Freddie acompanhou os amigos pra um apartamento que Brad tinha mas quase nunca ia, ele e Gibby levaram duas meninas cada um, os dois brincavam de “jenga” com elas, Zander se sentou numa mesa, longe da bagunça e abriu uma revista, Freddie se sentou na janela e olhava pro lado de fora, a voz da irmã pairando sobre sua cabeça.

“Se você não ganhar o coração dela, cometerá o mesmo erro que eu”

Ele não queria cometer o mesmo erro que Molly, não se casaria com qualquer mulher que a mãe o arranjasse.

Tinha seu orgulho masculino, ia arranjar uma mulher com quem passar o resto da vida e faria isso por conta própria, escolheria a mulher certa pra ele, e já tinha escolhido, Sam era a mulher certa que ele queria.

Pegou o celular do bolso e começou a discar o numero do celular que deu a ela no mesmo instante em que Zander se levantava na cadeira em que estava sentado e jogava a revista que lia no chão com raiva.

Todos olharam pra ela que ia em direção da porta quando uma musiquinha começou a tocar.

Freddie tirou o celular da orelha no mesmo instante, encarando Zander incrédulo.

O som da marcha imperial saia do bolso do casaco de Zander, ele enfiou a mão no bolso e tirou o celular de dentro dele e o mostrou ao Freddie que já estava de pé o encarando.

- Por que isso está com você? - Freddie conseguiu dizer depois de uma pausa

- Eu fui falar com a Sam ontem - Disse Zander, achando a situação muito normal de se acontecer, ele não mostrava apreensão ou medo ou qualquer outro sentimento que provavelmente alguém sentiria se tivesse sido pego com o celular da “namorada” do melhor amigo.

”Aquela hora da noite? Claro que eu estava sozinha” , logo as palavras de Sam vieram a mente de Freddie, ela disse que estava sozinha, não deveria ter mentido, por mais que ele ficasse extremamente bravo, não deveria ter mentido, e o que Zander estava fazendo na casa da Sam aquela hora da noite, o que ele queria com ela?

- Quando eu liguei... Você estava com ela? - Queria ter certeza dos fatos.

- Estava - afirmou o amigo, num tom de voz normal, nem parecia abalado, ao contrario de Freddie.

Zander deixou o celular na mesinha e depois saiu.

Freddie olhou a porta fechada, ainda estava confuso com tudo...

- O que significa isso? - murmurou ofegante vendo o borrão de Brad e Gibby correndo na direção da revista que Zander tinha jogado no chão.
Depois de folhear algumas paginas eles entenderam o repentino mau humor do amigo e chamaram a atenção de Freddie pra também.

...

Sam estava no refeitório, apertava as costas de uma cadeira enquanto esperava Freddie chegar.

Quando ouviu passos na madeira, sentiu o coração saltar, mas teve que se segurar, não mostraria nervosismo na frente dele, ainda mais com tudo o que tinha pra falar.

Eles se encaram por um segundo enquanto Freddie se aproximava dela.

- Você queria conversar? - Disse em tom amargo, estava ferido também, estava com o orgulho machucado, Sam o magoou mentindo sobre Zander.

Sam virou, ficando completamente de frente pra ele.

- Eu não posso continuar com você antes de esclarecer algumas coisas - disse o encarando, mantendo a voz calma e baixa - Explique direito o que aconteceu com o Griffin ontem.

Freddie suspirou, não queria falar sobre isso.

- Alias e isso? - ele mostrou o celular a ela - Você não disse que tinha deixado em casa?

- Por que isso está com você? - pergunto confusa.

- É isso que eu quero saber - Falou alto, já se alterando.

- Isso não é importante... - disse depois de uma pequena pausa - responda a minha pergunta primeiro.

- Não é importante? - Ela tinha dito as palavras erradas, como que ela considerava aquilo algo sem importância? Ela considerava o relacionamento dos dois sem importância?

- Qual foi o motivo pra você bater no Griffin? - Ela perguntou esperançosa

Freddie virou o rosto - Não quero falar.

Ele não falaria, estava magoado e também não falaria que tinha brigado com o garoto por causa dela, não iria encher sua bola.

- Você não teve motivo, mas bateu nele? - Sam estava quase desesperada, estava zangada mais ainda não tinha levantado a voz, se manteve falando em um tom normal, não queria gerar gritaria no meio da escola.

- Eu bati nele por que estava com raiva, foi isso! - Falou alto, se sobrepondo a voz dela.

- O que? - Sam estava decepcionada, esperava uma resposta mais adulta - Você é realmente esse tipo de pessoa... Você não liga de estragar a felicidade dos outros

- Então eles terminaram? Que bom - disse ele com descaso fazendo Sam ficar com mais raiva ainda.

