Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 20
Música fluía bem




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Quando cheguei a escola, Lori logo me recebeu com uma bolsa, que tinha o nome da escola e abaixo escrito hóquei. Eram dois uniformes do time. Deixei a bolsa no meu armário e encontrei Ethan no caminho para aula. Ele não carregava seu violino, apenas um livro de artes na mão. Hoje era dia de aula e confesso que passei duas noites inteiras lendo a folha, até entender melhor.

“Pronta para a aula de hoje?” – Ele perguntou.

“Sempre pronta! Mas confesso que tenho medo de demorar para aprender e te atrapalhar de alguma forma...” – Eu disse.

“Jamais me atrapalharia, me sinto feliz te ensinando!” – Ele disse colocando a mão no meu rosto.

Apesar de não ser a mesma sensação a qual eu sentia quando Ed tocava meu rosto, mas mesmo assim fiquei com vergonha. Desviei o olhar e olhei para baixo. Com a minha mão esquerda, tirei a mão dele do meu rosto.

“Como estão?” – Era a voz de Ed vindo do meu lado esquerdo.

Olhei para ele e nenhuma expressão feliz em seu rosto. Me afastei de Ethan e abracei o braço direito do Ed. Tinha esse costume de segurar seu braço. Ethan se despediu, um pouco sem graça, e foi para sua aula. Ainda segurando o braço do Ed, virei meu rosto para ele.

“Você me segue? Porque você meio que some e do nada aparece, principalmente, quando estou com Ethan.” – Eu disse rindo.

“Você inventa cada coisa!” – Disse o Ed.

Eu comecei a rir, com ele isso acontecia naturalmente, mesmo que ele não se esforçasse para que eu desse um sorriso, acontecia, assim como você respirar sem notar, até que você para e sente falta. Na sala, eu quase não prestei atenção na aula, apenas escrevi no meu caderno de pensamentos. Um dia disse que meu olhar era muito lindo, mas ao reparar muito, notava que, o tinha de belo, tinha de triste. Isso havia ficado em minha mente por dias, até eu finalmente escrevi em meu caderno. Quem pegasse para ler, nada entenderia, as vezes eu mesma me perco no meio de tantas palavras. Nunca citei nomes, apenas pronomes, nunca separei as histórias, juntei todas, afinal, minha cabeça é uma mistura de sentimentos difíceis de serem decodificados, e talvez o amor fosse o mais complicado dentre eles. Arrisquei desenhar um violino em uma folha inteira, bom não está, mas dá para entender o que é. Quem lesse este caderno, saberia de toda minha vida, porém não saberia que de tudo sabia. Confuso? É assim que é feito o meu mundo.

As horas passavam cada vez mais devagar, mas já era hora da aula de violino. Ed foi embora e pediu para que eu ligasse para ele quando acabasse, que iria me buscar. Achei fofa essa atitude, mas se ele me conhece, saberia que eu não ia ligar. Me sentei na grama a espera de Ethan, que aparecera na minha frente, com uma pequena coisa com Macarons coloridos, o doce mais gosto que eu provara na Inglaterra. Um doce lindo e delicioso muito comum na Europa.

“Trouxe pra você!” – Ele disse se sentando de frente para mim.

“Você quer me engordar!” – Eu disse.

Ele sorriu e abriu a caixa, me ofereceu e eu peguei um azul. Ele pegou um para ele e colocou a caixa na grama. Tinham quatro macarons e não demoramos muito para acabar com eles e começarmos a aula. Ele posicionou o violino em meu ombro esquerdo, fez com que eu tivesse a postura correta. Ele se posicionara ajoelhado atrás de mim e com sua mão direita, segurava meu braço, fazendo com que eu tirasse um som do violino, sorri. Com a outra mão, ele segurava o violino e fazia com que uma bela musica saísse. Ele levava meu braço para um lado e para o outro delicadamente, até que ele o soltou e eu continuei, estraguei tudo, lógico, faço isso sempre. Ele permaneceu atrás de mim e pude sentir que seu rosto se aproximava do meu rosto pelo lado direito.

