TONNY:

- Ah, fala sério Tonny! Vêm logo. Vamos nos divertir! – e Miranda continuava insistindo que eu vá com ela para aquela boate nova.

Reviro os olhos.

- Ok, eu vou. Mas eu já disse, to de ressaca. Vocês que vão ter que me aturar mesmo... – Falo.

- Até que enfim. – Peter fala, ainda abraçado com sua namorada, Stefany.

- Não sei por que vocês querem tanto ir nessa boate. Ela dever ser igual às outras, ou até pior. – Diz Jéssica, quando já estamos no carro. Ela já tem namorado, o James, mas eu acho que tem algo rolando entre a gente. Sei lá, é algo físico.

- Gata, vamos nos divertir. Quem sabe o que pode acontecer? – Fala James, sem saber o quanto as palavras dele são verdadeiras e o quanto eu queria que não fossem. Naquela época, nem eu mesmo sabia.

- Sim, vai que um gato preto chega, e nos amaldiçoa... Daí você pode nos salvar com uma de suas misteriosas poções. – Falo, rindo.

Jéssica já foi conhecida como “bruxa”, pois ela estuda alquimia, e gosta muito de descobrir seus próprios modos de estudar. Ela inventa misturas, como potássio de sódio com carboidratos e mais uma coisa que eu não tenho ideia do que seja, e com isso ela conseguiu uma poderosa pomada.

Ela dá um tapa na minha cabeça.

- Ridículo. – Murmura.

Miranda ri da minha piada sem graça, e Giovanni a Maria estão muito ocupados se beijando para prestar atenção em nós.  Quando chegamos à boate, já comecei a achar ridículo. Primeiro pelo nome. Quem dá o nome de Red Horse para uma boate? Ridículo. E segundo pelo simples fato de dentro daquela suposta “boate” ter apenas um balcão, com bebidas, e o resto ser só uma enorme pista de dança.

Como já era de madrugada, a pista estava repleta de gente suada dançando, se esfregando e bebendo. Nunca gostei disso, mas de repente isso me pareceu acolhedor. Acho que é por que estou de ressaca... Miranda se virou para mim sorrindo. Ela é apaixonada por dança.

- Vem, vamos dançar. – Falou, enquanto me pegava pela mão e me levava ao centro da pista.

Antes mesmo de termos dançado uns dez minutos, o meu celular tocou. Peço licença para a Miranda e me dirijo para o banheiro masculino (pelo menos isso tem), onde tem uns caras só de amassos com garotas. Entro em uma cabine e atendo.

- Alô? – Falo.

- Filho... Desculpa te ligar a essa hora, mas é que... – Minha mãe soluçou. Ela estava chorando. Ótimo. Então noticia boa que não é.  – É que aconteceu algo inesperado. Sua irmã, ela... Ela sofreu um acidente com o marido.

Levo um susto.

- Mas Hellen está bem? – Pergunto.

- Querido... Sua irmã não está bem. Ela nos deixou. – Ela começa a soluçar ainda mais e é incapaz de continuar.