UMA SEMANA DEPOIS

"Eu estava em uma rua escura, só tinha alguns pontos de luz iluminando, eu andava por essa rua, sem rumo, a cada passo que dava, quando olhava para trás, tudo desaparecia ,ficava com medo de voltar, fiquei andando e andando, quando de repente eu estava em um lugar claro, parecia mais uma praia, olhava para os lados, e vi uma menininha brincando na areia, ela era loira, e branquinha, e os cabelos se pareciam com os meus, sorri e fui até ela mais ela parecia triste , perguntei o que tinha , a mesma disse que perdeu uma pessoa que amava muito sem conhecer, perguntei quem e ela respondeu com um simples “papai” e perguntei porque, e a pequena disse que quando soube que a mãe dela estava gravida dela, ele se foi... eu abracei a mesma e disse pra ela ficar bem ...Então continuei a andar pela praia, sem rumo, então adentrei um lugar onde parecia que havia um casamento, tinha uma senhora ali, perguntei de quem era e ela me respondeu que não teria casamento, pois o noivo sumiu, que trágico. Sai dali, continuei a andar, vi Logan, Kendall e James conversando, eles pareciam nervosos, Logan não estava tão nervoso, ele estava... Chorando, eles não me viram ali, resolvi procurar a Camille ou qualquer outra pessoa, não achei, então voltei para aquele mesmo lugar, olhei para a areia, tinha aquele símbolo que eu estava procurando mais cedo, me abaixei para visualizar melhor, toquei na areia e a mesma começou a se movimentar, me assustei e fui para trás, aquilo estava se movimentando, comecei a correr sem rumo, foi então que avistei Freddie, no lado dele havia uma mulher, com cabelos longos e castanhos e eles estavam de mãos dadas".

-Filha, Acorda é quase 14 horas, vamos - escutei minha mãe me balançar e me espreguicei.

-Já? Não quero levantar mamãe - fiz bico, ainda com os olhos fechados.

-Nem vem, não vou deixar você dormir mais – nisso, a senti pegar na minha mão e me puxar para o chão, me fazendo bater a cabeça no chão.

-AI mãe isso doeu - disse abrindo meus olhos e passando a mão na minha cabeça, então me levantei, e ela disse nada e saio do quarto, fui para o banheiro fazer minha higiene matinal, voltei ao quarto, e fui até o armário e coloquei uma bermuda azul escura com uma blusa amarela com detalhes em preto, e uma rasteirinha, prendi meu cabelo, com um rabo de cavalo, e fiquei pensando no sonho que eu tive, foi estranho, fui para a sala, e minha mãe estava limpando a louça, sorri e resolvi ajudar ela, que tal ajudando eu posso esquecer tudo que houve ontem...

-Mãe que dia é hoje? – Sorri ao pegar um pano de prato, e enxugar algumas louças.

-Sexta-Feira – ela respondeu colocando umas coisas na geladeira

-Ai meu deus. É amanha o aniversário do Logan – eu disse um POUCO alto, sorte que só tinha nós duas em casa.

-Sim, e não se preocupe, James e Carlos estão resolvendo as coisas da festa. Ela sorriu ficando na minha frente, coloquei o pano na pia e a olhei, ela estava com aquela cara de “você vai fazer um favor para mim”

-Ah, diga, o que eu tenho que fazer? – eu ri da cara dela

-Você sabe que James e Carlos não são tão bons fazendo festas, então você vai até o salão ajudar eles, se não essa pode ser a pior festa da vida do Logan – ela me respondeu sorrindo e indo para a sala.

-Ok, que horas tenho que ir? – perguntei indo atrás.

-Agora! Porque eu tenho que sair e te dou uma carona, vamos? – ela disse pegado a bolsa dela.

-Mas eu não comi nada –fiz bico

-Pode usar meu cartão, mas, por favor, com moderação – Ela sorriu pegando na sua bolsa o cartão de debito dela, eu nem precisei pedir a senha, pois já a sabia.

