POV Charlie

Fiquei sentando na lanchonete e Carlisle apareceu pra me fazer companhia, o hospital estava sossegado e logo acabaria nosso plantão.

Jogamos conversa fora sobre os nossos anos vagando por ai, quando Bella entrou correndo se jogando nos meus braços.

–o que ouve meu anjo?

Não disse nada, apenas me abraçou.

–o que fizeram com você meu anjo? Quem te deixou assim?

–vou deixá-los sozinho.

Esperou Carlisle se afastar pra me encarar, se ajoelhou na minha frente deitando a cabeça no meu colo como fazia quando éramos humanos e ela pequena, alisei seu cabelo tentando tranquilizá-la.

–conte-me meu anjo, o que houve? O que te deixou assim?

–não quero falar sobre isso... Não agora. Só me acalente.

Não sei o que aconteceu, mas eu amaldiçoo quem fez isso com ela. Nunca a vi tão triste e frágil, sempre foi agitada e segura, talvez Forks não esteja lhe fazendo bem como achou que faria.

–obrigada – sussurrou depois de horas em silêncio.

Ficou de pé olhando no fundo dos meus olhos.

–não quer me contar o que aconteceu?

Negou beijando meu rosto e se afastando lentamente.

POV Edward

Passei o resto do dia andando de carro sem ter mais nada de útil pra fazer até que o carro da Bella passou a milhão, fiz o retorno e a segui sem me importar com os radares que passamos sem diminuir a velocidade.

–aonde você vai Bella?

Acelerou mais fundo me deixando pra trás, já tínhamos passado dos limites de Forks e estávamos na autoestrada.

–volte, estou apenas pensando... Deixe-me pensar, por favor.

Não obedeci a seguindo em silêncio, não diminuímos a velocidade e estou tão colado na sua traseira que se freasse nós iríamos bater feio.

POV Renée

Esperei aflita o retorno de Charlie, depois que a Bella saiu sem avisar pra onde ia fiquei me corroendo de arrependimento, não podemos lhe enganar desse jeito, não temos esse direito. Não com ela, nossa filha que por tantos problemas já passou pra ter mudado tanto, não tenho o direito de estragar a sua felicidade, mas como contar que estamos trabalhando pras pessoas que mais odeia? Como dizer que o rapaz que está gostando está na nossa lista de possíveis mortos?

Não tenho coragem de lhe contar, ela jamais nos perdoaria por isso.

–que bom que chegou! Estou aflita aqui, Bella saiu transtornada...

–esteve no hospital.

–você falou com ela? Como está? Ela veio com você?

–não... Pensei que já estivesse em casa.

–vocês conversaram?

–não, ela apenas deitou a cabeça no meu colo e ficamos assim por um bom tempo, mas não quis conversar... Apenas me beijou e se foi.

–é minha culpa Charlie, é tudo minha culpa.

Sentei no sofá corroída de arrependimentos.

–o que ouve? Vocês brigaram?

Ajoelhou na minha frente, preocupado tirou minhas mãos do meu rosto e me encarou.

–antes fosse isso... Ela está tendo um relacionamento com o Edward.

–oh não...

Sua cara se tornou tão culpada quando a minha, ficamos em silêncio sem saber o que falarmos.

–como?

–comecei a suspeitar quando Esme disse que seria lindo se nossas famílias se juntassem em um casamento e quando percebeu que eu não sei de nada ficou em silêncio, fui à cidade e ouvi murmúrios em relação aos dois na escola, até cheguei a dizer a ela que você também ficou sabendo.

–e ela confirmou?

–sim... E com pesares a proibi de sair com ele...

–mas Bella não aceitaria, é rebelde e sabemos disso.

–foi ai que cometi o meu segundo maior arrependimento, falei pra ela os perigos que ele poderia estar correndo ficando ao lado dela, que os Cullen's iriam ficar arrasados caso uma desgraça venha acontecer com Edward, se ela não pensou nele ou na Alice quando decidiu se aproximar deles... Oh Charlie, nós destruímos a nossa filha – joguei-me nos seus braços que me abraçou rapidamente. – Nós seremos sua ruína, quando ela finalmente se reergueu nós iremos derrubá-la de volta pro buraco, não estamos salvando-a, estamos matando-a ao proibir sua felicidade.

–eu sei... Não a nada que possamos fazer?

–contar pra ela?

–contar nunca foi uma opção, nós a perderíamos se revelássemos nosso propósito aqui.

–o que faremos? Não quero vê-la sofrer.

–não sei, só sei que devemos conversar com os Volturi.

–o que acha de irmos pra lá? O tanto de serviços que já prestamos pra eles, talvez eles deixem os Cullen's em paz.

