Everlong escrita por Gih Hamish Watson


Capítulo 8
VIII: Find your way


Notas iniciais do capítulo

Oii chuchus, razões da minha alegria e sorrisos hehe *-* !!
Desta vez eu não demorei (: ! Férias quase lá!
Dediquei bastante noites para concluir este capítulo XD !! Espero que esteja satisfatório >.< !!
Boa leitura



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          Yuri hesitou, mas logo começou a seguir os passos dados por Kimura. Observava ao seu redor o outono marcando presença. Folhas esvoaçando, bicicletas percorrendo a rua, crianças correndo... Tudo. Então olhou a sua frente. Um rapaz sereno, de cabelos macios e negros, alto, de bom gosto para se vestir. Kimura realmente não era mais aquele garotinho idiota que fora. Pelo menos, não fisicamente.

          Ele parou. E Yuri fez o mesmo. Enfim haviam chegado a uma boa distância do casal:

- Yuri, apenas... Apenas me entenda. Eu nunca quis lhe causar dano algum, independente do que eu era no passado, eu nunca a quis longe. Nunca. Você não entende? Por que não? Eu era um pivete idiota. Eu ERA um pivete idiota! Por que não entendem que estou arrependido? O que mais devo fazer para deixar isso mais explícito do que está? Devo me ajoelhar no chão e implorar? De qualquer forma, eu o farei, pois quero sua amizade de volta. Mas eu não acho sensato. Não é! Eu estou aqui, novamente suplicando por perdão! Eu...
- Por que você veio justo hoje nos procurar? Isso me parece suspeito, Kimura. Aos meus olhos, é muito.
- Por que foi ontem que vi Yui com aquele rapaz indo ao cinema. Eu havia me mudado não se lembra? Para aquele colégio interno. Então minha mãe teve bom senso de me tirar de lá. Ainda tenho algumas cicatrizes das barbaridades que me causaram, tanto física como mentalmente.
- Entendo.
- De verdade?
- Sim. Mas... Você devia ter me contado e não me abandonado. Como eu iria saber? Você queria que eu descobrisse? Você realmente pensou que eu fosse descobrir?! – gritou Yuri.
- Não grite Yuri.
- Ok. – suspirou Yurippe aborrecida – Vou voltar para a casa. Acho melhor você fazer o mesmo. Não vá interromper os dois.
- Antes vou te acompanhar até a sua. Vai chover e tenho um guarda-chuva.
- Não preciso disso.
- Eu insisto.
- Você quem sabe. Vamos logo, então.

          Enquanto isso, Yui terminava seu segundo sorvete:

-Nham! Quero mais um! Hu hu!
- Vai ficar querendo...
- O que? Por quê? Por que você não se precaveu com mais dinheiro? Você deveria estar preparado para quando eu pedisse o terceiro... Seria bem mais romântico hmpf!
- Esqueceu-se de que não sou um milionário? – disse com irritação na voz.
- Não é preciso ser um milionário para comprar um sorvete. Que imbecil.
- O que? Você reclama, mas até agora você não fez nada por mim!

          Yui pensou por um instante. Ele estava certo. Não foi ela quem o chamou para ir ao cinema. Não foi ela quem tomou a iniciativa para... Oras, por que as bochechas dela ficavam tão vermelhas ao lembrar daquilo? Claro. Ela o amava de mais. Pensar naquilo fazia seu coração pulsar uma grande quantidade de sangue para sua cabeça. Mas que saco! Nem se quer foi ela quem comprou o sorvete... Não! OS sorvetes para ele!

          Derrotada, continuou a falar:

- Você tem razão.
- Incrível! Ela confessou a derrota! Quem diabos é você?
- Cale a boca! Eu nem se quer tenho ideia do que vou fazer para você.
- Poderia começar lixando as unhas dos meus pés. Estão gigantes.
- Argh! Cale a boca!
- Mas eu falo sério – disse Hinata desapontado.
- Faça isso você mesmo.
- Foi exatamente o que eu lhe disse depois de ter lhe comprado DOIS sorvetes.

