The Face Of Death 3 - O Capítulo Final escrita por Fenix


Capítulo 3
O acidente que desejariam terem morrido




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/266808/chapter/3

Vinícius pega seu cartão de recrutamento e começa a queimá-lo, ele encara Narayani.

- Ué, você nem comprou nada! – Comenta Nathan.

- É... Não é como aquela da Califórnia – Diz Bruna.

- Então vamos ter que voltar nela – Diz Nathan.

Eles passam por uma placa “Abatedouro”, Bruna fica ereta no banco, ela olha para Nathan.

- Onde estamos?! – Ela pergunta.

- No Texas, por quê? – Pergunta Nathan.

- Nathan onde estamos?

- Já disse, no Texas! – Ele insiste.

Bruna bufa olhando para o lado, Nathan avista uma fumaça pelo retrovisor, ele olha para trás e rapidamente pega o cartão de Vinícius.

- O que você ta fazendo? – Pergunta Nathan, irritando e apagando o fogo.

- Eu não vou! – Diz Vinícius.

Narayani os encara, Bruna olha para trás um pouco sem jeito.

- O que? Como assim não vai? – Pergunta Nathan.

- Eu já disse, eu não vou Nathan! – Diz Vinícius.

Atrás deles uma motoqueira de pele morena e cabelo liso e negro os segue.

- Você acha que eu não te escuto a noite? Resmungando enquanto dorme sobre as coisas que fez lá – Diz Vinícius – Como pode querer isso pra mim?

Nathan o encara pelo reflexo.

- Ainda bem que o pai não está aqui pra vê isso – Diz Nathan.

Bruna e Narayani ficam caladas e encolhidas no canto.

- O que? O filho dele, um covarde?! – Diz Vinícius – Quer saber Nathan, eu não sou igual a você!

Narayani leva seu olhar a paisagem, ela respira fundo.

- Eu não estou pronto pra essa droga, eu não quero ser um soldado no meio do Vietnã – Diz Vinícius, furioso.

Bruna lança a franja para trás da cabeça com a mão direita e olha para trás, ela avista a motoqueira em alta velocidade seguindo-os, Bruna a estranha, ela retira a mão da cabeça e fica a observando.

- Por que você acha que eu to voltando pra lá hein? – Responde Nathan, completamente impaciente – EU TO VOLTANDO POR SUA CAUSA! – Nathan segura o pescoço de Vinícius e o força para baixo.

- PARA! – Grita Narayani quando Nathan faz o ato.

Bruna os encara de olhos arregalados, ela fica assustada com a reação de Nathan.

- Acho que é o único com medo? Acha que eu não to? – Nathan o deixa próximo a seu rosto.

- Cala a boca! – Diz Bruna, irritada.

Nathan solta Vinícius, ele avista a motoqueira pelo retrovisor da porta.

- Escuta, o que ela quer? – Pergunta Bruna.

Todos olham para trás, de repente a motoqueira saca uma espingarda da lateral da moto e aponta para o carro.

- ENCOSTA! PARA! – Grita Ranny, de óculos escuro.

- Ai meu deus! – Diz Bruna – Não para Nathan, pisa fundo, não para!

- Ai merda, ela ta armada! – Diz Vinícius.

- É melhor parar, ela vai atirar! – Diz Narayani, nervosa.

- NÃO PARA! NÃO PARA! – Grita Bruna, agitada e muito aflita.

- Ai gente, pelo amor de Deus, calma – Diz Nathan, dirigindo o carro, ele acelera mais ainda.

Ranny acelera a moto e não fica muito distante do carro, ela continua com a arma apontada.

- Ai meu deus, o que vamos fazer? A gente vai morrer! – Diz Narayani assustada.

- PAREM! – Grita Ranny.

- Vai a merda! – Murmura Nathan, ele abre o porta luvas e pega sua pistola.

- Ai meu deus! – Bruna arregala os olhos ao vê a arma.

Nathan vira-se para trás com a arma apontada.

- AAAAAAHHHHHH – Grita Narayani, abaixando no banco junto com Vinícius.

Bruna olha para frente.

- CUIDADO! – Grita Bruna, ao avistar uma vaca.

Nathan vira-se rapidamente, no entanto o carro colide com o animal, a vaca é partida ao meio, o sangue lançado por toda a parte. O carro capota duas vezes, ele desliza alguns metros de lado e sai da pista, assim tomba, ficando em pé, o carro fica todo amassado e com os vidros quebrados. Nathan está com sua testa, nariz e boca sangrando, seu corpo está inclinado no volante e a cabeça em cima. Ao longo da estrada ficou pedaços do veículo.

Nathan abre os olhos arregalando-os, ela tosse uma vez, em seguida põe a mão no nariz, sentindo o corte.

- Droga! – Diz Nathan.

