Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 120
Nós dois




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O quarto era branco. O espelho tinha lâmpadas ao seu entorno, mas estavam apagadas. Estava frio, mas não me incomodava. Teddy comia uns biscoitos que estavam sobre a mesa, foram postos lá por Sara.

“Como...?”

“Camilla me ligou.” –Ele disse, com a boca cheia.

Fiquei olhando ele comer e Teddy me olhava pelo canto do olho. Perguntou se eu queria também. Neguei. Ele limpou as mãos em um guardanapo de papel e o jogou no lixo.

“Vamos beber.” –Ele disse.

Teddy me puxou pela mão e saímos do camarim. Me sentei e Teddy ficou em pé, atrás de mim. Não sei o nome da bebida que ele estava tomando, mas já estava indo para o segundo copo. Vi que Pedro trocou de posto com um dos barman e se aproximou. Uma menina o chamou e ele serviu um drink verde.

“Aquele não é o Pedro?” –Teddy perguntou, após dar um gole no seu terceiro copo.

Comecei a afirmar com a cabeça, antes mesmo de ele terminar a frase.

“Achei que não se falassem mais. Não deveria ter convidado ele.” –Disse Teddy.

Contei que eu era maior que isso e fiz certo em perdoar. Talvez porque sei que me faria falta a sua ausência. Pedro era uma boa pessoa, apesar do ocorrido. Ele se aproximou mais e Teddy não tirava os olhos dele. Pedi para ele esquecer Pedro e falar sobre a gente.

“O que te prende ao Brasil?” –Teddy perguntou.

Camilla foi a primeira pessoa que passou pela minha cabeça. Eu estava com planos de ajudar a cuidar do bebê. Todos os dias eu imaginava como reagir quando Camilla dissesse que Penny estava pra nascer. Estava previsto para fevereiro. Eu tinha bastante tempo para planejar um belo futuro e fracassar quando o futuro se tornar presente. Teddy disse estar de férias até o dia seis de janeiro e dia nove retornaria com sua rotina para shows.

“Vou ficar até o dia vinte e quatro.” –Disse Teddy.

“Pouco tempo.” –Eu disse.

“O suficiente para você decidir se vem comigo ou não.” –Ele disse.

“Espera... o que?” –Perguntei.

Teddy sorriu e repetiu. Eu não estava acreditando. Um flash sobre tudo o que passei no Brasil, passava pela minha cabeça. Ele está sempre em turnê, o que eu iria fazer sozinha na Inglaterra? Eu teria outro momento para conversar sobre isso, eu queria aproveitar o esforço que Sara fez por mim e fazer a festa valer a pena. Chamei Teddy para dançar, mas ele se recusou, pois não sabia dançar. Fiquei encarando ele, até que ele aceitou.

“Lembra da música do baile?” –Perguntei.

Teddy tinha uma bebida até a metade do copo e tinha todo o cuidado para não derrubá-la. Ele não respondeu. Perguntei novamente. Teddy aproximou seu rosto e virou o ouvido para mim e sussurrei no mesmo. Ele afirmou com a cabeça e bebeu o drink. Esperei que ele fosse dizer alguma coisa, mas tentou se balançar no ritmo da eletrônica que tocava.

“Me espere aqui.” –Disse Teddy.

Ele passou entre as pessoas e sumiu da minha vista. Fui contagiada pela batida na música, quando de repente, ela parou. O DJ testou o microfone e sua voz tomou o lugar da música.

“A pedidos, aqui vai uma das antigas!” –Ele disse.

A melodia era familiar e eu não conseguia acreditar que Teddy realmente se lembrava da música. “Because of you” começava a tocar e as pessoas a minha volta começaram a se abraçar e a dançar lentamente. A maioria tinha a música na ponta da língua. Minha vista alcançou Teddy novamente. Ele já havia terminado sua bebida e estava sem o copo na mão. Ele sorriu e se aproximou mais. Estendeu sua mão e a segurei. Estava gelado, graças a bebida. Sua mão direita me aproximou de seu corpo. Estávamos grudados, como da primeira vez. Parecia que eu estava dormindo e acordei no baile novamente. O gelo do ar condicionado percorria por todo meu corpo, mas eu era aquecida pelo calor do Teddy. A música acabou e a música voltou a ser agitada. As pessoas se soltaram e começaram e se mover sozinhas. Menos Teddy e eu. Ainda estávamos preparados para uma valsa. Meus olhos estavam atraídos pelo os dele. Ele sorria gentilmente, suas mãos ainda estavam acomodadas em minha cintura. Não pesavam. Parecia que elas não estavam ali.