-Obrigado mãe, mas deixa só eu fazer uma coisa... – Sai correndo para o banheiro, eu estava pálida, sem maquiagem, precisava de algo para ficar mais bonita, passei delineador, uma sombra clara, mascara de cílios, blush e um gloss rosa, fui para meu quarto, soltei o cabelo e peguei meu celular, coloquei dentro de uma pequena bolsa, junto com meu gloss, e o cartão de debito e voltei para sala, eu estava tão fofinha, peguei uma maçã mesmo assim, e desci com ela até seu carro, adentramos o mesmo e ficamos conversando sobre varias coisas até chegar ao Salão de festas que a minha mãe alugou, então me despedi dela, sai do carro, fechei a porta e fui correndo para dentro do salão, onde vi Carlos brincando com alguns balões e fui até ele.

-Ei Carlitos – sorri olhando pra ele.

-Oi Sam, veio ajudar? – perguntou

-Sim, mas antes, uma pergunta, vocês não iam para o estúdio?- perguntei

-Ah a Kelly falou que podíamos faltar porque amanhã é o aniversário do Logan- ele me respondeu sorridente, enquanto pegava uma bexiga azul e enchia.

-Então tudo bem – sorri e peguei uma bexiga branca e enchi, amarrei e a joguei no chão – então, o que já fizeram? – perguntei.

-Bom, James chamou um Dj, os garçons, um cara pra fazer as comidas, ãnn parece que também uns decoradores de salão, parece que eles vão vir mais tarde – ele disse pegando mais um balão , eu olhei pra ele e cruzei os braços.

-E você não fez nada?

-Fiz, comprei comida e bebida, ajudei a sua mãe a pagar o salão, aluguei cadeiras e mesas, consegui colocar um globo no teto, e o James pediu pra compra essas bexigas pra enfeitar – ele disse sorrindo.

-Hm... Parece que essa festa vai ser boa... Mas, Carlos, esses decoradores já vão decorar todo o salão, acho que não precisa encher um monte de balão, eles já trazem tudo, eu tive um aniversário com decoradores – eu sorri explicando.

-Ah... Entendi, mas é divertido encher bexigas – ele disse pegando uma das bexigas e jogando ela para o ar.

-Eu também acho – Sorri, pegando uma bexiga e jogando ela no ar.

Ficamos brincando com a bexiga e falando coisas bobas, como sempre, mas eu não estava lá pra brincar, esperei James chegar e ele pediu pra eu separar umas coisas na cozinha, que seriam as comidas e as bebidas da festa, as bebidas alcoólicas, e as sem álcool, coisas assim, então chegaram os decoradores, eu fui para o meio do salão, onde eles estavam conversando.

-Ah Oi, sou Sam, vocês são os decoradores? – sorri gentilmente, enquanto uma moça de cabelos castanhos se virou sorrindo.

-Sim sou! – ela respondeu

-É que eu queria saber o que vocês iriam fazer, porque não confio muito nos meus amigos, eles podem ter escolhido algo errado pra decoração e... - ela me cortou

-Sem problemas, é a gente que escolhe, fazemos um trabalho ótimo, se você quiser, pode me falar coisas que ele gosta e podemos dar um jeito - a moça disse sorrindo, então era minha vez de agir.

-Ah o Logan... É nerd – eu ri  e continuei – Gosta de ciências, coisas tecnológicas, matemática – eu respondi sorrindo.

-Ah, temos uma coisa perfeita pra ele, bom, vou começar o trabalho – ela disse indo até um grupo de pessoas, que deve ser os ajudantes dela, eu sorri e voltei pra cozinha, só faltava eu terminar de colocar uns refrigerantes no freezer, quando terminei, resolvi chamar os meninos para irem comer algo comigo, então fomos para o Burger King, eu peguei uma coisa simples, um hambúrguer com fritas e coca, o Carlos quis algo mais radical, escolheu o hambúrguer “furioso” deles e batata com coca, e o James quis algo mais natural, quis uma salada com coca zero, fomos para a mesa e mais a frente pude ver a doce Camille... Com o Freddie? Eu não sabia que eles se conheciam, ela podia ter me contado, ISSO FOI UM BEIJO NA BOCHECHA? Gente, o que tá acontecendo?

-Sam você tá bem? – James disse me fazendo sair do transe.

-Sim, por quê? – respondi pegando um pouco de batatas e comendo.

-Porque estávamos te chamando há 10 minutos – Carlos respondeu.

-Ah... Eu devo... Estar com sono ainda – disse mentindo e comendo meu hambúrguer.

-Aham... Sei, Sam você só fica assim quando esta ou com ciúme, ou com raiva, ou triste, ou medo –Disse o James, e infelizmente ele estava falando a verdade.

