Inimizade Amorosa escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 10
O.K. Será que isso é real?


Notas iniciais do capítulo

Oláá! Como vão? Estou tão feliz pelos seus reviews! Não foi de todo mundo, mas mesmo assim, amei-os! Então, muitíssimo obrigada a quem comentou! e a você, leitor fantasma, obrigada também, por pelo menos ler! Enfim, queria oferecer esse cap à Thais Cristina que favoritou, Muito obrigada linda!! Muito bem, sem mais enrolações, aqui está outro cap, Boa leitura!!



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Acordei com minha mãe falando que já estava na hora de começarmos a viagem de volta para casa. Levantei, coloquei uma roupa soltinha, para não ficar irritada no carro, e acabei de arrumar minhas coisas. Depois de dez minutos eu já estava pronta e fui tomar café. Chegando à cozinha encontrei Daniel sentado com cara de sono (uma cara bem engraçada por sinal).

- Bom dia. –eu disse enquanto começava a me servir. Ele só assentiu com a cabeça e ficou tomando seu café preto e forte. Ri da cena e comecei a comer. Depois de alguns minutos terminei e comecei a arrumar a mesa do café. Algumas coisas íamos deixar no apartamento, outras, levaríamos conosco.

Depois de vinte minutos todos já estávamos prontos para começarmos a viagem de volta. Tomás, que mal acordou, apenas tinha se trocado e já foi ao carro, deitou e dormiu. Minha mãe também aproveitou para dormir, meu pai e Daniel ficaram acordados (acho que Daniel tomou café além da conta), enquanto eu me deitei e tentei dormir. E claro que não consegui, sou meio fresca em relação a dormir no carro. Só durmo se estiver extremamente cansada. E não estava assim tão cansada na hora.

Acabou que desisti de dormir e peguei meu diário.

- Vai escrever novamente para o fantasma? –Daniel zoou-me.

- Sim... Ou não. Não sei, vou escrever o que vier na telha. –respondi tentando pensar em algum assunto para o qual escrever. – E você, ta fazendo o quê? –perguntei. Ele tirou o fone e colocou na minha orelha para eu ouvir. Tocava “Me adora” da Pitty.

“Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir

Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora” ...

- Bem sua cara esse trecho, né? –ele disse sorrindo igual a um idiota. Devolvi o fone à ele e mostrei a língua. Não ia falar um “não” porque era bem a verdade... Droga.

Virei para a janela e comecei a escrever. Infelizmente, ou felizmente, o texto foi voltado para ele novamente.

“Sentimento. Essa palavra nunca foi tão significativa para mim, até você chegar. Fez-me ver a beleza e o horror do mundo. Ensinou que nem sempre tudo é um mar de rosas. Sempre que eu vagava meus pensamentos para: Como deveria me sentir, senão infeliz? Mostrava-me que sim, eu era, e podia ser ainda mais feliz. Ao seu lado. Mas como fazer isto sem me machucar? Ou me entregar de mais? Sem nem ao menos sentir dor? Sei que é impossível, mas mesmo assim, queria muito que meu coração parasse de doer a cada contato que fazemos, que meu cérebro não pensasse mil e uma besteiras, que eu não me afetasse por dentro... Mas é impossível. Nosso amor é impossível. O que sinto por você nem deveria existir... Mas ai eu pergunto, você deixaria esse sentimento que, ao mesmo tempo que me traz felicidade, traz a dor, ir embora...? Evaporar? Fingir que nunca existiu...? É, eu acho que não. Porque por mais que você me “ame” gosta de ver-me sofrer, e se não é bem assim, é o que parece.”

Beleza, de romântico o texto passou para depressivo. Ai, não sirvo pra escrever! –pensei com raiva. Fechei o diário e quando ia guardar, Daniel me atrapalha perguntando se poderia ler.

- Acho melhor não. –respondi guardando o diário.

- E porque não? –ele perguntou todo mandão.

