10 Coisas Que Eu Odeio Em Você escrita por Gio


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Pois é,primeiramente, desculpem-me por ter demorado. Ontem eu tive um aniversário, aí não deu tempo. Esse é o primeiro capítulo GRANDE que eu escrevo. Espero que gostem!
Enjoy! ;)
XOXO



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Reyna correu. Não queria acreditar que o beijo realmente aconteceu. Não podia ter feito aquilo. Não podia ter deixado Leo beijá-la. Não podia. Queria acreditar que aquilo tudo não passara de um pesadelo, e que, em poucos minutos, seu pai e sua irmã viram acordá-la com um copo de chocolate quente. Ela não queria admitir que de certo modo gostou de tudo aquilo. Tinha medo de se machucar diversas vezes. Ela não queria acreditar que amava Leo. E na mesma intensidade em que pensou amar Jason. Não queria admitir que talvez tivesse medo de perdê-lo. Não queria admitir que tinha medo de amar. Medo do amor. Sentia-se alheia a esse sentimento. Nunca fora o tipo de garota que sonhava em casar com um longo vestido branco e ter um casal de filhos. Nunca foi igual às outras meninas. Desde pequena tinha a cabeça formada. Não se deixava levar. Era tudo tão novo e tão confuso! Ela não sabia o que sentia e nem o que faria. A raiva parecia se amenizar. O fervor da ira não aquecia mais seu corpo. O frio da noite começou a atingí-la.

A brisa frígida se tornou mais forte. As nuvens pareceram ficar mais pesadas. A Lua perdeu o brilho e se escondeu por trás do nevoeiro. Pingos gelados começaram a cair do céu, molhando ao poucos seu vestido.

Perdera o sapato em um lugar qualquer e a chuva já umedecia a grama. Seus pés e sua boca se tornaram arroxeados devido à queda busca na temperatura. A sensação térmica já era menor que 9° Celsius. O vestido de alças deixava-a desprotegida dos pingos congelantes. Não podia mais suportar. Se continuasse, morreria de frio. Estava longe de qualquer abrigo, e sua melhor opção era a casa da árvore.

A chuva apertou, transformando a garoa fina em uma estrondosa tempestade. Correu pelo campo, completamente desnorteada e sem rumo. Não queria morrer congelada. Seria vergonhoso. Um raio caiu, e Reyna sentiu medo. Pela primeira vez.

Qualquer barulho parecia assustá-la. Um galho foi partido e ela se virou, continuando a correr. Tropeçou numa pedra e bateu a cabeça, ficando inconsciente em meio ao relento.

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A pretora acordou dentro de uma barraca de lona amarela. Uma fogueira tornava o ambiente quente e aconchegante. Sua cabeça estava apoiada sobre uma almofada e um esparadrapo estava grudado em sua testa. Tocou no curativo e sentiu o local latejar. Tentou se levantar, mas seu corpo estava fraco demais.

A fogueira crepitava dentro da barraca, e Reyna perguntava-se como a lona ainda não havia pegado fogo. Tateou ao seu redor, procurando algum sinal de algo conhecido. Ao seu lado, uma bolsa de primeiros-socorros estava aberta, e um cantil de néctar na metade. Reconheceu sua espada pendurada na lateral da lona. Questionou a si mesma quem a trouxera para lá. Não havia ninguém próximo a ela. A não ser por Leo. “Deuses, por favor, que não tenha sido ele!” ao mesmo tempo em que ela pensou isso, o dito cujo chegou. Ela ouviu o zíper da barraca se abrir e estremeceu.

- Bom dia! Que bom que você acordou! – ele disse terna e melancolicamente.

- Por quê eu estou aqui?

- É uma longa história. Você se lembra de alguma coisa? – ele murmurou cabisbaixo.

- Sim, mas a questão não é essa. E eu tenho todo o tempo do mundo.

- Reyna...

Ela o olhou suplicante, de modo a arrancar a história.

- Bom, depois do beijo, você saiu correndo. E eu não consegui te acompanhar. Achei que você iria para o seu quarto, sei lá. Aí, em pouco tempo começou a chover. E eu sabia que você ainda não teria chegado. Então, corri para te procurar. Sem querer, eu pisei num galho e eu acho que te assustou, por que você virou e caiu. E bateu a cabeça. Eu não sabia o que fazer. Estava chovendo muito, e você estava lá, caída no chão com a testa sangrando e vestida em trajes mínimos para a temperatura no momento. Eu te peguei no colo e te trouxe para debaixo de uma árvore, onde chovia menos. Limpei o corte, que não era tão profundo quanto eu pensei. Depois, tirei algumas coisas do meu cinto e montei essa barraca improvisada. Te coloquei aqui dentro e sequei suas roupas.

