Folhas De Outono escrita por Sheeranator Mafia


Capítulo 113
Martina novamente




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Eu não queria me deixar levar pelo o que Joana havia dito, mas era isso que eu pensava desde o primeiro segundo que a vi. Martina não parecia o tipo de mulher confiável, ainda mais depois de toda a história que Pedro me contou sobre o último casamento dela. Meu celular tocou, não o ouvi, mas Camilla me gritou e corri para o quarto para atendê-lo. Era Teddy.

“Stuart disse que me ligou.”

“Sim. É que... eu não sei bem o que quero dizer exatamente, mas Pedro apareceu com outra mulher.”

“O que? Ele está te traindo?”

“Não. Não sei. Não posso afirmar, porque não o vi fazendo isso, mas ele trouxe uma mulher diferente aqui para casa. Nunca a vi e eles parecem tão próximos, ele nunca me contou sobre ela, assim como sempre contei sobre você. Ele sabe tudo sobre você e eu pouco sei dela.”

Conversei com Teddy por vinte minutos. Contei tudo o que pensava sobre Martina, inclusive sobre seu último casamento. Perdi as contas de quantas vezes Teddy a chamou de “bitch”. Tranquei a porta do quarto, para que ninguém interrompesse a nossa conversa. Teddy disse para eu não me preocupar, porque Pedro parecia um homem de bom coração e não faria isso comigo. Fiquei mais aliviada depois do telefonema de Teddy, mas ao ver Martina novamente, fiquei nervosa novamente. Voltei a ficar trancada no meu quarto, vendo tv. Camilla me chamou para ir até a sala, fazer uma social com todos, mas recusei. Ela perguntou se eu estava bem e apenas pedi para que ela se retira-se. Ouvi a porta da sala bater e logo em seguida, Pedro entrou no quarto.

“Ah, você está aqui.”

Não olhei para ele. Continuei zapeando os canais. Ele se sentou no lado dele da cama, o esquerdo, e tirou sua blusa. Eu nunca tinha visto aquela blusa. Não perguntei sobre ela, mas algo me dizia que era um novo presente de Martina.

“Martina é muito legal com todos nós.” –Ele disse, se deitando.

“Por que está trazendo a aqui todos os dias?”

“Ela é minha amiga.”

“Claro, uma amiga que você escondeu a sete chaves. Por que só agora me apresentou a ela?”

“Já disse que não sei. Talvez porque eu a convidei para o casamento e achei que seria interessante se vocês se conhecessem antes.”

Fiquei em silêncio. Pedro tomou o controle da minha mão e colocou em um canal de luta. Me levantei rapidamente e peguei uma roupa no guarda-roupa. Pedro me perguntou a onde eu ia, não respondi. Me arrumei e apenas sai. Sem celular. Andei pela calçada do prédio e as pessoas se espremiam para passar rapidamente pelos os que tinham passos lentos. Pessoas com seus cachorros caminhavam e recolhiam as necessidades do animal. Lojas estavam vazias, mas as suas vitrines estavam lotadas de pessoas curiosas desejando as roupas lá expostas. Sem perceber, eu já estava na praia. O vento estava gelado e incomodava meu rosto, mas eu não me importava.

“Querida!” –Ouvi alguém dizer atrás de mim.