- Porque não quero lhe mostrar? Serve? –falei com uma pontinha de raiva na voz. - Fui eu quem escreveu, e se eu não quiser que você não leia, você não lê. –falei replicando a cara de mandão dele.

- Ui, ta bom... –ele disse levantando as mãos para cima. Olhei para a cara dele para ver se ele estava bravo ou magoado pelo modo que agi (idiota, eu sei) mas em vez disso ele começou a rir.

- Qual o motivo da risada? –perguntei.

-Sua cara... Primeiro você fica toda mandona e depois preocupada... –ele disse e eu revirei os olhos.

- Isso é verdade, Quando a Isabela era mais nova, era muito bipolar. Se a deixássemos sozinha com os brinquedos ela chorava, mas então era só fingir que íamos brincar com ela, que ela abria um berreiro ainda maior. Depois ela pegava o brinquedo e saia correndo e rindo pela casa. –meu pai disse entrando na conversa. Corei furiosamente. Tinha esquecido que meu pai estava ouvindo, e outra, desde quando os pais ficam contando esse tipo de história constrangedora dos filhos para as outras pessoas? Se bem que isso quase sempre acontece...

- Em minha defesa, eu achava que vocês iam roubar minha boneca, então eu chorava mais ainda... –falei cruzando os braços enquanto meu pai e Daniel riam quase que igual a um pinguim.

- Lembro de uma vez que estávamos brincando de “Polícia e Ladrão” E a Isa era o ladrão, em vez de sair correndo pelo quintal para fugir, se jogou na piscina, que estava sem água... –Daniel disse ainda rindo. Meu pai riu um pouco mais e disse:

- Me lembro bem disso, ela acabou quebrando o braço, e ficou bem caro a cirurgia... –meu pai comentou como se eu não estivesse ouvindo. Aliás, os dois fingiam que eu não estava presente. – E depois me fez comprar um gesso cor de rosa...

- Ah, eu tinha oito anos, me deem um desconto... –falei me defendendo, mas eles fingiram que nem ouviram.

- Aí quando ela foi pra escola com o gesso, todo mundo quis assinar... Teve até um dos meninos que colocou um “Eu te amo”, não é Isa? –Daniel falou me provocando. Espera... Como ele sabia disso?! E como ele ousa falar isso na frente do meu pai?!

- Isso é verdade Isabela? –meu pai perguntou fingindo estar bravo.

- Hum... É... Mas devia ser alguém me zoando, já que eu nunca descobri que tinha escrito... –dei de ombros- E como você sabia, Sr.Daniel? –perguntei levantando uma sobrancelha.

- Porque... Foi um amigo meu que tinha escrito... Sabe o Carlos Eduardo que estudou com a gente até a quinta série? Então, foi ele... Se me lembro bem. –disse Daniel corando um pouco por ter entregado o amigo, acho. Carlos Eduardo... Carlos Eduardo... Não me lembro de nenhum Carlos Eduardo (credo, o nome Carlos me persegue).

- Que Carlos Eduardo? –perguntei.

- Ah... Aquele lá que era moreninho e de cabelo castanho. Ele foi uma vez na minha casa quando você estava lá... –Daniel disse, mas mesmo assim não me lembrei dele.

- Foi um que derrubou a Isa do escorregador da escola...? –meu pai perguntou. Como se ele fosse lembrar.

- Isso, esse mesmo! –Daniel disse. Am?

- Me lembro dele porque no dia em que ele empurrou a Isa, ela estava com um vestido novo, e a mãe dela fez um escândalo que durou duas semanas. –meu pai explicou.

- Ahhh... Aquele Carlos Eduardo... –eu disse finalmente me lembrando. Carlos Eduardo era um menino que nunca, repito, N-U-N-C-A foi com a minha cara. Sempre me machucava, ou me zoava, bem parecido com o Daniel nesse aspecto. Só que no físico não tinha nada a ver. Era um moreno de olhos castanhos claro com um cabelo tigelinha castanho escuro. – Ele gostava de mim...? –perguntei estranhando.