Reyna arregalou os olhos e Leo riu. Um sorriso tímido e um pouco triste.

- Não foi desse jeito! Calma! Na verdade, eu descobri que eu tenho um poder de evaporar líquidos (N/A: tipo o da Drika, do H2o meninas sereias. E sim, eu assisto.) Eu não vi nada, ok?!

Reyna sorriu. Nunca poderia imaginar que Leo fosse... tão gentil.

- Eu queria te agradecer por tudo. Eu não sei como eu ficaria sem você. Provavelmente ninguém sentiria minha falta. – ela baixou a cabeça. – E eu queria te pedir desculpas. Eu nunca deveria ter te tratado daquele jeito, te ofendendo. Você não é um inútil. Por quê você salvou a minha vida?

- Eu também não sei. Foi como se eu precisasse. Um impulso, sabe? E eu não fiquei chateado com você. Quer dizer, fiquei sim. Um pouco. – ele admitiu. – Mas depois passou. Eu sabia que você não fez aquilo intencionalmente. E, além disso, Hazel me contou o quanto você ficou arrependida.

Reyna corou ao pensar no fato.

- Sabe, você fala enquanto dorme. – ele disse.

- Jason falava a mesma coisa. – ela retrucou sem pensar.

Por algum motivo, Leo sentiu seus pulsos cerrarem, e seu coração bater mais rápido. Não gostava da ideia de ver Reyna com Jason.

- Você está bem? – ela perguntou, ao vê-lo mudar “bipolarmente” a expressão facial, trocando o semblante terno por uma cara de irritação.

- Não é nada. – ele retrucou. – É só que... hum, você está com frio? Seus braços estão arrepiados e seus pés estão meio lilases, do mesmo jeito que você sempre fica quando está gelado. Pegue meu casaco. – ele falou, oferecendo-a uma jaqueta quente.

- Como... como você sabe que eu fico assim quando estou com frio? – ela perguntou, enquanto vestia o casaco.

- Quando você estava dormindo, ficou assim algumas vezes, quando eu te cobria, você voltava ao normal. – ele deu de ombros.

- Ninguém nunca reparou isso. – ela murmurou. – Nem Jason. – completou mentalmente.

O silêncio tomou conta do lugar, tornando-os estranhos.

- Então, - Reyna perguntou, para quebrar o gelo. – Como aquele jardim apareceu lá?

- Foi... um projeto da aula de Artes de Ofícios. Nyssa e eu o construímos. – ele respondeu.

Reyna sentiu uma ponta de ciúme a atingindo.

- O barco também. Eu que o projetei. – ele antecipou.

Reyna virou a cara. De um minuto para o outro, sentiu-se irritada e exausta.

- O que foi Reyna? – ele perguntou.

- Não é nada. É só que, por favor, não fale de barcos perto de mim. – ela explicou.

Leo assentiu e voltou o olhar para o chão.

- Então, que tal fazermos alguma coisa? – ela sugeriu. – Ainda vai demorar em parar de chover, e não tem nada de interessante em ficar parada.

Leo sorriu e concordou, tirando detrás de uma mochila, um violão.

- Você toca? – ela perguntou surpresa.

- Desde pequeno. E você?

- Não. Infelizmente eu não tive uma infância muito... convencional. Mas sempre quis aprender. – ela respondeu,

- Se quiser eu posso te ensinar. Não é tão difícil quanto parece. – ele explicou.

- É sim! É muito complicado! – ela exclamou. – Tem que decorar acordes, notas...

Ele sorriu e entregou-a o violão.

- Aqui. – ele falou. – Pressione essa corda. Agora coloca esse dedo aqui. – ele disse, mostrando-a os movimentos. – Não Reyna! – ele riu. – Assim você vai arrebentar a corda!

- Desisto Leo! Não consigo e pronto. Toque você. – ela falou irritada consigo mesma.

- Então escolha uma música. – ele avisou.

- Eu... – ela pensou um pouco. - não sei nenhuma. Escolhe você.

Leo assentiu e começou a dedilhar o instrumento.

” Beauty queen of only eighteen she,

Had some trouble with herself.

He was always there so help her, she

Always belonged to someone else.

I drove for miles, and miles

And wound up at your door

I’ve had you so many times

But somehow, I want more.

