Breathe escrita por xDarkDreamX


Capítulo 10
Cap. 10 - Se isso não é odiar, muito menos é amar.


Notas iniciais do capítulo

Olá minna... Desculpem não estar postando mais rapidamente como o prometido, mas tem todo esse corre corre de final de ano e eu especialmente não ia passar nem o natal nem o ano novo na casa de algum parente. Minha mãe não estará presente no natal (mais uma vez), o que é difícil pra mim, entendem? E o meu pai, bem... Ele tem a sua outra mulher, sua filhinha, então, eu que me dane.
Bem, as notas do capítulo não são para contar a minha ridícula vida, hahahahahaha xD. Mas quero pedir desculpas, por que andei meio depressiva esses dias...
(sério, podem se desesperar por que o mundo vai acabar, por que eu fiquei depressiva... '-')



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Capítulo 10 – Se isso não é odiar, muito menos é amar.



Kagome olhou bem para a tela. Seus pais mal falavam com ela, e muito menos lhe ligavam. Ver o nome dele ali, era algo estranho até demais. Suspirou e olhou para Naraku, levantando um pouco o celular.

– Posso atender? –Ela perguntou, chamando a atenção de todos.

A atenção de Naraku voltou-se para o aparelho celular nas mãos da aluna.

– Seu pai? –Ele perguntou.

Kagome assentiu.

– Claro. –Naraku sorriu.

Kagome respirou fundo e atendeu a ligação.

– Sim, otou-san? –Disse friamente, surpreendendo a todos.

– Demorou a atender. –Ele disse sério.

– Estou em período de aula. Não posso simplesmente atender uma ligação, sem antes pedir permissão ao meu professor. –Kagome respondeu mais friamente ainda.

– Isso não importa. –Seu pai disse sério.

– Lógico que importa. Vai-me dizer que está há tanto tempo apenas com os executivos, que esquece que uma adolescente tem que estudar? –Perguntou irônica.

– Olhe seu tom de voz, e o respeito. –Seu pai disse irritado.

– O que você quer? –Perguntou seca, ignorando o que seu pai havia dito.

– Precisamos conversar a respeito dele. –Seu pai respondeu, sério.

Instantaneamente, o coração de Kagome gelou. O que seu pai queria conversar sobre Souta? ... Aquilo não estava parecendo algo bom. Não mesmo.

– Um minuto. –Ela disse e virou-se novamente para Naraku. –Posso ir ao corredor?

– Claro. –Ele sorriu em resposta.

Kagome se levantou e saiu da sala. Encostou-se numa parede, um pouco distante da porta.

– O que tem ele? –perguntou.

– Eu e sua mãe conversamos, e decidimos algo. –Seu pai começou.

Kagome estreitou os olhos. Tinha um mau pressentimento sobre aquilo.

– O quê? –Perguntou fria.

– Ele não irá se recuperar, nós estamos apenas adiando o inevitável. –Seiko continuou.

O coração dela se apertou.

– O que quer dizer com isso? -Perguntou num tom baixo.

– Queremos desligar os aparelhos. –Seu pai soltou a bomba.

Os olhos de Kagome se arregalaram ao extremo, ela perdeu a fala. O ar estava faltando. Tateou alguma coisa atrás de si, para se dar apoio. Seu coração gelou.

Seu pai não podia estar falando sério. Desligar os aparelhos? Aquilo era declarar morte à Souta!

– Mas... O quê? –Ela perguntou, tentando recuperar a fala, após ter se apoiado no corrimão da escada.

– Ele já está há muito tempo em coma. Não há mais maneiras dele despertar, Kagome. –Seu pai suspirou.

Seus olhos se estreitaram, num sinal de fúria.

– Não fale como se fizesse dois anos ou três. –Ela disse com raiva. –São seis meses.

– E qual a diferença? Ele não irá acordar de maneira alguma.

– E como você pode ter a certeza disso? –Kagome perguntou friamente.

– Ele não deu sinal nenhum, durante esses seis meses. Além de que, ele repetiria o ano se voltasse. E isso não é algo plausível para um Higurashi. –Seu pai terminou sério.

Seu coração tomou-se em fúrias. O nome da família importava mais que a vida do filho mais novo?! Era isso!? Só por que Souta havia perdido meio ano de aulas, e pudesse repetir o ano, isso não significava que ela não podia trancar seu período escolar e dedicar-se aos estudos e a reabilitação do irmão. Ela abriria mão de tudo, apenas para a vida dele ser melhor que antes.

– Plausível para um Higurashi? –Kagome disse debochada. –Eu quero que você e que a Nodoka estejam em casa às 15:00 em ponto. –Falou seriamente.