- Sim, mas era só porque eu também... Quer dizer, só porque eu gostava de te atazanar. Ele adorava me imitar. –disse Daniel. Impressão minha ou ele ia dizer “só porque eu também gostava de você”... ?

- Daniel, você gostava de mim quando era pequeno...? –eu perguntei e comecei a rir. Eu não estava rindo por achar graça, e sim porque o impossível aconteceu quando éramos pequenos. Ele gostava verdadeiramente de mim. Quer dizer, essa é minha hipótese.

- É, né... –Daniel disse todo corado. Ai que vontade de apertar as bochechas dele! Hum... Quer dizer, que fofo que ele fica corado.

- Bem, to cansado, vou dormir um pouco. –disse Daniel fingindo um bocejo, e se virando para meu lado oposto.

- Calma, Daniel. Não precisa ficar com vergonha... –meu pai zoou. Que divertido, meu pai podia fazer mais vezes isso , né? Daniel apenas deu um sorrisinho envergonhado, e fechou os olhos. Aproveitei para fazer o mesmo.

Só acordei quando fizemos a parada em Ponta-Grossa para almoçar. Enrolamos um pouco no restaurante, e depois seguimos viagem novamente. Foi até calmo no carro, já que estávamos todos de barriga cheia e corpos relaxados. Teve alguns assuntos que conversamos, mas nenhum muito interessante. Aproveitei para mandar mensagens, já que a torre estava ótima. Eu sei, estranho na estrada o sinal estar bom, mas estava. Comentei para Bianca que quase tinha beijado Daniel e ela quase teve um ataque. Acabei falando que eu gostava dele, mas só um pouquinho (o que é mentira, porque eu gosto um “pocão” dele) e que aquilo tinha mexido comigo de uma maneira ruim e boa ao mesmo tempo. Ela apenas riu de mim. Legal ela não é? Mas eu preferi assim. Quando nos víssemos na escola, amanhã, eu contava a história direito, e tenho certeza que ela me dará um conselho melhor do que apenas rir.

Quando já eram umas seis horas da tarde, estava ficando insuportável ficar dentro do carro.

- Pai, vamos fazer uma parada? –pedi. Acabamos parando em um restaurante e lanchonete chamada Holandesa. Comemos um café da tarde, fomos ao banheiro e voltamos para o carro.

A viagem da Holandesa até Londrina não foi muito longa, acho que foi em média apenas uns quarenta minutos.

- Enfim, em casa! –minha mãe exclamou saindo do carro. Desci e fui até o porta mala pegar minhas coisas. Daniel se ofereceu para pegar Mona, e então entramos juntos no prédio em que eu morava. Dentro do elevador, ele ficou me encarando enquanto segurava Mona, e aquilo me irritou um pouco.

Depois que minha mãe abriu a porta do apartamento, levei minhas coisas para meu quarto, e quando voltei à sala, deparei com Daniel parado me olhando fixamente com uma cara inexpressiva.

- Ta tudo bem? Aconteceu alguma coisa? –perguntei preocupada. –Daniel? –chamei sua atenção, que antes pairava em meu rosto, mas parecia não dar a mínima no que eu falava. – Dani? –perguntei me aproximando dele. Ele ficou parado me analisando, e aquilo começou a me irritar. Não sei se já disse, mas odeio que fiquem me olhando, principalmente quando quem está olhando é dono de olhos azuis eletrizantes, como Daniel. – Daniel, o quê houve? –perguntei me aproximando mais um pouco. E o que ele fez em seguida me surpreendeu profundamente. Ele... Me beijou. O.k, será que isso é real?







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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? Enfim aconteceu o Beijo... kkkk Porfa, me falem o que acharam nos reviews... Bom, obrigada por ler! Beijos!! :)

Ps: S pra avisar, minha outra fanfic, Em busca de um amor perdido, foi desativada...