Inimizade Amorosa escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 4
Como eu queria não ter corrido atrás...


Notas iniciais do capítulo

Olá! Como vão? Queria colocar um agradecimento especial a I am a cupcake, que sempre me faz feliz com os reviews que manda... :) E claro, a todos os outros leitores! vocês não existem... Bem desculpe a demora e o cap pequeno, tava sem inspiração.. Bom proveito, Boa Leitura, Beijos!



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Lá estava eu, em um galpão abandonado. Tudo estava escuro e pelo barulho dava para perceber que estava tendo uma tempestade do lado de fora.

– Isa... – sussurrou uma voz próxima a mim fazendo meu corpo todo tremer de medo.

– Quem está aí? – gritei esgoelando.

– Sou eu, meu Amor... – falou novamente. Amor? Mas que amor? Hã? Tentei me mexer, mas percebi que estava amarrada em uma cadeira.

– Me solta! – gritei morrendo de medo. Então, um trovão iluminou um pouco a sala e percebi que a pessoa que se considera “meu amor” estava segurando uma faca na mão. – AAAHHH!! Socorro! Alguém me tira daqui!! – comecei a gritar e a me debater. Então ouvi o som de uma pancada e, logo depois, um corpo caía ao chão.

– Isa! – gritou Daniel acendendo a luz do galpão e correndo ao meu encontro. – Ele te machucou? Ele tentou alguma coisa? O que esse canalha estava fazendo? – ele perguntava enquanto me desamarrava da cadeira.

– Não, eu estou bem... Melhor agora, aqui com você. – falei sorrindo. Espera... Eu falei isso mesmo?

– Estou tão feliz que esse marginal não tocou em você... – disse Daniel terminando de me desamarrar e me abraçando. Percebi que o idiota que tinha me prendido havia sido Carlos. Viu, eu sabia que ele não era uma pessoa normal.

– Mas Isa, eu tenho que lhe contar algo... Sonhos, todo mundo tem o seu, e por mais incrível que pareça... – ele começou a dizer, me despertando uma sensação estranha. – O sonho dos dois é viver eternamente juntos... – espera, eu conheço esses versos... Eu os escrevi! – Pena que esse sonho é impossível... tanto no eternamente, quanto no juntos.

Abri meus olhos assustada. Claro que eu conhecia aqueles versos, eu os havia escrito... Mas por que eles estavam em meu sonho...?

– AAAAHHH!!! Gritei ao perceber que Daniel estava lendo meu diário, em voz alta e, sem querer, me acordou. – O QUÊ VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM MEU DIÁRIO? – gritei de novo me dando conta de que, se ele leu tudo, ou parcialmente, descobriu que gosto dele e isso não é nada bom. Levantei da cama e calcei minhas pantufas. Daniel olhava assustado, como se me acordar não estava em seus planos.

– VOU REPETIR MAIS UMA VEZ, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO COM MEU DIÁRIO? – gritei de novo.

– Na-na-nada... Calma Isa, não é o que você está pensando... – ele gaguejou se levantando.

– Me devolve!! –falei mandona. Todo o susto que eu havia lhe causado

foi substituído por um sorriso sacana.

– Não. – ele disse e começou a correr pela casa.

– DANIEL! Volta aqui!! – gritei saindo atrás dele.

Não, em hipótese alguma ele pode ler aquele diário. Não, ele não pode.

– AAAHHHH! Me devolve! Exclamei correndo pela sala. O encurralei no hall, a única saída era a porta da frente. Sorri vitoriosa.

– Agora me devolve meu diário! Falei estendendo a mão, mas o idiota apenas sorriu.

– Não, algumas coisas escritas aqui são bem curiosas... – ele disse com aquele sorrisinho sacana, fazendo meu corpo gelar. Não, ele não pode ter lido que eu gosto dele. Não, isso seria muito, muito mesmo, ruim.

– Daniel me devolve! Isso é invasão de privacidade! Gritei indo em sua direção para pegar o diário, mas o idiota saiu correndo para rua. Não pensei duas vezes e o segui.

– DEVOLVE!! Gritei enquanto corríamos para a praia.

– Nããão!! Ele respondeu rindo. Acho que o fato dele rir o fez cansar mais rápido, já que eu consegui alcançá-lo e pulei em cima dele o derrubando na areia.