-Eu tenho nada meninos – eu disse sorrindo, bebendo minha coca e acabando de comer meu hambúrguer e fritas.

- Então tá certo – James sorriu e foi pagar a conta, eu que ia pagar, mas ele insistiu.

-Sam, me diga o que houve - Perguntou Carlos, o meigo e baixinho Carlos.

-É Nada, só confusa com algo, mais não quero falar, ok? – Respondi acabando com a coca e limpando minha boca com um guardanapo.

-Tá bom, eu vou respeitar e não falarei mais sobre isto, agora vamos voltar ao salão? – ele disse sorrindo.

-Vamos! - Eu disse me levantando, a Camille me viu e eu olhei pra ela, ela parecia assustada, depois quero saber mais dessa historia, eu e os meninos voltamos para o salão e eu passei o resto do dia lá.

                                               POV HANNA             

Essa noite foi terrível, a chuva mal deixou alguém dormir e eu estava cansada, o suficiente como pra faltar na escola, mas algo me disse que tinha que ir, não entendo bem por que, ainda chovia um pouco e o céu me olhava dizendo que ainda iria chover muito mais...

Acordei cedo essa manhã então e me arrumei da melhor maneira possível, molhei meus cabelos loiros e dei forma aos meus cachinhos, mesmo sabendo que nem sempre ficavam bem quando secavam, quis tomar o risco.  Arrumei minha mochila, colocando cadernos e outras coisas na mesma, e, claro, não podia esquecer o meu mp4, peguei no mesmo e coloquei pra ouvir algum rock que tinha baixado no meu computador a noite anterior... Sai e fiquei a esperar o taxi, o mesmo que me levava pra lá todos os dias, sentei ali na frente, pois sabia que iria demorar. Aquela musica me lembrou do porquê de gostar tanto de rock, a combinação da guitarra com a voz grave daquela mulher era algo harmonioso que ao mesmo tempo parecia uma bagunça, quando era pequena não gostava muito, acho que fosse por não poder entender direito qual era o sentido da musica, ainda lembro as cançõezinhas que cantava, tinham letras muito sem sentido, ou simplesmente se tratavam de amores perdidos e mulheres chorando, claro que algumas assim são boas, mas não exagera né... Muitas coisas haviam mudado além dos meus gostos musicais, por exemplo, antes não me deixavam andar sozinha de taxi e agora eu vivo a base deles, é engraçado como as pessoas protegem seus filhos mais quando eles são menores, que eu seja consciente agora não significa que seja independente, creio. Falando nisso, cadê esse taxi que não chega? Não sei por que a pressa, ah, sei, prova de historia no primeiro período, sinceramente, não sabia absolutamente nada, havia dado uma lida ontem, mas digamos que não sou o tipo nerd em essas matérias de letras, já quando falou em números, é incrível a minha facilidade... Mesmo assim, queria chegar cedo, teria mais tempo para chutar as respostas, mas querer não basta já que isso não iria acontecer... Este é o momento em que espero que passe algum gatinho em um carro 0 km e me ofereça uma carona e é então que chega a minha carona finalmente, um taxi dos velhos dirigido por um gordo careca que parece prestar mais atenção ao seu celular que ao transito.

Pedi-lhe que me deixasse uma quadra antes da escola, não me podiam ver chegando assim, podiam, mas eu não queria... Paguei o preço devido e desci, corri até a sala de aula, ali estava meu pesadelo, aquela mulher parece que curtia ver a gente sofrendo, todas as aulas era uma prova, quase não explicava, e quando explicava algo, eu me dormia na aula, azar né... Fiz a prova mesmo assim confiando nos meus reduzidos conhecimentos sobre o absolutismo na França.

- Como foi, Hanna? – Perguntou minha melhor amiga, Emily.

- Sabe né – Respondi soltando uma risadinha sem jeito.

- Não se preocupa, eu também não amei essa prova, o que tem agora? – Perguntou.

- Hm, eu não sei, artes?

- Artes? Mas a gente ta sem professor...

- Não, ontem eu conheci o nosso novo profe, ele parece ser bem legalzinho.

Foi só comentar e ali estava ele, o novo professor de artes, devo dizer que ele não era somente legalzinho, ele era lindo demais, mas... Do que adianta? Um professor não iria nunca olhar pra uma aluna e mais uma como eu... Não que eu fosse feia, ou que eu me considerasse, mas acredito que ele iria me ver como uma mais na multidão... Tenho certeza.

