Heart Of Darkness escrita por Carolyn Fer


Capítulo 43
Dores da liberdade


Notas iniciais do capítulo

Enjoy...



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~ELENA~

– Não. Esse não é você falando! É a coisa... Eu a vejo ela está do seu tamanho.

– Não, eu lhe garanto. Sou eu. Sabe, eu adorei ver sua expressão de dor quando lhe torturei. Também fica muito bonita assim. Você é tão linda... – o clarão vermelho passou pelos olhos dele. Imediatamente o empurrei. Ele sorriu.

-        É bom que seja muito bem educada.

-        Vai se ferrar! – lhe dei um chute nas partes baixas e sai correndo, depois de conseguir uma boa dianteira me escondi na tumba. Ele não podia ir ali, porque se fosse eu estaria perdida. Eu sabia que quem quer que fosse esse tal de Shinichi, não tinha porque ele me manter viva.

Na tumba tentei ficar o mais silenciosa possível. Acho que ele não me encontraria. Sai aos poucos e dei de cara com seus olhos azuis que possuíam uma tristeza imensa.

-        Damon?

-        Infelizmente. – falou. Aquele era o meu Damon. O verdadeiro. – Shinichi ele me possuiu e tirou minhas lembranças do tempo que passei possuído.

-        Sim... Quer dizer, acho que sim.

-        E alguém te feriu.

-        Sim. – será que ele também tinha esquecido nossa ultima conversa?

-        Eu jurei mata-lo e fazer dele seu escravo. Ele bateu em você!  - eu sabia onde isso daria.

-        Damon, sim isso é verdade, mas...

-        Eu jurei a mim mesmo que iria mata-lo. Eu queria lhe ensinar as lições mais dolorosas que já ouvi... E já ouvi muitas historias... E moribundo, ele lhe beijaria os pés. – lágrimas ameaçavam escapar de seus olhos. Lágrimas escapavam dos meus.

-        Damon, eu lhe imploro...

-        E aquele que machucou você... Fui EU!

-        Não se culpe, você estava possuído.

-        Eu... Meu Deus, eu usei o Poder da dor psíquica em você! Eu jamais havia feito isso a ninguém... Você pulou do carro em alta velocidade em vez de se arriscar comigo.

-        Você estava pegando pesado, ele lhe mandou pegar pesado.

-        Eles. Shinichi e Misao. Mas agora, sou seu para fazer o que quiser de mim.

-        Damon, você não queria nada disso...

-        Eu tentava, eu juro que tentava, mas eu não conseguia obedecer ao que eu mesmo queria. Eu tentava me importar... Mas não conseguia. Eu me sentia tão poderoso! – me aproximei dele e segurei seu rosto entre as mãos.

-        Você lutou, lutou muito. Eu vejo. O malach é moribundo.

-        O que?

-        Cada vez que você luta contra, ele morre um pouco.

-        É... Muito grande?

-        Do seu tamanho. Por favor me deixe tentar tira-lo de você.

-        Eu já lhe disse, o monstro que lhe machucou agora é sei escravo.

-        Certo. Tire a camisa, ele está preso na coluna. – ele não contrariou, apenas o fez. Primeiro a jaqueta preta de couro, depois a camisa preta de mangas compridas. Me forcei a não prestar atenção em seu abdômen, agora não era hora. Me aproximei mais dele. – Isso... Vai doer muito em você.

-        Que bom. Desde que machuque essa coisa. – me sentei no chão e fiz com que ele deitasse atravessado em meu colo. Usei a ponta dos dedos para achar o que eu queria, uma bolha. Quando a encontrei perfurei com as unhas até o sangue brotar.

Quase o perdi ao tentar achatar, mas o persegui com minhas unhas afiadas. Por fim tive que segura-lo com firmeza entre as unhas do polegar e de outros dois dedos.

O maldito malach ainda estava vivo e consciente o bastante para resistir a mim. Era uma coisa escorregadia e pegajosa em forma de homem, o puxei lentamente pela brecha na pele de Damon. Isso causava dor em Damon, eu sabia. Mas ele se mantinha quieto e imóvel, eu quase podia sentir seus dentes trincados para não gritar.

Algumas lágrimas escaparam enquanto eu terminava de tirar aquela coisa de Damon.

Tive que me sentar depois de afastar Damon. O malach estava no chão, uma caricatura branca, viscosa e flácida de corpo humano.

-        Acabou? – perguntou Damon sem folego. Aquilo havia doido mesmo.

-        Sim. – sussurrei.

Damon se aproximou da coisa que ainda se retorcia um pouco. A coisa que o obrigou a fazer coisas que antes jamais faria.

Depois de olha-la bem, ele pisou com o calcanhar das botas. Ela se desfez em pedaços. Depois ele piou em seus fragmentos. No fim tudo o que sobrou foi uma mancha e um cheiro.

Entendi a mão para Damon e ele me puxou de encontro a seus braços.

-        Obrigado. – disse ele. Não respondi nada. E ficamos ali um tempo abraçados. Até que ergui minha cabeça, fazendo meus lábios se encontrarem com os dele. Nossas línguas se moviam lentamente, um beijo calmo, de consolo para ambos. Um beijo que mostrava o quanto nos amávamos.

Pela maldita falta de ar nos separamos e colamos nossas testas. Sorrindo me afastei um pouco para encontrar seus olhos me fitando intensamente.

-        Temos que fazer planos agora. – falei.

-        Vamos nos livrar daqueles gêmeos e então... – ele respirou fundo, como se aquilo tirasse um peso de suas costas. – Ai sim estaremos prontos para seguir com a nossa eternidade. Sem interrupções. 


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Notas finais do capítulo

COMENTEM E RECOMENDEM.
E não se preocupem pq a fic não ta no fim não, tem muita coisa pra acontecer e vcs ainda vão querer me matar, acreditem.
xoxo, Carolyn u.u