– Me devolve! – exigi tentando pegar o diário enquanto ele ficava trocando de mão em mão. E foi então que reparamos em nossa linda pose. Ele estava caído na areia, e eu por cima tentando pegar o diário, me sujando toda... Mas o pior... Eu ainda estava de pijama. Um pijama com um shorts indecente e pantufas de coelho. Minha cara não devia estar melhor, já que eu havia acabado de acordar e meu cabelo cacheado estava parecendo um ninho de ratos.

– Eu... – Daniel disse envergonhado, já que percebeu que as pessoas estavam olhando. Depois olhou para mim e parou seus olhos no meu lindo traje. Saí de cima dele e taquei areia em seu rosto.

– Será que dá para você me devolver a porcaria do diário?! – questionei alterada, mas não gritei. Não queria chamar atenção mais do que já estávamos chamando, sem contar que a praia estava cheia por conta de hoje ser sexta, recesso, e várias pessoas estavam caminhando, coisa que eu deveria estar fazendo.

– Toma aqui... – ele disse me entregando. Quando íamos nos levantar da areia, uma onda veio e nos molhou inteiramente. Oh, Deus, por que a maré da praia não estava mais baixa, e por que essa praia não tinha mais areia?

– Isa, eu... –Daniel começou a falar, mas o cortei.

– Não fala nada! – disse pondo a mão em frente ao seu rosto.

Voltei correndo para a casa de praia. Além do idiota ter lido meu diário, ele teve a capacidade de não querer me devolver. Saiu correndo para a rua, foi para a praia, me sujou de areia, e ainda me fez levar uma “chuverada” do mar logo de manhã. Ah, e sem contar a vergonha que passei, já que as pessoas repararam que eu estava de pijama e pantufa. Oh, vida cruel, o que fiz

para merecer isso?

– Isa, o que aconteceu...? – perguntou minha mãe me vendo entrar em casa.

– Nada, depois te explico. – respondi indo correndo para o quarto e segurando as lágrimas. Peguei uma troca de roupas e guardei meu diário.

Chegando ao banheiro me tranquei e me despi para o banho. Até onde será que ele leu...? Será que ele descobriu que eu o amo...? Será que ele acha que eu sou uma louca que fica tendo recordações dele e minha, quando crianças...? Será que ele vai me odiar mais agora...?

Será... Será... São muitos serás para uma cabeça só!

Entrei debaixo do chuveiro e deixei algumas lágrimas escaparem... O que seria da minha vida agora, sem ter as brigas diárias com ele? O meu único modo de conversar é assim... E se ele ficar me zoando por gostar dele? AAAHHH! Chega Isabela, dá um tempo pra você mesma! – me ordenei em pensamento. Terminei o banho, coloquei o biquíni, um shorts e uma regata, já que com o sol, nós provavelmente vamos à praia.

Saí do banheiro e dei de cara com Daniel. Ele tinha um olhar culpado e coçava a nuca como quem dizia que estava arrependido, mas antes que ele pudesse falar alguma coisa, eu o ignorei e fui para a sala.

– O que foi aquilo Isabela? – minha mãe perguntou brava. Ótimo, agora minha mãe está brava comigo por culpa do Daniel.

– É que o Daniel tinha pegado... – comecei a falar, mas minha mãe me cortou.

– Já estou cansada dessas suas briguinhas diárias com Daniel! Você acordou a casa inteira berrando, e ainda por cima saiu só de pijama na rua! – minha mãe falou brava.

– Mas é que o Daniel... – tentei me justificar, mas ela me cortou de novo.

O Daniel isso... O Daniel aquilo... Pare de culpar o Daniel por tudo! A sua sorte é que seu pai estava na padaria e não viu o barraco desnecessário que você fez. Agora vá já para a cozinha e faça o café antes que eu decida que você fique de castigo aqui e não vá à praia! – ela gritou e eu como sou uma boa filha obediente (até parece) fui para a cozinha.

Enquanto colocava a água do café para ferver, comecei a chorar. Tá, eu sei que isso de chorar é desnecessário, mas puxa, além de passar vergonha logo de manhã e levar uma bronca, talvez Daniel saiba que eu gosto dele, e isso é tenebroso.

Terminei o café e logo em seguida meu pai entrou conversando animadamente com Hélio e os pães. Não, ele não conversava com o pão, ele só estava com o pão. Arrumei a mesa do café e subi para meu quarto. Infelizmente Tomás estava lá e viu que eu chorava.

– Uai, o que aconteceu Isa? – perguntou meu irmãozinho.

– Nada demais Tomás, nada demais. – eu disse limpando as lágrimas

do rosto.