Quando ele adentrou a sala, todas as meninas se viraram e começaram a comentar baixinho, dava pra ouvir risadinhas e comentários como ‘‘ui, um coleguinha novo’’ e parecia mesmo, ele devia ter uns 20 anos, mas parecia de 18... Ele me reconheceu, olhou pra mim e deu um ‘‘ Oi, tudo bom?’’ eu respondi com um sorriso sem jeito ou pelo menos eu senti que aquilo foi totalmente sem jeito.

- Ele te deu Oi! – Disse a Emily me cutucando.

- Pois é... – Respondi abaixando a cabeça.

- Nossa, tu viu o quanto ele é lindo...

- Eu vi, Em, mas ele é tipo, inalcançável, sacas?

- Que nada, eu acho que ele deve ter nossa idade ou quase.

- Quase não é suficiente, ele nunca poderia ficar com uma aluna, nem uma aluna com um professor e o trabalho é muito importante pra ele, pude perceber isso.

-Então, se você diz – Disse ela ironicamente.

Mas claro que digo! Afirmo até, é obvio que ele não ficaria com ninguém daqui e menos comigo, tendo tantas outras alunas bonitas com corpos perfeitos, rostos perfeitos, cabelos perfeitos, resumindo, perfeitas...

Ele se parou na frente com aquele sorriso deslumbrante e escreveu no quadro com uma letra divina: Professor Shay, Artes.

- Então, pessoal, eu serei o novo professor de artes de vocês, este ano vamos aprender a nos expressar a través da arte para que assim cada um de vocês descubra o seu ser interior e deixe sair tudo aquilo que está preso dentro de você mesmo.

Ele falava com muita intensidade, como se cada um de nós fosse tão complexo que escondesse coisas até mesmo de si... E não é mesmo? Acho que ele pode estar certo, talvez dessa maneira possamos nos conhecer melhor... Gostei disso, gostei dessa ideia, pelo menos era algo diferente, eu sempre pensei que a arte era pra se expressar e ficava com muita raiva quando os professores me diziam o que eu deveria desenhar e se não era do jeito que eles queriam então não atingia a nota, injusto demais porque eu sempre tinha gostado de desenhar, pintar, etc.

- O primeiro que irão fazer é pegar uma folha branca que eu vou entregar pra vocês e desenhar algo que tenha a ver com a musica, qualquer coisa.

Disse ele quando a Emily levantou a mão:

- Pode ser uma cantora? Uma banda ou algo?

- Qualquer coisa... Pode sim.

Todos fizeram seus desenhos e entregaram rápido, quando bateu o recreio saíram correndo, até mesmo a Emily, porque ela sempre queria ficar primeira na fila dos lanches, eu fiquei ali sentada tranquilamente organizando o material, não tinha entregado meu desenho ainda, o professor se aproximou.

- Me deixa ver o que você fez aí, hm... Hanna – Ele lembrou meu nome, OK.

Mostrei pra ele meu desenho e sorri levemente, eu tinha desenhado a capa de um cd da melhor banda do mundo: The Beatles. Ele olhou atentamente e sorriu.

- Capinha do Help – Disse ele soltando uma risadinha, ele devia ser um fã com certeza.

- Pois é... você gosta deles? – Perguntei.

- Quem não gosta deles? – Respondeu ironicamente com outra pergunta.

- Acredite ou não, tem gente que não gosta deles...

- Então, não merecem ser chamados de gente – Os dois rimos e ele me olhou bem nos olhos, eu me perdi naqueles olhos cor café, mas me dei conta que era errado, levantei rapidamente.

- Acho melhor a gente ir, porque vao querer fechar a sala e vao nos trancar aqui – Sorri.

Os dois saímos dali e quando eu estava indo embora ele tocou no meu ombro.

- Se você quiser, eu tenho coleção de cd dos Beatles, posso te emprestar... se quiser – Disse ele meio que sem jeito, pera aí, ele estava me oferecendo sua coleção de cd? Acho que sim.

- Claro, adoraria.

- Na verdade, são da minha irmã alguns também. Ela tem sua idade e somos novos aqui então ela não tem muitas amigas então... Se quiser ir lá a casa ouvir, pode.

