Inimizade Amorosa escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 24
Enfim recebo alta.


Notas iniciais do capítulo

Heey people! Como vão? Fiquei tão feliz com os reviews do cap passado!! Muito obrigada, nem tenho palavras em como agradecer vocês... Pra escrever esse cap, eu já ia fazer que era o último, o epilogo, mas dai decidi que terá mais um cap... Então espero que aprovem! kkkk Muito obrigada por ler! E BOA LEITURA!!



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– Bom dia! –saudou-me minha mãe. Abri os olhos lentamente e pude ver a luz do dia entrando no quarto. Já haviam se passado vinte dias desde que eu recebera visitas, quase completando um mês que eu estava no hospital, e aquilo já estava me cansando. Nesse meio tempo recebi visitas dia sim, dia não, já que meu cérebro não se mostrou muito forte com muitas lembranças em jogo... Mas nesses dias em que recebi visitas, sempre via minha família e meus amigos, pois eles sempre arranjavam um tempo para mim. A matéria da escola tinha que ser passada por Bianca e Daniel nos dias de visitas, pois logo que perdi a memória foi quando começou a semana de provas, as quais não fiz por estar aqui no hospital. Minha mãe me disse para não me preocupar muito com isso, já que eu posso repor as aulas depois, ou senão fazer uma prova mais extensa ou algo do tipo, então estou mais relaxada. Recebi também meu diário nesse meio tempo, e quase espanquei Daniel por mentir pra mim. Sei que eu já tinha suspeita de ele estar mentindo sobre namorarmos, mas a forma como eu o descrevia, a forma como eu sofria por ele, segundo meu diário, me deixaram pasma. Tinha até uma parte do diário que era reservada para poemas dedicados a ele. Tinha um que achei lindo, e até me lembrei do dia em que eu o escrevi, foi em um dia que ele foi gentil comigo na escola quando me machuquei na escadaria. Naquele dia vi um lado diferente dele. O poema era assim:

A Arte de te amar...

Não entendo porque você tem esse efeito sobre mim.

Não entendo porque você me esnoba dessa maneira.

Não entendo o que se passa em sua cabeça.

Só sei que esse vai e vem, essa arte de te amar e odiar ao mesmo tempo vem mexendo comigo de uma maneira nada legal.

Te amo, mas como demonstrar...?

Te odeio, mas como esconder...?

E assim seguimos, sem nos entender, quando na verdade, o que eu mais queria era lhe ter.

– Aqui está seu café! –disse a enfermeira Luana entrando em meu quarto. Ela tinha 28 anos e era a enfermeira mais legal que tinha cuidado de mim. Também é linda, possuí lindos e longos cabelos loiros que eram sempre prendidos em um rabo de cavalo, e os olhos tinham um verde esmeralda maravilhoso.

– Obrigada. –agradeci e peguei a bandeja. Agora eu já não estava com todos aqueles fios ligados em mim, o que era um alívio.

– Como está se sentindo? –perguntou.

– Muito bem. –respondi. – Não vejo a hora de poder sair daqui... –falei e depois reparei no que disse. – Digo, porque quero voltar a minha antiga rotina, e etc., não que eu não esteja sendo tratada bem, só que... –comecei a explicar desastrosamente, mas ela me interrompeu rindo.

– Tudo bem, eu sei que é difícil gostar de ficar aqui. –ela disse, e eu sorri envergonhada enquanto começava a comer meu pão. Passado um tempo Luana recolheu a bandeja que já estava vazia e saiu do quarto deixando eu e minha mãe sozinhas. Estava complicado para meus pais se revezarem para dormir aqui junto comigo, já que o responsável é autorizado, mas a única coisa que estava mudando na rotina deles era ter que se arrumar aqui no hospital para o trabalho. O que já complica bastante.

– Filha, estou indo para a escola, está bem? –perguntou minha mãe me dando um beijo na testa. – Mais tarde trago Tomás para lhe ver. –terminou de falar e sorriu.

– O.K. –respondi sorrindo. Liguei a televisão e ainda passava o jornal da manhã. Reparei que a reportagem que estava sendo mostrada era sobre a prisão de dois ladrões que foram presos em flagrante, e me lembrei de uma coisa que aconteceu anteontem. Já eram seis horas da tarde quando dois policiais entraram em meu quarto afim de me fazer perguntas para o inquérito do meu sequestro. Só que mesmo que eu já tenha me lembrado de várias coisas, isso não inclui nada sobre o sequestro. E eles pareciam saber disso, mas mesmo assim insistiram em me fazer perguntas, as quais não sabia a resposta. Foi terrível porque além deles me informarem que Carlos Eduardo não estava preso, e sim em uma clínica psiquiátrica, eles me fizeram ver uma fotografia do mesmo, e me lembrei de uma cena nada legal, onde ele me ameaçava com uma arma. Isso foi o suficiente para que Luana entrasse junto com Dr. Mauro e os tirassem de lá, já que eles nem deveriam me fazer perguntas enquanto eu estava em tratamento.

