Só mais uma história de amor escrita por Sali


Capítulo 10
Café com Letras


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeey =3
Tudo bem, gatas?
Pow, eu sei que eu demorei pra caramba pra postar. É que com o terrível bloqueio criativo que eu tive em Tricks of Fate, eu me concentrei em escrever ela e meio que deixei AdT de lado D:
Vocês me desculpam? Espero que sim XD
Bom... mudando de assunto, espero que curtam esse capítulo. Ele tá bem grandinho, e é o primeiro capítulo da fic onde a Júlia não aparece XD
É isso.
Reead it! o/



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O som irritante do despertador me fez acordar assustada. Me sentei na cama e esfreguei os olhos, vendo que o relógio marcava duas e meia da tarde. Me levantei com preguiça e andei até o banheiro, jogando água no meu rosto e mexendo no cabelo com as mãos molhadas. Ele ficou ainda mais bagunçado do que já estava e eu dei um sorrisinho satisfeito diante do espelho.

Saí do banheiro e tirei a blusa que eu vestia, colocando uma camiseta azul com o escudo do Capitão América e os mesmos jeans rasgados que eu usara para ir à faculdade. Enfiei numa mochila pequena a pólo branca que era o uniforme do Café, minha carteira, meu celular e mais algumas coisas.

Pendurei-a em um ombro e arrumei rapidamente a cama, que estava um pouco bagunçada. Fechei o apartamento e saí dali, trancando a porta e colocando as chaves no bolso. Andei até o elevador e apertei o botão, esperando algum tempo até que ele finalmente parasse no andar.

Assim que as portas se abriram, eu pude ver duas pessoas se agarrando. Uma delas era Beatrice, como eu pude concluir graças ás roupas e o cabelo descolorido. A outra parecia um garoto, mas graças à mão que agarrava fortemente a coxa descoberta de Beatrice, eu concluí que era uma garota bem andrógina.

As duas se separaram alguns segundos depois que a porta abriu. A garota olhava para mim assustada, enquanto Beatrice arrumava as roupas com uma expressão indiferente.

– Porra, Beatrice. Eu achei que você só agarrava gente do prédio no elevador. Tá variando agora? – Perguntei com um sorrisinho irônico. – Bom, vou deixar vocês continuarem o que começaram. – Dei de ombros, dando um passo para trás. – Só espero que as câmeras do elevador não filmem isso. Seria meio constrangedor, não é? – Dei uma risada baixa e desviei os olhos para a pequena câmera fixada no teto, em um dos cantos do elevador.

Beatrice e a garota olharam ao mesmo tempo para a câmera e eu aproveitei para apertar o botão do elevador, fazendo a porta se fechar. Soltei um suspiro e comecei a rir sozinha, me encostando na parede e aguardando pacientemente outro elevador chegar.

Graças a esse contratempo, eu cheguei no Café seis minutos atrasada.

– Oi, gente. Me desculpa, tive um pequeno contratempo no elevador do meu prédio. – Falei.

– Tá tudo bem, Mariana. Só vai lá trocar de roupa e vem aqui para o balcão, ok? – A gerente dali, Juliana, falou.

– Ok. – Sorri e fui até o banheiro.

Troquei a camiseta do Capitão América pela pólo branca e saí do banheiro, guardando a minha mochila no escaninho dos funcionários na sala da gerência antes de ir para o balcão, como Juliana pedira. De longe, eu percebi que ela conversava com uma garota de cabelos castanhos cacheados.

– Esther, Mariana, Bruna. – A nossa gerente chamou. – Venham aqui um momento, por favor? – Ela pediu.

Andei até o caixa, onde ela e a garota estavam, e logo Esther e Bruna, outras duas funcionárias do café, estavam ao meu lado.

– Sim? – Nós perguntamos.

– Essa é Bárbara, ela está começando hoje. E eu quero que fique com você, Esther, a responsabilidade de treiná-la. Tudo bem? – Ela perguntou.

– Sim. Tudo bem. – Esther respondeu, para depois dar um sorriso caloroso. – Muito prazer, Bárbara. Seja bem vinda. – Ela se aproximou da garota, que deu um sorriso tímido.

– Obrigada. – Ela falou baixo.

– Estas são Mariana e Bruna, as outras duas funcionárias daqui. – Juliana apresentou-nos. – Você também pode tirar qualquer dúvida que tiver com elas, tudo bem?

