LVIII — Sorvete.

(...)

Cof, cof.

Separaram os lábios com a tosse indiscreta de Esme. A mulher com o rosto em formato de coração e cabelos cor de mel de abelha os observava com um sorriso divertido nos lábios.

— Eu não queria atrapalhar, — ela começou as apologias enquanto se dirigia até o refrigerador para buscar um pote de sorvete. — Mas eu acho que preciso disso — apontou para o que tinha em mãos. — É sorvete de banana, vocês querem?

— Hum... eu quero  — Bella pediu. Os ombros tensos de Esme decaíram e ela imediatamente seguiu até o armário para buscar uma tigela para pôr um pouco do sorvete. Estendeu-o à Isabella, que sorriu agradecida.

— Pronto! Agora podem ficar à vontade. Prometo não atrapalhá-los mais — ela brincou enquanto corria para fora da cozinha.

— Sorvete? Você acabou de comer torta! — Bella tocou com os dedos a ruga que se formou na testa do namorado, desfazendo-a.

— Não é para comer... — iniciou.

— Seja sucinta, Bella.

Bella rolou os olhos para a “lerdeza” do namorado. Deslizou o dedo indicador para dentro do sorvete, manchando-o com a sobremesa gelada. Em seguida, dirigiu o dedo em direção à bochecha de Edward, lambuzando-o com o sorvete. Involuntariamente ele se afastou minimamente, assustado com o choque que recebia em seu corpo com a distinção de temperaturas em sua pele — quente e gelado.

— Bella!  — Edward acoimou. Porém, antes que o garoto pudesse levar os dedos ao lugar sujo, a namorada foi mais rápida limpando o sorvete na bochecha de Edward com a ponta da língua. Um xingamento escorregou de seus lábios descerrados, mas Isabella não pôde lhe ouvir.

— Você tem gosto de banana — ela anunciou, lambendo os lábios.

Edward ficou mudo por uma longa quantidade de minutos. Seus olhos estavam anuviados com algo que ela desconhecia. Os verdes eram intensos como uma grama molhada. Os lábios vermelhos e inchados do beijo anterior estavam descerrados. Ele queria lhe dizer algo, porém as palavras certas lhe fugiam à mente.

— Eu acho que está na hora de... — Edward finalmente esboçou uma emoção depois do silêncio perturbador. Coçando a parte de trás da cabeça, ele continuou. — Nós termos aquela conversa — levantou-se, apressando-se em ficar de costas para a namorada para evitar que ela esbarrasse com a proeminência evidente em seu jeans.

Os ombros largos de Edward chamaram a atenção imediata da menina Swan. Ela levantou-se e apoiando-se nas pontas dos pés, apoiou a cabeça na omoplata do garoto.

— Você está certo  — ela aquiesceu. A respiração gelada da menina incidiu diretamente à cerviz de Edward, que não ajudou em nada o seu “estado”.

— Vamos para o meu quarto. Esme pode aparecer aqui a qualquer momento.