Algo Errado escrita por Samyy


Capítulo 5
Conversa de Gente Grande


Notas iniciais do capítulo

Na verdade, se não me engano, esse era o capítulo seis, mas como não conseguia escrever o que estava querendo... Desculpem a demora, mas se eu quiser ir para o 1º ano em 2013, também, terei que atrasar alguns capítulos!



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Sentia-se uma estranha no ninho. Eles já deviam estar acostumados a viver de um jeito, e ela não sabia que jeito era esse. Tinha seus receios, suas duvidas. E se não agradasse a família? Ora, ela era a mãe, seus filhos deveriam gostar dela de qualquer forma, são seus filhos.

Hermione estava acordada às 3 horas da manha, refletindo sobre sua nova vida, a que teria de se adaptar.

Sentada na varanda do quarto, sentindo o vento frio atingir seu rosto. Era como se estivesse em um sonho. Não sabia dizer se era um sonho bom ou um ruim, apenas um sonho...

De um dia para o outro tinha 27 anos, sua filha, a coisa mais fofa do mundo, em sua opinião, tinha sete e seu filho mais novo tinha cinco, nem o viu crescer. Sem falar em Rony, que parecia ter congelado no tempo, sua aparência física não tinha mudado muito, mas se tornou mais viril. Que o visse agora não acreditaria que teve de carregar a responsabilidade de cuidar de dois filhos, e provavelmente se descabelar muito.

Sabe o tamanho do vazio que Hermione estava sentindo? Não? Nem ela mesma sabia.

Era estranho. A última vez que tinha visto Rose ela estava com apenas dois anos e agora com sete. E Hugo? Quais foram suas primeiras palavras, quando deu o primeiro passos? Havia um vazio que não seria preenchido dentro de si.

Sentia-se incompleta...

– Mione? - Rony estava parado atrás de si.

– Oi? - ela o encarou e deu um meio sorriso.

– Por que está acordada há essa hora e ainda mais, na sacada com esse vento frio? - perguntou olhando o relógio de pulso.

– Nada de importante. Insônia.

– Tem certeza?

– Sim... Não... Eu não sei... Só estou pensando.

– Sobre? Posso saber?

– Claro... Estou só refletindo. Queria tê-los visto crescendo.

Rony sentou na cadeira defronte a Hermione - na sacada tinha uma mesa com duas cadeiras.

– Ficar aqui fora não vai resolver nada.

– É... Não, mas... Eu queria. - Rony riu da careta que Hermione fez. - Não ria de mim!

– Vamos esquecer o passado, ele nos condena de alguma forma. Vivamos o presente e o futuro, podemos fazê-lo melhor!

– O que aconteceu quando eu estive fora? Quer dizer, você está dizendo coisas tão bonitinhas, frases que fazem sentido, como lição de moral. Quem devia fazer isso era eu!

– As coisas mudaram meu bem, menos nosso futuro juntos, amor!

Hermione corou.

– Você ainda fica rubra com essas coisas que digo?

– Pode parecer clichê, mas eu não acostumei com muitas coisas que você faz.

– Bom, são essas pequenas coisas que fazem um casal.

– Você devia escrever um livro, sabe!

– Pra que? Existem certas coisas e ocasiões que devemos guardar para nós mesmos e para as pessoas que amamos.

– Rony, uma vez a Gina disse que nós somos um casal perfeito, sabe. Mas eu não quero ser perfeita. São poucas as vezes que nós brigamos, eu queria brigar, discutir e ir dormir de costas pra você!

– Por que você faria uma coisa dessas? - perguntou em tom brincalhão.

– Eu tô cansada disso! Eu quero entrar em divergência com você! Seria legal brigar e depois resolver isso na cama, se é que me entende.

– É... - considerou. - É uma boa ideia, principalmente a parte de fazer as pazes. Que tal pular a parte da briga e ir pra reconciliação agora? - Rony levantou e foi até Hermione, que ria.

– Você não perdeu o senso de humor, e isso é bom. - levantou-se também, sendo guiada por ele de volta ao quarto.

– Não, não perdi muita coisa. Por isso que você me ama, né?

– Não exatamente, é por muitas coisas.

– É? - perguntou distribuindo beijos por todo o rosto de Hermione.

– É sim!

– Bom saber.

...


Manha seguinte...


– Bom dia amor! - falou Ron no pé do ouvido de Hermione, que estava de pé na cozinha, o que a fez se arrepiar.

– Bom dia. - ela sorriu.

– Dormiu bem?

– Maravilhosamente bem, a melhor noite de todas em anos. - esquecendo que havia crianças na cozinha, Rony atacou o pescoço da morena, logo a virando para beijá-la. Por segundos esqueceu que existia um mundo a viver, só pensou nos dois, e teria continuado assim se...

– Papai? - chamou Rose.

– Fale. - Rony e Hermione se sentaram a mesa, onde Rose e Hugo já tomavam café da manha.

– Na semana passada eu perguntei para a professora como que os bebês eram formados, e ela disse para eu perguntar pra você. Como que as pessoas fazem os bebês? - perguntou seriamente.

Hermione e Rony se entreolharam com uma interrogação na testa. Como conversar sobre certos assuntos com uma criança de sete anos?

