Na Sombra Do Passado escrita por Paola_B_B


Capítulo 20
Capítulo 19 - Bloody Mary


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Como foram de Páscoa? Engordaram muito? Porque eu... Prefiro nem me olhar no espelho UAHuauAUahu... Enfim, as meninas no face me pediram um capítulo sobre a Bloody Mary e eu resolvi atender. Espero que gostem ;)



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19 – Bloody Mary

POV Bella

Aos poucos fui relevando o que aconteceu entre eu e Dean. Ok... Não relevando, mas tentando deixar as coisas menos constrangedoras possíveis. E o melhor jeito era fingir que nunca aconteceu.

Neste quesito o caçador concordava comigo e também fingia que nada tinha acontecido. Porém tenho certeza que o motivo dele não era o constrangimento e sim a raiva que passou quando eu estava um tanto quanto descontrolada.

Vergonhoso é a palavra ideal para tudo aquilo. Agradeço por no momento ter algo muito mais importante para me preocupar.

Fazia mais de uma hora que eu e Dean estávamos discutindo sobre um caso. Sam tinha encontrado uma notícia que em Ohio um homem que foi encontrado morto no banheiro, seus rosto fora marcado por lágrimas de sangue. A esposa e a filha se mudaram de casa e a mulher que a comprou morreu alguns dias depois de se mudar... Foi encontrada no banheiro e com os olhos sangrando. Era óbvio que tinha algo de errado na casa, mas a discussão não era sobre isso.

Eu não queria pegar o caso, já Dean queria e Sam se mantinha pensativo não tomando partido. O fato era que eu estava preocupada. Não podíamos continuar ignorando as reais ameaças de Crowley. O demônio estava manipulando até mesmo caçadores como foi o caso daquele casal medonho que resolveu me sequestrar. Eu queria me focar nisso, atacar o rei do inferno antes que ele nos pegasse desprevenidos. Ou então criar um plano de contingência se ele nos atacasse. Ou então eu simplesmente poderia seguir viagem sozinha, mas essa possibilidade foi descartada pelos irmãos antes mesmo de eu terminar a frase.

Já Dean dizia que não era necessário se preocupar com isso. Que deveríamos continuar caçando normalmente e caso Crowley aparecesse nós dávamos um jeito nele. Eu achava arrogante e pretensioso. Algo dentro de mim gritava que aquilo não era uma boa ideia.

Quando nossas vozes ultrapassaram a altura da música Sam interferiu.

- Vamos resolver esse caso em Ohio, depois nos concentramos em Crowley.

Eu e Dean bufamos, mas concordamos. Logo estávamos metendo uma carteira falsa do FBI na cara do delegado arrogante que chefiava o misterioso caso. Para ele era apenas coincidência que as duas mortes tenham acontecido do mesmo jeito, não havia indícios de homicídio. As vítimas sequer tinham algum vínculo além de terem morrido na mesma casa e da mesma maneira.

Como imaginei a polícia não tinha nada de muito concreto. Nossa visita ao necrotério também não trouxe bons frutos. Nada de marcas estranhas nos corpos, nada de órgãos estranhos, nada de fluídos estranhos... A única coisa estranha eram os olhos sangrentos.

Tudo indicava feitiçaria ou assombração. Nos dividimos em três funções. Eu iria falar com a esposa e a filha da primeira vítima. Sam iria falar com a irmã da segunda vítima. E Dean iria verificar a casa a procura de sacos de feitiço ou radiação de fantasmas.

POV Sam

Minha visita a irmã da segunda vítima foi inútil. A mulher apenas chorava e o que conseguiu me responder só reforçou a ideia de que a irmã não tinha nenhuma relação com Garcez White a primeira vítima.

A teoria de Dean que provavelmente os dois estavam envolvidos e que a esposa traída fez um feitiço de vingança foi pelo ralo.

Voltei para hotel não muito concentrado no caso atual. Mary estava certa em se preocupar com as ações de Crowley. Tínhamos que arranjar um jeito de monitorar os movimentos do demônio sem levantar mais suspeitas.

Com esse pensamento liguei para Bobby. Já tínhamos avisado sobre o falso pedido de ajuda dos caçadores e tenha certeza que ele não ficou nenhum pouco feliz com isso. Bobby não gosta de se sentir usado e foi exatamente isso que acontecera.

- Alô?

- Hey Bobby! - saudei.

- Em que tipo de problema se meteram agora? - revirei meus olhos.

- Por enquanto nada... Mas aquela história dos caçadores nos preocupou, acho que Crowley está armando para nós. Chegou a você alguma informação?

