Terras Distantes escrita por Saphira


Capítulo 8
Discussão


Notas iniciais do capítulo

E aqui está o novo capítulo!
Espero que gostem!



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ERAGON tossiu, sentou e esfregou os olhos. As águas do rio corriam a alguns metros. Ele estava na margem direita: a das pedras. E, como imaginara, não eram nada confortáveis. Uma lembrança lhe veio a mente:

     -Saphira! - ele gritou e, ao olhar para trás, a viu caída num estado deplorável.

     Estava deitada de lado, ou seja, amassando uma das asas; o pescoço estava reto para cima, do mesmo jeito que a cabeça com a boca entreaberta; a cauda passava por cima das patas jogadas para frente e a outra asa cobria o corpo.

     Eragon tão logo a viu, correu em sua direção.

     -Saphira - ele murmurou encostando sua testa na dela - o que foi que eu fiz.

     Sem nem estar aí com os riscos, encontrou a mente dos Eldunári e dos elfos, e juntando sua força com a deles, fizeram os ferimentos de Saphira desaparecerem. Mas, como estavam longe, a força deles não foi tão utilizada quanto a de Eragon, que, ao terminar de curar seu dragão, desmaiou, caindo ao seu lado.

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     Saphira abriu e fechou a boca algumas vezes, tentando se livrar do gosto horrível de pedra em sua boca. Depois piscou os olhos uma, duas, três vezes e bocejou.

     Devagar, ergueu o pescoço e se localizou. Estava na margem chata da direita. E Eragon estava desacordado ao seu lado.

     Ela levantou e tocou no corpo dele com o focinho. Levanta logo seu dorminhoco, ela disse na mente dele, estou ficando com fome. E então, ela não estava insinuando nada com essa última frase, por mais que parecesse.

     Ela entrou mais na mente dele e deu-lhe um pouco de energia, revigorado, ele acordou.

     -Saphira! - ele se ergueu e abraçou o pescoço dela. Era bem melhor vê-la de pé, imponente e poderosa do que atirada como uma boneca de trapos.

     Pequenino, ela disse com a mente, enquanto um ronronar veio de sua garganta e ela fechou os olhos, baixando a cabeça na altura do rapaz. Pouco tempo se passou até ambos ouvirem um guincho e se virarem na direção do barulho.

     Era a criatura, ainda tinha o braço machucado e o outro pendia ao lado do corpo. Ele mancava com uma das patas e tinha um olho fechado e inchado. A queda o havia enfurecido e, obviamente machucado.

     Saphira apenas revirou os olhos e parou de frente com a criatura que vinha em sua direção, com o braço ferido levantado. Quando apenas meio metro os separavam, ela abriu bem a boca e cuspiu uma coluna de chamas no bicho esquisito. Ele não produziu nenhum ruido. Depois de alguns segundos, Saphira parou e a única coisa que sobrara da criatura, era uma pilha de cinzas fumegantes. Saphira bufou e ao fazer isso, um pouco de fumaça saiu de suas narinas.

     Ela voltou seu olhar a Eragon. Parecia um pouco feroz de mais...

     Por que não me ajudou enquanto eu caia? O tom dela tinha mágoa e amargura. Fumaça começou a sair de suas narinas.

     Eragon a observou e respondeu: eu estava matando a criatura.

     Mas nenhum pouquinho de força? Nem uma palavra? Nada!, ela bateu a mandíbula, produzindo um estalo alto, então aproximou mais a cabeça, fazendo com que apenas alguns míseros centímetros os separassem. Nem um pouco de confiança? Um rugido emanou de sua garganta.

     Desculpe, Eragon murmurou, culpado.

     Desculpas não resolvem, não salvam o mundo. Ela disse. Eu estava com uma asa quebrada, foram os Eldunári que me curaram, você nem sequer tocou minha mente.  

     Eu achei que você fosse capaz! Ora! Afinal, você mesma diz: é um dragão. Pode cuspir fogo, voar, dar voltas sem ficar tonta, tem uma visão cem vezes melhor do que a minha!

     Mas dependo totalmente do meu Cavaleiro. A resposta deixou Eragon chocado. Os olhos safira o encaravam faiscantes, as presas ameaçadoras de cor marfim estavam amostras. Mesmo assim, ele confiava nela. E ela confiava nele.

     Ela apenas queria saber porque Eragon a abandonara desse jeito, ainda mais, no ar! Estava chateada. Estava em um lugar estranho e não poderia simplesmente voar por aí à esmo.

     Eu só quero saber por que, Saphira disse num tom bem baixo, ameaçador.

     Porque eu achei que poderia derrotar a criatura sozinho, ele disse, no mesmo tom, e porque eu pensei que acabaria logo, e que precisaria de forças. Eu sabia que os Eldunári ajudaria. Mas eu não sabia que aquele pássaro iria aparecer.

     Saphira parou com a fumaça e olhou para trás. Agora estava entendido: quer dizer que você não teria forças para matas uma criatura estranha e me proteger? Ela ficou magoada, mas entendeu, em parte. Realmente: se ele estivesse morto, ela também morreria.

     Ah, pequenino! Não consigo ficar brava com você! Ela disse, com o humor mudando subitamente.

     De Eragon, veio um suspiro acompanhando de um sorriso: nem eu.

     Então, eles se sentaram na margem do rio, vendo o barco se agitando naquelas águas calmas.


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam desse capítulo?
Um pouco bipolarizado, acho :P
Não, sério o que acharam?
Deixem reviews!!