– Hã... Sua mãe está chamando para tomar café. – disse Daniel entrando no quarto, interrompendo meu momento de "irmão para irmão".

– Oba! Estou com fome. – falou Tomás rindo e saindo do quarto.

– Posso falar com você? – Daniel me perguntou cauteloso. Olhei com raiva para ele, mas não respondi nada, esperando ele continuar.

– Eu não li realmente seu diário... Só estava arrumando minhas coisas, e ele caiu da escrivaninha sem querer. Então eu abri ele no espaço reservado para os poemas, mas só li dois, mais nada... Eu sinto muito pela bronca que você levou por minha culpa, eu não queria que nada disso acontecesse... – ele falou olhando para a parede, mexendo o cabelo desconfortável.

– Tudo bem, você não queria, mas aconteceu. O que você estava pensando quando saiu na rua com meu diário? – perguntei alterada.

– Eu... Só estava fazendo graça. Não achei que você fosse para a rua atrás de mim... Me desculpe. – ele disse me olhando com aqueles olhos azuis de matar, que parecem ser de um cãozinho que caiu da mudança. Tem como ficar brava com alguém assim? Tem. Como? Prática de anos. E como meu orgulho estava ferido, eu me limitei a assentir e sair do quarto sem dizer uma palavra.

Quando cheguei à mesa do café, estava um silêncio terrível, a não ser Tomás que não parava de falar de futebol.

– Bom dia .– saudou-me Dona Aurora.

– Bom dia. – respondi com um sorriso amarelo.

Logo depois que todos nós já tínhamos comido e nos arrumado, fomos para a praia. Como já eram 9h30 eu acabei deixando para passear com Mona mais tarde e levei meu livro “Ficar e morrer ou fugir e amar” para ler enquanto tomava sol.

Quando chegamos lá, Daniel se sentou ao meu lado e começou a ler o mesmo livro, só que o dele. Isso me irritou um pouco. O que deu nele de começar a me imitar?

– E aí, o que está achando do livro? – ele perguntou me tirando a concentração bem na parte em que Juniper, a mocinha, estava preste a atirar em um vilão do mal que havia raptado um importante diamante da Rússia. E o mocinho, Sebastian, tentava roubar o diamante no meio de toda a bagunça.

– Legal. – respondi indiferente voltando a prestar atenção no livro.

– Em que parte você está? – perguntou-me novamente.

– Quando eles se conhecem. – respondi.

– Ah... Essa parte é massa. – ele continuou puxando assunto. E seria mais massa ainda se você calasse o bico e me deixasse ler.– pensei.

– Você ainda está brava comigo, não está? – ele perguntou novamente.

– Tá, o que você quer saber? Te conheço, qual é a sua dúvida? – perguntei percebendo que ele estava curioso para saber alguma coisa, mas estava vendo a maneira mais fácil de chegar até a pergunta.

– Eu? Não, eu só queria saber se você ainda está brava... – ele falou na inocência.

– Desembucha, porque agora eu estou curiosa. – falei me virando para ver sua expressão. Ai, que vista... Por que ele estava assim, sem camisa? Tudo bem, estamos na praia, mas mesmo assim, sabia que uma mulher pode se desconcentrar olhando para ele e causar um acidente? (Meu Deus, como eu sou tonta!)

– Para quem eram os poemas? – ele perguntou olhando para a areia. Senti minhas bochechas corarem.

– Quais você leu? – perguntei.

– Só dois, depois você acordou. O dos sonhos e Ele e Ela, algo do tipo. – ele explicou.

– Para ninguém, fiz por fazer. – menti.

– Não parecia que era para ninguém, para mim era para algum garoto que não corresponde seu amor... – ele disse me contrariando. Droga, mas será que ele sabe a verdade??

– Ah, certo. E quem seria o cara que não corresponde ao meu amor? – perguntei sarcástica, para não dar na cara que era mentira.

– Bem... Eu. – Daniel respondeu olhando para o mar. E antes que eu pudesse falar algo, uma cabeleira loira mais conhecida como Carlos: o maníaco, entrou na minha frente. Não sei se eu fiquei mais apavorada com o fato de Daniel ter acertado que eu gostava dele, ou foi eu ter lembrado do meu sonho, em que Carlos queria me matar, só sei que eu dei um pequeno grito, assustando os dois.



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Notas finais do capítulo

E aí? o que acharam?? To curiosa pra saber.. Beijos!Ps: Na minha outra fanfic eu ainda não postei, porque preciso de inspiração, a qual está em falta.. kkkk