Levando seu olhar para o lado, Bruna não estava no banco.

- Bruna...! – Diz Nathan, ele vira-se devagar – Bruna...

Ela não estava no carro, Narayani está com a testa sangrando, o sangue escorre pelo olho e vai até o queixo, ela não para de chorar, Nathan olha para sua barriga, havia um caco de vidro fincado nela.

- Calma... – Diz Nathan.

Narayani fica chorando baixinho, Nathan põe a mão na garganta de Vinícius, que ficou com um corte no braço e ferimentos no rosto.

- Vini! – Diz Nathan.

Vinícius fecha os olhos fortemente, acordando.

- Eu vou pedir ajuda e procurar a Bruna – Nathan joga seu corpo contra a porta que não abre com facilidade.

Ele cai no chão, com um gemido, ele consegue fica se joelhos, ao vira-se Ranny está com a arma apontada para sua cabeça.

- Puxa cara que incrível! – Diz Ranny, com a roupa preta, bota e jaqueta de couro.

Nathan encosta-se no carro de mãos levantadas.

- Você é mais duro do que eu pensava! – Diz Ranny.

- O que você quer da gente? – Pergunta Nathan.

- Tudo! – Responde Ranny, ela da um sorriso.

Vinícius solta seu cinto e olha para Ranny, Narayani a encara chorando.

- Que tal a gente andar logo com esse assalto? – Diz Ranny, ela aponta a arma para os dois dentro do carro.

Narayani abre a boca inspirando levantando um susto com a arma, Vinícius inclina-se para um pouco longe da janela. Bruna arregala os olhos, ela inspira e os fecha, em seguida encontra-se jogada ao meio do mato com as folhagens a escondendo.

Uma viatura se aproxima do acidente, Nathan e Ranny olham para o lado avistando-o.

- Que droga! – Ranny olha para Nathan – Colabora senão eu mato o tira e você! – Ela passa a se afastar – Levanta logo! – Ela diz.

Nathan apoia o braço no capô do carro e levanta o corpo, Vinícius e Narayani continuam dentro do veículo. O homem sai da viatura e caminha em direção a eles com uma escopeta em mãos.

- Que bom que você chegou seu xerife – Diz Ranny.

- Eu aposto que sim! – Responde Felipe.

Ele levanta a arma e atira, Ranny tem a bala atravessada na barriga e as costas dilacerada, o corpo é jogado no carro e depois no chão.

- AAAAAAAAAHHHHH – Grita Narayani, em pânico.

Nathan ergue-se na frente do carro.

- Xerife! – Diz Nathan.

- Senta ai e não se mexa! – Ordena Felipe, apontando a arma.

Ele caminha para lateral do veículo, assim analisa Narayani e Vinícius, ela por sua vez desvia o olhar para o lado.

- Vocês estão bem? – Pergunta Felipe.

Vinícius confirma com a cabeça.

- Porque não saem do carro? Quero conversar com vocês!

Vinícius muito aflito, olha para Narayani, que está em pânico sem parar de chorar.

- Ele matou ela, ele matou ela , ele matou ela – Diz Narayani, chorando muito.

- Senhor! – Nathan o chama.

Felipe caminha para frente do carro, Nathan apoia-se no capô.

- Senhor eu não acho a minha namorada! – Diz Nathan.

- É melhor se acalmar filho – Diz Felipe, caminhando.

Nathan segura seu braço.

- Senhor eu não consigo... – Felipe o acerta com o cabo da arma na barriga.

Nathan ajoelha-se no chão com dor, ele cospe um pouco de sangue.

- Isso foi para o seu próprio bem – Diz Felipe.

Bruna vira-se de peito no chão e tenta levantar. Vinícius analisa o chão afim de encontrar a arma de Nathan.

- Então, vamos saindo dai meus jovens – Diz Felipe, caminhando para o outro lado do carro.

Narayani o avista vindo em sua direção.

- Vamos saindo do carro!

- Ela se machucou demais senhor! – Diz Vinícius.

Bruna ergue-se com os braços, ela consegue sentar-se no chão.

- Muito bem meus jovens, eu não vou falar de novo – Diz Felipe.

Nathan por motivo algum, olha para o lado, avistando Bruna saindo da folhagem, ela o avista.

- Saiam dessa merda de carro ou eu arrebento a cabeça dos dois – Diz Felipe, pondo a ponta da arma na testa de Vinícius.

Narayani arregala os olhos, ela está muito nervosa, não parava de tremer. Nathan e Bruna trocam olhares, ele nega com a cabeça, Bruna agacha-se novamente e os observa.

- Vamos, vocês conseguem! – Felipe abre a porta.

Bruna põe a mão na boca, até o momento não havia avistado o Xerife. Vinícius sai do carro, ele ajuda Narayani a descer.