ELE ESTÁ ME CONVIDANDO PRA IR A CASA DELE? OK...

- AH! Bom, então, seria uma boa – Disfarcei minha emoção com uma risada baixa.

- A gente mora em Palm Woods, vai quando quiser.

- Ah, minha vó mora lá... Então, qualquer dia eu passo...

Sorri e fui embora. A gente acabou de marcar um encontro ou algo assim por acaso? Não sei, mas não quero me iludir, ele só me convidou pra conhecer sua irmãzinha... Acho que foi isso... O resto da escola foi normal, chato, mas eu não consegui parar de pensar nele e decidi não comentar com a Emily.

POV CARLOS

Estávamos ali, quase tudo pronto para a festa do Logan amanhã, tudo estava ótimo apesar de que a Sam havia estado um pouco esquisita hoje e não quis comentar comigo o que estava acontecendo, isso é estranho já que ela sempre me conta tudo.

Enfim, nossa festa seria ótima, toda uma festa de Hollywood, havíamos estado o dia inteiro aqui supervisando e ajudando em tudo o que fosse possível, a decoração já estava pronta graças aos nossos decoradores profissionais, e já estava tudo contratado e planejado pra amanhã, o único que faltava eram os convites que entregaríamos agora... Não é todo mundo que pode ter uma festa assim e tem gente que nem festa pode ter, assim como aquela menina que conheci na rua alguns dias atrás, esses dias, não sei por que, mas pensei bastante nelas, fiquei com aquela ideia  grudada na cabeça, eu queria ajuda-las e não sabia como, talvez poderia ajudar levando um pouco de alegria a suas vidas...

- Já estão prontos os convites! – Disse a Sam se aproximando de mim emocionada.

- Deixa eu ver? – Perguntei enquanto pegava um deles e olhava pro mesmo.

Estavam bons! Realmente, muito criativos...

- Agora, a gente tem que repartir metade e metade, você entrega alguns e eu outros, ok? – Perguntou a Sam.

- Ok, eu vou precisar mais dois...

- Pra que? – Disse curiosa.

- Duas amigas... Me esqueci delas – Disse eu soltando um risinho.

- Ok então né... – Respondeu tentando se conformar com minha resposta – Eu gostaria de ir entregar o convite pro Freddie – Disse meio que sem jeito.

- Algum motivo em especial? – Perguntei provocando ela.

- Não, só gostaria de ver a ridícula cara de nerd que ele vai por quando me veja chegar com um convite pra ele, apenas isso.

- Sei... – Disse eu desconfiado.

Sério, não acreditei nem um pouco nisso, mas deixa pra lá, tenho coisas mais importantes pra pensar... Então, peguei metade dos convites e fui direto pra a rua, fui até aquela rua perto do estúdio, onde me encontrei com as meninas aquele dia, mas lá não tinha ninguém.

Olhei para os lados procurando alguém mas não tinha nada, o lugar estava vazio, então segui andando pela rua olhando cuidadosamente, quando do nada ouço uma voz conhecida atrás de mim.

- Ei tu! O que tu anda fazendo ai? Sabia que essa é minha rua não?

Me virei, sim, era ela, a mesma gauchinha grossa, a que eu estava procurando, e atrás dela estava a filha, senti uma dor profunda ao ver a expressão no rosto daquela menininha.

- Ah, é tu né, tinha que ser! Pensei que tinha ficado claro daquela vez, eu disse que era pra ir embora e não voltar, não falei?

- Falou, mas eu quis vir...

- Pra que? Não tem nada que fazer aqui, é retardado ou doente ou que?

- Não sou nada disso não – Disse eu timidamente abaixando a cabeça.

- Então, por que não entende quando eu falo? Af... – Ela parecia realmente irritada com minha presença, mas algo me dizia que tinha que ajuda-las, mesmo se não quisessem minha ajuda.

- Eu queria... Eu tava procurando vocês.

- E achou pelo jeito né, o que quer? – Disse me olhando séria.

- Convidar vocês... Olha, amanhã é o aniversário do meu amigo Logan, e a gente vai fazer uma festa pra ele, é supressa e vai ser lá em Palm Woods onde eu moro, e vai ter muita comida muito boa, musica, baile, bebida, vai ter tudo... E eu queria saber se vocês gostariam de ir...

