Estou , neste exato momento na minha cadeira assistindo a uma aula de física. Sempre finjo que presto atenção na aula quando meus pensamentos estão totalmente alheios. Como estou perto da janela meus cabelos voam no meu rosto atrapalhando um pouco.

Normalmente viajo em minhas fantasias durantes as aulas, pensando em como seria minha vida se eu tivesse feito algo de diferente. Conheço todos da minha sala, mas não falo com todos. Em especial com IshuUryuu ou seria Ishia Uryuu? Tanto faz...Como fiquei sabendo do nome dele? Fácil! Usei meu rosto mais inocente e infantil– que uso para tentar chamar atenção das pessoas - e arranquei de algumas faxineiras que conversaram com ele sobre costuras.

Existe um coisa que me incomoda bastante nele. O seu olhar. Sempre vazil, ,impenetrável ,é como se quisesse estar só,como se repelisse os outros. Nunca tentei me aproximar dele, mas sempre tive curiosidade de saber mais sobre ele.

Me inclinei para frente desajeitadamente deixando que os outros percebessem meu desinteresse na aula, Rukia, minha amiga de cabelos curtos e morenos que nunca prendia, que estava sentada atrás de mim, bateu com o pé na minha cadeira.

–Inoue, você não está prestando atenção na aula. Vai reprovar!

Rukia sempre me falava sobre isso, nunca acreditei que pudesse realmente acontecer, pois mesmo que não preste atenção nas aulas, mergulho nos livros em casa.

–Mas... Kuchiki–san, eu estou com fome!

Por sorte minha barriga roncou nesse momento. A morena soltou um risinho,provavelmente da minha personalidadeinfantil. O professor anunciou o fim da aula. Levantei rapidamente e comecei a procurar meu lanche na mochila. Assim que o achei ,fui para onde as meninas estavam reunidas - depois de subir as escadas e chegar ao terreo - e me sentei. Assim que abri meu pote, onde guardava meu lanche, algumas garotas fizeram cara feia outras riram.

–O que você trouxe hoje, Hime?

Chizuru perguntou rindo. Eu não via a minima graça em meu lanche. Tirei meu sanduíche de atum, figado e chocolate, peguei meu suco de alface, laranja e berinjela, e deixeia sobremesa, um doce de pêra, mel e tomate, dentro do pote(N/A: O pote era grande tá?!).

Comi o mais rápido possível evitando qualquer conversa , apenas respondendo com "uhum", "é mesmo", quando me perguntavam algo. Assim que terminei me levantei segurando meu pote, comecei a andar olhando para o chão. Esbarrei em algo duro e que tinha pés. Cai no chão de bunda sentada.

–Desculpe, doeu?

Era a voz de um homem.Quando levantei a cabeça para ver o objeto,ou no caso o garoto, em que esbarrei ,me deparei com um garoto de óculos, cabelos azuis soltos divididosem dois lados e olhos azuis como a noite. Ishu Uryuu.

–err... n-não, n-não d-doeu n-nada, I-ishu–kun!

Era esse o nome dele?

–É 'Ishida', e como sabe meu nome?!

Engasguei.

–Algumas amigas minhas me disseram...

–Que amigas?! - ele pareceu contrariado.

Se eu não tivesse terminado a frase diria que ele me cortou.

–As fachineiras, quando falávamos de custuras.

Ele pareceu tranquilisar. Será que ele achou que eu era uma perseguidora?!

–Vou te ajudar a levantar.

Bufei.

–Como é seu nome?

Ele perguntou enquanto esticava o braço para mim, e eu o peguei sem cerimonia. Tocamos nossos corpos quando ele me levantou. Ele corou muito, mas eu finge não perceber. Me soutei dele com facilidade , o deixando mais confortável.

–Inoue Orihime.

Ele deu um sorriso sem graça.

–Quer ir pra sala comigo, Ishida–kun? As aulas já vão recomeçar.

Ele balançou a cabeça positivamente, parecia desconfortável com algo. Peguei sua mão e comecei a puxa-lo delicadamente ,mesmo rápido. Descemos as escadas quase correndo, entramos na sala mais rápido ainda. Assim que entramos não soutamos nossas mãos, atraindo olhares alheios. Eu não estava ligando, mas parece que o Ishida–kun sim. Ele puxou a mão e foi se sentar. Logo o professor de matemática apareceu na porta e eu fui sentar na frente daRukia.

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Eu estou sentada com algumas garotas da minha turma. Faz mais de uma

semana que eu esbarrei no ishida–kun e que não nos falávamos. Tudo corria bem, menos por um simples detalhe. Desde aquele dia que ele não parava de olhar pra mim, na aula, no intervalo , todo tempo. Algumas garotas que sentavam perto de mim, brincavam dizendo que ele estava apaixonado, mais eu não acho que seja isso.

–Né, Orihime?

Rukia me cutucou rindo. O que ela tinha perguntado? Não fazia a minima ideia.

–Claro...

Ela sorriu triunfante.

–Eu disse que ela estava perdidamente apaixonada pelo nerd de cabelo azul, não disse?

Todas as meninas começaram a rir e eu tentei me concertar.

–Kuchiki-san, e-eu, é-é, não! Eu não estava escutando!

Claro que elas me ignoraram e continuaram rindo. Senti uma sombra em cima de mim e as garotas pararam de rir. Quando olhei para ver quem era, vi o ishida–kun me encarando corado. Será que ele esta mesmo apaixonado por mim ou era outra coisa? Afinal não se apaixona tão fácil.

–Inoue-san, posso falar com você?

Levantei de modo infantil.

–Claro!

Ele coçou a cabeça.

– Sozinhos.

Estremeci.

–A-ah, s-sim!

Fomos para um local na escola que só eu, kurosaki–kun, a Tatsuki e a Rukia conhece. Lá ninguém perturbaria.

–Feche os olhos Inoue–san.

Fechei meus olhos bastante nervosa.Um beijo? Senti suas mãos se moverem na minha nuca, tirando meu cabelo de lá, para logo começar a mexer com agilidade. Minha respiração parou. O que se´ra que ele está fazendo.

–Pronto. - abri os olhos devagar - desculpe te assustar, é que desde que você esbarrou em mim, sua blusa rasgou e eu tinha que costura-la. Não estava aguentando vê-la rasgada todos os dias.

Então, era isso. Por isso me olhava tanto.