– Não, não. Podemos resolver tudo isso por telefone, filha. –Seu pai suspirou.

– Eu espero mesmo que vocês estejam em casa neste horário. Ou eu posso muito bem em ir na empresa e conversar sobre isso na frente de todos. Não me importo nem um pouco que isso se torne público. –Frisou a palavra em negrito.

Antes que Seiko Higurashi pudesse responder, Kagome desligou no mesmo instante. Guardou o celular no bolso e sentiu seu coração começando a trincar. Justo agora quando os pedaços estavam juntando-se novamente...

O que se passava na mente de Sayo e de Seiko Higurashi, afinal? Como eles podiam querer declarar à morte do próprio filho? Aquilo era desumano. Não tinham o mínimo direito de tomar tal atitude, por simplesmente querer a “integridade” da família “tão bem requisitada” que eram os Higurashis.

Para ela, a integridade deles que se ferrasse. Não deixaria de maneira alguma que os equipamentos fossem desligados. Ela iria esperar o tempo que fosse necessário para que Souta acordasse e ela pudesse finalmente abraçar o irmão mais novo.

Respirou fundo. Podia ouvir os trincos sendo feitos em seu coração, eles estavam num som agudo, como se fosse um espelho trincando após cair no chão, e você ficasse vendo o replay em câmera lenta. Mas ela estava tentando suportar aquela dor que retornara. Não podia deixar seu coração quebrar, justo agora que tinha verdadeiros amigos e que achava que estava apaixonada...

Não podia deixar, e não deixaria. Afinal, ela era Kagome Higurashi. A garota que iria manter-se forte e inquebrável custe o que acontecesse...

Mas não pôde deixar de pensar em Souta deitado naquela cama de hospital, respirando com os aparelhos e sobrevivendo deles. Não podia deixar de pensar o quão desumanos seus pais estavam sendo. O quão egoístas estavam sendo.

Segurou a imensa vontade de desmoronar por dentro e deixar as lágrimas lhe dominar. Aquilo era sufocante apenas de se pensar. Viver aquilo... Parecia que ela estava mergulhando no oceano cada vez mais fundo, e seu ar estava faltando aos poucos...

Apoiou-se na parede e se deixou escorregar lentamente. Queria sumir. Queria poder nunca ter existido. Queria poder trocar de lugar com Souta. Queria poder fazer tudo, menos perder seu irmão daquela maneira.

Respirou fundo. Tinha que se levantar e pedir para ir embora. Não queria que seus amigos lhe vissem no estado psicologicamente deplorável em que se encontrava no momento. Queria apenas ir pra casa, ficar trancada no quarto, ouvindo música alta.

Trancar-se no quarto durante horas, apenas ouvindo música no volume máximo do rádio. Era o que fazia para ninguém ouvir seus choros altos, e seus gritos de dor. Aquilo lhe deixava num estado menos deplorável e livre de suspeitas.

Respirou fundo novamente e se levantou. Seu rosto não estava mais com nenhum traço de quem segurava fortemente as lágrimas, ela as havia secado, enquanto pensava em Souta. Certificou-se de que não havia nenhum vestígio de tristeza em seu rosto e voltou para a sala.

Assim que entrou, todos direcionaram seus olhares para ela. Ela pôde perceber que não eram olhares curiosos, e sim, olhares preocupados e inseguros. Deu um leve sorriso falso, aquele não era um de seus melhores, mas também era o único que conseguia dar no momento para que ninguém lhe perguntasse nada.

– Naraku-sensei? –Chamou o professor que a olhou no mesmo instante.

– Sim? –Ele perguntou com um sorriso terno.

– Posso ir embora agora? –Perguntou olhando-o nos olhos.

A classe ficou paralisada. Seus amigos e Naraku se petrificaram por instantes. O que havia acontecido?

– ... Ah, claro... –Ele respondeu ainda atordoado com o pedido da aluna.

Kagome dera-lhe um sorriso triste mínimo e pegou seus materiais, arrumando-os dentro da mochila.

– E antes que eu me esqueça, Kagome... –Naraku a chamou, antes que a mesma saísse de seu lugar com a mochila já arrumada. –Não se preocupe em avisar à Kaede. Eu sou o diretor e autorizo.

Todos ficaram de queixo caído. Olharam no mesmo instante para Naraku, perplexos.

– NANI!? –Perguntaram todos ao mesmo tempo.

Naraku riu da reação de seus alunos.

– Kaede só estava como diretora até que eu chegasse. E como percebem, aqui estou. Sou o novo diretor de vocês e... Temos muito o que conversar nesta classe. –Ele riu um pouco.

