- O que você faz aqui? – Perguntei quando o vi. Não conseguia desacelerar meu coração e respirar direito.

- Bella se acalme sim? – Caroline estava quase desesperada ao me ver daquele jeito. – Ela está cansada, acho melhor o senhor voltar outro dia.

- Não vou a lugar nenhum até ela me responder. É meu ou não?

- O que... – minha respiração não estava normalizando, fiquei tonta e me vi caindo quando a mão de Caroline impediu.

- Saia daqui! – ela falava

E com seus gritos uma correria começou que eu não entendi muito bem... Vi Albert,mas tudo apagou quando meus olhos focaram o verde dos dele. 

Abri os olhos e vi Sue do meu lado. Ela estava sem seu jaleco e usava um vestido e chinelos.

- Bom dia querida. – ela sorriu.

- Sue... – eu comecei a me ajeitar na cama e eu estava de camisola, não lembrava direito do que aconteceu, só de Edward e do Albert..

- Você desmaiou querida, sua pressão subiu e eu dei um sedativo. Não pode ter esses picos de pressão Bella, é perigoso ainda mais para uma gravidez como a sua. Gêmeos é demais para um histórico medico como o seu.

- Eles estão bem?

- Sim, verifiquei tudo e agora preciso ir. Não precisa fazer repouso. Não teve sangramento ou nada de mais, mas se acontecer de novo vou interná-la ouviu?

- Sim, vou tomar um banho  e obrigada.

Passei dois dias em casa, alguém de confiança ficou na loja. Não tinha motivos para não sair, mas queria esfriar a cabeça e pensar no encontro com Edward. O que diria a ele? Ele estava em dúvida quanto a paternidade? Ele iria tomar as crianças de mim e isso me doeu muito. Não queria perder meus bebês e sabia que assim que ele os visse saberia que Jacob nunca teve nada haver com isso. Não tinha jeito, uma hora a minha casa não poderia me esconder de tudo. Me arrumei com um vestido leve e que dava a barriga mais atenção, prendi meus cabelos e fui abrir a loja. Assim que estacionei vi ele parado em frente a porta. Não tinha jeito eu iria lidar com aquilo sem perder meus filhos. Desliguei, travei e atravessei a rua.

- Bom dia Edward. – disse abrindo a loja e antes que ele falasse a Sra. Coop nos interrompeu.

- Eu fiquei preocupada. Está tudo bem? Sue me disse que a pressão subiu. Isabella precisa se cuidar minha filha! – Sorri para ela já dentro da loja acendendo as luzes e indo para o balcão.

- Tem de morangos? Estou sem lá em casa e Phill já reclamou.

- Bom.. acabou ontem, mas deve chegar amanhã. Caroline me garantiu que fez algumas para deixar no estoque.

- Vou levar a de ameixas então, Marinne me falou que estão excelentes.

- Provei, mas os enjôos não deixaram comer muito.

- Gelo e sorvete, depois de comer coma uma coisa ou outra sempre passa!

- Hum... nunca tentei. – Edward ouvia a conversa de longe, me observando.

- Preciso ir.

Entreguei a de ameixa e ela se despediu passando a mão na barriga. Dando dois beijos.

- Um para cada um, assim não temos ciúmes não é crianças? Bom dia Isa.   

Ela saiu e eu fui ajeitar algumas coisas para realmente abrir antes que mais alguém viesse.

- São gêmeos?

- Sim. – não ia omitir nada.

Entrou um casal.

- Isabella não deveria estar de repouso? – a mulher simpática disse.

- Isa quantas vezes falamos que pode nos pedir ajuda? Sua casa é vizinha e precisou Albert chamar Sue!

- Meninos se acalmem! Correu tudo bem. Estou melhor e meu caso não pé de repouso. Foi pressão.

- Hum... – a mulher disse – Nos chame se precisar. Ficamos aflitos quando Phill nos disse o que aconteceu. E quem era que foi na sua casa? O infeliz não sabe que sua gravidez é de risco?

Nessa hora eu gelei e olhei para Edward. Ele estava branco me encarando. Numa mistura de ódio e amor.

- Queremos saber se chegou a de damasco Isa, eu encomendei.

- Sim, chegou ontem. – Abaixei e peguei a sacola que estava já pronta. Eles pegaram, pagaram e foram embora.

- Gravidez de risco? – falou sério.

- Sim.

- E são meus?

- Vai acreditar ou vai me acusar de mais alguma coisa?

- Isabella o que faz nessa cidade de merda vendendo isso?

- Não pé da sua conta.

- É SIM!

- Não é não, por acaso perguntei de Tânia? Não! Então pronto.

- São meus ou não?

- Casou com ela? – disse dependeria todo o rumo da história.

- Não, nem estamos juntos da onde tirou essa merda?!

- Revistas. Está mentindo. E não, são de Jacob.

Ele me olhou sério.

- Onde ele está?

- Viajou a negócios.

- Hum... quando volta?

- Por esses dias.

Ele fitou a loja, viu meu quadro de avisos. As compotas devidamente3 arrumadas e coloridas como gosto. Andou e me olhou de novo.

- Sempre foi uma péssima mentirosa. Jacob está na casa de campo, com uma vagabunda e não ele nunca pisou aqui. Como sei disso? Porque antes de pisar aqui vasculhei sua vida todinha e você nunca recebeu visitas. Por isso não tenho motivos para acreditar que isso seja verdade.

- Acreditaria que eu nunca te traí?

- Não, eu sei o que vi.

- Então saia da minha loja por favor.

-Não, sua gravidez é de risco e você pode passar mal.

- Não quero sua preocupação.

- Ma são meus filhos.

- Não disse isso, ainda podem ser do padeiro!

- Vou entrar na justiça e pedir um teste de DNA, é isso que quer?

Meus olhos encheram de lágrimas e algumas caíram. Me virei olhando a minhas despenca e tentando me controlar. A porta abriu.

- Viemos para te ajudar Isa, mamãe nos deixou encarregados hoje disso.

Era a voz de Christine,

- Bom, o que o senhor vai querer? – ela perguntou para Edward.

- Nada, estou esperando Isabella.

 Christina me olhou e virei.

- Bella aconteceu algo? Está sentindo dor?

- Não.. – limpei as lágrimas – estou só tendo reações aos hormônios.

- Coisas da gravidez! – ela falou sorrindo. – Vou falar algo que te alegrar, recebemos um encomenda grande de compotas. Mamãe e Tim estão fazendo e Paul já deixou lá o carregamento. Isa estou animada, Lirical Music nunca esteve tão feliz.

- O que?

- Lirical Music. Era assim que os antigos donos chamavam a casa. E imagina quando os bebês nascerem. Isa é vida nova! Podemos sorrir de novo!

Olhei para Edward, não tínhamos motivos para sorri não é mesmo? Nosso casamento arruinado e dois filhos vindo numa gravidez de risco. Não tínhamos motivos.