"Que tal a história da sementinha? Ou da cegonha?"

– Ah... - Hermione abrira a boca para falar duas vezes, mas não achou conveniente o que pensou. - Mais cedo ou mais tarde você teria que saber...

– Que tal mais tarde? - falou Ron.

– Na hora do jantar? - indagou em sua inocência.

– Não amor, papai quer dizer quando você ficar mais velha.

– Mas pai, eu quero saber agora, e não me digam que uma cegonha trás a gente, porque não acredito nisso. Sei que uma grande coisa acontece e quero saber o que é!

Rony e Hermione novamente se entreolharam boquiabertos.

– Querida, preciso conversar com seu pai. Poderia ir para a sala com seu irmão? - pediu Hermione.

– Vocês não vão me enrolar, vão?

– Não, não vamos. Só me obedeça.

Rose saiu da cozinha sem olhar para o irmão. Ainda não falaria com ele.

Quando Rony teve certeza de que nenhum dos dois os escutaria perguntou.

– O que diremos? - ele parecia mais perdido que cego em tiroteio.

– Sinceramente, não sei. Acho que já li um livro sobre como explicar a crianças sobre isso, mas não lembro com clareza, mas já te contaram a história da sementinha? É a que fica mais próxima da realidade.

– Você conta. - decretou. - Mães levam mais jeito para isso, embora eu tenha tido uma conversa com meu pai... Não me lembro de metade das coisas do que ele disse... Exceto "Filho – Rony mergulhou em memórias -, você já é bem grandinho e deve estar tendo sensações diferentes..." O resto eu já sabia. Foram as influências que tive, nem um pouco boas aquelas amizades, exceto, talvez, Harry. Grande advogado...

– Vamos falar com ela?

– Só você quem vai falar, vou ficar caladinho observando.

– Na vez de Hugo você vão conversar de homem para homem então. Eu falo com ela e você com ele, feito? - ela lhe estendeu a mão.

– Feito. - ele segurou sua mão e a puxou para um beijo. - Você quem manda meu amor.

Ele rumaram até a sala. Rose estava sentada no sofá assistindo televisão com as pernas cruzadas e as mãos sobre o joelho, como gente grande. Hugo sentado na poltrona do pai tentava ler o jornal como ele.

Hermione pigarreou para chamar a atenção dos dois. Fez um sinal para Hugo subisse ao seu quarto e sentou-se ao lado de Rose, acompanhada por Rony que se sentou onde a pouco Hugo estava.

– Então... - Rose puxou assunto. Estava curiosa.

– Bom... - Hermione tentou achar as palavras certas. - Filha, meninos e meninas são diferentes, você sabe né? - ela assentiu. - Certo, e, bem, quando duas pessoas se amam, um homem e uma mulher, mais especificamente...

– Como você e o papai, né?

– Sim, sim. Quando eles se amam normalmente se casam. Os homens tem várias sementinhas especiais, que se chamam espermatozoides, e as mulheres tem, como se fossem vasinhos para que eles plantem a sementinha, que sãos os ovários...

– Mas como é que planta essas sementinhas?

Essa era a pergunta que Hermione queria que ela não fizesse.

– Ah... - ela olhou para Rony procurando apoio, mas era o mesmo que conversar com um bebê e esperar por resposta.

Hermione lembrou-se de quando teve essa conversa com a mãe. Foi algo direto, mas nada indecente. Não poderia dizer o mesmo que escutou para a filha.

– Eu já vou chegar nessa parte. Bom, essas pessoas que se amam fazem amor de uma forma especial...

– Tem como fazer o amor?

– De certa forma sim. Nesse, ato de "fazer amor", o homem planta essas sementinhas nos ovários da mulher. E a sementinhas crescem no útero da mulher. Depois de um tempo a sementinha vira um bebê, nós o carregamos por aproximadamente nove meses, então ele nasce trazendo muita alegria para os pais. É mais ou menos isso.

– E qualquer um pode ter um bebê?

– Nem todos. Precisa de um homem e uma mulher que façam amor.

– Então se eu tivesse um namorado e a gente fizesse amor a gente ia ter um bebê?

– De jeito nenhum! - Rony, que estava até agora sentado e em silêncio, pulou da cadeira e se pronunciou. - Você não pode ter namorado, e muito menos fazer amor.

– Por quê?

– Porque eu estou dizendo, e eu sou seu pai. Só têm dois homens na sua vida, e seus nomes são Ronald Weasley e Hugo Weasley, e ai de quem se aproximar de você. - o ciúme estava consumindo Rony. Para ele, ela sempre seria aquela menininha de dois anos indefesa e ingênua que precisava dos pais para a maioria das coisas. Ele sabia que um dia ela cresceria, por isso queria aproveitar esses anos. - Agora vá se arrumar para a escola! - Rose não esperou o pai mandar duas vezes. Saiu correndo em direção ao quarto.

Hermione observava Rony com ternura. Quando eram adolescentes, dezessete anos, Rony era tão imaturo e despreocupado com a vida. Foi só se tornar pai que as coisas mudaram radicalmente Incrível como filhos mudam as pessoas.



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Notas finais do capítulo

Historinha nova: http://fanfiction.com.br/historia/272798/Amor_De_Infancia/
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