–vou ligar pro hospital agora mesmo, iremos pra lá o quanto antes e depois iremos passar na Zafrina pra Bella não desconfiar.

–tudo bem, irei ligar e conseguir as passagens enquanto faço as malas, quanto antes partirmos melhor.

–deixarei um bilhete pra Bella na geladeira.

POV Edward

Segui Bella sem dizer mais nada, olhei preocupado meu celular e ainda bem que não ligaram me procurando. Por fim Bella diminuiu a velocidade até parar no acostamento, permaneci no carro lhe dando tempo pra fazer o que tivesse que fazer.

Fechou os olhos encosta-se ao banco e suspirou.

–se sua família fosse contra o nosso namoro o que você faria?

No começo não sabia se falava consigo mesma ou comigo, mas tive a certeza quando abriu os olhos me olhando pelo retrovisor para depois fechá-lo.

–se as pessoas que você ama e considera sua família, não te apoiasse na sua felicidade, se é que você é feliz comigo, o que faria?

–bom... Se eles me amam de verdade, irão me apoiar porque a minha felicidade está sendo você.

–mas e se você representasse perigo pra mim? Você iria continuar comigo mesmo sabendo que eu posso morrer?

–se o seu medo é esse, saiba que eu não temo por isso... Amo você e posso me defender sozinho. Se seus pais não aprovarem, fuja comigo e nos casaremos.

Sorriu fracamente ainda sem abrir os olhos.

–vamos voltar – pediu ligando o carro.

No caminho todo fiquei atento a sua expressão, e aparentemente tudo estava de boa como antes.

Ela me acompanhou até em casa dizendo que queria ir pra dela sozinha pra pensar.

–ainda bem que vocês chegaram! – exclamou Esme.

Todos estavam na escada nos olhando curiosos.

–o que ouve? – perguntou Bella confusa.

Li na mente de todos que seus pais tinham saído da cidade às pressas e antes que todos dissessem algo ela leu seus pensamentos.

–como assim eles viajaram?

Saiu do carro parando na frente do Carlisle confusa.

–pra onde eles foram?

–não sei, só sei que pediu alguns dias no hospital.

Antes mesmo que alguém disse algo saiu correndo.

–onde vocês estavam? – perguntou Rose antes que todos.

–nós fomos dar um volta.

–Edward, Edward...

–eu sei Esme, não se preocupe comigo.

Entrei sendo seguidos por eles.

–não seria melhor ver como Bella está? – perguntou Alice preocupada.

–vai vê-la Edward, pareceu preocupada quando saiu daqui – pediu Esme.

Fui com seu carro enquanto Jasper guardava o meu na garagem, não demorou muito pra chegar.

–Bella? – chamei entrando na sala.

–estou aqui em cima.

Subi indo pro quarto onde se encontrava que não era o seu. Estava revirando o closet procurando algo desesperadamente sem fazer bagunça.

–o que procura?

–uma pista do porque da viajem deles tão repentinamente, mas não tem nada aqui!

Bloqueei seu caminho segurando seus braços para acalmá-la.

–sabe pra onde eles foram?

–deixaram um bilhete dizendo que iam pro Brasil, parece que nossos amigos por lá precisam de ajuda – respondeu mais calma.

–e por que você está assim?

–não sei...

Abracei-lhe e custou um pouco para seus braços me rodearem apertando minha cintura.

–obrigada – sussurrou encostando seu rosto no meu peito.

–só não fique mais assim.

Ficamos algum tempo abraçados até que fomos pro seu quarto, deitei na cama ao seu lado alisando seu rosto.

–te amo Bella – sussurrei beijando sua orelha.

Fiquei mordendo de leve sua orelha e distribuindo beijos no seu pescoço.

–eu te amo Edward... Eu te amo.

Parei com tudo e ela abaixou os olhos constrangida por estar demonstrando sentimentos.

–repita, por favor.

–ah não.

–não se envergonhe disso, diga de novo.

–eu te amo seu bobinho.

Passou os braços envoltos do meu pescoço e sorriu beijando-me delicadamente nos lábios.

–te amo tanto que não posso suportar isso.

–você não imagina o quanto estou feliz por saber que você me ama, sou hoje o homem e vampiro mais feliz do mundo!

Levantei da cama abrindo suas janelas sem me importar com a garoa, coloquei o rosto pra fora e sorri me preparando pra gritar:

–ELA ME AMA! ISABELLA ME AMA!

Gargalhou levantando da cama e chamou-me com o dedo de um jeito alucinante, fechei a janela e em segundos estávamos nos beijando apaixonadamente.