Kagome soltou um mísero sorriso, que murchou rapidamente. Arrumou sua mochila nas costas e se preparava para sair da sala, quando Sango a chama, fazendo com que a mesma parasse no batente da porta, exatamente entre a sala e o corredor.

– Kagome-chan! –Sango lhe chamou, fazendo a amiga se virar levemente.

Kagome deu um olhar a Sango. Aquele não era um olhar como quem diz “não é nada de mais”, mas sim, um olhar aprofundado em uma dor escondida. Kagome abaixou levemente a cabeça e saiu da sala no mesmo instante. Sango sentou-se na cadeira novamente, querendo entender o que acontecia com a amiga.

...

Kagome andava a caminho de casa, perdida em seus pensamentos. Tentava manter-se inquebrável... Mas aquilo estava tornando-se impossível e ainda mais agonizante para ela. Queria perder o controle, mas se o fizesse, seu coração quebraria de uma só vez. Como se atirassem um espelho do vigésimo andar de um prédio.

E se isso acontecesse mais uma vez... Ela sabia que não teria volta.

Quando percebeu, estava parada na calçada em frente à sua casa. Ergueu a cabeça e olhou para o céu nublado. Ela sempre sentia quando iria chover. Não era pelo cheiro de terra molhada, não era pelo frio. Era apenas um tipo de ligação, assim por dizer.

Fechou seus olhos, esperando que os finos pingos de chuva começassem a cair. Em poucos instantes, começou uma fina garoa. Uma garoa gélida.

Ela sabia que ninguém estaria na rua naquela hora. Talvez por ser período escolar e horário de trabalho.

Sentiu os pingos engrossando, mas não se moveu. Se queria chorar, que chorasse na chuva. Onde pelo menos ninguém saberia distinguir as lágrimas, da água que caía das nuvens.

Os pingos foram ficando mais grossos e mais gelados, o que não importava para Kagome. Ao sentir os grossos pingos de chuva em contato com o seu rosto, caiu instantaneamente de joelhos na calçada em frente a sua casa.

Aquilo estava se tornando cada vez mais doloroso. Não podia se abrir com seus amigos, por mais que confiasse neles. Eles não entenderiam o que ela estava passando, e ela realmente queria que eles não entendessem. Entender a dor do outro, quer dizer que você já viveu algo extremamente semelhante. E ela não queria nunca, que eles passassem por uma dor no mínimo parecida com a sua. Aquilo não era merecido para ninguém.

Era uma tortura.

Kagome já estava chorando junto à chuva. Não se importava, ninguém estaria na rua agora, então ela poderia ficar ali o tempo que quisesse. Mas não podia. Levantou-se um pouco cambaleante, mas se manteu firme. Andou até a porta e a destrancou. Entrou em casa, e trancou a porta logo em seguida. Seus pais tinham cópias da porta, então não teria a mínima necessidade de ter que olhar para eles antes do necessário.

Subiu os degraus lentamente e foi para seu quarto. Trancou sua porta e foi direto para o banheiro, após jogar a bolsa em cima da cama. Ligou as torneiras, e tirou a roupa molhada, entrou na banheira.

...

Estava deitada em sua cama, sabia que conversar com seus pais não seria uma boa coisa. Não mesmo.

Ligou uma música alta para tocar. Alguma aleatória. Por ironia ou não...

~~ Welcome To My Life – Simple Plan ~~

http://www.vagalume.com.br/simple-plan/simple-plan-welcome-to-my-life-traducao-.html#ixzz2Fw0208RB


Do you ever feel like breaking down? / Você já se sentiu como estivesse desmoronando?

Do you ever feel out of place? / Você já se sentiu deslocado?

Like somehow you just don't belong / Como se você não se encaixasse

And no one understands you / E ninguém te entendesse?


Do you ever want to run away? / Você já quis fugir?

Do you lock yourself in your room? / Você se tranca em seu quarto?

With the radio on turned up so loud / Com o rádio ligado tão alto,

That no one hears you screaming / Que ninguém te ouve gritar


No you don't know what it's like / Não, você não sabe como é isso.

When nothing feels alright / Quando nada parece certo

You don't know what it's like / Você não sabe como é

To be like me... / Ser como eu...


To be hurt, to feel lost / Ser machucado, sentir-se perdido

To be left out in the dark / Ser deixado no escuro

To be kicked when you're down / Ser chutado quando você está caído

To feel like you've been pushed around / Sentir-se maltratado

To be on the edge of breaking down / Estar à beira de entrar em colapso

And no one is there to save you / E ninguém está lá para te salvar

No you don't know what it's like / Não você não sabe como é

Welcome to my life / Bem-vindo á minha vida


Do you wanna be somebody else? / Você quer ser outra pessoa?