          Sim. Ela estava sendo ingrata. Mas nunca lixaria as unhas dos pés de outra pessoa. A idiotice de Hinata não tinha um limite, isso era óbvio:

- Que raiva. Olha as coisas que você pede? São absurdas e completamente burlescas!
- Então...
- O que? Então o que?
- Por que você me cortou?! Eu ia continuar! Bem... Que tal se nós formos hoje... Ver as estrelas?
- Estrelas? Não entendo... Por que quer vê-las comigo?

          Ok. Como alguém não entenderia o porquê? Yui sempre foi tão lerda:

- Porque eu gosto das estrelas. Quando se da uma tacada em uma bola, ela voa e seus olhos são direcionados para o céu. Não é tão encantador ver uma bola voejar sobre as nuvens, mas é incrível vê-la percorrer o céu estrelado. Entende? É lindo. Eu gosto das estrelas. E também gosto de você. As duas coisas formariam a noite ainda mais interessante.

          Não é possível descrever a reação de Yui. Pelo menos, não por dentro. Ela ficou estática, vulnerável. Morta externamente e mais viva do que nunca internamente. Ela quase caiu dura para trás, mas não o fez, pois Hinata a chacoalhou violentamente, sem entender o que aconteceu com aquela pequena figura de cabelos rosados. Aquelas palavras cravaram em seu coração:

- O-ok. Vamos sim.
- Isso é... Se houver estrelas... O tempo não está a nosso favor. Mas que droga!
- É. – olhou-o ainda incrédula.
- Eu disse algo que lhe aborreceu?
- O-o que? Não!
- Você está estranha... Mas você é estranha, então está tudo certo. Eu te chamo a hora que eu for, daqui a trinta minutos, ok? Só não aparecerei caso chova. Fique a espera! Não vou ficar tocando a campainha por três milênios. E de preferência atenda a porta, é vergonhoso encarar sua mãe, ainda mais seu pai! Você nunca se colocou em minha situação, por que você tem a vantagem de ser uma garota, então tente entender de sua forma! Um dia ainda você que terá de confrontar os meus pais e... – ...E mais um monte de blá blá blá que saíram da boca dele do qual Yui nem se quer deu ouvidos. Aquelas palavras anteriores ainda soavam em sua cabeça.

         Visto que ela estava abatida, Hinata pegou a mão direita de Yui e a guiou até a casa dela. Timidamente, ela o agradeceu, ainda sem conseguir olhar nos olhos dele. “Não se esqueça”, foi a última coisa que ele falou antes de ir embora. Com uma das mãos no peito sentindo o coração tirá-la do sério, fechou a porta e subiu as escadas correndo para se trocar. Mandou uma mensagem para Yurippe pedindo desculpas por não voltar no parque, sem saber que ela também não estava mais lá e entrou correndo no banheiro para tomar um banho.

          Saiu sem se quer se enxugar, com a toalha enrolada em seus cabelos e no corpo magrinho dela, vestiu os chinelos e correu para o armário. Pegou um vestidinho de verão e o colocou. Pôs uma tiara branca em seu cabelo e substitui os chinelos por um par de sandálias. Pronto. Agora era só esperar impaciente por ele.
Como será que ele vem desta vez?

          É. Diferentemente da última, ele veio com as próprias pernas. Tocou a campainha. Ela respirou fundo e abriu a porta, vendo um belo e desajeitado rapaz. Não sabia direito de que pigmentação era aquele cabelo. As vezes ganhava mais para o azul e as vezes os fios ficavam roxos. Bem. Não se importou. Olhou-o fundo nos olhos sem dizer nenhuma palavra. Novamente, ele quem teve de tomar a iniciativa:

- He... Olha eu aqui, parece que o céu colaborou com nossa causa.
- Sim, estou feliz! Eu precisava sair. Não estou fazendo nada aqui em casa. – bufou.
- Ótimo, vamos a pé!
- Hmpf. Ok.