I don’t mind spending every day,

Out on your corner in the pouring rain

Look for the girl with a broken smile,

As her if she wants stay a while

And she will be loved…”

Reyna sorriu para Leo, impressionada.

- Gostou? – ele perguntou.

- Muito. A música é... – ela parou. – O resumo da minha vida, pensou em responder. – Linda. – E fica ainda mais linda na sua voz... , acrescentou mentalmente.

- Quer ouvir outra?

- Sem querer ser desagradável, mas eu estou com fome.

- Não há problema! El super Valdez está a caminho! – ele brincou.

- Super Valdez? De onde você tirou isso? (N/A: Ask Leyna.)

- Eu preciso de muitos nomes para combinar com as minhas diversas personalidades. – ele afirmou seriamente, para risos da garota.

- Idiota! – ela falou. Mas dessa vez, ela não estava ofendendo a Leo ou a “Sua ínfima capacidade mental de raciocínio provinda de seu primitivo projeto de cérebro.” Soava mais como um apelido carinhoso.

- Pronta para provar a comida mais deliciosa da história do mundo? – ele perguntou.

- E posso saber onde ela está?

- No restaurante depois da esquina do Túnel Caldecott. – ele afirmou. – Eu amo as batatas fritas de carinha que eles têm!

- Você é muito infantil, sabia?

Leo deu de ombros, servindo-a um prato com um pacote branco,

- O que é isso? – perguntou a garota.

- A maior invenção gastronômica do século: Hambúrguer de micro-ondas! – ele se vangloriou. – Prove de meu delicioso milagre gastronômico e presenteie seu estômago com a melhor sensação do mundo!

Reyna sorriu e mordeu o hambúrguer. Realmente era bom. Um pouco borrachudo, mas bom.

- Então, - ele perguntou ansioso.

- É... é bom.

- Bom? Minha comida é perfeita! Você não é digna de meu fast food! – ele retrucou, fingindo irritação.

Reyna gargalhou. Não podia evitar. Nunca pensou que ele pudesse ser... agradável.

- Espere só até provar as batatas fritas! – ele antecipou. – Implorará de joelhos para se satisfazer com uma migalha! – ele brincou

- Modéstia mandou lembranças. – ela respondeu.

- Delicadeza também, senhorita Malvadeza.

- Eu não sou má!

- Com certeza. Você me humilhou diante de todos, chamando a minha excelente comida de boa!

- Diante de que “todos”? Só temos nós dois aqui. Aliás, isso reforça a lembrança de que eu ainda te odeio. – ela falou, com um tom de brincadeira.

- Eu também sua feiosa! – ele falou com voz de criança.

- Eu vou contar para a minha mãe! – ela respondeu no mesmo tom infantil.

- Conta! Eu não ligo mesmo! – ele deu de ombros.

- Vai ficar sem sobremesa!! – ela riu, fazendo-lhe uma careta.

- Não vou não! Eu tenho um pirulito e você não tem! HAHA

- E eu tenho... – ela pensou. – Nada. Ou melhor, agora eu tenho. – ela falou, tirando o doce das mãos do garoto.

- Oh não! – ele falou dramático. – Você tomou o Sr. Lit como refém! Quanto quer por ele, ó evil garota?

- Nada! Ele agora é meu! ~risada maligna de sua preferência~

- Eu vou pegar!

Antes que Leo fizesse algo, Reyna colocou o doce na boca.

- Perdeu!!! – ela falou.

- Se o seu ataque infantil já acabou, será que você não quer jogar algum jogo? – ele perguntou, tentando se manter sério.

- E o que eu ganho com isso? – ela perguntou, mais interessada no pirulito.

- Nada. – ele deu de ombros.

- Então se divirta sozinho. Eu tenho mais o que fazer.

- Então vou mudar a oferta. O que você quer ganhar? – ele perguntou.

- Sério? Eu posso escolher? – ela retrucou, deixando dela lado o doce.

Ele assentiu.

- Mas se eu ganhar, eu quero alguma coisa em troca.

- Ok. – ela fez uma pausa, pensando no que escolher. – Eu quero que você... Cante para mim!

- Sério? – Leo ficou surpreso com a escolha. – E eu quero um beijo!

Reyna arregalou os olhos. Não conseguia acreditar no que o garoto falara. Ele era petulante e gentil. Implicante e agradável.

- E então, - ele falou. – Podemos começar o jogo?

- Qual? – ela o questionou.

- Que tal o clássico jogo da velha?

Reyna franziu a testa, intrigada.