Are you sick of feeling so left out? / Você está cansado de se sentir excluído?

Are you desperate to find something more / Você está desesperado para encontrar algo mais

Before your life is over / Antes de sua vida acabar?


 

Are you stuck inside a world you hate? / Você está preso em um mundo que você odeia?

Are you sick of everyone around? / Você está cansado de todos a volta?

With their big fake smiles and stupid lies / Com grandes falsos sorrisos e mentiras estúpidas

While deep inside you're bleeding / Enquanto lá dentro você está sangrando


Kagome desligou a música, quando a mesma chegou nessa parte. A garota odiava seus sorrisos falsos e suas mentiras, dizendo que estava tudo bem... Sendo que por dentro, ela estava sangrando.


Estava deitada na cama, olhando para o teto. Queria esquecer daquilo tudo. Esquecer do que passava. Esquecer que existia. Fechou os olhos e não notou quando adormeceu.


...

Acordou e olhou a hora imediatamente no celular. 15:07. Estreitou seus olhos, era bom que seus pais aparecessem logo. Levantou-se e foi para a sala, esperá-los.

20 minutos depois, ela ouve algumas discussões e o barulho da chave girando a maçaneta. Seus pais entravam, discutindo entre si, como sempre.

Assim que viram a garota com uma expressão séria no rosto, sentada no sofá, mudaram de comportamento. Nodoka sentou-se em um sofá, Seiko em um e Kagome ficou na frente dos dois.

– O que queria conversar conosco, Kagome? –Sua mãe perguntou. –Temos algumas coisas a resolver no momento.

– Como sempre, você quer dizer. –Kagome respondeu a mãe, friamente. O que definitivamente assustou seus pais de certo modo. –Iremos conversar sobre Souta.

– Eu e seu pai já decidimos que é melhor desligar logo os... –Nodoka fora interrompida, bruscamente pela filha.

– Que é melhor? –Kagome perguntou irritada. –Vocês realmente acham que isso é o melhor a se fazer?

– Ele já está em coma há muito tempo, não há como ele se recuperar. –Seiko a olhou.

– Eu já lhe disse para não dizer como se ele estivesse nesse estado há mais de 2 ou 3 anos. São apenas seis meses, e ele irá se recuperar. –Kagome olhou friamente para o pai.

– Kagome, filha... –Sua mãe tentou apelar para o lado emocional da conversa. –Souta sofreu um acidente sério, que o levou ao coma já tem seus 7 meses... –Foi cortada por Kagome.

– Seis meses. –Disse grossa, à mãe.

– Enfim... Se ele não acordou durante este tempo, ele não irá acordar mais... –Sua mãe suspirou, como se explicasse que uma criança que ela não poderia comer doces antes do almoço, pois perderia o apetite. –E também, se ele acordasse, sua recuperação seria longa e dolorosa de mais... Sem contar que ele repetiria de ano, pois perdeu matéria durante todo esse tempo. Então... É melhor desligarmos os aparelhos e deixar que ele siga a luz.

– “Siga a luz”? –Kagome perguntou num tom de deboche, mas sua expressão se tornou séria no mesmo instante. –Chantagem emocional não funciona mais comigo. Não sou ingênua, Nodoka. Também não deixarei que desliguem os aparelhos.

– Não deixará? –Seiko franziu o cenho. –Nós somos seus pais, e você tem que aceitar nossa decisão.

– Aceitar a decisão de vocês? –Kagome os olhou debochada, e voltou a ficar séria. –Entendam uma coisa Seiko e Nodoka Higurashi: só por que vocês me trouxeram ao mundo não significa que vocês mandem em mim. Vocês podem até serem meus pais, mas isso não me importa. Eu sou livre pra concordar com qualquer decisão, mas não esta. Não deixarei que vocês declarem morte ao meu irmão. –Falou friamente. –Hoje realmente pensei que vocês não são humanos, que não passam de lixos. Mas vocês não podem ser comparados a lixos... Lixos são aqueles que quebram as regras impostas, mas vocês são piores que lixos. Vocês estão querendo abandonar a vida do seu filho mais novo, e isso é algo que eu não deixarei acontecer.

– Olhe o respeito... –Seu pai disse irritado, mas fora cortado por Kagome que não lhe deu a mínima.