Me virei e era Martina. Lamentei e forcei um sorriso. Ela me abraçou. Um abraço exagerado. Ela era muito alegrinha. Odeio gente alegrinha. Ela me chamou para ir ao cabeleireiro com ela mais tarde, depois da corrida pela orla. Recusei. Queria recusar tudo o que vinha dela. Para mim, parecia o correto a se fazer, mas eu estava sendo injusta com ela e não dando uma oportunidade para nos conhecermos melhor. Mas eu não queria conhecê-la. A explicação de Pedro não aceitei bem. Ela me puxou pelo braço e fomos andando pelo calçadão. Quando finalmente consegui me soltar dela, dei uma desculpa qualquer de que tinha que preparar o almoço e acelerei meu passo para o lado oposto o qual ela ia. Notei que seu último olhar para mim, fora de desprezo, talvez nojo, ou talvez eu queria enxergar aquilo, para ter motivo pelo qual me negar ser amiga dela. Não fui para o apartamento, parei em uma livraria qualquer e folheei uma revista qualquer, que dominava a estante próxima ao sofá de leitura. Sempre os mesmos rosto. Os artistas que faziam sucesso. As histórias eram parecidas, só mudavam os personagens. Nada sobre Teddy estava escrito ali, o que me deixava feliz, de certa forma. Uma hora depois, voltei para o apartamento. Ao trancar a porta, ouvi risos vindos da cozinha. Larguei as chaves sobre a pequena mesa ao lado da porta e segui meu caminho para a cozinha. Pedro, Camilla e Martina se divertiam preparando algum tipo de doce. A barriga de Camilla estava suja com chocolate e o cheiro que infestava a cozinha era de calda de açúcar.

“Achei que ia preparar o almoço.” –Disse Martina.

“Ela mentiu.” –Completou Pedro. –“Ela costuma fazer isso as vezes.” –Ele completou, rindo.

Camilla e eu fomos as únicas que não rimos. Camilla limpou sua barriga com um papel toalha e me tirou da cozinha. Fomos para o quarto dela, onde Joana estava lendo um livro chamado “A magia da saia”. Pelo o que ela havia dito, era sobre uma mulher que conseguia tudo o que queria quando usava uma tal saia vermelha.

“Vi o que aconteceu na cozinha.” –Disse Camilla, se sentando na cama.

Fechei a porta do quarto e me sentei no chão, me escorando no guarda-roupa. Camilla não gostou da maneira como Pedro disse que eu mentia. Ela achou que ele estava brincando, mas ele estava me diminuindo para fazer Martina rir e isso não era engraçado. Ela não queria mais Martina ali. Sei que Camilla era capaz de tornar a vida de Martina, um inferno. Ela se levantou e foi falar com Pedro, enquanto Joana me contava o quanto achava a mulher do livro uma vadia, mas agora que estava chegando ao final, ficou com pena da história da mulher e a perdoou, mas concordou que a mulher, de nome Felipa, exagerou no número de homens. Ela não contou a história da mulher, pois queria que eu lesse o livro, que ela havia comprado na semana passada.

Não soube sobre o que conversaram na cozinha, só sei que Martina foi embora, chateada. Eu me sentia mal por isso, mas ao mesmo tempo, queria que ela tivesse saído muito pior. Pedro trancou a porta do quarto, quando me viu deitada na cama.

“Você achou mesmo que eu estava te traindo com Martina?”

“Bem, eu não sei...”

“Eu não sou esse tipo de homem. Não sou você e Ed.”

Me levantei e dei um tapa em seu rosto. Pedro me segurou com as duas mãos, com força. Ele me sacudia e falava para eu nunca mais fazer aquilo novamente, porque se não, o que eu disse poderia se tornar verdade. Mas eu já achava que era verdade, então não tive medo de dar outro tapa nele. Comecei a bater nele e ele tentava impedir. Quando ele conseguiu segurar minhas mãos, me vi chorando. Chorava muito. Estava fraca para ficar em pé e Pedro me abraçou. Me soltei de seu abraço e me joguei na cama. Me encolhi o máximo que eu pode. Não vi se Pedro me observava chorar, mas minutos depois, o ouvi sair. Quando a porta se fechou, joguei um travesseiro na porta. Eu não acreditava mais no olhar dele para mim.


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Notas finais do capítulo

Hoje estou 220 volts, dois capítulos postados em menos de meia hora. haha Hoje vai ser assim, SURPRESA. haha *-*
Obrigada por lerem ♥
Jenny, eddictedhoran



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