Por trás do ódio

Capitulo 6 – A biblioteca

(Draco)

Ainda estou um tanto atordoado, há alguns dias atrás eu tentei beijar Gina Weasley, acho que estou ficando louco, tivemos aula de arte da reconstrução e ela nem sequer olhou pra mim, na aula de transfiguração, eu estava sempre atento a ela, ela brincava com seu cabelo e tentava me olhar, mas quando nossos olhares se encontravam, ela fingia que eu era um fantasma. Ás vezes eu fingia copiar e prestar atenção na aula, e nessas horas eu notava o olhar dela sobre mim. Daria qualquer coisa para saber o que ela pensa.

(Gina)

Não sei o que acontece comigo, esse Malfoy não passa de um canalha, e o pior de tudo é que eu não consigo esquecer a noite em que ele quase me beijou, eu sempre soube que ele é capaz de tudo pra conseguir o que quer só que tentar me beijar foi longe demais. Isso sim me deixou nervosa, fingir a esse ponto, o Malfoy realmente me surpreendeu, e há dias eu não falo com ele, na ultima aula de arte da reconstrução ele até que tentou falar comigo, mas eu fingi não ouvir, e desde então a única coisa que temos feito é trocar olhares, eu tento não olhar pra ele mais é inevitável, e o pior de tudo é que ele sempre percebe. Hoje na aula de transfiguração a professora e diretora McGonagall pediu que Malfoy explicasse aos demais quais eram as possibilidades de não haver como reverter os feitiços de transformação de animais, eu confesso que não consegui tirar os olhos dele e só de pensar nisso, já fico irritada.

(Draco)

A professora McGonagall deixou uma pesquisa enorme para fazermos, “Qual a importância dos ingredientes de sua varinha na hora da transfiguração?”, Blásio e os demais saíram pra andar pelo castelo, provavelmente iriam há algum lugar vazio pra jogar algum jogo chato. Não estava a fim de ir com eles e aproveitei para fazer logo esse trabalho de transfiguração, estava indo para a biblioteca, o dia estava muito frio e lá, não sei por que é quente, deve ser pela quantidade de livros ou pelo fato da escola ser repleta de feitiços, é um lugar agradável, o maior motivo de eu querer ir a biblioteca naquele momento era que como estava frio todos iriam aproveitar para tomar um chocolate quente, ficar em seus dormitórios, ou de frente pra lareira, deixando assim a biblioteca vazia.

Quando cheguei á biblioteca, minhas suspeitas se confirmaram, não havia quase ninguém, apenas dois nerds da lufa-lufa e uma garota da Corvinal. Aproveitei que não queria ser visto por mais ninguém e resolvi que iria estudar na ala reservada, havia mais alguém ali, uma bela garota ruiva, era ela, Gina Weasley. Ela estava com seu cabelo preso, o casaco do uniforme em cima da mesa e as mangas da sua camiseta estavam erguidas até o cotovelo. Completamente absorta em seus estudos não percebeu que eu havia chegado, ela é realmente linda, é tão diferente e tão única, eu acompanhava cada movimento dela, desde a mão que a todo instante colocava atrás da orelha a mecha que insistia em incomodar seus olhos até a sua língua que passeava por seus lábios quando eles estavam secos.

Perdi a conta de quantos minutos fiquei ali, e o momento em que ela me percebeu ali o susto era visivelmente engraçado em seu rosto. O olhar dela sobre mim era tão confuso, eu estava quase me rendendo e indo ao encontro dela, mas uni forças e passei reto por ela, peguei um livro qualquer, no entanto todos os meus esforços de esquecer que ela estava ali foram em vão. Eu não conseguia parar de olhá-la ou tentar imaginar o que estava se passando em sua cabeça. Fechei o livro que eu havia pegado e me dirigi até ela sentando ao seu lado.

                - Preciso te falar uma coisa garota! – eu disse

                - Não quero ouvir. – ela me respondeu seca

                - Mas você precisa me ouvir!

                - Já disse que não! – Ela ia se levantar, mas eu a segurei pelo braço.

                - Eu serei breve – Ela passou a me encarar, eu ainda segurava o braço dela e continuei a falar – Sinto muito pela outra noite, não sei o que deu em mim e compreendo que estou errado.

                - Só isso? – Depois desse discurso que eu fiz, ela me fala só isso?

                - Não Gina, por que ficou tão brava? – percebi que os olhos dela se arregalaram quando eu a chamei de Gina e resolvi que era melhor não chamá-la assim novamente.

                - Por que você é um garoto mimado Malfoy , não pensa nos sentimentos dos outros, na sua cabeça o mundo gira em torno de você, está com o seu orgulho ferido e quer me usar pra brincar! Eu não vou admitir isso!

                - Por Merlin! Entenda uma coisa garota, eu jamais quis machucá-la, eu só não estava bem e quis tomar um ar, você apareceu e eu realmente não sei o que deu em mim, acredite eu não sei por que fiz isso, e com certeza não foi tentando me divertir.

                - Por quê? – ela me perguntou confusa, seus olhos estavam em minhas mãos que a seguravam e a traziam para perto de mim, ela estava nervosa, conseguia sentir a pulsação dela coma minha mão esquerda que estava em seu pulso, e me deixava extremamente nervoso, aquela garota causava efeitos em mim, grandes efeitos.

                - Eu não sei! – minha voz saiu num sussurro e eu a senti encostando sua cabeça em meu ombro

                - Eu não entendo você! – ela me falou, seu cheiro entrava por minhas narinas me levando a loucura, eu já não estava agüentando mais, o que aquela garota tinha de tão especial que mexia tanto comigo. 

                - Nem eu! – Eu falei e a afastei de mim, olhei novamente em seus olhos e senti meu coração apertar, saí de perto dela rapidamente, se eu continuasse ali por mais alguns minutos, não sei o que eu poderia ter tentado de novo, corri para meu dormitório, lá me joguei na cama e fiquei o resto do dia me amaldiçoando por seu um tremendo otário