Heart Of Darkness escrita por Carolyn Fer


Capítulo 39
A coisa-Damon


Notas iniciais do capítulo

Enjoy...



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-        Damon! Oi, - desci do carro e Matt veio logo atrás. Qualquer coisa eu pegaria Matt e sairíamos correndo dali. – O que faz aqui?

-        Tem uma coisa que preciso fazer Princesa das Trevas. – ele pegou um galho de pinheiro e o girou no ar teatralmente, o avaliando. Depois disso Matt começou a gritar. Os pássaros pararam de cantar e o circulo das arvores parecia se inclinar em volta de nós, escurecendo tudo. Se tornando ameaçador. Nuvens cinzentas começaram a se acumular e a trilha sonora era os gritos e gemidos de dor de Matt. Droga! Aquilo era uma armadilha. Talvez se eu o pegasse e fugíssemos...

-        Tarde demais. – disse Damon. Matt ainda se contorcia no chão.

-        Damon, por quê? – eu olhava para Matt horrorizada, mas sabia que se me aproximasse seria pior.

-        Eu te disse. É uma coisa que preciso fazer olhar uma morte dolorosa. – disse despreocupado.

-        Morte? – perguntei incrédula. – Não, Damon o solte! NÃO! Agora, por favor... – de repente cessaram-se os gritos.

-        Me deve essa. E eu vou cobrar depois. – Damon estava me dando medo na condição que eu sabia que ele estava.

-        Posso ver se Matt ainda está respirando?

-        Achei que fosse querer isso, ah, pequena dica: Ressuscitação boca a boca.  – o ignorei e fui até Matt. Coloquei sua cabeça em meu colo e dois dedos em seu pescoço, a procura de pulsação.  Ele estava bem. Dei um suspiro aliviado.

-        O que você quer? – perguntei a Damon, meus olhos estavam marejados. Eu não devia ter colocado Matt no meio disso, eu devia ter ido procurar as meninas, sozinha.

-        Um beijo. – ele pareceu suplicante, como se meu verdadeiro Damon fora quem havia feito o pedido. Coloquei Matt delicadamente no chão da estrada e me aproximei de Damon até estar bem a sua frente. Coloquei a mão em seu rosto e ele fechou os olhos, deixando uma lagrima escapar. Colei nossas testas, rocei meu nariz ao seu e finalmente selei nossos lábios em um beijo calmo. De repente ele me jogou longe bruscamente, dei um grito de surpresa. E de dor, devido à força com que ele apertou meu braço. Matt abriu os olhos e se ergueu rapidamente.

-        Já teve o que queria, agora tire o carro para passarmos. – disse Matt. O clarão vermelho passou pelos olhos de Damon. Me perguntei a quanto tempo Matt havia fingido seu desmaio, ele estava apenas esperando suas forças voltar. Mas não pareciam ter voltado completamente. Me inclinei para Damon, com uma pose curiosa.

-        Nunca senti algo tão ruim na minha vida. E está vindo de você. Damon, o deixe ir e resolveremos isso nós dois. – “Farei tudo o que quiser.” Lhe enviei o pensamento.

-        Sim, fara. – disse Damon. - Mas a questão é, depois de quanto?

Ele me puxou pelo braço, estava mais forte. Muito mais que um vampiro normal...

Matt começou a gritar de novo. Ele tirou uma câmera do bolso e começou a filmar... Aquilo era doentio! Por que ele estava fazendo aquilo? Lágrimas frescas passaram a descer por meu rosto. Não. Aquele definitivamente não era Damon.

-        Quem é você? – ele me olhou surpreso e Matt parou de gritar novamente.

-        O que?

-        Você me ouviu muito bem. Quem é você?  Você não é... Damon não é idiota! Damon jamais machucaria um amigo meu desse jeito e na minha frente. Quem é você? O que fez com Damon?

A coisa-Damon  se aproximou de mim e tirou os óculos, depois me segurou pelo pulso.

-        Seria bem mais fácil para vocês e para ele se me deixassem fazer o que preciso. Será bem pior se me irritarem.

-        Vai para o inferno quem quer que seja você. – cuspi as palavras e ele deu um sorriso cínico.

-        Devia ter medo de mim.

-        Sinto muito em lhe informar, mas não tenho.