“Esse é o famoso Ed?”

Um sotaque espanhol vinha por trás de mim. Os olhos de Teddy se voltaram para ela. Não me virei, tinha certeza que era Martina. Com a mão direita, virei o rosto de Teddy para mim e o beijei. Não ouvi mais nada. Não durou muito.

“Ela ainda está ai?” –Perguntei a ele.

Teddy olhou e negou com a cabeça. Sorri e o beijei novamente. Meus braços envolveram sua nuca e começamos a cantar um remix da Katy Perry que tocava. Ele gritava as vezes, fazendo uma voz fina, o que me fazia rir. O meu medo era o encanto acabar a meia noite. Fabrício passou por nós e fingiu que não me conhecia, aliás, não conhecia. Ele esbarrou em Teddy, que não se importou. Camilla dançava próximo a gente. Estava com Nathan. Ele toda hora se preocupava com alguém bater na barriga de Camilla e ela nem ai. Ela estava com um copo com água na sua mão esquerda.

“Continuo com a Idea de te levar comigo!” –Disse Teddy.

“Já estou pensando nisso!” –Eu disse.

Teddy sorriu e beijou minha testa. Ele não se sentia ofendido pelo fato de eu ainda estar pensando. Pelo contrário, segundo ele, era uma honra me deixar confusa e perturbar meus pensamentos. Teddy era o tipo de pessoa que dizia algo engraçado mas parecendo a pessoa mais sério do mundo. Ele toda hora me mostrava suas tatuagens. Eram tantas. A que mais me encantou foi o “pingu”, pois era um desenho que eu via na minha infância. Os bons tempos de inocência e ingenuidade. Com Teddy parecia que eu nunca havia saído de Framlingham. Estávamos lá. A neve estava obstruindo a saída da boate, nossos casacos estavam guardados. As pessoas demoravam para se acostumar com o calor do aquecedor. Rapidamente tal pensamento saiu da minha cabeça. Teddy ainda cantava fino e ria.

“Qual nosso nome?”

“Edward e Yolanda.” –Respondi.

“Não. Não. Nome de casal.”

Fiquei em silêncio, olhando confusa.

“Bradelina, essas coisas.” –Ele disse.

Fiquei pensando e não gostei de nenhum nome. Teddy parecia já ter esquecido do que estava falando e tentava cantar a música da Britney Spears, mas errava a letra e toda hora dizia “shit”.

“Tandy?” –Sugeri.

“Já comi muito.” –Ele disse.

“O que?”

“Essa pasta de dente.”

Demorei para entender. Eu não conseguia parar de rir. A vontade para ir ao banheiro aumentava. Eu gargalhava. Meus olhos lacrimejavam. Minhas pernas perdiam as forças e Teddy queria me acompanhar, mas ao conseguia rir. Eu não conseguia pensar em mais nada que não fosse o nosso diálogo.

“Você comia também? A de uva era boa.” –Ele disse.

Ele não me deixava parar de rir. Ele não entendia que eu estava rindo por causa dele. Enxuguei as lágrimas e Teddy perguntou se eu sentia alguma dor, pois estava chorando. Expliquei tudo a ele e Teddy não achou graça.

“Leddy?”

“Yoleddy.”

Ele estava bêbado e tudo parecia engraçado. Decidimos discutir sobre isso depois e caminhamos até o bar. Aceitei acompanhá-lo. Pedro havia sumido, junto com Martina. Eu não conseguia achar os dois. Não me importava. Teddy começou a conversar com um rapaz que estava ao seu lado. Pude ouvir que o nome era Robson e Teddy começou a rir na cara dele. O homem sabia falar inglês e levou tudo na brincadeira.

“Se divertindo?” –Camilla perguntou, ao parar entre mim e Teddy.

Afirmei com a cabeça e ela beijou minha bochecha e depois beijou a de Teddy, que reclamou por ela ter babado ele. Camilla o lambeu. Teddy molhou seus dedos na bebida e respingou em Camilla, que rapidamente se retirou. Olhei para o relógio e já passava da meia noite. Uma da manhã. Meu encanto ainda se mantinha forte.


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora, quem curte a página (FANFIC FOLHAS DE OUTONO) sabe que meu pai estava internado e eu não tinha cabeça para escrever. Obrigada por esperarem! São 115 leitores registrados pelo NYAH, muito obrigada ♥ Obrigada aos que não tem conta e mandam recados no facebook, vocês são incríveis!
Jenny, eddictedhoran



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