Faziam dois dias que eu estava trancada no escuro do meu quarto . Como eu fui tão estupida? Deixei Damon Salvatore escapar por meus dedos por pura idiotice.

Eu tentava parar de chorar, mas toda vez que eu lembrava o que eu havia perdido o choro voltava com mais força do que antes.

A porta se abriu e Jeremy adentrou.

– Você tem que comer.

– Não. Não tenho.

– Imaginei que diria isso.

– O que...

– Eu trouxe reforços. – ele saiu da frente da porta e Caroline e Bonnie entraram. A expressão delas era de pura compreensão. Pena. Elas estavam com pena de mim. Puxei as cobertas para tapar o meu rosto, o qual devia estar todo inchado de tanto chorar.

– Hey, hey. Elena, não se esconda. – disse Car.

– Elena... – Bonnie começou. Tirei o cobertor da cabeça bruscamente.

– Eu o perdi. Como pude deixar isso acontecer?

– Calma. O que ele aprontou? – Bon perguntou.

– Nada. Absolutamente nada. Ele é perfeito.

– Então...

– Eu que aprontei.

– Como assim? – Bonnie estava confusa.

– Ela o traiu. Dormiu com Stefan. – disse Caroline. – Como ele descobriu?

– Recebeu uma mensagem e disse que tinha que falar com a prefeita. Fui para o quarto dele afim de evitar Stefan, mas ele veio até mim. Acabamos discutindo quando ele se denominou meu amante e ameaçou contar tudo para Damon. Não sei se ele mentiu sobre falar com Carol, ou se acabou voltando... Mas ele escutou toda a discussão. E terminou tudo. Ele desligou. Senti quando ele fez isso. Damon tinha conseguido resgatar sua humanidade e eu estraguei tudo.

– Elena...

– O que você vai dizer? Que não é minha culpa? É claro que tudo isso é minha... - o toque do celular de Bonnie me interrompeu. – Quem é? – perguntei quando ela ficou apenas olhando o visor.

– É Damon. – meu coração disparou. – Não vou atender.

– NÃO! Não, não. Atende, por favor. Coloque no viva voz. – eu precisava ouvir a voz dele.

– Damon. O que você quer?

– Bruxa. Precisamos conversar.

– Não tenho nada para falar com você. – ele silenciou-se por um tempo.

– Vejo que andou conversando com Elena. – disse amargo.

– Sim. Andei.

– Então sabe que a podre vitima dessa historia não é ela. Certo?

– Também não é você.

– Claro que não. – disse irônico. – Quero conversar com você sobre Klaus.

– O que quer?

– Quero conversar com você sobre Klaus. Vou passar na sua casa.

– Não pode.

– Por quê?

– Estou na casa de Elena agora. – falou. “Não” sussurrei e tapei meu rosto com as mãos.

– Ela está ouvindo isso? – ele estava indignado. Eu imaginava sua expressão no momento e a vontade de chorar voltou, mas me segurei.

– Não. – falou rapidamente.

– Não seja ridícula Bruxinha, eu ouvi a voz dela. Vou na sua casa em uma hora para tratarmos do assunto Klaus. Esteja sozinha, ou seja, sem Elena ou a Barbie.

– Tchau Damon. – ela desligou.

– Eu vou junto. – falei.

– Elena... – pulei da cama e fui até o closet.

– Esperem ai, já volto.

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A campainha da casa de Bonnie finalmente tocou. Meu coração parecia estar na garganta. Um silêncio se estendeu na sala e só se ouvia as altas batidas do meu coração. Bonnie me olhava, esperando que eu assentisse para ela atende-lo. Respirei fundo e assenti.

– Pode entrar. Olá Damon. – ouvi sua voz.

– Bruxinha. – ele entrou na sala e parou assim que me viu. Seu rosto assumiu uma expressão de raiva. Bonnie entrou na sala com os braços cruzados. Ele a olhou.

– Pedi que estivesse sozinha.

– Eu insisti para vir. Eu... Queria ver você. – falei. Ele olhou-me contra a vontade.

– Não me dirija à palavra. Não falei com você.

– Ela não merece que você a trate assim. Ela passou os últimos dois dias trancada num quarto escuro chorando e sem comer. – disse Bonnie.

– E eu merecia o que ela fez? Quem lhe disse que a vida é justa?

– Ele está certo Bonnie. Ficarei aqui quieta. Prometo. – ele revirou os olhos para mim. E eu me sentei no sofá e os observei.

– Preciso que faça um feitiço para que se Klaus morrer, isso não nos afete.

– Não posso. Acha que já não tentei?

– Tente de novo. Por favor. Depois irei embora dessa cidade e jamais irá ouvir falar de mim novamente...

– NÃO! – falei alto demais, me levantando do sofá. – Não pode fazer isso!

– Pensei que iria ficar ai quietinha. – depois voltou a me ignorar e virou para Bonnie. – Eu sei que seria seu sonho realizado. Farei e trarei tudo o que precisar nesse feitiço.

– Não existe feitiço para isso!

– Tem que existir! – falou estridente.

– Mas não existe Damon. – falei calma, tentando lhe passar segurança. Acalmar lhe.

– Não se meta. – disse com desdém. – Agradeça por eu querer deixar Klaus morto antes de ir embora. Não tem mais nada que me interesse aqui.

– Por que quer deixar Klaus morto?

– Considere um presente de casamento para você e Stefan. E não quero me preocupar com nada enquanto eu estiver... Por ai.

– Não irei me casar com Stefan!

– Ah, é mesmo? Por quê? – ele parou um segundo. – Oh, espera, não me interessa. – disse de um jeito obvio.

– Então porque quer garantir que Klaus estará morto antes de partir? – o desafiei. Ele ficou sem resposta por um longo tempo.

– Cala a boca! – disse mal humorado.

– Ok. Bonnie, eu vou embora...

– Para começar não devia nem estar aqui. – disse Damon.

– Olha, Damon. Eu não vim aqui para bisbilhotar seus assuntos com Bonnie. Eu vim aqui para poder ver seu rosto, ouvir sua voz, e olhar nos seus olhos para dizer: me desculpe. Talvez um dia eu possa te mostrar como tudo aconteceu. No momento é inútil eu falar por que sei que você não vai acreditar em uma palavra que sair da minha boca.

– Ainda bem que está ciente disso.

– Mas... Eu te amo. – falei olhando em seus olhos, que por um momento pareceram ter algum tipo de emoção.

Ele estreitou os olhos e saiu. Lágrimas silenciosas começaram a descer pelo meu rosto.

– Lamento Elena.

– Não lamente. Eu vou reconquista-lo. – afinal eu era Elena Gilbert.

– Isso se ele permitir que você se aproxime dele novamente.

– Ele não permitirá. Mas antes que se de conta, eu já estarei presente.