Ela riu, na verdade era aqui e agora, ela estava tendo um ataque de risos, mas eu continuava sem entender, fiquei olhando pra ela indiferente.

- Festa? – Perguntou finalmente – Aiai, tu acha que a gente tem tempo pra festas? Por que tá nos convidando? Tu acha que a gente não tem o que comer por isso quer ir pra tua festinha? Ou, já sei, acha que nós não temos amigos? Que nós é antissocial? Pra tua informação não, e não temos interesse de ir à festinha nenhuma.

Ok, agora o bicho pega.

- Não, quer saber? Não estou pensando isso, não entendo por que você acha que todo mundo está contra vocês, ou que todo mundo está te discriminando, eu apenas vim te convidar, então se não quer ir não vai! Ta, pronto é isso... Eu queria me aproximar de vocês, ajudar vocês, mas vocês não querem ajuda, então tá, não precisa falar desse jeito!

Atirei os convites no chão e fui embora, dessa vez, o que sentia não era culpa e sim raiva, muita raiva...

- Espera... – Ouvi uma voz me chamar e me virei.

- Que é? – Perguntei já estressado.

- Acho que fui um pouco grossa contigo né... – Disse ela envergonhada.

- Um pouco? – Perguntei ironicamente.

- Tá bom, demais, perdão, tá?

- Sem problemas, pelo menos assumiu – Levantei os convites e lhe entreguei – Se quiser ir ainda pode, viu?

- Querer, eu quero, mas... A gente não tem nem roupa pra ir. – Disse abaixando a cabeça.

- Não tem problema, passa por minha casa as 6...

- Tu vai conseguir roupa pra nós? – Perguntou surpreendida.

- Vou claro.

- Nossa, que idiota que eu sou...

- Viu, por isso é melhor conhecer as pessoas, depois julga-las.

Ela sorriu, por primeira vez, percebi o quanto aquele sorriso era bonito, natural, nunca tinha visto um assim, era diferente.

- Meu nome é Melissa... E minha filha é Amanda.

- Eu sou Carlos... – Sorri - Melissa? Nome lindo, sempre tinha gostado desse nome, mas nunca tinha conhecido uma Melissa, oh, finalmente.

Ela riu, segurou a mão da menininha e disse que já era tarde, deviam ir dormir, então se foi, não quis perguntar onde dormiam, nem onde moravam, não sei por que mas senti que iria ver elas amanha e que iria ser muito bom...

                                                POV Freddie

Aquele dia eu mal tinha chegado a casa e me joguei na cama, mas acordei por volta das 10 horas porque Carly pediu para eu fazer café para ela enquanto tomava banho, depois resolvi ir até a piscina, ficar lá um pouco, mesmo com a chuva de ontem, hoje ficou com um lindo sol, e eu vi uma colega, a Camille, ela é fofa e louca, eu conheci ela quando me mudei para cá, a chamei para darmos uma volta, então fomos ao Burger King.

-Ei Mille, vai querer oque? - Perguntei olhando para o cardápio

-Ah, escolhe qualquer coisa para mim - ela respondeu com um sorrisinho de canto.

-Camille, você tá bem? – perguntei olhando para ela

- Estou sim! – Ela respondeu de novo, mais com um olhar triste, me levantei do meu lugar, e me sentei bem no lado dela e sorri.

-Pode dizer, Sou seu amigo – continuei sorrindo.

-Ok, é que eu... Acho que estou gostado de um garoto que eu não devia estar – ela fez bico

-Hey, posso saber quem é? – Perguntei sorrindo

-Não, seu bobo, não quero falar para ninguém ainda – Ela respondeu dando um tapa no meu ombro de leve

-Tudo bem então! Conte sempre comigo viu? – eu a abracei, e ela me deu um beijo na bochecha.

-Obrigado – Disse ela sorrindo

-Então vai querer o que? – Perguntei.

-Ah pede um hambúrguer simples com fritas – ela sorriu, então chamei a garçonete e fiz nossos pedidos, só que eu pressenti que tinha uma pessoa nos olhando, mais eu não quis olhar.

-Camille, tem alguém nos olhando? – perguntei

-Eu não sei – ela virou um pouco seu rosto e depois olhou para mim ela parecia assustada – É a Sam, acho que ela vai fazer um questionário comigo depois – sussurrou ela.

