LXIII: Mike.

(...)

Um mês já havia se passado desde a constrangedora mensagem que ela remetera ao namorado. Quando estava recuperada do que vira na internet, e analisara com minúcia o texto enviado, arrependera-se de tê-lo mandado. Mesmo não tendo conversado sobre o assunto, a adolescente sabia que aquilo mexera negativamente com Edward. Por quinze dias completos eles não se falavam em sua completude, apenas quando se esbarravam na escola. Mas esse afastamento não era dado em razão à sua resistência em, um dia, fazer sexo oral em seu namorado. Com a proximidade da Ação de Graças e Natal, Renée cobrava a presença da filha para fazer a montagem da árvore de natal e dos presentes que compraria para entregá-los à família do seu amado.

– Eu preciso de um descanso, mamãe – Bella jogou-se no sofá da sala em meio às caixas de presentes.

Renée ao perceber o que a filha havia feito, deixou as sacolas com alimentos em cima da mesa e correu em direção a menina, para puxá-la pelo braço.

– Você irá esmagar os meus enfeites! – censurou-a, recebendo um revirar de olhos como resposta.

– Nós andamos por Port Angeles durante o dia inteiro! – acusou, afastando algumas caixas do sofá para descansar as pernas. – Eu estou cansada.

– Uma menina tão jovem... – Renée balançou a cabeça. – Vá deitar em seu quarto, mas não ouse amassar novamente os meus enfeites!

Ao subir até o seu quarto, Isabella ainda bufava ao jogar-se em cima de sua cama. O tecido macio da seda que cobria o colchão massageou as suas costas. Fechou os olhos, tendo a imagem de Edward passeando por seus pensamentos. Procurando dentro da bolsa que jazia na cadeira de balanço, ela pegou o smartphone em sua mão. Discou uma rápida mensagem.

“Estou com saudades. Tilicum Park em meia-hora?”

A resposta de Edward foi quase automática. Era como se ele estivesse com o celular plantado ao seu lado enquanto a sua mente trabalhava para tomar uma decisão.

“Em meia-hora.”

Bella não pôde conter o aperto em seu peito com a resposta tão frígida dele. Mas também, o que ela esperava ao cortar as esperanças do garoto em conseguir algo mais que apenas singelos beijos? Alice talvez estivesse certa sobre a normalidade que havia em praticar aquele tipo de experiência com o parceiro, se ambos estivessem confortáveis com a situação. Até mesmo conseguira algumas dicas com a amiga que praticamente era experiente em... Não usaria “boquete” como Alice. Felação parecia um termo mais apropriado.

Levantou-se a contragosto da cama e dirigiu-se ao banheiro para desfrutar de uma ducha morna. Vestiu-se com roupas confortáveis – pois o inverno já estava batendo à porta. O Tilicum Park não era o que se podia chamar de parque, mas era o único que a minúscula cidade oferecia.

Ao passar pela sala, Renée interceptou o seu caminho, demandando que ela levasse algumas caixas para o velho Sr. Newton. Tentou recusar, mas mãe estava incisiva. Murmurando palavrões, mudou a sua rota para deixar na casa do velho as caixas solicitadas. Entregou-as de qualquer modo ao seu filho Mike, nem dando espaço para que o jovem rapaz loiro lhe agradecesse pela gentileza. Mike certamente entendera errado a sua visita, acreditando veemente que a jovem Swan finalmente se dera conta dos seus atributos físicos, e as caixas eram apenas uma desculpa para vê-lo.

– Ela e o Cullen provavelmente já terminaram aquele namorico – Newton apertava o maxilar, pensativo. – Eu não os vejo mais juntos... – refletiu, criando uma estratégia para abordar a Swan na escola, na segunda-feira.