Pdv ELENA

- Bela cobertura. - Damon disse adimirado ao entrarmos, digo, apenas eu entrei já que ele ficou parado na porta

- Pode entrar, não se acanhe. - eu disse com um meio sorriso ao ver sua expressão

Cautelosamente ele pisou no apartamento, talvez não tivesse entrado ainda por receio de molhar o carpete. Não comentei nada, queria ver se ele tomaria a iniciativa, mas ele não o fez. 

- Sente. - apontei o sofá- Vou fazer algo quente pra bebermos, já volto.

Antes de deixar a sala, só pude ver Damon se sentando no sofá ainda um pouco tímido... não acreditei que ele não disse nada. Digo, ele sabe muito bem quem eu sou e o que ele fez, devia ao menos pedir desculpas ou tocar no assunto. Se bem que não sei o que deu na minha cabeça em trazer um estranho para dentro de casa, se esse cara conseguiu alterar informações no cartório da cidade, ele não deve ser gente boa.

Fiquei pensando nisso enquanto preparava um chocolate quente... voltava para a sala com uma caneca para entregar a Damon mas ele já estava dormindo, encostado no sofá com a cabeça tombada para trás. Pensei em chamá-lo mas me detive quando considerei sua situação, morar na rua, fugir da chuva, não deve ser nada fácil. Resolvi deixá-lo dormir e adiar a explicação para o dia seguinte. Fechei a porta que ele havia deixado aberta, tranquei e coloquei a chave na mesa de centro.

Fui para meu quarto e tranquei a porta pro precaução, nunca se sabe o que esse tipo de gente pode querer fazer. Dormi olhando para uma foto minha e de Stefan que estava na escrivaninha.

(...)

Acordei no dia seguinte com o barulho infernal do despertador, me espreguicei e olhei pela janela... lembrei de meu "hóspede" e corri para a sala mas o mesmo já não estava mais lá, olhei na cosinha e no banheiro e nada de Damon. Voltei para a sala e onde ontem a noite estavam as chaves em cima da mesa de centro, havia um papel dobrado, um bilhete que dizia...

Não se preocupe, não roubei nada de seu apartemento, deixei suas chaves na portaria.

Mas que droga, ele já foi embora. Desci até a portaria.

- Bom dia senhorita Gilbert. - o porteiro, senhor Richard sempre simpático me cumprimentou - Precisa de alguma coisa?

- Deixaram minhas chaves aqui sim? - perguntei 

- Oh sim, sim, são essas aqui. - disse ele me entregando o molho e sorri agradecendo

- O cara que deixou isso aqui, o senhor não viu para onde ele foi né? - indaguei anciosa por uma confirmação mas ele negou

- Lamento que não.

- Tá certo, muito obrigada. 

Voltei para o apartamento e não sabia o que fazer, se eu contasse a Stefan ele brigaria comigo, isso se não pensasse que eu o estava traindo e que Damon era meu amante. Eu poderia também contatar a polícia mas algo me disse que não deveria fazer isso. Hoje era minha folga então aproveitei para ficar em casa e pensar em tudo isso, de alguma forma aquele rapaz mexeu comigo, eu senti que não podia deixar ele na rua noite passada mas não entendi o porque assim como não entendi o porque de ele praticamente fugir agora de manhã.

Bom, de certo modo entendo, deve ter se sentido culpado ou com peso na consciência por ter feito aquilo comigo e eu ter ajudado ele, tirando-o da chuva.

Pdv DAMON

Bati insistentemente na porta do trailer de Ben até o mesmo abrir, ele estava com uma cara de sono que me fez rir, os cabelos uma bagunça só e a voz ainda embargada.

- Alguém morreu, cacete? - perguntou resmungando

- Precisamos conversar. - falei sério e já fui entrando

- O que houve?

- Sabe a garota do rádio? Elena?

- O que tem ela? - Ben disse sem entender

- Eu dormi com ela, quer dizer, eu dormi na casa, no apartamento, no apartamento dela. - falei meio atrapalhado, procurando as palavras

- Como assim? Dormiu? Explica isso direito, Damon! - ele agora havia despertado completamente

- Ontem a noite, eu tava correndo da chuva e ela tava passando de carro e me ajudou, me levou pro apartamento dela. Eu dormi no sofá e fui embora hoje de manhã antes dela acordar. - soltei de uma vez

Ben estava boquiaberto

- Diz alguma coisa. - falei a ele

- Não sei o que dizer.

- Precisa pedir a seu amigo Ryder que desfaça o que fez, precisa pedir pra ele mexer nas coisas de novo e deixar como estava antes.

- Tá maluco? Não tem como ele fazer isso, agora que ele alterou, os sistemas do cartório estão cientes da invasão e se ele tentar de novo, irão rastrear ele. 

- Isso tá errado, ela não é essa pessoa ruim que você tá pensando.

- Ah não? E porque é que a Vanessa terminou comigo? Foi por causa dela, olha eu sei que ela foi legal com você mas mesmo assim eu perdi minha namorada.

- Isso vai dar errado, já pensou que ela pode chamar a polícia e denunciar a gente? - eu disse tentando convencer Ben a mudar de ideia mas Vanessa estava certa, ele era mesmo difícil de se lidar

- Ela não tem como denunciar a gente, nem nos conhece. - falou triunfante

- Mas conhece a mim, sabe quem eu sou ou já se esqueceu que foi o meu nome e os meus dados que o seu amigo colocou na porra da bagaça! - eu estava ficando nervoso - Quer saber? Esquece, eu mesmo vou desfazer isso.

Falei e saí do trailer batendo a porta com força, na intenção de quebrar mas isso não aconteceu. Eu fiquei com peso na consciencia depois dessa noite, fiz uma sacanagem bárbara com a apresentadora da rádio e ela me abrigou da chuva. Saí de lá pois não saberia o que dizer a ela, mas de uma forma ou de outra eu ia desfazer aquilo.

Iria no cartório primeiramente, e dizer que foi um engano, caso desse errado eu ia ser preso, que merda. Ou eu poderia conversar com ela para fazermos o "divórcio", mas não sei se teria coregem para procurá-la.

(...) 

Eram seis e meia da tarde, já escurecia e eu estava em frente ao prédio da rádio em que "ela" trabalhava. O programa acabava essa hora então talvez eu pudesse vê-la. Me sentei na calçada para esperar já que ela estava demorando. 

19:00

...

19:30

...

20:00

...

20:30 e nada de Elena Gilbert, eu já tinha perdido as esperanças quando um rapaz saiu do prédio e ia em direção á seu carro quando o abordei. Ele até se assustou, provavelmente pensou que era um assalto.

- Oi, podia me dizer se Elena Gilbert vai demorar? - perguntei o mais educadamente possível

- Elena não veio hoje, todas as terças ela tira folga, quem é você? - ele me olhou estranho, se recusando a acreditar que ela teria um amigo assim

- Apenas um conhecido, obrigado. - falei e fui embora dalí

Merda! Ela não estava lá, esperei todo esse tempo a toa. Eu precisava falar com Elena, talvez eu voltasse amanhã.