- Fiquei sabendo sobre a tal placa e sobre Mary tê-la destruído. - fiquei em silêncio. - Ela destruiu não foi?

Droga.

- Claro! Não há chances de nos trazer perigo!

- Droga garoto! - reclamou ao notar a mentira. - Vou ver o que consigo de informação sem despertar suspeitas, mas tenham certeza que ele vai aprontar alguma coisa. Crowley não sabe perder e não desiste facilmente. De todo modo acho melhor vocês sumirem do radar por algum tempo.

- Vou falar com eles. - concordei e me despedi.

Bobby estava certo, talvez fosse realmente o momento de sumir do mapa.

POV Dean

Era uma bela casa. Dois andares, toda branca e cheia de flores nas janelas, espaçosa por dentro... E local onde duas pessoas morreram de tanto sangrar pelos olhos. Lar, doce lar. Sorri irônico observando a sala de estar.

Suspirei e comecei a procurar embaixo das almofadas qualquer saquinho de feitiço. Revirei a casa inteira me focando principalmente no banheiro onde os crimes aconteceram.

Abaixei abrindo o armário embaixo da pia, mas tudo o que encontrei foram rolos de papel higiênico, cremes e absorventes.

Sem muito saco para ficar procurando algum fundo falso no pequeno armário levantei rapidamente. Sorri para o espelho e mandei uma piscadela para o meu próprio reflexo.

Meu sorriso morreu quando uma garota apareceu atrás de mim. Seus cabelos tapavam seu rosto e eu me virei rapidamente com a arma em mãos. Eu não deveria me surpreender por ninguém estar ali.

De repente o ar se tonou frio demais e eu já sabia qual criatura iríamos caçar.

Ainda em posição de defesa peguei em meu bolso o IMF e liguei. Não foi surpresa o aparelho apitar como louco.

Com cautela saí da casa e voltei para o hotel. Precisávamos descobrir o porquê de o fantasma estar assombrando justamente aquela casa e se ele agia de tempos em tempos procurando algum alvo específico.

POV Bella

Bati a porta da casa e logo fui atendida.

- Senhora White? - perguntei.

Ela assentiu. Observei seu rosto e era notável que ela ainda sofria pela morte do marido.

- Agente Sulivan. - mostrei meu distintivo. - Preciso fazer algumas perguntas sobre a morte de seu marido.

- Mas já foi tudo dito aos policiais.

- Eu sei, e me perdoe por abrir suas feridas, mas o caso virou federal e eu preciso refazer as entrevistas.

Ela assentiu e me deu espaço.

- Desculpe a bagunça, mas minha filha estava muito abalada pela morte do pai e eu chamei algumas amiguinhas para dormir aqui em casa para ver se conseguem animá-la. - me indicou o sofá.

Sentei.

- Não há problemas.

- Como era o relacionamento com seu marido?

- Nós nos amávamos... Richard era muito focado no trabalho e às vezes brigávamos por causa disso, mas ele só queria o melhor para a nossa Cristy.

- É o que todo pai quer. - sorri amistosa e ela fungou.

- Seu marido demonstrou algum comportamento estranho, fora da normalidade antes de sua morte?

- Três dias antes ele estava bem nervoso, pareci assustado com alguma coisa... Lembro que ele me abraçou a noite tão forte que me deixou com marcas roxas nas costelas.

Assenti.

- Será que posso falar com sua filha? - perguntei.

- Sim... Me acompanhe.

Subimos para o segundo andar logo escutamos o choro baixo de alguém e vozes de garotas. Pareciam adolescentes.

- Não foi isso que aconteceu Cristy, você não tem culpa. Ela não existe. - tentava convencer uma das garotas.

- Foi sim! Ela apareceu e matou meu pai! - chorava.

A senhora White arregalou os olhos e entrou no quarto num rompante. A acompanhei apenas observando.

- Do que é que você está falando Cristy?

- Eu sou culpada da morte do papai! Eu sou culpada! - chorava.

Com o choque da mãe eu resolvi agir.

- Porque acha isso querida? - perguntei me agachando a sua frente já que elas estavam sentadas sob o tapete, mas ela ficou muda assim como as duas outras garotas.

Suspirei.

- Olha eu duvido muito que você seja culpada da morte do seu pai. - mentira, eu tinha certeza que ela era culpada. - Tem mais três pessoas mortas do mesmo modo em outros estados. Seja lá o que acha que fez não foi o motivo.

- Mas eu chamei por ela! - insistiu chorando.

- Quem?

- A Bloody Mary! - gritou e então tapou a boca apavorada.

Como eu disse ela era realmente culpada da morte do pai.

- Vocês fizeram a brincadeira da Bloody Mary e acham que ela matou o senhor White?