– Isso aí. Muito prazer, Bárbara. – Eu sorri e acenei com a mão.

– Seja bem vinda ao time. – Bruna sorriu.

– Apresentações feitas, vocês podem voltar agora ao trabalho. – Juliana sorriu.

Esther e bárbara foram para o balcão e Bruna voltou para a área da livraria. Sacudi os ombros e me juntei ás duas atrás do balcão.

Atendi alguns pedidos e servi algumas mesas, já que naquela tarde o movimento estava intenso. De costas para o balcão, eu terminava de encher um copo de café quando a voz de uma senhora me chamou a atenção.

– Com licença, meu rapaz. – Ela chamou e eu olhei em volta, vendo que no balcão só estávamos eu, Esther e Bárbara.

– Acho que estão chamando você. – Ela riu.

Arqueei as sobrancelhas e me virei, tampando o copo de café e vendo a senhora e, ao seu lado, uma garota de, quando muito, dezesseis anos.

– A senhora deseja alguma coisa? – Perguntei enquanto entregava o café para um cliente e recebia em troca a nota do caixa.

– Eu quero dois desses bolinhos. – Ela indicou os muffins com gotas de chocolate através da vitrine. – Um café médio e... O que você quer, meu bem? – Ela se virou para a garota.

– Um capuccino. Médio. – Ela respondeu com a voz baixa e tímida.

– Para viagem? – Perguntei.

– Não.

– Certo.

Peguei dois copos médios e enchi-os com o café e o chocolate, Tampei-os e coloquei sobre o balcão, diante das duas. Tirei os muffins da vitrine e coloquei-os ao lado dos copos.

– Aqui estão. – Sorri.

– Com licença. Que mal lhe pergunte... quantos anos você tem? – A senhora perguntou.

– Vinte. – Respondi.

– E com essa voz tão fina! Me desculpa pela indelicadeza, rapaz, mas você tem voz de menina!

– Eu sou uma menina, senhora. – Respondi e tive de segurar o riso com a sua expressão de surpresa.

– Oh, você não parece. Olha só, Luiza, ela não tem nem peitos direito! – Eu dei um sorriso sem graça e a garota, Luiza, fez o mesmo. – E com esse cabelo e essa magreza... não parece mesmo! Você tem namorado, minha filha?

– Não, senhora. – Respondi.

– Pois deveria arrumar um, sabe?

Antes que eu pudesse responder, Esther veio ao meu lado com uma bandeja com dois pratos de torta de morango.

– Mari, você pode entregar isso na mesa cinco? – Ela perguntou.

– Vamos nos sentar, vó. A gente tá atrapalhando ela a trabalhar. – A garota murmurou, puxando a senhora.

– Ah, sim. Me desculpe, viu? – Ela assentiu e eu sorri.

– Está tudo bem.

A senhora se virou, caminhando até uma mesa vazia. Já a garota deu um sorrisinho e me entregou a nota do caixa, junto a um pequeno papel branco antes de seguir a avó.

Coloquei a nota junto às outras e virei o papelzinho entre os dedos, lendo um número de celular escrito à caneta azul. Olhei para frente e vi a garota sorrir para mim enquanto se sentava na mesa.

– Ui, Mariana arrasando corações. – Esther passou por mim e começou a rir.

Revirei os olhos e joguei o papelzinho na lixeira sob o balcão, pegando a bandeja e entregando os pratos de torta na mesa cinco.

Atendi mais alguns pedidos até que Cézar, um outro funcionário do Café, chegou. Juliana me mandou para a área da livraria. Logo encontrei Bruna, que estava diante de algumas prateleiras, no fundo da loja.

– Ah, Mari. Ainda bem que você chegou. Pode me ajudar a ordenar aquela prateleira de livros? – Ela perguntou, indicando uma prateleira acima da minha cabeça. – Eu não consigo alcançar.

– Claro, baixinha. – Eu ri.

– Ei! – Ela colocou uma mecha do cabelo loiro e liso atrás da orelha e cruzou os braços. – Eu não sou baixinha.

– Claro que não. Você só é uma cabeça mais baixa que eu. – Sorri e ela revirou os olhos.

– Vai, me ajuda aí.