- Nossa, vocês deviam estar átona, olha só o estrago – Diz Felipe, ao analisar Narayani.

Ela cai no chão, Felipe avista o cartão de recrutamento e o pega.

- Ei, não houve incêndio nesse acidente, quem foi o idiota que queimou esse cartão de recrutamento? - Pergunta Felipe.

Vinícius abraça Narayani, Felipe caminha até Nathan.

- Venha aqui rapaz – Felipe chama Vinícius.

Ele continua abraçado com Narayani, ela não para de chorar.

- Vamos, venha aqui! – Felipe altera seu tom de voz.

Narayani nega com a cabeça e tenta segurar a mão de Vinícius.

- DROGA, ANDA LOGO! – Grita Felipe.

Bruna arregala os olhos ao avistar o Xerife de costas, ela fica ofegante. Vinícius caminha e fica ao lado de Nathan.

- Qual de vocês se chama Vinícius Berardinelli? – Pergunta Felipe, a frente dos dois.

Narayani olha para eles, Felipe a encara.

- Querida, você não se chama Vinícius, certo? – Diz Felipe.

Narayani desvia o olhar para o lado, fecha os olhos e não para de chorar. Vinícius abaixa a cabeça, Nathan sem mexer a cabeça o observa rapidamente, Felipe olha para Vinicius e da um sorriso de canto.

- Sou eu senhor! – Responde Nathan – Eu sou Vinícius!

Vinícius olha para ele sem conseguir acreditar. Felipe olha para Nathan.

- Oi Vinícius! – Diz Felipe – Prazer te conhecer! – Ele põe a arma no queixo de Nathan – Vocês arrumaram uma bagunça enorme, bem horrível, aqui no meu quintal...

Bruna põe a mão na boca, seus olhos se enchem de lágrimas ao vê Nathan com a arma no queixo.

- E você sabe que é um covarde, certo Vinícius?

Nathan olha para Vinícius sério, ele por sua vez fica apenas observando.

- Eu vou te dar a chance de morrer como herói – Diz Felipe.

Bruna levanta-se um pouco ao ouvir, ela fica assustada.

- Ponha logo ela ai... – Diz Felipe.

Vinícius põe o corpo de Ranny no banco da frente da viatura.

- ANDA LOGO, QUE DROGA, EU ACHO QUE VOCÊ QUER ME ATRAPALHAR GAROTO! – Grita Felipe, impaciente.

Felipe bate a porta do carro, Nathan e Narayani estão no banco de trás, Vinícius entra na viatura, deixando Narayani entre os dois.

- Eu vi a Bruna – Murmura Nathan.

- Viu mesmo? – Vinícius surpreende-se.

- Ela ta bem, não fala nada! – Murmura Nathan – Temos que ficar quietos!

Felipe abre a porta do motorista e senta ao banco, ele bate a porta, em seguida pega um lenço e alisa o rosto. Vinícius repulsa-se ao vê o ato. Felipe vira-se e põe o lenço sobre o rosto de Ranny, a cabeça dela inclina-se para o lado.

- Meu irmão, venha pega os destroços perto da casa do Xerife, tem um carro e uma moto também – Diz Felipe, pelo rádio.

Ele põe a escopeta sobre o painel do carro.

- Dar carona a uma motoqueira morta é um procedimento normal da polícia, senhor? – Pergunta Narayani.

Felipe vira para ela com uma pistola em mão.

- Queria, se fosse sua mãe ia querer que ela fosse no porta-malas como um animal? – Pergunta Felipe.

- Eu só acho isso uma palhaçada – Responde Narayani.

Sem que Felipe percebesse, cautelosamente Nathan vai levando sua mão até o local de abrir a porta, no entanto Felipe leva seu olhar a ele.

- Tem alguma coisa a dizer Vinícius? – Pergunta Felipe.

Nathan desce com a mão, sua expressão continua séria.

- Sobre essa palhaçada...?!

- Não senhor! – Responde Nathan.

Felipe volta para frente, ele o encara pelo retrovisor central.

- Não mentiria pra mim, não é Vinícius?

Nathan o encara seriamente. Bruna observa a viatura da ré e uma volta, em seguida afastar-se dali.

Ela ergue-se devagar, então caminha para a estrada, Bruna escorrega um pé na terra, porém consegue se manter em pé, ela anda por entre os destroços, não havia nada nem ninguém ao seu redor, Bruna passa a mão na cabeça, seus olhos estão com lágrimas, ela põe a mão no braço, ao retirar observa o sangue, havia dois cortes no braço e apenas um na bochecha. Bruna fica ofegante no centro da estrada, encontrando-se completamente sozinha, sem poder pedir ajuda, acreditando que pode estar em um novo pesadelo.

De longe, uma câmera a filma escondida dentro das folhagens.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!