Alec deixou o seu corpo cair sobre a cama macia ao pensar em tudo que havia conseguido. Ele estava com raiva e frustrado. Frustrado pelos seus planos não terem dado certo. Pousou a sua mão no rosto e ao ver uma pequena fresta de luz entre os seus dedos percebeu que aquilo não seria o fim, pois ainda lhe restava outro plano. Um plano onde poderia se vingar de Elena de uma forma que se divertisse ainda mais. Ao lhe passar pela mente o que pretendia fazer um sorriso surgiu em seus lábios logo evoluindo para uma gargalhada. Nada o divertia mais que imaginar a mulher que ele amou sofrendo em suas mãos e lhe implorando misericórdia.

-Logo se ajoelhará perante a mim, Elena – disse ao segurar o cordão que trazia ao pescoço. – cada vez que olho para isso sinto o meu ódio por ti aumentar. Foi a única que arruinou a minha vida, então começarei a arruinar a sua. – ergueu-se de imediato e foi em direção ao seu aparelho de celular. Discou alguns números e logo escutou a voz que lhe assombrou durante anos na prisão – Sou eu, Alec, ou melhor, Anthony. Sim, vamos nos encontrar. Irei lhe esperar em meu apartamento ás 19 horas, não se atrase – e desligou antes que ela pudesse falar alguma coisa.

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Elena segurou o aparelho com as mãos tremulas ao desligá-lo. Ela ainda não conseguia acreditar que Alec havia lhe ligado pedindo para se encontrar com ela.

-Parece que voltaremos a ficar juntos – murmurou para si mesma com um vislumbre de esperança ao se recordar dos momentos de felicidade que passara com ele. Ansiosa foi ate o seu closet onde buscou a roupa que usaria. Ela desejava estar bela para ele.

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Nicole suspirou ao andar pela galeria. Por mais que em sua face um sorriso estivesse presente o seu coração encontrava-se despedaçado. Ela ainda pensava em Alec todas as horas de seu dia. As lembranças povoavam a sua mente e seus lábios sentiam falta dos lábios dele. Caminhou olhando para os quadros ate parar em frente a uma pintura de um novo artista, suspirou ao perceber ser o artista do quadro que Alec havia comprado.

-Estou me martirizando tanto por uma escolha que foi dele? Fui apenas uma marionete para ele. Tenho que voltar aos meus sentidos – murmurou pensativa. Entretanto ao olhar de soslaio imaginou ter visto Alec ao seu lado – Estou realmente ficando louca – disse ao menear a cabeça e seguir para a sua sala onde tomou analgésico e bebeu café. A cada momento que passava ela se entendia menos.

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O aparamento de Alec encontrava-se escuro apenas com uma lâmpada iluminando a entrada. Ele não pretendia deixa-la pensar em nada assim que o visse. Ele estava prestes a ir ate o final de sua vingança mesmo que para isso tivesse que sentir nojo de si mesmo. Ergueu-se do sofá e caminhou em direção ao seu quarto onde tomou um banho gelado demorado e em seguida vestiu-se. Olhou-se no espelho e suspirou diante de seu reflexo.

-Este deveria ser um momento de euforia, mas porque não me sinto assim? – se questionou. Levou a sua mão para o espelho enquanto se olhava por longos minutos – se Nicole tivesse ficado ao meu lado eu não precisaria disso – suspirou após fechar os botões de sua camisa branca.

Alec saiu do quarto, enquanto caminhava pelo apartamento foi em direção ao pequeno bar onde se serviu de generosas doses de uísque. Continuou a beber ate escutar o barulho da campainha. Ele já havia avisado ao porteiro e aos seguranças sobre a chegada de Elena. Nada iria detê-lo, com exceção dele mesmo. Abriu a porta lentamente a cada centímetro vislumbrava alguma coisa de Elena, a mulher que lhe atormentava. A encarou de cima a baixo e sorriu, um sorriso frio e cruel.

-Estas muito bela – disse ao dar passagem para que ela entrasse, fechando a porta em seguida. Demonstrando ser aquele um caminho sem volta. – Diga-me Elena, se arrumou tanto para me encontrar? – indagou sedutor ao vê-la sorrir para ele – não precisa de nada disso, sabe porque? – perguntou ao aproximar-se dela lentamente, enlaçando-a pela cintura – porque és bela de todas as formas possíveis.

-Anthony – murmurou emocionada ao olhar para os seus lábios – senti a sua falta.

-Eu...também – mentiu ao sentir o gosto amargo do ódio em sua boca assim que ela o beijou. Ele retribuiu cada gesto dela, mas manteve seus olhos abertos, pois não queria pegar-se sentindo algo que não fosse nojo de si e ódio dela. A luxuria de Elena não a deixava perceber que algo estava errado ao puxar a camisa de Alec, deixando-o desnudo. O olhou com volúpia sorrindo.

-Esta melhor do que eu imaginava.

-Já você.. não mudou nada.

-Sim, eu estive lhe esperando por longos anos.

-Eu também lhe esperei e você não tem ideia do quanto – tornou misterioso ao puxá-la para si e em seguida jogá-la no sofá da sala fazendo com que caísse deitada. –Acredito que não poderemos conversar muito esta noite – como um tigre atacando a sua presa, Alec avançou e a beijou. “Irá sucumbir diante de mim” pensava incontáveis vezes ao sentir as mãos dele em seu corpo.

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O lençol branco encobria o corpo nu de Elena, enquanto Alec a observava da soleira da porta. Ele não havia conseguido dormir, pois a presença dela o deixava doente e com repulsa. Olhou para os travesseiros ao lado dela e pegou-se pensando se não seria mais fácil matá-la ali, friamente, para se ver livre de tudo o que ela representava, mas recordou de todo o seu sofrimento e de toda a sua dor.

“Irá sofrer mais do que eu sofri. Você pagará por tudo. Nada ficará desequilibrado quando eu acabar” pensou ao dar as costas e seguir para a porta.