-        Ah, você terá. Espere para ver. – e então algo pareceu me comprimir. Uma dor que vinha de dentro uma... Agonia. Meus joelhos foram nocauteados... Eu não queria me ajoelhar. Cai no chão e comecei em algum tipo de convulsão. Aquela dor era demasiadamente excruciante. 

Matt tentou ataca-lo, mas Damon o pegou pelo pescoço e o jogou no chão.  Com ele indefeso Damon pisou em seu pescoço, Matt começava a ficar vermelho vivo. Eu queria me levantar e o impedir, mas eu não consegui me mexer, me sentia entorpecida.  Damon tirou a bota de seu pescoço, e depois com a ponta da bota puxou seu queixo para que olhasse para ele.

-        Você humano, é fraco. Não é divertido brincar com você.

-        Não sei como, mas vou te matar. Eu juro.

-        Cuidado com o que promete.

Damon ataca o pescoço de Matt. Tentei novamente me erguer e dessa vez consegui. Quase de imediato alguém me estendeu a mão e sem pensar eu a peguei, deixando que me ajudasse a levantar. Tentei olhar quem era, mas minha visão não tomava foco, não consegui distinguir.

-        Agora, - disse a coisa, cuja única coisa que percebi era que usava uns óculos escuros. – você virá comigo.

Eu tinha medo da coisa-Damon. E principalmente medo de que ele tivesse tirado sangue demais de Matt.  Eu estava tentando não odiar Damon, afinal ele estava completamente inconsciente do que seu corpo fazia. Quem estaria controlando esse malach em Damon? Vire-me devagar para ele.

-        Posso ligar para alguém vir buscar Matt?

-        Não. – Damon o pegou e o colocou na traseira de sua caminhonete. – Ele fica aqui mesmo. Quando acordar pode ir para casa. – fiquei quieta e depois de um tempo ele falou. – Você não esta discutindo muito dessa vez, me pergunto o que esta tramando. – ele me puxou e me pegou nos braços.

-        Obrigado. – falei automaticamente.

-        O prazer é meu. – respondeu. Era esse o ponto, a coisa-Damon estava fazendo tudo isso apenas por seu bel prazer. O que ele iria fazer agora?

Ele foi me colocando dentro do banco do carona de seu carro.

-        Oh, não. Não vamos...

-        Claro que vamos. A não ser que queira que seu amigo Matt sofra daquele jeito novamente. – disse inocente. – Mas devo acrescentar que a certa altura o coração dele ira desistir. Por enquanto ele foi forte, mas... Não irá conseguir passar por isso de novo.  – ele se ajoelhou a minha frente.

-        Eu não entendo.  Isso não é o que você faz. Pegar o que quer e ir embora, sem mostrar a todos que ganhou.

-        Bom, aqui não tenho publico. – Claro!

-        Você não precisa me levar a um lugar especial para tirar meu sangue e transar comigo. Por que é isso que eu sei que vai fazer. Quer dizer, aqui Matt está desmaiado e não vai saber de nada. – eu tentava manter a calma.

-        Eu quero você exclusivamente. – disse me olhando.

-        Sabe que isso não é possível. Não com essa coisa dentro de você.

-        Não sei do que está falando.

-        Tire os óculos Damon. – ele levantou uma mão e puxou o acessório, o tirando de sua face. Seus olhos estavam vermelhos. Damon deu a volta e sentou no banco do motorista.

Começou então a dirigir, a velocidade aumentando gradativamente.  Logo estávamos a 260km. Eu já sabia o que fazer só não podia o deixar desconfiar. Eu duvidava que ele usasse o cinto ou trancasse as portas.

-        Fala sério Damon, onde está me levando?

-        Uma pequena viagem. – ele me olhou e sorriu. Estávamos passando perto do bosque. Vi uma curva e logo abaixo as arvores.... Enquanto Damon fez aquela curva eu puxei a maçaneta do carro e empurrei a porta com força.  Com um chute joguei metade do meu corpo para fora, Damon tentou me segurar mas tudo o que conseguiu foi alguns fios do meu cabelo. Consegui me jogar por completo e rolei morro abaixo parando em meio as arvores do bosque.


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Notas finais do capítulo

Comentem e se não se importarem recomendem, sim?
XOXO, Carolyn