What If I Died Tomorrow? escrita por CarolynNinne


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bem, depois de algum tempo afastada do Nyah e das minhas queridíssimas fics sobre bandas (Black Veil Brides, My Chemical Romance e The Pretty Reckless) entrei aqui ontem e vi que o Nyah estava com muito bom ar. E então pensei: "Bora criar uma fic nova!". E, vá-se lá saber como, reparei que tinha havido uma atualização sobre o que se pode ou não postar, e descobri que não podia criar mais nenhuma fic sobre bandas. Claro, isso não me vai impedir de escrever mais, mas vai ser meio estranho.
Mas, o que eu acho que importa, é que eu voltei. E com uma fic ORIGINAL para vocês.
Então, espero que gostem e que deixem reviews!



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Havia algo de errado naquela manhã. Acordei a pensar nisso. Os meus sonhos são sempre a mesma coisa. São obscuros e eu não me lembro deles pela manhã quando acordo, mas fico sempre com a sensação de que tudo o que eu sonho é errado! Que nada daquilo é normal!

O céu estava coberto de nuvens cinzentas com ar pesado, e quando abri a janela o cheiro a terra molhada adentrou-se pelas minhas narinas. Ainda faltavam algumas semanas para o tempo da neve, mas eu mal podia esperar para que ela viesse e eu pudesse ficar em casa junto à lareira e enrolada numa manta a ler um dos meus livros preferidos.

A minha casa é uma daquelas em que reina o silêncio. O meu pai chega a casa do trabalho às sete, que é à hora que a minha mãe tem que sair para o Hospital. Ambos trabalham no hospital, mas em departamentos diferentes. A minha mãe é pediatra, e começa a trabalhar mais cedo por causa das mães que trabalham nas fábricas e não têm mais tempo, e o meu pai é enfermeiro. Ele agora faz o turno da noite. Então, agora, a minha casa tornou-se o reino do silêncio. Raros são os dias em que estamos todos juntos, mas para compensar, eles estavam a pensar em ter mais uma criança. Claro, eles pensavam que isso me ia animar, mas não. Eu não queria que uma criancinha vivesse como eu um dia.

As paredes do meu quarto estavam cheias de posters de bandas e com várias estantes recheadas de livros e CD. A minha cama era razoavelmente grande, apesar de eu sempre cair no chão devido ao meu mau dormir. Inspirei fundo o ar gelado daquela manhã e caminhei em direção ao roupeiro. O céu prometia um dia frio e chuvoso, então peguei numa camisola de malha que a minha falecida avó me deu no Natal passado e vesti-a. Peguei numas calças e numas botas. Quando estava vestida olhei-me ao espelho. O meu cabelo tinha uma cor sem vida e brilho, mas estava espetado para cada direção imaginável. Enruguei o meu nariz com a imagem refletida e peguei na máquina de alisar. É um ritual entediante, mas é preciso. Não é que eu odeie os meus caracóis, mas eu nao suporto ver o meu cabelo assim, e odeio penteá-lo.

Vinte minutos depois saí da casa de banho, e já com o eyeliner e o batom roxo, peguei na minha mochila e desci as escadas para o resto chão. O meu pai roncava, então ele não ia ralhar comigo por não comer nada de manhã, "por que o pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia!". Fui ao bengaleiro e tirei o meu chapéu-de-chuva. Ele era roxo e era daqueles pequeninos. Abri a porta e saí à rua. Do céu caiam alguns pingos grossos, mas como não era nada do outro mundo só coloquei o carapuço do meu casaco e caminhei em direção à escola.

Pelo caminho deparei-me com a Frederika. Ele era uma russa muito bonita que tinha vindo morar com os seus pais para cá faz dois anos. Sorri para ela, e ela para mim, mas simplesmente continuei o meu caminho com os fones nos ouvidos e o volume no máximo.

Quando cheguei à escola passei pela entrada onde os meus "colegas" encontravam os seus grupos antes de entrarem, e fui direta para a sala. Pelo caminho reparei que o meu cacifo tinha alguns papéis colados nele, mas como sempre, não liguei. Sempre me disseram que se lhes mostrasse que eles não me incomodavam eles iam parar um dia. Só que não me deram prazo.

O ano passado tive alguns problemas. Acabei no hospital com os dois pulsos cortados e fui enviada para um psiquiatra amigo do meu pai. Depois de duas sessões ele podia dizer que eu tinha uma depressão e que estava num processo de autodestruição complicado.

"Ela vai-se recusar a comer. Ela vai-se cortar. E ela vai tentar o suicídio novamente. E se ela morrer amanhã, não há nada que vocês possam fazer."

Estas palavras vão acompanhar-me para sempre. E se eu morrer mesmo amanhã? O que é que as pessoas podem fazer contra isso? Nós vamos todos morrer um dia, não é como se pudesse-mos evita-lo!

Tocou e eu sentei-me no meu lugar no meio da sala. Não aguentava mais ficar lá atrás. Sempre que me sentava naquela mesma cadeira, não podia evitar que todos aqueles pensamentos voltassem à minha cabeça.

A aula passou normalmente. Tirei alguns apontamentos e respondi a algumas perguntas que a professora colocou à turma. Não sou uma aluna super brilhante, mas não sou de todo má.

Tocou para a saída e a professora sorriu para mim com pena estampada nos seus olhos. Os meus "colegas" pensam que eu sou uma vadia que só quer atenção, e os professores sentem pena de mim. Não sei o que me mete mais raiva dos dois.

Permaneci na sala, já que não tinha ninguém com quem me encontrar nos intervalos. Olhei para as janelas enormes e observei a chuva a cair lentamente, depois com mais força e regularidade, e então, um relâmpago ilumina o céu cinzento.

As minhas cicatrizes queimaram, e fiquei com uma enorme necessidade de as coçar. Mas não podia. Por isso, tirei o livro que estava a ler da mala, coloquei os fones, e viajei para um mundo melhor que este.


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Notas finais do capítulo

Peço desculpa por qualquer erro ortográfico.
Desculpem o capítulo pequeno.
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