LXI — Sinceridade.

(...)

Os tons avermelhados continuavam impregnados à pele de Edward. Houve uma combinação prévia de haver sinceridade naquela conversa, então, mesmo que de algum modo pudesse assustá-la, ele tinha que lhe contar a verdade sobre o modo como ele se sentia em determinados momentos — que ele se via cego pela luxúria quando ela o provocava deliberadamente.

O conhecimento de Isabella sobre o assunto era mínimo; a começar pela criação da garota onde os pais eram reservados quando o assunto era sexo. Charlie ou Renée nunca separaram um momento para sentar-se com a garota e lhe explicar como funcionava o mundo sexual — ou os desejos de um garoto.

Edward, em contrapartida, era auxiliado por Carlisle, que era médico, sobre a sexualidade. Então, mesmo que fosse estrondosamente desconfortável e embaraçosa aquela conversa, eles precisavam a ter.

— Às vezes, Bella. Quando você me provoca, principalmente. Como hoje — ele cerra os olhos em sua direção.

— O que eu fiz? — sua expressão era de espanto.

— Bella... — enquanto dizia isso, Edward arrastou os pés até parar em frente à namorada. Sentou-se ao seu lado, fazendo com que o colchão afundasse com o seu peso. — Primeiro vamos começar do “começo de tudo”. Você se lembra de quando eu comecei a evitá-la?

— Lembro — a sua voz era triste. — Eu me sinto tão mal apenas em lembrar.

Edward tocou o queixo de Isabella com a ponta dos dedos.

— Isso está no passado, anjo — confortou. — Um garoto, Bella, tem certas necessidades que, para uma garota, demora algum tempo a aparecer. O desejo sexual. O quanto você sabe sobre sexo?

— Aquilo que aprendemos na escola.

— Apenas?

— Apenas — confirma. — Eu não fico assistindo filmes proibidos, Edward.

— Certo. O motivo de eu me afastar de você foi porque os meus pensamentos estavam descontrolados. Eu não conseguia vê-la apenas como uma amiga, que eu sabia que era apaixonado. Eu queria mais. Queria beijá-la. Tocá-la. Vê-la nua. Senti-la sob os meus dedos. Eu ficava fantasiando sobre como seria tê-la. Como seria fazer amor com você.

Bella estava com os olhos dilatados pelo choque após a revelação de Edward.

— Você pensava?

— Eu ainda penso — admitiu. — No Halloween ficou complicado de resistir e não tentar avançar nada com você, mas você parecia simplesmente querer me deixar sem cabeça. Eu fiquei completamente irracional ao vê-la naquele vestido decotado que me deixava ver o seu colo e aquelas fodidas meias 7/8. Você tem noção do quão sexy foi vê-la como uma vampira?

— Você... você se toca pensando em... meus seios?

— Em você toda, Bella.

— Eu... eu não sabia — ciciou.

— E eu acredito em sua inocência — segurou-lhe as mãos. — Ou talvez eu que seja um maníaco pervertido.

— Ei! — Bella segurou o rosto do garoto com ambas as mãos, fazendo-o fitá-la nos olhos. — Você não é nenhum pervertido, Edward. Você não tem culpa de eu ser boba o suficiente para não reparar o quanto eu poderia deixá-lo afetado. Eu não sabia que você estava desconfortável. Eu apenas gostava do modo tenso que você ficava quando eu lhe beijava no pescoço ou como as suas mãos me apertavam com mais firmeza ao morder-lhe o lóbulo. Eu realmente não sabia que eu estava lhe deixando excitado.

— E sobre o que aconteceu depois? — ele interrogou. — Eu tocando em seus seios. O que você sentiu?

— A verdade?

— A verdade, Bella. Nós temos que ser sinceros um com o outro. Nós nos conhecemos desde que éramos crianças, você não precisa se envergonhar de mim. Pode me contar tudo, exatamente tudo.

— Eu gostei. Quando suas mãos se aproximaram “deles” a princípio eu fiquei nervosa. Era a primeira vez que aquilo estava acontecendo, principalmente por haver Alice e Jasper bem próximos a nós. Sem contar o fato de que aquele ambiente podia estar cercado por câmeras, lá não era o escritório de um secretário? Mas, quando você me tocou lá eu esqueci os meus medos, meus receios eu apenas queria mais daquela sensação de você estar em contato com a minha pele, e de eu sentir novamente aquele frio na barriga. E quando você me tocou com a boca, eu acho que despencaria ali mesmo. Eu era apenas uma massa de modelar em suas mãos. O frio na barriga continuou, mas eu acho que ele desceu um pouco. Você sabe para... lá.

— E isso é algo que você gostaria de repetir, futuramente? — ele indagou calmo, mas ao mesmo tempo ansioso de ter novamente a boca em contato com o corpo da namorada.

— Eu não me sinto preparada psicologicamente para perder a minha virgindade, Edward. Certo. Eu sou um pouco antiquada; acho que o modo retrógrado de agir é de família — ela ri ao se lembrar de Charlie —, mas... eu queria esperar mais um pouco, entende? Você foi o meu primeiro beijo, o primeiro garoto a tocar em meus seios e eu espero que seja o primeiro e único homem que eu farei amor em minha vida. Só que... o momento não é agora. Eu não me sinto preparada. Eu acho que estou soando confusa, você está conseguindo me entender?

— Não era minha intenção querer forçá-la a algo — começou. — Mas, você precisa colaborar comigo, Bella. Quando você se sentir preparada para esse avanço, eu estarei aqui, esperando-a. Pacientemente. Mas eu também não sou uma rocha. Esse frasco que você encontrou, tem sido o meu “melhor amigo” nos últimos tempos. Hoje, por exemplo, você não tem ideia do quão excitante foi sentir seus lábios em minha pele, mesmo que em apenas um ponto da minha bochecha. Ou então quando eu a vi lambendo os lábios. Eu sou um homem, Bella. Tenho esses instintos animais dos quais eu não obtenho controle.

— Por isso você se masturba?

— Não. Eu me masturbo para me aliviar.

— E... você não precisa de ajuda? Algo como um incentivo?

— Tenha certeza de uma coisa, Bella: sempre que eu me toco, eu estou motivado. Muito bem motivado.