Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 56
Com Ele: falhando.


Notas iniciais do capítulo

Bom dia!
Chovendo muito por aqui :(
Espero que gostem.



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–Pode entrar e vê-la, senhor Salvatore. - a médica fala e eu já não aguentava mais esperar - Ela está sedada e pode até estar dormindo, é importante que ela descanse agora.

–Só preciso vê-la. - falo.

– Certo, tudo bem.

–Ficaremos aqui. - Alaric fala ao lado de Sofia e Bonnie.

Eu sou acompanhado pela médica até a porta do quarto, quando entro no cômodo a luz fraca é acolhedora. Elena está dormindo, quieta e serena, meu corpo sofre espasmos só de imaginar o que estou prestes a passar. Entro fechando a porta em minhas costas e aproximo-me da cama.

Suas mãos estão pálidas e fria, me debruço e deposito um beijo nelas, é quando ela se remexe e abre os olhos devagar.

–Ei. - falo enquanto acaricio seu rosto.

–Damon? -sua voz está grogue e preguiçosa.

–Como se sente?

–Onde estou? - quer saber olhando pros lados.

–Você está num hospital. Passou mal. Sofia e eu te trouxemos pra cá. - ela arregala os olhos e guia suas mãos ao ventre, imediatamente.

–Meu bebê...

–Calma! - peço segurando seu ombro. - Está tudo bem com o bebê. Você passou mal, perdeu um pouco de sangue, mas eles te estabilizaram, você só vai precisar descansar por uns dias, ficar em observação. - ela estremece e foge de meu toque. - O que aconteceu, Elena? O que você e Sofia faziam lá? - ela não me olha.

–Você pode me deixar sozinha? - pede friamente.

–Não até me contar o que houve.

–Quero ficar sozinha, Damon. - fala com birra.

–Não. - também posso birrar - Você obviamente esteve me seguindo, chegou na porta do apartamento da minha treinadora, teve uma espécie de surto e quase perde nosso filho; preciso saber o que houve com você.

–Sua treinadora? - ela ignora todo o resto e me faz esta pergunta com uma fúria renovada no olhar.

–Sim. - revira os olhos. - Qual o problema, Elena?

–Você... Eu poderia esperar qualquer coisa. Mas...

–Do que você está falando? Seja mais clara. - minha voz começa a se alterar.

–Eu escutei tudo. Todo o seu treinamento; as mãos maravilhosas dela, como eram gostosas, tudo.

–Você acha que eu... Ora me poupe Elena. Me respeite!

–Te respeitar?

–Sim. Você deve me respeitar. Está supondo que estou traindo você.

–Não estou supondo nada eu ouvi.

–E daí? Você ouviu ela fazendo uma massagem em mim, porque me machuquei.

–Ah claro.

–Não pode supor nada apenas com o que houve, ouvidos podem enganar.

–Você supôs muito mais com o que viu.

–Vi você sem roupa na cama com o Elijah. São situações bem distintas, não queira comparar. Que espécie de paranoica você está se tronando? Primeiro com a amigada Sofia, agora a Liz...

–Liz, você chama ela de Liz?

–É como ela prefere ser chamada. Costumo respeitar essas coisas porque também tenho delas.

–Claro, muito compreensível.

–Escuta aqui Elena, eu passei o diabo neste últimos anos, e não estou supondo que não foi o mesmo pra você, pois eu acredito mesmo que você me amou um dia e que eu te fiz sofrer pra caramba. Mas as coisas mudaram, e tudo o que eu fiz e faço atualmente é pra não estragar as coisas com você, não te perder, nem o pouco que temos hoje. Pelo menos resta o respeito e isso eu jamais jogaria fora. Engoli muitas coisas e aceitei muitas outras pra estar com você e jamais, jamais estragaria isso por um caso com uma adolescente ou uma massagista na rua 36. Você não consegue ver isso?

–Assim como você conseguiu ver que eu jamais trairia você com Elijah?

Suspiro. É uma discussão inútil. Nada do que eu diga ou faça vai mudar o pensamento que ela tem sobre mim, e talvez, eu nem queria. Estou cansado. Sem perspectivas, sem nenhuma motivação.

–Só queria saber que você está bem. Pelo visto está se recuperando. Vou deixar você descansar, Elena. A essa altura realmente não me importo mais com o que pensa sobre mim, se não está feliz é melhor por um fim nisso. Não quero que fique numa relação que não te faz bem; por pura experiência. - ela fica me olhando imóvel, ânimos baixando, respiração normalizando, estávamos a ponto de gritar um com o outro, mas ambos tão imóveis e determinados... Eu apenas quero ir para casa.

Deixo o quarto e vou encontrar as pessoas na sala de espera. Falo que é melhor deixar ela descansar por hora e levo minha filha pra casa comigo. Durante todo o caminho estamos calados, e é assim que passo a maior parte dos dias fora da Salvatore até o dia que ela volta pra casa. Faço de tudo pra não ter que cruzar com ela. Medo de discussão, na expectativa por sua decisão... Eu realmente não sei.

Foi numa noite de chuva que minha vida estava prestes a mudar para sempre, e eu ainda nem poderia imaginar que o que eu passei, não era nada em comparação ao que estava por vir.

–Ficamos assim Stefan. - Eu realmente acho que Johnny ficará feliz com esta proposta da S.H.I.L.D.E.E.

–Você vai passar mesmo a bola pra ele? É um baita contrato Damon.

–Nunca gostei de envolver a salvatore nestas coisas de governo, e eu acredito que o projeto homem de ferro condiz mais com as expectativas deste grupo. - termino. Foi um dia longo, eu estou me sentindo cansado.