          Ele novamente fez aquela pose. Aquela pose que sugeria que ela entrelaçasse o braço dela no dele. Ele sorriu tão docilmente... Yui não pôde recusar aquilo. Apenas postou seu braço junto ao dele e então começaram a caminhar naquela noite sombria. Não havia muitas estrelas no céu. Mas as nuvens também deixaram de ameaçar uma tempestade. A Lua estava em seu estado minguante. Mas o cenário não importava. Não... Não para aquele momento. Era como se só houvesse aqueles dois jovens com os corações alegres batendo vivamente caminhando pelas ruas. Nada mais importava. A pequena quantia de estrelas, a Lua que não iluminava a noite, o barulho das buzinas dos carros... Nada.
Hinata tagarelava como sempre e Yui segurava fortemente o braço daquele rapaz a quem ela confiou o próprio coração. Não queria soltá-lo. Se pudesse, ficaria daquele jeito noite e dia. Às vezes ela postava sorridente a sua cabeça naquele braço macio. E ele respondia fazendo o mesmo na cabeça da pequena. Até que pararam:

- Venha! Encontrei esse lugar no começo do ano!

          Hinata a guiou por uma trilha desconhecida por Yui. Passaram por riachos, bichos estranhos, barulhos assustadores, mas, enfim, chegara.

          Hinata se jogou no gramado natural que ele próprio havia ‘desvendado’ e ela repetiu a ação. Yui confiava plenamente em Hinata. Ele a envolveu em seus braços enquanto mirava o céu desprovido de brilho. Não. Para ele, aquele céu nunca estivera tão repleto de luz quanto agora.

          Yui então se virou para olhar o céu com ele. Ela não entendia direito o porquê do enorme sorriso dele, sendo que o céu estava tão sem graça:

- Por que você está sorrindo? Nem há estrelas!
- E quem disse que eu preciso de estrelas?
- Não foi para isso que viemos aqui?
- Desculpa esfarrapada, um tanto útil nestas situações! Você podia usá-las de vez enquanto.
- O que?! Então... Era tudo uma desculpa para...
- Para ficar com você, num ligar quieto, longe da cidade e do movimento? Sim! Parabéns! Está começando a me entender.
- Idiota... – reclamou ela mantendo aquele sorriso interno.

          Ela sentou-se, deixando Hinata deitado ao lado dela.

          Era óbvio que ele notou aquele sorriso camuflado. Ele certamente não era tão lento quanto ela. Simplesmente sorriu puxando-a para si. Abraçou-a como se Yui fosse sua própria vida. Beijou a cabeça dela delicadamente. E ela... Ela estava envolvida por aqueles braços que a esquentavam. Ou era o calor de seu próprio corpo que fazia isso com ela? Sim, ela própria não colaborava com a intenção inicial de se manter forte contra aqueles ataques emocionais. Mas não conseguia. Não mais. Ela retribuiu o abraço sorrindo verdadeiramente. Então ele tirou seus braços, levantou-se e esticou a mão para que ela tivesse algum apoio para se reerguer. Feito isso, ficaram se entreolhando, vermelhos e sorridentes. Será que... Sim. Ele não conseguiu se segurar. Simplesmente aconteceu. Fora ainda mais simples do que da primeira vez. Ela fechou os olhos prevendo o que estava por vir e deixou-o conduzir o resto. Ao cravarem os lábios, sentiram os corações se unirem igualmente. Ele não pretendia deixá-la. Ela não pertenceria a mais ninguém. Aquele gesto era a prova.

          Foi duradouro. Nem os ventos mais fortes puderam separá-los. Nem o som tenebroso que vinha das matas. Nem nada. Pois tudo que eles conseguiam ouvir era aquele amor crescendo cada vez mais.

          E as vezes, era inegável, doía.


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Notas finais do capítulo

Nham! Espero realmente, de coração que tenha agradado vocês ç_ç' ! Ficarei feliz com a opinião de cada um *-* !
Agradeço eternamente pela existência de todos vocês, leitoras e futuros leitores (não sei, né o.o) que me dão forças para continuar ('; !