– Escutem bem. Vocês nunca se importaram comigo ou com Souta. Sempre brigavam, não se importando se existíamos ou não. Como acha que nos sentimos durante esses anos todos? Acha que sorríamos de alegria, que ríamos disso tudo? Não. Nunca foi assim. Eu sempre reconfortei Souta, e ele fazia o mesmo a mim. Mesmo ele sendo o mais novo. –Falou fria. –Eu me lembro de seis meses atrás, de quando aconteceu o acidente dele. Era o dia do meu show de talentos, lembram? –perguntou irônica.

Seus pais apenas se entreolharam e ficaram calados, olhando para a filha, sem expressões.

– Naquele dia, eu levantei, acordei Souta, lhe dei bom dia e o abracei enquanto ele me desejava boa sorte. Me despedi de vocês, por que finalmente, vocês estavam parando de brigar. Fui para o colégio, mas assim que cheguei ao portão com os meus amigos, Souta me chamou. Eu me virei para ele sorrindo, enquanto vocês estavam logo atrás dele, também sorrindo. Foi quando eu vi aquele caminhão desgovernado. –Ela olhou os pais. –Lembram? ... A primeira coisa que eu fiz, foi sair correndo para salvar Souta. Mas mesmo assim... Não cheguei à tempo.

Seus pais permaneciam em silêncio, enquanto flashes de memórias daquele dia, vinham em suas mentes.

– Acho que vocês não viram que eu me joguei na frente do caminhão, tentando tirar meu irmãzinho dali. Mas já era tarde, o caminhão já estava bem em cima de nós quando eu cheguei. Tudo ficou preto de repente. E quando eu abri os olhos, eu já estava nas ferragens do caminhão. Tudo doía, algo me cortava, me atravessava. Mesmo assim eu não me importava, sabem? –Desviou os olhos para outra direção da sala. –Eu me importava mais com o estado de Souta, do que com o meu. Por que ele é a minha vida. E quando eu o olhei, ele estava rodeado de sangue, eu estava com sangue espalhado pelo meu corpo. E acho que vocês também não sabem que eu o abracei, querendo protegê-lo de mais qualquer possível perigo.

O cômodo ficou em um silêncio mútuo.

– Mesmo assim... –Seiko tentou continuar, mas calou-se.

– “Mesmo assim”? –Kagome olhou para ao pai. –Não venha com essa. Eu nunca os perdoei por tudo o que fizeram a mim e a Souta. Toda a dor que passamos. E podem ter a certeza, de que eu nunca vou perdoá-los se vocês continuarem sendo egoístas. Vocês tem dois filhos, não importa se um deles está em coma... Ou se a outra, a mais velha, aquela que deveria ser a indicada para assumir as empresas... Não importa que desde o momento em que ela nasceu, ela já tinha um problema cardíaco. Vocês tem dois filhos e deveriam agir como pais.

Seus pais lhe olharam assustados. Como Kagome sabia daquele assunto? Eles sempre mantiveram o fato da primogênita ter problemas cardíacos à sete chaves! Eles arregalaram os olhos, com o susto.

Kagome os olhou, podia notar-se que seus olhos estavam carregados de tristeza, mas que não havia uma lágrima sequer neles.

– Eu sei disso faz tempo. Descobri quando voltei mais cedo um dia do colégio... Vocês estavam discutindo e jogando isso um na cara do outro, como se não importasse pra mim. –Fechou os olhos por alguns segundos e os abriu novamente. – Sabem como eu me senti ao saber daquela maneira sobre o meu problema cardíaco? Um nada. Um nada que têm dois zeros à esquerda como pais. Dois seres humanos que odeiam esse nada, apenas pelo problema cardíaco. –Falou fria.

– Nunca te odiamos... –Nodoka tentou dizer, ainda atordoada.

– Nunca? –Kagome perguntou irônica. –Ignorar à mim e à Souta não é odiar? Viver como se nós não importássemos, não é odiar? Se não é odiar, eu não sei o que é. Eu só sei que isso não é amar. E nunca será.

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Notas finais do capítulo

Gomen, ficou chato né? =S
E se tem algum fã de Daisuki por aqui, gomen pela demora... T^T
Mas agora soube que vou passar o natal em outra cidade, e-e.
Tento postar D.A ainda hoje... Vou dormir.
Estou acordada desde às 12:17 PM do dia 22, e já são 02:00 AM do dia 24.
'-'
Não sou zumbi, só pra deixar claro.
Uma vez meu colega achou que eu fosse uma zumbi por que fui dormir às 04:30 da madrugada, e fui pra escola às 06:00 da manhã e não estava com sono na aula. u-u
Vai me entender, posso dormir de madrugada que não tenho sono na escola. u-u
Sou estranha.
e-e