As três assentiram com medo. Puxa! Elas estavam tão certas.

- É apenas uma lenda garotas, mas se sentirem amedrontadas me liguem. - entreguei meu cartão a mais chorona.

Me despedi com a desculpa de que tinha que conversar com meus parceiros e segui quase voando para o hotel.

Encontrei Dean e Sam conversando.

- Já sei o que estamos caçando! - disse animada.

- Nós também. - Dean sorriu de maneira cínica. - Fantasma, o IMF ficou louco quando eu estava na casa.

- Pois é paixão... Mas não é somente um fantasma é A fantasma. - sorri maldosamente. - Alguém está afim de chamar a Bloddy Mary?

[...]

Devo dizer que meus planos de fazer a brincadeira da Bloody Mary foram pelos ares. Quando estávamos a caminho da casa onde as mortes aconteceram, preparados com todos os apetrechos para acabar com a sangrentinha, meu celular começa a tocar e quando eu atendo nada mais é do que uma das amigas de Cristy.

Eu queria torcer o pescoço daquelas garotas.

- Nós... Nós viemos a casa para provar para a Cristy que era apenas uma brincadeira boba! Que nada daquilo era verdade, mas... - a garota chorava sem parar.

- Fique calma. Saiam da casa e me esperem chegar. Estamos a caminho. - desliguei o telefone e mandei Dean acelerar o Impala.

- Adolescentes. - bufou ele.

Assim que chegamos pudemos ver Cristy em frente à porta enquanto suas duas amigas gritavam sem parar para que ela acordasse. Percebi então que ela olhava fixamente para o reflexo do vidro da janelinha da porta.

Sam e Dean também perceberam. Dean sacou sua arma e atirou no vidro. Cristy imediatamente desmaiou sendo segurada pelas garotas. Os olhos da órfã estavam vermelhos e lágrimas se sangue escorriam por ele.

Sam verificou como ela estava.

- Ela vai ficar bem. Não se preocupem. - tranquilizou as garotas. - Agora é melhor que vocês fiquem perto do carro e esperem por nós.

Teríamos que atrair Bloody Mary para fora do espelho e impedi-la de entrar em qualquer outro espelho da casa. Como ela foi invocada nesta casa ela não teria como ir para qualquer outro lar.

O problema para a fantasma, é claro, é que a casa não tinha mais objetos pessoais como porta-retratos, espelhos grandes e prateleiras de vidro. Então o resultado eram poucas superfícies com reflexo.

Como quem não quer nada comecei a quebrar as janelas da sala. Escutei Sam fazendo o mesmo com as janelas da cozinha enquanto Dean observava tudo ao redor com cautela enquanto se dirigia para o escritório para quebrar as janelas de lá também.

Ao terminar o serviço subimos para o segundo andar. O ambiente começou a esfriar e nós sabíamos que ela estava prestes a aparecer.

O corredor possuía 3 portas. Dois quartos e um banheiro social.

Ficamos em silêncio. Controlei minha respiração já que a adrenalina tratava de a acelerar. Dean fez um sinal com a cabeça para a porta do banheiro.

Coloquei minha mão na maçaneta e a porta rangeu. Tudo estaria bem seu eu tivesse aberto a porta. Só que eu sequer girei a maçaneta. O barulho vinha do corredor e imediatamente olhamos para lá.

Os cabelos negros molhados e a pele extremamente branca em contraste com o vermelho sangue que rodeava seu olho e descia por sua bochecha.

Puta que o pariu! Meu coração quase saiu sozinho do corpo quando observei a figura nos olhando com metade do corpo escondido atrás da porta entreaberta.

Não importa há quanto tempo eu esteja caçando. Não é possível evitar certos sustos.

O olhar era raivoso e ela sumiu de nossas vistas.

Abri a porta do banheiro e quebrei o espelho. Seguimos então para o quarto que a porta estava fechada. Dean quebrou a janela e finalmente partimos para o quarto em que a fantasma estava. Ela estava encurralada, não tinha mais saída.

Como já tinha combinado com os garotos eles ficaram em minha frente enquanto eu posicionava um espelhinho de mão sob o criado-mudo como se ele fizesse parte da casa.

Os dois partiram para o banheiro do quarto, mas antes que chegassem à porta foram jogados ao chão com um forte vento.

Peguei o pacote de sal em meu bolso e joguei na porta conseguindo a abrir em seguida. Lá estava Bloody Mary, me olhando fixamente através do espelho.

Não adiantava apenas quebrar o espelho. Ela ficaria presa na casa até uma nova família se mudar e colocar espelhos por todos os cantos. Então ela voltaria a matar. Tínhamos que tirá-la do espelho.

