Jonathan Davis escrita por 09041977
- Acolheram-me aqui há uns anos. Decerto que irão fazer o mesmo por ti. - ele explicou sem me encarar, oferencendo-me nada mais do que descrença.
- Não estou a perceber. - disse.
Ele deu um altissonante suspiro antes de definir aquele casarão.
- É uma espécie de casa que acolhe pessoas fugídias. Agora você vai tocar à campaínha e pede para falar com
- Achado do Manson? Como assim? - questionei-o, inevitavelmente curioso.
- Não faça tantas perguntas. Faz o que te digo. Eu volto logo.
Vi-o afastar-se e comecei a contemplar aquela grande casa.
Deveria confiar? Talvez. Até porque não teria nada a perder neste momento.
Avancei, embora parte de mim hesitasse. Não fora tarefa fácil chegar à porta. Haviam trepadeiras por todo o lado, quase impedindo a passagem. Embora achasse tudo aquilo muito estranho, logo toquei à campaínha, ciente de que ou estaria a fazer o mais correcto para salvar a minha pele da malvadez do Mundo, ou que, estaria a lançar-me de um abismo de vez.
- Sim?
Dei de caras com um rapaz que me olhou de alto a baixo.
- Bom dia... Posso falar com o senhor
- Entra. Eu levo-te até ele.
Entrei. E logo me senti atingido pelo olhar de inúmeros curiosos. Assim como também pelos risos e pelos burburinhos. Segui o rapaz, cabisbaixo e envergonhado. Subimos umas escadas que devo mencionar que pareciam infinitas! Mas quando chegámos ao patamar de cima, logo me apercebi da verdadeira definição de infinito. Deparei-me com um corredor inacabável, com várias portas a guarnecê-lo. Ele andava em passo rápido. Cada canto daquela casa já devia ser por ele conhecido. Eu limitava-me a segui-lo e a admirar a grandeza do corredor assim como os quadros que cobriam as paredes brancas e sujas.
- É aqui. - disse ele, apático ao longo caminho percorrido. Por conseguinte, foi embora, em passo rápido.
Com fatal receio, bati à porta.
- Entre. - Ouvi uma voz fastidiosa e abafada do outro lado.
Abri a porta, vagarosamente e afrontei-me com um rapaz sentado sobre uma cama, lendo um livro.
Baixou o livro para me encarar e pude reparar na sua expressão de susto ao me ver.
- Quem é? - perguntou, temeroso.
- Pediram-me para dizer que sou um achado do
- Ah, menos mal. Quer vir para aqui, é? - Logo estava mais calmo.
- Acho... que sim. - Eu continuava inseguro.
- Tudo bem! - ele clamou, alegre. - Há um quarto vago ainda. Vem, eu mostro. - Ele, convidativo, puxou-me pelo braço e levou-me até ao fundo daquele monstruoso corredor. Abriu a porta de um quarto, que parecia vazio e me deixou ali sozinho.
- Já venho. Espera aqui.
Onde iria eu? Vi-o andando pelo corredor, até ver sua figura desaparecer, tal era a grandura. Não fiquei muito tempo sozinho. Ouvi uns passos apressados e comecei a vê-lo aparecer de novo. Vinha com roupas de cama sobre os braços longos e suficientemente fortes.
Pediu licença e poisou as roupas sobre o colchão.
- Bem, você arruma a cama mais tarde. Agora quero saber o que se passou. - dirigiu-se até mim, de olhar curioso.
- O meu pai expulsou-me. - Expliquei de imediato sem hesitações.
- Porquê?
- Podemos falar nisos mais tarde? Não estou muito bem ainda. - Esperei compreensão.
- Ok. Compreendo. - Compreensão concedida.
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