“Você será uma excelente e linda violinista...” – Ele disse sussurrando próximo ao meu ouvido.

Pude sentir sua respiração quente e inesperadamente, me arrepiei. Isso não deveria ter acontecido, pelo menos eu pensava assim. Talvez não fosse o que eu estava pensando. Eu cresci achando que quando eu me apaixonasse por alguém, eu saberia só pelo fato de como reagiria ao lado dela, e me arrepiar estava na lista e não, isso não poderia ter acontecido e agora esse pensamento não me saia da cabeça. Eu amava mesmo era o Ed, mas nada queria com ele, agora. Talvez eu estivesse interpretando tudo de maneira errada, mas eu não queria perder as aulas de violino por isso. Nada respondi depois disso e Ethan me mostrou o som de cada corda e pediu para que eu repetisse.

A aula durou exatas duas horas, eu tinha dito uma hora e meia para Ed, aliás, essa era a hora combinada, passamos do horário. Enquanto Ethan guardava seu violino, ele me contará porque decidiu se dedicar a esse instrumento e não tinha uma história por trás, apenas achava bonito e diferente do comum violão, e decidiu arriscar e acabou amando. Parece eu contando a minha história.

“Você e Ed parecem namorados.” – Ele disse.

“Por que diz isso?” – perguntei.

“Olhe para trás.”- Disse Ethan.

Me virei e pude notar Ed se aproximando e não pude acreditar. Me levantei imediatamente e fiquei observando cada passo seu até a mim. Ele caminhava com as mãos nos bolsos da frente da calça e não se aproximava com pressa.

“Que faz aqui?”- perguntei.

“Você disse uma hora e meia e bom...”- Ele olhou para o relógio. –“Se passaram duas horas. E também sei que não me ligaria.” – Ele completou.

Apenas o abracei e acostumado, não demorou para reagir e me abraçou. Parei de abraça-lo e pude notar que ele olhava para Ethan, que também olhava para ele. Ficou um clima estranho dos dois se olhando, até eu quebrar o silêncio, como sempre.

“Vamos então, Ed?” – Eu disse olhando para ele.

Ele finalmente olhou para mim e afirmou com a cabeça. Peguei a minha mochila.

“Deixa que eu levo.” – Disse Ed pegando a mochila da minha mão.

Fui abraçar o Ethan, que segurou o abraço por mais tempo do que eu queria. Fui em direção a Ed, que estava com a minha mochila pendurada em seu ombro direito. Fui andando com ele até a saída.

“Por que demoraram tanto?” – Ele perguntou.

“Não sei, a música estava fluindo bem.” – Eu disse.

Ed nada comentou. Até que chegamos ao carro da mãe de Ed. A cumprimentei e entrei no carro. Fui no banco de trás e Ed no da frente. Novamente, jantei em sua casa, e estava adorando essa rotina de não jantar apenas com Mary. E falando nela, no sábado ela assinará os papéis de adoção e finalmente terei a minha mãe. Cresci acreditando e aprendendo que mãe é realmente quem te cria e se importa contigo, e Mary era um belo exemplo disso. Ela estará ao seu lado sempre, cuidará de você, dirá o quanto está linda, penteará seu cabelo a noite, te ajudará a escolher a melhor roupa para o primeiro encontro, ouvirá seus desabafos, espantará os seus medos, te fará sorrir quando precisar, te abraçará sem você pedir, pintará suas unhas, irá as compras contigo, passeará contigo, xingará suas desilusões amorosas, apoiará seus amores, te contará histórias de quando ela era mais nova, te cobrirá enquanto dorme, tudo, para exatamente tudo, Mary estará lá para mim.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ♥
se tornem leitores da minha fanfic, pfvr.
COMENTEM E OBRIGADA POR LEREM. *_*



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