Fechei meus olhos imediatamente e comecei a andar para trás.

- Venha Maria sangrenta, não quer mais uma para a sua lista? - perguntei sorrindo.

Espiei rapidamente e notei que eu estava fora do banheiro e Bloody Mary fora do espelho, eu tinha que trazê-la ainda mais perto.

Dei mais alguns passos para trás e abri meus olhos. Ela sorriu ao avistar algo as minhas costas e então flutuou rapidamente até ficar em minha frente e segurar meus braços.

Estranhamente eu não conseguia me mexer. Da minha boca nenhuma palavra saía e meus olhos começaram a arder. Eu queria gritar e me desvencilhar, mas nada consegui. Foi então que ouvi a voz de Sam.

- Hey! - ele chamou a atenção de Bloody Mary que olhou para trás.

Sam tinha o espelho do banheiro em mãos e o apontou para a parede para quebrá-lo.

A fantasma virou-se rapidamente olhando para algo atrás de mim. Então lembrei do espelho que tinha colocado.

- Acho que não. - ouvi Dean as minhas costas e então o som de algo se partindo.

Ele quebrara o espelhinho. Olhei para Sam e ele quebrou o espelho do banheiro.

Bloody Mary queimou em minha frente desaparecendo para sempre desta casa.

Levei minhas mãos aos meus olhos. Eles ainda ardiam.

- Tudo bem Mary? - perguntou Sam.

- Sim. Só está ardendo um pouco. - reclamei.

Pisquei várias vezes e minha visão ficou toda borrada de vermelho.

- Ok. Agora eu não estou enxergando direito. - bufei.

Sam me ajudou a descer as escadas. Eu soube que era ele pela gentileza. Dean é muito bruto.

Minha visão aos poucos foi clareando e a ardência diminuindo.

Demos uma bronca nas garotas e as deixamos em casa, para só então voltar para o hotel e descansar um pouco antes da viagem.

- Eu liguei para o Bobby. - avisou Sam.

Eu estava deitada em minha cama com os olhos fechados apenas descansando, mas tive que me erguer rapidamente. O tom de voz do caçador deixava claro sobre que assunto os dois conversaram.

- Contou a ele? - perguntei sufocando um grito.

- Não, mas ele percebeu o meu tom de voz. Bobby sabe ler as entrelinhas. - assenti um pouco mais calma. - Ele sugeriu que nós déssemos um tempo.

Concordava com Bobby, tínhamos que nos preparar. Não dava para menosprezar Crowley.

- Acho que ele está certo. - falou Sam finalmente tomando partido.

Olhamos para Dean. Ele levou a cerveja à boca e quando terminou suspirou.

- Dois meses no máximo.

- Não ficaria mais do que isso Dean. - assenti levantando da cama e pegando minhas coisas.

POV Dean

Não demorou para estarmos dentro do carro e viajando em plena madrugada. Até que seria bom dar um pausa, desde o dia em que Mary se juntou a nós, temos feito uma viagem atrás da outra, caçando sem parar.

Eu não queria admitir, mas realmente precisávamos de um descanso.

Levaríamos alguns dias até chegar a Dacota do Sul, teríamos que atravessar 3 estados... Só de pensar me dá sono.

Segui dirigindo pela madrugada. Sammy dormia ao meu lado enquanto Mary falava coisas sem nexo no banco de trás. Sorri ao escutar meu nome seguido de um xingamento. Ela falou o nome de meu irmão algumas vezes também, mas o que ela mais falava era o nome do vampiro. Não era preciso muita inteligência para saber que ela sentia falta do sanguessuga.

O dia já amanhecia quando na rádio começou a tocar uma música eletrônica e eu tratei logo de colocar uma de minhas fitas do Led Zeppelin.

Bocejei ao observar a placa que indicava a entrada no estado de Ilinóis. Mas algo que eu não esperava aconteceu. Um caminhão que vinha na pista contrária perdeu o controle e veio para cima do Impala.

Virei o volante tentando desviar, mas não pude evitar. Quando percebi tudo girava e o som de ferragem retorcendo era enorme. Senti meu corpo ser atingido por todos os lados e o sangue escorrem em minha cabeça.

Minha visão estava turva e notei alguém chegando perto, mas não identifiquei quem era, pois em seguida eu caí na inconsciência.


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Notas finais do capítulo

Sinto que serei xingada... Sei lá, só sinto xD AUHuahuUa


A fic passará por uma fase um tanto tensa, então tenham paciência ;)

Quem ainda não se juntou ao grupo não precisa de timidez.
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Blog: http://mahfics.blogspot.com.br/