O Príncipe Edward escrita por Débora Falcão


Capítulo 13
Londres em Perigo




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O horror que se seguiu foi indescritível. A Livraria era pequena demais para aquele predador que, por um acidente, viajara conosco, saindo dos livros. James, assustado com o que acontecera, destruiu a mesa onde estava o livro - que por sorte voou inteiro para o fundo da sala - e rugia sem parar.

Ainda bem que estávamos fora do horário do expediente. Os rosnados dele eram ameaçadores, e assustariam qualquer um que estivesse ali. Mas, eu estava com medo demais para pensar em outras pessoas. Ali, éramos apenas humanas frágeis, e James era um predador implacável. Não havia a família Cullen para nos proteger.

James nos olhava com seus olhos vermelhos e sedentos. Seus dentes à mostra, agora ele estava começando a se controlar. E eu tentei jogar com ele, como eu fizera com Gianna, há uns meses atrás em Volterra.

"Você não sabe o que aconteceu?" Eu disse, tentando parecer segura, sustentando o olhar dele. Ele olhava em volta e depois, olhava para nós.

"Podemos cheirar como humanas, mas não somos tão humanas assim." Eu disse, com voz dura agora, recuperando minha confiança. Ele pareceu titubear.

"Quem são vocês?" Sua voz tinha um leve tom de preocupação, mas com ar educado.

"Somos viajantes do tempo e do espaço." disse Mary Poppins, sua imaginação posta para funcionar.

"Hum... viajantes, hein?" James disse, agora em posição ereta, sem aquele ar de ataque. Caminhava lentamente pela sala, com passos leves, como de um gato à espreita. "É só isso o que sabem fazer?"

"Talvez..." eu disse, deixando no ar algo que nem eu mesma saberia inventar. Eu queria ganhar tempo, para tentar voltar a Forks e de alguma maneira, mandar James para lá. Mas agora eu não sabia o que fazer. Eu não sabia o quanto aquilo tinha interferido na história. O livro estava jogado num canto e, tentar pegá-lo, naquela situação, estava fora de cogitação.

James ficou quieto um instante. Seus olhos e seu corpo pareciam congelados, imóvel como uma estátua. Mas eu podia ver que havia um mínimo movimento de sua íris, provavelmente perscrutando a sala. Seus ouvidos estariam ouvindo os sons do lado de fora? Estaria ele sentindo o cheiro de humanos reunidos em grupos nos pubs de Londres, àquela hora, para o jantar? Estaria ele pressentindo que poderia matar sua sede de sangue naquele lugar, livre de outros vampiros?

Eu não sabia dizer. O que se seguiu foi rápido demais. Num segundo James estava à nossa frente, nos encarando. No segundo seguinte, ele já tinha ido, deixando um rastro de medo pela janela aberta.

Agora, tínhamos um vampiro perigoso, solto em Londres.


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