Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 115
Conversa




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“Não achei que você fosse atender.”

“Não achei que você teria coragem de pisar na minha casa.”

Martina ficou em silêncio e ameaçou a desligar o celular.

“Não. Não. Quero você na minha casa amanhã. Pra eu olhar na tua cara e falar tudo o que estou pensando de você!” –Eu disse.

“Não acho necessário.”

“Não? Do nada ficou com vergonha de sair de casa? Não tem problema, eu vou ai.”

Martina desligou. Joguei o celular de Pedro sobre a cama e gritei. Não fora o suficiente. Eu ainda sentia uma enorme angústia presa na garganta. Não achava certo chorar. Eu não poderia parecer fraca. Respirei fundo e me deitei na cama. Reparei cada detalhe do teto. Meus olhos não queriam se fechar, eu não conseguia dormir. A hora demorava a passar. Era quase meia noite. O barulho dos carros diminuía lá fora. Eu conseguia ouvir o som da televisão vindo do quarto de Camilla. Não estava muito alto, mas eu conseguia ouvir. Minha mente buscava algo com o que se distrair, mas a atenção não durava muito. Quando eu conseguia me reerguer, a vida me derrubava com um sorriso no rosto. É com os tropeços que aprendemos a nos manter firmes, com as quedas, aprendemos nos levantar. Só apanhando, para aprender amar.

Vi o dia nascer. Os pássaros começaram a cantar nas árvores. Me arrastei até a sala e me encolhi no sofá. Camilla passou correndo para o banheiro. Na volta, ela desejou bom dia. Era oito e meia da manhã quando a campainha tocou. Permaneci no sofá e Camilla atendeu. Era Sara. Ela veio em minha direção.

“Vocês precisam conversar.”

Neguei com a cabeça por várias vezes. Ela insistiu e acabei sedendo. Troquei de roupa e prendi meu cabelo em um baixo rabo de cavalo. Pedro estava no sofá e se levantou quando Sara abriu a porta. Ele veio em minha direção, mas Sara impediu que ele me tocasse. Ela sussurrou algo para ele e o fez sentar novamente.

“Eu não queria fazer isso.” –Disse Pedro.

“Há quanto tempo?”

“Um ano e meio.”

A traição dele me fez lembrar do beijo que dei no Teddy, mas meu sentimento de que eu também estava errada, havia passado, pois Pedro já fazia isso muito antes. Mesmo assim, decidi contar. Estávamos em um jogo de verdades, falei sobre o que aconteceu de verdade entre mim e Teddy quando ele estava por aqui e Pedro apenas balançava sua cabeça em afirmativa. Como se estivesse fingindo que aceitava.

“Viu? Você me traiu também.”

“Pedro, olha há quanto tempo você teve coragem de seguir com uma outra mulher. Na época eu estava realmente apaixonada por você. Já havia mais que me acostumado com a ausência do Teddy em minha vida e aprendi a amar você, de verdade.”

Pedro começou a chorar. Eu estava determinada a perdoá-lo, mas jamais confiaria nele novamente.

“Mas por que fez isso? Só porque não temos uma vida sexual que nem todo homem sonha? Não sou uma escrava sua.”

Pedro abaixou a cabeça. Como eu imaginava. Perguntei onde Martina morava e ele não respondeu. Queria saber o motivo pelo qual eu o perguntava isso. Falei sobre o telefonema de Martina e ele a xingou. Anotou o endereço em um papel, dado por Sara. Confiei que este era o caminho. Sara acordou Pablo e a ouvi dizer para tomar conta de Pedro e não o deixar sair. Pablo parecia um soldado aceitando a ordem de seu capitão. Sara pegou sua bolsa e a chave do carro.

“Onde vai?” –Perguntei.

“Te levar neste endereço.” –Ela disse, apontando para o papel em minha mão.

Não recusei sua ajuda e fomos atrás de Martina. De acordo com o endereço, chegamos em um prédio no interior do bairro do Catete. Sara foi até o porteiro e perguntou se poderia falar com Martina. Segundo ele, ela não morava mais ali. Havia deixado o local de madrugada, por volta das quarto e meia. Ele não sabia dizer onde Martina se localizava.

“Ela fugiu.” –Sussurrei.

Sara fez uma expressão de lamentação e voltamos para o carro.

“E se ele estiver mentindo?” –Perguntou Sara.

“Como assim?”

“Ela pode ter pedido para ele informar para qualquer pessoa que a procurasse, dizer que ela havia ido embora.”

Até que fazia sentido. Sara deu a volta no quarteirão com seu carro e estacionamos em uma esquina onde dava para ver o prédio, na esperança de Martina sair. Sara ligou para Pablo, pedindo para ele trazer Pedro.

“Nós vamos desvendar essa mulher.” –Disse Sara.

Parecia que ela estava em algum filme ou então, ela que tinha sido traída. Talvez, ela quisesse mostrar para o Pablo o que acontecerá com ele caso isso aconteça um dia. Ou ela é minha amiga. Nunca acho que tenho amigos, na verdade, então essa é sempre a última suposição.

Observamos, de longe, Pablo e Pedro entrarem no prédio para falar com o porteiro. Eles não voltaram. Minutos depois, o telefone de Sara tocou. Era Pablo, afirmando que Martina ainda morava lá. Eles estavam subindo para o apartamento dela. Sara gritou para ele descer. Estava no viva voz e Pablo só xingava. Pablo e Pedro entraram no carro.

“Quando o Pedro perguntou por ela, o porteiro perguntou o nome dele duas vezes e disse que ele podia subir. Pedro pediu para avisar que subia sozinho.” –Contou Pablo.

“Como eu te falei.” –Disse Sara.

Pablo e Pedro estavam sentados no banco de trás. Sara ao volante e Pablo atrás. Sara disse o quanto estava decepcionada com Pedro e disse que, se nós não nos entendêssemos, Pedro estaria proibido de dormir no apartamento dela e teria que assumir Martina. Pedro apenas negava com a cabeça.

“Quero falar com Martina.” –Eu disse, antes de Sara ligar o carro. –“Vamos, Pedro. Diga que está subindo.”

Sara olhou para ele e Pedro disse que estava tudo bem e saiu do carro. Sara pediu para eu me controlar e sai. Pedro foi andando do meu lado. Eu reparava que toda hora ele me olhava, mas eu permanecia olhando para frente. Pedro falou novamente com o porteiro, que ligou para Martina. Pedro ficou na frente do olho mágico e me escondi. Martina abriu a porta e o chamou de “Love”. Sai de trás de uma grande planta. Ela me olhou assustada.



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Notas finais do capítulo

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muito obrigada por ler. Incrível ter vocês me apoiando *-*
Jenny, eddictedhoran



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