Antes em Heart Of Darkness...

– O que foi aquilo?

– O primeiro, de quando você saiu, foi uma lembrança que tive assim que completei a transição. Stefan me compeliu. E a segunda, bem foi um engano meu. Eu te mostrei meus pensamentos daquele dia para que acreditasse em mim.

Agora...

-        Não... Stefan não pode ter sido tão baixo. – falei exaltado.

-        Damon, calma. O objetivo de eu te mostrar o que aconteceu é você me perdoar. E não querer matar seu irmão.

-        Não tem o que perdoar pelo visto. E eu realmente quero mata-lo. – sussurrei. Ela sorriu e se aproximou para me abraçar. Recuei e ergui as mãos.

-        Eu preciso mesmo pensar. É... Coisa demais para a minha cabeça. – me levantei e fui ao meu closet pegando a primeira camisa que vi na frente. Sai do quarto e fui descendo as escadas, num segundo Elena estava na minha frente.

-        Onde está indo? – disse colocando a pequenina mão em meu peito. Desviei-me e peguei na adega uma garrafa de Bourbon, meu velho amigo. Sempre aqui em horas difíceis.

-        Indo pensar. Preciso de ar, e de álcool. – e sai. Ela não me impediu. Era melhor eu pensar do que lhe dizer apenas um sonoro “não” como eu andava fazendo.

Quando eu percebi já estava a uma boa distancia da mansão. Como meu próprio irmão teve coragem de fazer isso? Mas... Ele não iria arquitetar um plano de mais de seis meses. Não tinha inteligência para isso. Alguém o estava manipulando para isso. Tinha que ser! Eu me recusava a aceitar que meu irmão fez tanto para me separar da garota que eu amo. Eu já me sacrifiquei muito por ele. Já escolhi sua felicidade ao invés da minha, e agora... Na situação que ele devia fazer o mesmo...

Agrh! Tomei um grande gole de Bourbon, eu queria esquecer aquilo.

Eu queria ser feliz. Eu iria ser feliz agora. Eu iria ser feliz com Elena.

Mas eu não iria correndo atrás dela. Antes eu iria ver o momento mágico de Heather ás 4h44 da manha, quando ela fazia seu ritual bizarro. Olhei o relógio, já estava quase na hora, sorri de canto. Andei até sua casa, terminando minha garrafa de Bourbon, e me recostando no alto de uma árvore onde eu tinha uma ótima visão de seu quarto. Eu já havia visto esse ritual umas duas ou três vezes e fiquei enfeitiçado. Era fascinante e... Um pouco assustador. E então senti uma picada de mosquito, mas ignorei, ele que havia se dado mal. Mas doeu, devia ser uma abelha suicida, ou um espinho da árvore. Sei lá, mas que doía, doía. Voltei à atenção a janela. Eu não sabia o que ia acontecer, mas senti muito Poder em volta da menina adormecida.

O despertador ecoou pelo quarto e ela levantou-se mecanicamente. Ela tirou a camisola e vestiu uma bela lingerie. Coloquei os braços atrás da cabeça, isso iria me distrair. Ela ficou parada em frente ao espelho. O que diabos ela estava fazendo? Ou esperando? A cada vez que eu via esse ritual eu ficava mais curioso. A garota devia ser maluca.

Ela então sorriu, olhando para o reflexo, cumprimentando. O Poder vinha de dentro do espelho, mas como?

Heather se comportava de maneira estranha, seus sorrisos e insinuações. O reflexo da menina não correspondia à posição dela. Ela conversava com algo que estava dentro do espelho. Eu não conseguia ouvir o que falavam, parecia haver uma espécie de proteção. Continuei fitando o espelho e por um segundo o reflexo dos olhos castanhos da menina assumiram um clarão vermelho. Chamas? O que estava havendo?