Escute

Ela respirava com dificuldade quando deu um passo pra frente e lhe acertou um tapa no rosto com todo o ódio que sentia, o tapa fez eco no refeitório vazio, fazendo Sam se sentir muito bem imaginando o quanto o tapa deve ter doido.

”Eu quero acreditar em você

Quando você diz que tudo ficará bem

Sim, eu tento acreditar em você

Mas eu não consigo”

Freddie virou o rosto com violência, Sam viu que o rosto dele tinha ficado vermelho, mas não se importou muito, estava extremamente zangada, como ele podia ser tão idiota? Sua melhor amiga estava sofrendo e ele conseguia ser completamente frio com relação a isso.

Ele olhou pra ela, furioso

- O que foi isso? - berrou encarando o olhar furioso dela

- Estava com raiva, por isso te bati! - Exclamou, repetindo as palavras dele, não se intimidaria, não deixaria ele agir assim como estava agindo

- Olhe... - ele deu um passo pra frente, entendendo o recado depois que ela repetiu a frase dele

- Mesmo se você tiver irritado, você deve ter limite pras suas ações! - Ela berrou, não pretendia mais ser racional já que ele não estava sendo, estava borbulhando de raiva e pretendia descontar tudo encima dele - Por sua causa, a Carly está magoada...

- Ela vai me agradecer muito em breve.

Sam usou muito de seu auto controle pra não virar a mão na cara dele de novo, como pode ser tão arrogante?

- Você é um idiota! - berrou apertando as mãos pra não levanta-las de novo - Então você ao mudou mesmo... - Ele viu decepção nos olhos dela - A tarja vermelha, maltratar os outros... Você continua sendo o mesmo ser horrível de antes.

Freddie não disse nada, olhava nos olhos dela, percebendo-os marejados, lagrimas de decepção.

- Eu não quero mais olhar na sua cara Fredward! - o encarou mais um segundo depois passou por ele olhando somente pra porta que a levaria pra fora dali.

Ela passou por umas mesas quando Freddie gritou:

- EI ESPERE AI!

Sam parou ofegante, tremendo, tinha mesmo mais coisas pra dizer a ele.

- Ah! Ontem a sua mãe foi na minha casa - Disse com a voz tremula, sem olhar pra ele

Ele ficou surpreso, isso nem passava por sua cabeça.

- Ela queria me dar um monte de dinheiro pra eu te deixar - Ela continuou virando pra olhar pra ele aos poucos - Por favor diga a sua mãe... Que eu não tenho mais nada a ver com você. Diga a ela pra não se preocupar!

Viu a expressão no rosto Freddie, mas não se importou, saiu dali correndo, não queria mais olhar pra cara dele!

Segundos depois, Sam atravessava ofegante a porta da escada de incêndio, desceu as escadas correndo e se apoiou no muro.

- FREDWARD IDIOOOOOOOOOOOOOOOOOOOTA! - berrou alterada - eu devo ser uma idiota só por ter pensado em acreditar nele. - resmungou consigo mesma.

- Vocês... Brigaram ontem?

Sam olhou, claro, só podia ser ele, Zander estava lá, mas dessa vez ela não se alterou tanto assim, já estava meio que acostumada com as aparições dele ali de repente.

- Não foi uma briga. Eu não tenho mais nada a ver com ele.

Zander subiu as escadas e ficou do lado dela

- Ah é?

- Aquele cara... É o pior...

De repente foi surpreendida por um abraço, Zander a puxou de repente e a abraçou, com o choque, Sam manteve seus braços parados, a cabeça encostada no peito dele, o coração disparado.

- Zander...

- Por que... Até agora eu não me apaixonei por você Sam?

Sam piscou algumas vezes pra saber se estava mesmo acordada, Meu deus o que ele estava dizendo? O que?

- Só me dê mais um minuto - pediu - me deixe ficar assim...

Ela sentiu ele aperta-la ainda mais, meu deus o que estava acontecendo?

- Aconteceu alguma coisa... Com você? - Ela perguntou, tentando não ficar tão nervosa.

- Desculpe, apenas me deixe te abraçar por um minuto... - Ele pediu num sussurro e se acomodou nos braços dela.

Sam o sentiu relaxar, sentiu que ele estava mesmo precisando de um abraço.

Aos poucos levantou os braços, o apertando no abraço, tentando reconfortá-lo.

Zander agradeceu o carinho a apertando de leve, Sam levantou um pouco a cabeça, pra ficar mais confortável, quando viu Freddie parado na porta olhando os dois.

Não sabia descrever o que sentiu quando o viu ali, mas não era uma coisa que gostaria de sentir de novo.

- Então é isso? - resmungou ele a encarando.

Zander saiu do abraço assim que ouviu a voz de Freddie e olhou o amigo