-Por quê? –arregalei os olhos

-Ah porque ela não gosta de você né, então ela fica... Às vezes te xingando, então ela nos viu juntos, então ela vai querer alguma explicação. – disse ela ainda sussurrando.

-Então, você virou esposa dela? Tem que dar explicações agora é? – eu ri

-Sim... Não... Ah é que somos amigas e sabe, não sou de esconder coisas – ela rio.

-Aham ta bom, dona Camille – Disse e ambos sorrimos.

Chegou nosso pedido e comemos, eu fiquei brincando com a batata frita, e fazendo-a rir, sou um palhaço mesmo, ficamos lá por mais 1 hora, depois ela teve que ir ao shopping, porque ia encontrar uma amiga, então quis dar uma volta por Hollywood, essa cidade é realmente incrível, os shoppings, as praias, bom TUDO, resolvi voltar para o apartamento. Creio que segunda começo a estudar num colégio, minha irmã me disse que aqui tinha um colégio e ia tentar nos colocar, então que tente, resolvi me deitar um pouco, então caí no sono.

Acordei com meu celular tocando, apanhei ele da mesa e o atendi.

-Oi – eu disse ainda com sono

-Freddie, é o Spencer, Pode ir ao mercado e comprar alguma coisa para o jantar? – perguntou.

-Ah... Claro, vai querer o que? – sorri me levantando do sofá

-Qualquer coisa que seja feita de massa e um refrigerante, e se quiser pode comprar um pote de sorvete – respondeu meu irmão mais velho.

-Ok Spence, vou lá comprar, quer alguma bebida pra você? Tipo cerveja? – perguntei indo até a mesa e pegando a chave e a minha carteira

- Claro, se não for incômodo, vou desligar, tenho que voltar ao trabalho, Tchau – ele me respondeu desligando depressa, então sai do apartamento, rumo ao mercado, enquanto eu saia do elevador, vi a Sam sentada numa poltrona no hall de PalmWoods, cheguei perto dela e disse :

-Oi Sam – Disse sorrindo

-Ei – Disse a Loira lendo sua revista

-Quer ir ao mercado comigo? – Fui gentil ao pedir, sabe, eu não queria ir sozinho, e queria companhia.

-Não, chama a Camille para ir – eu senti sarcasmo nisso, e ela continuou a olhar pra revista

-Ela saiu com uma amiga – eu sorri – E porque tanta raiva? – perguntei

-Aham, será porque você roubou minha amiga e ela ainda não me disse nada sobre conhecer você e... – a interrompi.

-Sam, isso é ciúmes? – perguntei

-Não, claro que não, por que? – ela respondeu mais fazendo outra pergunta

-Porque parece – eu disse olhando para ela.

-Para de falar besteira e saia da minha frente – ela disse jogando a revista dela em mim.

-Não, quer ir ao mercado comigo?

-Claro que não, ao contrario de você, eu tenho convites para entregar – ela disse pegando uma sacola e a abrindo, e pegando um pequeno envelope – Toma isto é para você – ela disse ficando de pé e me entregando o envelope então, o abri e fiquei supresso.

-Ah a festa do... - ela me interrompeu

-Não fala, se você fala o resto eu te mato – ela disse me ameaçando.

-Ok, entendi, eu estarei lá então, é obrigado levar presente? – perguntei

-Ahn, se você quiser ver seu amigo feliz e tal, é obrigado sim – ela disse sorrindo e sussurrando.

-Tá legal, eu tenho que ir ao mercado, até amanha – me despedi, coloquei o convite no meu bolço e segui meu rumo ao mercado. Essa menina é estranha as vezes, mas de uma certa forma, esse jeito agressivo dela mexe comigo, e eu gosto disto.

Comprei o que precisava e voltei para casa, já era de noite, e ninguém tinha chegado ainda, então resolvi fazer o jantar, que seria pizza de queijo e de sobremesa sorvete de chocolate, quando recém estava pronto, a Carly chegou com o Spencer e então eu já estava arrumando a mesa, não parece, mas eu gosto de cozinhar, isso é uma coisa minha, que eu gosto de fazer sempre, e cozinho bem até, minha mãe falava sempre que eu ia ser chef de cozinha, mas eu não quero, não ainda. Depois da janta ficamos assistindo filmes de terror e conversando sobre como foi o nosso dia, assim, até finalmente cair no sono.