Mudei de canal e me deparei com um antigo desenho que como descrevo em meu diário, costumava a assistir, e fique naquele canal até o almoço. Logo depois fui para minha sessão com a psicóloga Márcia Mattos. A sessão era sempre um pouco pesada, mas mesmo assim é ótima a sensação de sair daquela sala com uma informação há mais e ideias colocadas de maneira correta em minha cabeça. Hoje eu viajei um pouco na minha infância, e quando a sessão terminou recebi a melhor notícia do mundo:

– Isabela, tenho uma coisa pra te falar... E é muito importante. –ela disse toda séria, e eu fiquei morrendo de medo de ser uma notícia ruim, que em vez de ter progredido, havia regredido, mas antes que eu falasse algo, ela retirou a mascara séria, e sorriu dizendo:

- Pelo que percebi de seu progresso, hoje você irá receber alta!

– Sério?! –perguntei descrente. – Tipo... Sair do hospital, e voltar pra minha casa? –perguntei meio abobada sorrindo.

– Sim, isso mesmo... –ela respondeu sorrindo entusiasmada com minha alegria. – Mas continuaremos com as sessões... –ela lembrou, mas isso não tirou o sorriso de meu rosto. O que me lembrou que poderei ir ao casamento de Beck, que será depois de amanhã! Essa é a melhor notícia que eu poderia ouvir!

Logo depois da sessão fui para meu quarto arrumar minhas coisas: roupas, chinelos, livros, as fotografias e os vídeos. Quando já tinha acabado de guardar tudo, Luana bate em minha porta com um medicamento que devo tomar agora por conta da perda de memória.

– Fiquei sabendo que recebeu alta! –ela disse sorridente e sorri de volta.

– Sim! Já até arrumei minhas coisas... –comentei rindo. – E ainda dará para eu ir para o casamento daquela minha amiga, Beck, sabe? –perguntei e Luana confirmou.

– Beck é aquela que é irmã do seu namorado, não é? –ela perguntou apenas confirmar e eu assenti.

– Minha mãe já sabe que eu tive alta? –perguntei.

– Não, mas seu pai sim. Mas como ele ainda está no trabalho pediu para que outra pessoa viesse te buscar... –respondeu.

– Quem? –perguntei curiosa.

– Surpresa... –ela disse e riu depois pela careta que fiz. – Brincadeira, é que eu não sei mesmo, ele só disse que mandaria outra pessoa, mas não sei quem é. –respondeu dando de ombros. Suspirei e ri.

– Olá! –disse Dr. Mauro entrando em meu quarto. – Como está Isabela? –perguntou.

– Muito bem. –respondi. – Não vejo a hora de ir pra casa... –comentei.

– Sim, imagino. Vim aqui avisar que estão chamando você no setor 9. –disse Dr. Mauro se dirigindo a Luana. – E me despedir da Isa, já que uma senhora já veio buscá-la e está esperando lá embaixo na recepção. –completou.

– Já? –perguntei contente. Levantei-me da cama e dei um forte abraço em Luana.

– Foi um prazer te conhecer. –falei. – Muito obrigada por cuidar de mim esse tempo todo... –eu disse ainda abraçando-a. Em resposta ela sorriu e saiu apressada para a ala 9.

– Muito obrigada por aguentar meu geniozinho... –comentei enquanto abraçava Dr. Mauro e este riu.

– Só não faça mais nada tão perigoso, está bem? –ele perguntou depois que eu já havia me soltado de seu abraço. Sorri e peguei minhas coisas, que se resumiam em duas bolsas lotadas. Logo depois dei um rápido tchau para ele e fui até o elevador, que me levou ao térreo, onde me deparei com Cecília e Daniel me esperando. Sorri e fui correndo abraçá-los.

– Oi! –falei os abraçando, quer dizer, abracei Cecília, já Daniel além de abraçar dei um rápido selinho, mas que mesmo rápido e pequeno fez meu coração palpitar e meu estomago das voltas em meu corpo.

– Como está se sentindo? –perguntou Cecília.

– Muito bem, e vocês? –perguntei sorrindo.

– Bem também. –Daniel respondeu e sorriu. Mesmo estando já tão próxima dele, ainda sinto um rubor em minhas bochechas toda vez que me pego pensando em quanto ele é bonito.

– Vamos? Não vejo a hora de visitar minha casa! –comentei e ri.

– Sim, claro. –disse Cecília. Daniel pegou uma de minhas bolsas para me ajudar, e nos dirigimos a saída.

Após passarmos pela porta de vidro, e irmos para o caro, me virei na direção do hospital e murmurei um “tchau” bem baixinho para ninguém ouvir. Não via a hora de ir para minha casa e ver cada detalhe, foto ou lembrança que poderia vir. Quem sabe o que o futuro pode nos proporcionar? Eu pelo menos nada sei.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?? O poema ficou legal? kkk por favor, comentem... kkk Obrigada por ler! Beijos!