- Eu estou falando sério. É meio tosco, mas é divertido. Ou você não conhece? É aquele do X e da O. Sabe?

- Óbvio que sim, idiota! – ela sorriu. – Que música você pretende cantar para mim?

- Está muito confiante, senhorita Rainha do Gelo!

- Entenda, Valdez. Eu Sempre ganho. – ela disse, arqueando a sobrancelha, numa expressão desafiadora.

- Veremos! – ele respondeu na mesma expressão.

- Melhor de três? – ela questionou.

- Pode ser.

Leo tirou do cinto uma folha de papel e uma caneta. E desenhou precisamente os “tracinhos” do jogo.

- Eu quero ser o X! – ele anunciou.

Ao ver a empolgação do garoto, desatou a rir.

- Então eu começo. – ela retrucou.

- A não! – ele disse pirracento. – Eu que quero.

- Essas são as regras!

- Quem disse que tem regras?

- Eu. Agora ande, me dê logo esta caneta antes que a arranque das suas mãos.

Leo lhe entregou relutantemente a esferográfica preta. Reyna desenhou um círculo no meio.

- Está errado. – ele criticou.

- Como está errado, Leo Valdez? – ela perguntou, irritada.

- Estando! O diâmetro não se encaixa perfeitamente. Tente calcular o pi e talvez você desenhe algo decente.

- Leo, não há regras quanto ao desenho! Deixe de ser chato e desenhe logo esta droga de X.

Leo desenhou seu X, mesmo irritado.

- Está errado. – ela revidou.

- Como está errado Reyna? Meu X está digno das equações de Atena.

- Quem? – ela perguntou. – Esqueça. Uma das pernas do X está maior que a outra e as retas não estão perpendiculares.

- Deuses Reyna! Como você é chata! Não há regras quanto ao desenho! – ele foi irônico.

Reyna apenas lhe fez uma careta e continuou a jogar.

[...]

- Eu ganhei! – exclamou Reyna.

- EEE! – ele fez desanimado, fingindo alegria. – Quer um parabéns ou um dane-se?

- Eu quero uma música! Vamos, seja rápido e escolha uma música legal.

Leo suspirou e recolocou o violão nas mãos. Afinou o instrumento e dedilhou uma melodia simples.


“Para tu amor lo tengo todo
Desde mi sangre hasta la esencia de mi ser
Y para tu amor que es mi tesoro
Tengo mi vida toda entera a tus pies

Y tengo también un corazón
Que se muere por dar amor
Y que no conoce el fin
Un corazón que late por vos

Para tu amor no hay despedidas
Para tu amor yo solo tengo eternidad
Y para tu amor que me ilumina
Tengo una luna, un arco iris y un clavel

Y tengo también un corazón
Que se muere por dar amor
Y que no conoce el fin
Un corazón que late por vos

Por eso yo te quiero tanto
Que no sé cómo explicar lo que siento
Yo te quiero porque tu dolor es mi dolor
Y no hay dudas yo te quiero
Con el alma y con el corazón
Te venero hoy y siempre
Gracias yo te doy a ti mi amor
Por existir “

Reyna ficou desestabilizada. A música era simplesmente maravilhosa. E na voz de Leo, ficava perfeita.

- Gostou? – ele perguntou receoso.

- Eu... amei. Mas por que você escolheu essa música?

- Por que eu te amo. – ele sussurrou.

- Eu também seu estúpido... – ela admitiu, tão baixo quanto ele.

Leo abriu um sorriso tímido e se aproximou da garota. A distância era encurtada a cada segundo e, em pouco tempo, já era possível ouvir as batidas aceleradas dos corações. Reyna fechou os olhos e Leo entendeu como um sinal. Entreabriu os lábios e beijou-a. Ela pôs uma das mãos em seu pescoço, puxando-o para perto. E pela primeira vez, Reyna sentiu seu coração derreter sem razão alguma. Ou melhor, por uma razão chamada Leo Valdez.

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Pessoas lindas, postem reviews! Senão, eu sou desistimulada a escrever. Mesmo porque, eu preciso saber o que ficou bom, ou ruim. O que mudar, outras ideias.

Os capítulos que eu já tinha escrito acabaram, e agora, eu tenho que digitar na hora. Então eu preciso de ideias, sugestões, críticas e talz.

E lindos leitores fantasminhas, apareçam, porque o Nyah! ainda não coloca o número de leitores invisíveis. u.u

De qualquer forma, o capítulo está aí. Se stiver uma droga, me avisem que eu edito.

XOXO


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Notas finais do capítulo

Reviews?