LIX — Óleo.

(...)

O quarto de Edward ficava no último andar da mansão dos Cullen. Naquele corredor tão frequentado por Isabella — quando era uma criança — ela sabia ficar a sala de música que o namorado sempre se dirigia quando queria entreter-se.

Para Bella, Edward estava estranho desde que saíram da cozinha. Os músculos dele estavam tensos e, quando ela insinuava o desejo em querer lhe segurar a mão, ele, estranhamente recuava. Chegaram à frente de uma porta de madeira lisa e o rapaz abriu-a para que a menina entrasse. Bella adentrou e seguiu rapidamente até o centro da cama de Edward. Ele, desfazendo as suas expectativas, continuou parado e prostrado no umbral da porta. Bella não deixou passar despercebido o detalhe de que as bochechas dele estavam coradas.

Edward tossiu para chamar a sua atenção; Bella fitou-o apreensiva, esperando que ele fizesse uma introdução à conversa.

— Bella... — a voz dele estava estranhamente rouca. — Eu preciso... ir ao banheiro — tossiu novamente. — Quero dizer, eu preciso ir à cozinha. Não ao banheiro. Eu confundi algumas coisas. Eu... preciso de um copo com água. Na cozinha. Não no banheiro...

— Eu já entendi — Isabella cortou. Havia um sorriso divertido em seus lábios ao ver o embaraço de Edward. — Vá buscar a sua água.

— Certo — aquiesceu, correndo os dedos pelo cabelo. — Eu não demorarei muito — e assim ele partiu. Fechou a porta, e Bella notou que estava completamente sozinha no quarto do namorado.

Espalhou-se no lençol de cetim azul-marinho, e virou-se ficando de buços aspirando ao odor de Edward impregnado nos travesseiros. Sentiu-se como uma viciada. Mas ela era viciada. Sua droga era Edward.

Enquanto esperava, Bella procurou pelos lençóis algum vestígio de um controle de TV, porque já completava dez minutos que Edward saiu por aquela porta. Ainda deitada, esticou o braço em direção ao criado-mudo. Abriu a primeira gaveta e tateou a extensão da abertura, mas, para a sua surpresa, o que seus dedos encontraram foi algo com a estrutura de um frasco de perfume. Trouxe-o para próximo aos olhos e destampou-o para sentir a fragrância do novo perfume que Edward comprou. Era cheiroso, ela constatou ao pôr o nariz próximo à abertura. Rodou a tampa e derramou uma quantidade em sua palma, após dar-se conta de que não se tratava de um perfume. Mas sim um tipo óleo. Talvez corporal. Ou então gel. O cabelo de Edward era sempre seboso — aquela poderia ser a razão. Porém, arrependeu-se ao ter contato direto com aquela substância. Era algo como óleo de cozinha — tão escorregadio ele era.

— Merda! — a Swan praguejou baixinho. — Que diabo é isso?

Naquele mesmo instante a porta do quarto foi aberta. Edward estava com uma expressão lívida em sua face; porém toda a cor sumiu de sua face ao notar o que a namorada tinha em mãos.

Após ler algo no rótulo do frasco, Isabella pôde, enfim, descobrir o que era aquilo que tinha posse.

— Lubrificante? — estendeu o frasco na direção de Edward. — Pra que serve isso?