Um toque francês escrita por lufelton


Capítulo 20
Capítulo 20- Preciso de você


Notas iniciais do capítulo

Mais um, mais um, mais um.
Bem romântico, bem Drew e Nicolas. Aproveitem, suas lindas.
Besu



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O dia seguinte amanheceu claro. Claro o bastante para ver onde e como eu estava deitada. Levantei-me instantaneamente quando vi quem estava deitado comigo e comecei a passar minhas mãos pelo meu corpo. Mas, felizmente, tudo estava intacto, eu estava com todas as roupas e nós não tínhamos feito nada.

Apenas, dormido.

E assim as lembranças do dia anterior vieram a tona. Eu comecei a admirá-lo dormindo. Ele estava todo encolhido de frio e, sem eu ao menos ter sentido, nossas mãos estavam coladas uma na outra. Como se fosse um refúgio, ou somente uma necessidade. Nós precisamos um do outro e eu sabia disso. Acariciei a sua mão antes de tirá-la da minha e fui até o banheiro lavar o rosto E quando voltei, notei que ele já estava mais do que despertado.

– Dormiu bem? – perguntei, pondo as duas mãos na cintura. Ele concordou com a cabeça graciosamente e eu ri do seu cabelo que estava parecendo uma enorme juba. Ele acompanhou minha risada e passou as mãos pelo cabelo.

– Estou com fome. – ele disse com uma voz rouca.

– Também estou, mas antes de tomarmos café, vou tomar o meu chá. – disse alegremente, ao pegar os saquinhos de minha bolsa.

– Você toma chá de manhã? – perguntou, com cara de nojo.

– Sempre. – revelei, esquentando o chá. – E não adianta fazer essa cara de nojo. – sorri ao lembrar.

– Todo mundo tem um lado esquisito. – disse, rindo. –Drew. – chamou-me.

– Diga, bobinho. – disse sorrindo pela sua colocação.

– Acho que vou à Escócia... Visitar a minha mãe. – disse seriamente.

– Acho que seria ótimo se você fosse. Ela ficaria bem contente. – opinei.

– Gostaria que você fosse comigo. – ele disse, deixando-me surpresa e feliz ao mesmo tempo.

– Eu gostaria muito de ir. – sentei-me ao seu lado. – Mas você sabe que eu tenho a competição. – lamentei-me. – Mas você sabe que poderá me mandar e-mails, ou me ligar à hora que quiser. Certo?

– Obrigada, Drew. Faço das tuas palavras as minhas. – disse e levantou-se lentamente para pegar um papel e uma caneta. – Estou apenas anotando meu e-mail e meu telefone.

– Ah, tudo bem. – levantei-me e imitei o gesto. Após trocarmos telefones, Nicolas esperou que eu terminasse o meu chá para que saíssemos do prédio e fossemos em busca de um café espetacular. Lá fora estava frio, mas estávamos sendo esquentados comendo o nosso Croquet Monsieur. E, sem perceber, caminhávamos em direção à fonte.

A tal fonte dos desejos.

– Então... Estamos novamente aqui. –disse ao examinar a fonte. – Vamos fazer outro pedido? – perguntei a ele. Ele apenas retirou duas moedas do bolso e as entregou para mim, pois o resto, eu sabia o que fazer.

Eu sabia o que desejar. Eu já sabia o que eu queria. E o meu desejo não era nada mais nada menos do que Nicolas.

Eu o queria mais do que qualquer coisa. Eu queria tê-lo somente para mim. E que se dane o egoísmo. Que se dane o destino. Eu nem ao menos gosto de planejar destinos. Eu gosto das coincidências e tenho absoluta certeza de que Nicolas entrou em minha vida porque somos semelhantes. Porque devemos ficar juntos. Eu precisava dele. E ele precisava de mim.

E se nós não o tivéssemos, não há felicidade que prevaleça.

Joguei a moeda no poço, arrependendo-me um pouco por não ter pedido nada em relação à mãe de Nicolas. Mas ele deveria ter se encarregado disso. E, sem perder tempo, fomos embora. Não falamos nada no caminho, pois fomos atrapalhados pela linda música que era tocada pelo violino de uma mulher que tocava graciosamente em troca de trocados. Paramos para admirá-la e, sem perceber, Nicolas havia puxado a minha mão para uma dança.

– O que está fazendo? – perguntei, ao ver que, ao redor, todos nos olhavam.

– Aproveitando o momento. – disse rindo com os olhos, enquanto ele me fazia girar graciosamente.