Soltei uma risada e tirei os livros que ela indicou, voltando a colocá-los em ordem.

– Com licença? – Um cliente chamou-nos. – Quanto é esse livro? – Ele indicou o exemplar que estava em sua mão.

– Eu vou olhar. Só um minuto. – Bruna sorriu e pegou o livro, andando em direção ao computador. O cliente seguiu-a e eu continuei ali, entretida na minha missão de colocar os livros em ordem.

– Olá! – Uma voz feminina me sobressaltou.

Olhei para o lado de vi Luiza apoiada na prateleira, brincando com um livro pequeno.

– Deseja alguma coisa? – Perguntei, da maneira mais formal que consegui.

– Você sabe o que eu desejo. – Ela deu um sorrisinho de canto, largando o livro de lado.

– Na verdade não sei. – Continuei com o tom formal. – Procura algum título?

– Deixa de ser cínica. Você recebeu o meu papel. Sabe muito bem o que eu quero. – Ela se aproximou de mim e eu recuei.

– Olha... Luiza, não é? – Ela assentiu. – É legal você ter toda essa atitude, mas eu tenho uma namorada. – Dei de ombros, mexendo no cabelo. Nesse exato momento, ouvi Esther me chamar. – Foi mal. – Murmurei e saí dali, indo em direção ao balcão.

O tempo não demorou a passar, e logo era a hora de fechar. Enquanto Cézar e Felipe arrumavam as mesas, eu, Bruna, Esther e Bárbara fomos ao banheiro, trocar de roupa.

– Meu Deus, Mari! – Esther exclamou assim que eu tirei a pólo branca.

– O quê? O que houve? – Perguntei.

– As suas costas... – Ela murmurou. – O que é isso?

Arqueei as sobrancelhas e olhei por sobre o ombro, vendo as marcas que as unhas de Júlia haviam feito em mim. Não resisti e comecei a rir.

– Olha só, tá até embaixo! – Bruna exclamou e eu senti que ela puxou gentilmente o cós da minha calça para baixo. Comecei a rir ainda mais. – Como você conseguiu isso, Mari?

– Digamos que isso são... marcas de amor. – Dei um sorriso.

– Marcas de amor?! – Esther arqueou as sobrancelhas, com um sorrisinho brincando nos lábios. – Não vai me dizer que foi a Júlia quem fez isso!

– Acho que é melhor a gente não falar disso. – Sorri e peguei a minha blusa do Capitão América, vestindo-a sem demora.

– Foi a Júlia, não foi? – Bruna sorriu. – Não achei que ela tivesse unhas tão compridas.

– Ela não tem. Acho que isso foi mais culpa minha. – Dei uma risada.

– Quem é Júlia? – Ouvi Bárbara perguntar com a voz baixa para Esther.

– Ela é a namorada da Mari. – Esther explicou.

– A-ah t-tá. – Ela gaguejou e eu vi suas bochechas adquirirem um tom muito vermelho.

– Ei, Bárbara. Tá tudo bem? Desculpa, a gente não queria te constranger. – Esther aproximou-se dela, colocando uma mão em seu ombro.

– Desculpa mesmo, não foi a nossa intenção. – Falei.

– T-tá tudo bem. Não tem problema. – Ela deu um sorriso bem pequeno, para depois pegar a bolsa e pendurar no ombro. – Eu já vou embora. Tchau, gente. E obrigada, Esther. – Ela deu um sorriso tímido.

– Não por isso. – Esther sorriu. – Tchau, até amanhã.

– Tchau! – Bruna e eu exclamamos e Bárbara deu um aceno antes de sair.

– Eu também já vou indo, garotas. Até amanhã. – Sorri.

– Até, Mari. – Bruna e Esther falaram ao mesmo tempo.

Dei um aceno de mão e saí do banheiro.

No salão, os rapazes terminavam de organizar as mesas enquanto Juliana e Bárbara conversavam.

– Eu já estou indo. Até amanhã, gente. – Anunciei.

– Até, Mariana. – Juliana sorriu e eu saí do Café, caminhando despreocupadamente pelos corredores do shopping.


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Notas finais do capítulo

E então? Curtiram o cap?
Espero que sim :3
E esse título é o nome de um bar famoso aqui de BH, e eu achei legal me inspirar nele por causa do Café Livraria e pá.
É isso.
Bjoos :3