Jonathan Davis escrita por 09041977


Capítulo 6
6th.




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- O quê? - perguntei, de modo duvidoso.

- Acolheram-me aqui há uns anos. Decerto que irão fazer o mesmo por ti. - ele explicou sem me encarar, oferencendo-me nada mais do que descrença.

- Não estou a perceber. - disse.

Ele deu um altissonante suspiro antes de definir aquele casarão.

- É uma espécie de casa que acolhe pessoas fugídias. Agora você vai tocar à campaínha e pede para falar com Gerard Way. Depois avise-o de que você é um achado do Manson.

- Achado do Manson? Como assim? - questionei-o, inevitavelmente curioso.

- Não faça tantas perguntas. Faz o que te digo. Eu volto logo.

   Vi-o afastar-se e comecei a contemplar aquela grande casa.

   Deveria confiar? Talvez. Até porque não teria nada a perder neste momento.

   Avancei, embora parte de mim hesitasse. Não fora tarefa fácil chegar à porta. Haviam trepadeiras por todo o lado, quase impedindo a passagem. Embora achasse tudo aquilo muito estranho, logo toquei à campaínha, ciente de que ou estaria a fazer o mais correcto para salvar a minha pele da malvadez do Mundo, ou que, estaria a lançar-me de um abismo de vez.

- Sim?

Dei de caras com um rapaz que me olhou de alto a baixo.

- Bom dia... Posso falar com o senhor Gerard Way, por favor?

- Entra. Eu levo-te até ele.

   Entrei. E logo me senti atingido pelo olhar de inúmeros curiosos. Assim como também pelos risos e pelos burburinhos. Segui o rapaz, cabisbaixo e envergonhado. Subimos umas escadas que devo mencionar que pareciam infinitas! Mas quando chegámos ao patamar de cima, logo me apercebi da verdadeira definição de infinito. Deparei-me com um corredor inacabável, com várias portas a guarnecê-lo. Ele andava em passo rápido. Cada canto daquela casa já devia ser por ele conhecido. Eu limitava-me a segui-lo e a admirar a grandeza do corredor assim como os quadros que cobriam as paredes brancas e sujas.

- É aqui. - disse ele, apático ao longo caminho percorrido. Por conseguinte, foi embora, em passo rápido.

   Com fatal receio, bati à porta.

- Entre. - Ouvi uma voz fastidiosa e abafada do outro lado.

   Abri a porta, vagarosamente e afrontei-me com um rapaz sentado sobre uma cama, lendo um livro.

  Baixou o livro para me encarar e pude reparar na sua expressão de susto ao me ver.

- Quem é? - perguntou, temeroso.

- Pediram-me para dizer que sou um achado do Manson. - Eu expliquei, não estando muito certo do que estaria a dizer.

- Ah, menos mal. Quer vir para aqui, é? - Logo estava mais calmo.

- Acho... que sim. - Eu continuava inseguro.

- Tudo bem! - ele clamou, alegre. - Há um quarto vago ainda. Vem, eu mostro. - Ele, convidativo, puxou-me pelo braço e levou-me até ao fundo daquele monstruoso corredor. Abriu a porta de um quarto, que parecia vazio e me deixou ali sozinho.

- Já venho. Espera aqui.

   Onde iria eu? Vi-o andando pelo corredor, até ver sua figura desaparecer, tal era a grandura. Não fiquei muito tempo sozinho. Ouvi uns passos apressados e comecei a vê-lo aparecer de novo. Vinha com roupas de cama sobre os braços longos e suficientemente fortes.

   Pediu licença e poisou as roupas sobre o colchão.

- Bem, você arruma a cama mais tarde. Agora quero saber o que se passou. -  dirigiu-se até mim, de olhar curioso.

- O meu pai expulsou-me. - Expliquei de imediato sem hesitações.

- Porquê?

- Podemos falar nisos mais tarde? Não estou muito bem ainda. - Esperei compreensão.

- Ok. Compreendo. - Compreensão concedida.

 


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