–Acho que talvez seja hora de você ir atrás de uma boa refeição e, é claro, das tais oito horas de sono que a Elena sempre te cobra.

–Elas seriam ótimas, no momento.

–Eu vou pra casa. Boa noite!

–Boa noite, Stefan! - ele levanta e eu o acompanho no movimento, ou tento, um vertigem me puxa de volta pra cadeira.

–Uou! - meu irmão diz e corre pro meu lado. - Tudo bem? - eu não sei como responder, minha respiração está escassa e parece que acabo de correr uma maratona inteira, meu corpo inteiro está tremendo. - Damon? - minha vista está embaçada.- Ei! Damon, fala comigo!

Stefan vai ficando turvo e sua voz distante... E então eu não vejo mais nada.

...............................................

–Graças a Deus! - é a voz de minha filha. - Pai? - meus olhos estão se acostumando com a claridade do local, ela segura forte aminha mão.

–Ei! - falo e mal posso reconhecer minha voz.

–Estávamos preocupadas. - ela diz e sinto um aperto na minha outra mão. Elena!

–Você nos deu um susto. - é a primeira vez que escuto a voz dela, depois da discussão no hospital. Parece que agora só conseguimos nos comunicar neste ambiente deprimente.

–Desculpe. - falo simplesmente, e isso faz eu puxar o ar como se tivesse falado por horas sem respirar. - O que aconteceu?

–Você estava com o tio Stefan, trabalhando e passou mal. Ele te trouxe pra cá e ligou pra Elena, e ela me ligou. Eu vim o mais rápido que pude.

–Hum... O que aconteceu? - repito, Elena olha pra minha filha, trocando um olhar cúmplice. -Vão me contar? - Elena suspira e segura com mais firmeza minha mão, me fazendo encarar seu toque. Tem algo errado.

–Damon, você passou mal a alguns dias. - ela começa. - Quando o Stefan te trouxe você estava muito mal, mais do que esperávamos. Os médicos nos falaram, seu médico me falou que alguns procedimentos deveriam ser tomados, seu quadro estava bem crítico e ele temia que você tivesse uma parada repentina de batimentos. Eles andavam muito irregulares e... - ela para insegura e olha pra Sofia com tristeza no olhar.

–O que? - pergunto de uma pra outra, já sentindo uma agitação dentro de mim.

–Pai, não se agita. O seu cardiologista falou que era muito arriscado deixar você naquela situação. Você estava em risco constante de falha de batimentos, poderia simplesmente parar e ... Ele disse que sua única alternativa era fazer uma cirurgia.

–Não. - ofego, começando a entender.

–Eles precisavam da autorização da família, você estava inconsciente, em coma induzido, estava muito debilitado Damon. - Elena explica.

–Não, vocês não fizeram isso.

–Damon... - ela choraminga.

–Não poderiam.

–Não tínhamos escolha pai. Seu coração estava falhando, você poderia morrer. Tio Stefan e eu autorizamos, Elena também. Eles fizeram todo o procedimento. Você já está em observação e poderá ir para casa em alguns dias.

Inclino meu corpo para frente, ignorando os fios ao meu redor,ignorando as súplicas delas. Arranco e afasto a parte superior da minha roupa hospitalar e constato o pior: elas realmente fizeram isto comigo.

–Não. - engulo em seco.

–Damon, por favor, cuidado. - Elena pede. Sofia olha pra mim com lágrimas nos olhos enquanto eu volto a encarar a cicatriz existente abaixo de minha clavícula, lado direito de meu peito.

–Vocês não deveriam.

–Pai...

–Não deveriam! - grito, e é um som libertador.

–Por favor, não se altere, por favor. - ela chora e Elena apenas se deixa consumir por lágrimas.

–Não era uma decisão sua. - grito pra minha filha. - Nem sua. - Elena treme com minha voz e enfermeiros entram no quarto.. - Quero que tirem essa droga de mim. - meu peito está queimando com a força de meus gritos. - Tirem isso de mim, agora!

–Papai... - Os enfermeiros afastam minha minha e minha esposa de mim.

–Tirem de mim, tirem de mim. - elas estão ao meu lado me acalmando, minha vista começa a ficar pesada. - Não. - só quero que tirem de mim. Tirem de mim.

.................................................

–Conseguimos ouvir os gritos daqui. - Alaric fala ao nos encontrar no corredor. Sofia corre pro braços do namorado, enquanto eu sento no primeiro lugar disponível.

–Fizemos errado? - pergunto a Ric, que nega com a cabeça.

–Ele vai se acostumar. Sabíamos que isso ia acontecer, mas ele vai se adaptar, Elena. Era o único jeito. Ele podia morrer.

–Mas foi errado fazer sem ele aceitar. Ele nunca quis isso.

–Mais um motivo para supor que talvez, ele estar desacordado, foi a melhor opção. Vamos ajudar ele a lidar com o marca-passo Elena. Ele vai se acostumar.

–Ele estava com tanta raiva.

–Vai passar.

– E se não passar?

–Vai passar. Um dia. Por hora vamos apenas torcer que dê certo, que o corpo dele aceite bem, e que ele possa se cuidar, com responsabilidade.

–Alaric...

–Ele faria qualquer coisa pra estar com você. Pra não lhe perder, e você sabe. Mostre a ele que era o único jeito. Mostre a ele.

Abraço meu amigo e deixo as lágrimas tomarem conta de mim. Meu Deus. algum dia os pesadelos irão ficar para trás?


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Notas finais do capítulo

beijos!