– Você é louco. – e rimos. Dançávamos levemente. Nenhum dos dois sabia os passos ao certo, mas seguíamos o raciocínio, o olhar, a movimentação. A mulher, ao perceber que muitas pessoas estavam parando para assistir, diminuiu o ritmo da música para um tom mais romântico.

Mas sempre somos atrapalhados.

– Vejam só. Que coisa linda. – David gesticulava e nós paramos imediatamente. Nicolas bufava de raiva. – Ah, desculpe. Eu não queria atrapalhar.

– O que está fazendo aqui? – perguntou Nicolas.

– Bem, você poderia perguntar a Drew. Ela sabe por que estou aqui. – disse, indicando sua cabeça para mim. Nicolas me olhou com um rosto assustado, como se quisesse alguma explicação.

– Na verdade, eu também não sei o que você está fazendo aqui. – desafiei-o. E ele pareceu não gostar.

– Você disse que sairia comigo. Não lembra? – disse para provocar Nicolas.

– Você iria sair com esse cara? Com ele, Drew? – e Nicolas largou minha mão instantaneamente.

– Não... Eu... Nicolas! – gritei, porém ele havia saído. David ria de nossas reações. - Espero que você esteja contente agora! Patético. – e saí atrás de Nicolas, batendo o meu ombro com o de David.

– Nicolas, qual é o seu problema? – disse após alcançá-lo.

– Nada, só não quis... Ficar lá. – mentiu.

– E você poderia me explicar por que você saiu daquele jeito? – desconfiei de sua reação, afinal não éramos namorados. Ele jamais poderia me cobrar de sair com rapazes, pois ele nunca teve coragem de assumir algo comigo.

– Nada, Drew. Nada. Foi só raiva. Já passou. Desculpa. – disse tentando me deixar menos desconfiada.

– O que quer fazer agora? – disse com raiva.

– Acho melhor irmos para Stranger’s Place. – respondeu calmamente. Eu concordei com a cabeça, mas mentalmente eu estava furiosa. Tínhamos recém saído do local para voltar. Porém, quando chegamos, ele não se negou de ir ao meu quarto.

– Vamos comprar as nossas passagens? – sugeriu, enquanto eu fechava a porta atrás dele. Concordei com a cabeça e abri o meu notebook. Entrei no site e comecei a por nossas informações pessoais.

– Que tal esse? Poderemos ir juntos. Eu pego o trem de Amsterdã com você e pego outro trem em conexão para Escócia. – perguntou. Eu já estava mais calma, mas a confusão ainda dominava minha mente. Por que ele fazia tanta questão de ir comigo? Por que ele ficou tão bravo com o fato de eu querer sair com o David? Ou por que ele dorme na mesma cama que a minha? Se na verdade, nunca namoramos.

– Acho... Acho bom. – opinei e logo comprei os tickets. Na hora da viagem, tiraríamos lá.

– Pronto. Tudo feito. Agora é só esperar. – sentou-se no chão. Pelo fato de termos acordado tarde, perdemos metade do dia. E como o inverno estava chegando, aqui anoitecia rapidamente. Ficamos apenas conversando, rindo e lembrando, como dois amigos. Sem cobranças. Sem amor. Apenas amizade que nós sabíamos que vinculava entre nós. Eu não me importava em pegar a sua mão, mesmo sabendo que eu sempre me arrepiava quando isso era feito. Eu não me importava que brigássemos, pois eu sabia que isso aconteceria uma única vez. A única coisa que me importava era se estávamos juntos. Fora isso, mais nada.

Já estava ficando tarde e eu comecei a juntar os pacotes de bolacha que havíamos deixado no chão. Até que...

– Drew. – chamou-me. – Você se importa se eu dormir aqui de novo? – disse, sem ao menos, me dizer o motivo. Eu não recusei, pois eu sabia que queria isso também. Queria que ele ficasse por perto. Queria que ele me acolhesse, tanto quanto ele pudesse.

– Claro. – disse carinhosamente. E nós nos deitamos na cama, um ao lado do outro. Só que dessa vez, mais natural. Mais tranquilos. Sem se importar com os milhares de toques que estariam a surgir.

– Opa... Desculpa. – disse após dar um tapa em meu braço sem querer.

– Tudo bem. – e ri.

– Sua risada é engraçada. – ele disse com a voz abafada pelo travesseiro.

– Eu a acho horrível. Junto com o meu sorriso. Tive que por aparelho quando mais nova. – revelei.

– Eu não acho. Seu sorriso é perfeito.


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Notas finais do capítulo

Até eu to braba comigo mesma. Por que essa porcaria de beijo não chega?
Hahahahaha Gostaram?
Beijo gurias



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