fizera, não era em busca de diversão, mas sim de informação e enquanto folheava as páginas daquele livro sobre criaturas mágicas agradeci mentalmente a Argos por ter repassado o livro que ele próprio ganhara de um amigo que não fazia à menor ideia de que meu irmão não lia nem mesmo revistas em quadrinho. Infelizmente eu ainda não havia tido tempo para lê-lo.

Presumo que já devam ter imaginado que eu buscava pelo monstro que Salazar deixara como guarda da escola e quase no fim do livro, quando minhas esperanças haviam desaparecido, encontrei o que procurava, o mostro da Câmara era um Basilisco.

Fiquei horas esperando que Tom aparecesse, mas já passava da meia noite e apenas eu me encontrava no salão, quando ele finalmente entrou e sinceramente ele não parecia surpreso em me encontrar ali.

- Mirach querida, o que faz aqui tão tarde? – Ele perguntou cordialmente sentando na poltrona ao lado da minha.

- Não se faça de sínico Tom, nós dois sabemos muito bem porque eu estou te esperando aqui. – Falei revirando os olhos. – Você abriu a Câmara Secreta!

- Eu estou impressionado Mirach, você foi a primeira a perceber, em pensar que eu havia dado dicas claras aos rapazes sobre o que eu faria. Mas não estou exatamente surpreso que você tenha chegado a essa conclusão, ficaria até desapontado se não tivesse conseguido.

- Tom, isso não é brincadeira, pessoas inocentes podem acabar se machucando ou até mesmo morrendo.

- Quer relaxar Mirach, eu posso controlar o monstro perfeitamente, apenas os nascidos trouxas serão atacados.

- Eu duvido. Quer dizer que se uma pessoa como eu ou seus amiguinhos der de cara com o seu basilisco ele vai simplesmente fechar os olhos para não nos matar?

- Eu não sei do que você está falando?

- Sério? Vamos começar com isso agora? – Perguntei abrindo o livro que continuava em minhas mãos. – “O basilisco é uma cobra verde-esmeralda que pode alcançar quase quinze metros de comprimento e é também conhecido como o rei das cobras.” Quer mesmo me convencer que esse não é o monstro que está dentro da Câmara?

- Como... – Eu simplesmente arquei minha sobrancelha antes que ele pudesse completar a frase. – Tem razão eu deveria saber que você não demoraria a perceber isso também, mas não há com o que se preocupar.

- Tom, acho que eu tenho muitos motivos para me preocupar, afinal ninguém é capaz de controlar um basilisco nem mesmo se esse alguém for ofidioglota, ele é um ser muito instável.

- Ele pode ser controlado se você for a pessoa certa e como herdeiro de Salazar eu sou essa pessoa.

- Pelo amor de Merlin e Morgana, desista dessa ideia! Ela acabará prejudicando não só aqueles que estão a sua volta como a você mesmo.

- Já disse que não precisa se preocupar, ninguém vai descobrir que sou eu, a maioria das pessoas não tem as informações necessárias e nem a sua inteligência para chegarem a essa conclusão.

- Não é exatamente com isso que eu estou preocupada. - Murmurei e se Tom me ouviu fingiu que não havia.

A verdade é que não me sentia confortável em saber que o meu namorado estava controlando um monstro que fora criado para matar pessoas apenas porque elas eram nascidas trouxas, como irmã de um aborto e amiga de um elfo doméstico eu não podia aceitar isso tranquilamente.

- Pare com isso enquanto ainda há tempo, por favor.

- Vai dar tudo certo minha querida, você verá. – Ele falou se levantando e dando um beijo na minha testa. – Mas talvez seja melhor você evitar o banheiro feminino do segundo andar, só por precaução.

- Você só pode estar brincando comigo. Salazar colocou a entrada da Câmara no banheiro feminino? O que ele estava pensando?

- Não subestime Salazar ele sabia que ninguém procuraria naquele lugar e que seu segredo estaria seguro. – Ele me respondeu já subindo as escadas para o seu dormitório. – Tenha uma boa noite.

Ele desapareceu dentro do dormitório, mas eu permaneci sentada sem sono algum, minha mente trabalhava velozmente tentando encontrar uma maneira de fazê-lo desistir, muito embora eu soubesse que era uma missão impossível eu precisava tentar ou jamais seria capaz de me perdoar. Verdade seja dita eu poderia contar que Tom era o culpado e acabar com tudo isso de uma vez, mas quando permitir que esse pensamento viesse a tona, percebi que pela primeira vez ele não me obrigara a jurar segredo o que só poderia significar duas coisas. Ou ele finalmente confiava em mim ou ele sabia que essa percepção me impediria de contar qualquer coisa, e já que estamos falando de Tom Riddle eu estou facilmente inclinada a acreditar se tratar da segunda opção.

O pior de tudo, ao menos para mim, é que ele está certo no momento não sou capaz de traí-lo, estou envolvida de mais, e só Merlin sabe o quanto me odeio por isso.

Pela manhã eu daria um jeito de manter as pessoas longe do corredor do banheiro e conversaria com Dumbledore, ao menos poderíamos tentar convencer o diretor de que aquilo tudo era muito mais do que uma mera brincadeira. Dessa maneira, eu esperava, não trairia minha consciência e nem a Tom, mas é claro que em poucos dias aconteceria algo que me atormentaria e me perseguiria pelo resto da minha vida. Algo que se não fosse minha relação com Tom Riddle poderia jamais ter acontecido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

A Câmara Secreta finalmente foi aberta... espero que tenham gostado.