Jogos Vorazes - Pesadelo E Sedução escrita por Kevin


Capítulo 1
Capitulo 1 - Apostadores


Notas iniciais do capítulo

Saga 1 - Preparativos



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Capitulo 1 - Apostadores



O ambiente era barulhento. As festas que davam inicio ao preparativos para os Jogos Vorazes do ano eram sempre regados de muito mais festividades do que as pessoas poderiam imaginar e que os próprios organizadores poderiam acompanhar. No ano da Sexagésima Nona Edição dos Jogos Vorazes não seria diferente, no entanto uma novidade, vinda de anos anteriores, estava movimento os cidadãos mais abastados. Ninguém ousaria admitir que estariam fazendo aquilo em baixo dos narizes da Capital, afinal, nada que fugisse ao controle das mãos do presidente Snow era tolerável.

Sorrateiros e corajosos, pessoas iam e vinham pelo salão de festas formando pequenos grupos de apostadores. Qual seria o distrito vitorioso? Seria garoto ou garota? Qual a idade? Quantos o vitorioso iria matar? Quantos morreriam na cornucópia? Quanto tempo até a primeira interferência dos organizadores?

De fato o reality show de controle e opressão dos distritos havia se tornado algo lucrativo para muitos. Evitando fazer apostas com os organizadores, ou mesmo com pessoas muito ligadas a eles, precavendo-se assim de apostas manipuladas e jogos com cartas marcadas, os pequenos grupos se formavam entre os mais diversos tipos de pessoas.

Pequenos grupos por toda capital era formado. Nada que pudesse ser declarado como mercado negro ou algo de uma amplitude nacional, mas, existiam dois grupos que possuíam um destaque e divertiam-se com aquilo.



– Espero contar com seu apoio esse novamente, como um dos mais queridos patrocinadores. - Loiro, exibindo um antigo terno de gala preto, o vitorioso tributo de uma das edições dos jogos, e hoje mentor, Odair parecia entusiasmado em meio a um aglomerado de 12 pessoas.



Aquele era o grupo de apostas mais alto. Os 12 ali eram os principais patrocinadores nos jogos. Existiam muitos outros e todos poderiam ser patrocinadores, mas com dinheiro para bancar qualquer regalia sozinho, apenas aqueles doze indivíduos.

Apostar no avanço do distrito 1 e dar-lhe dádivas, ou apostar contra o distro 5 e dar dádivas a qualquer tributo que esteja mais próximo dele em algum momento em que ele esteja indefeso. Apostas altas que tentavam ditar o ritmo dos jogos, assim como os organizadores faziam.

Odair conseguia sempre a simpatia do seleto grupo, sabendo que muitas vezes não iria poder pedir nada, já que eles estavam apostando contra seu tributo e distrito.



– Sem dúvida, basta que seus tributos valham o patrocínio para garantir meus retornos. - O senhor de cabelos brancos sorria. - Mas, por hora imagino que esteja perdendo o inicio dos palpites em seu grupo. - Piscando para Odair o velho senhor indicou-lhe que os demais vitoriosos estavam já reunidos em suas algazarras costumeiras.



Odair olhou aproximando-se. Já havia perdido começo de tudo. Teria que se contentar em rir das bizarrices iniciais.



– Não sei em quem apostar, mas, como o primeiro a apostar ganha uma percentagem a mais... - Joana Mason riu. - Aposto que Haymitch chegará bêbado como sempre para a apresentação dos tributos. -

O grupo riu. Aquele grupo de apostas era o mais assertivo, pois quem melhor para saber o potencial dos tributos que os próprios mentores.



– E por acaso a mocinha esqueceu que eu já aposto isso todos os anos? - Haymitch cuspia enquanto falava agarrado em Joana.



Nem de perto parentes, mas eles compartilhavam alguns traços. Tom de pele, cor do cabelo, ou mesmo a bizarra carranca de quem detestava tudo aquilo. Por não poderem simplesmente ir embora, resolviam transformar o inferno no salão de festas mais badalado e ensurdecedor que alguém já vira.

Gargalhadas corriam da reunião dos mentores. O grupo de apostas deles era realmente algo que assustava. Apostar contra a própria sorte e tragédia. Entre eles, ocorriam várias apostas, mas a obrigatória era apostar em seus tributos. A confiança e a esperança de que seus distritos se sentiriam aliviados de receber de volta um de seus filhos.

Porém, haviam duas proibidas. Não por regra, mas como um respeito. Jamais apostar em que rodada seus próprios tributos morreriam e qual tributo morreria pelas mãos de qual tributo.

Apostar na morte de seu próprio tributo era idiota, já que estava apostando na vitória dele. Além de mesquinho, já que sua função mantê-lo vivo.

Não apostar que um tributo do quatro mataria um tributo do cinco. Não precisava haver vingança entre os mentores. Todos haviam passado pelo purgatório e foram devolvidos a vida para que continuassem a sofrer. Todos haviam derramado o sangue dos compatriotas dos demais distritos. Mas, todos eram forçados a conviver, uns com os outros, após isso. Sabendo que cada um que matou, era de alguma forma, o fracasso de todos aqueles mentores que lutaram para mantê-los vivos. Apostar em quem mataria quem era exigir demais para as mentes traumatizadas.

Mas, havia também o medo que aquela aposta se transformasse numa declaração de morte. Que houvesse um pacto secreto entre mentor e tributo para que eles cassassem, custasse o que custasse, determinados tributos, para que assim houvesse riquezas sendo acumulados desmedidamente.

E que tributo não aceitaria tal fardo? Caminhando para a morte, escutar a proposta de seu mentor de matar tal pessoa, ou morrer em tal rodada, para que ele enriquecesse. Sobre a promessa de que sua família receberia uma pequena quantia do valor da aposta, muitos tributos se sentiriam tentados, principalmente ao perceberem que as chances eram sempre contra eles, e nunca a seu favor.



– Acredito que como de costume faremos nossas apostas após a apresentação dos tributos ao público, correto? - Perguntou Odair.

Ele não tinha interesse no dinheiro, mas era uma diversão impar ver os mentores, e até mesmo a si mesmo, torcendo por seu tributo e pelo tributo em que apostara em meio aos trabalhos que faria durante os jogos.

– Esse ano eu acredito que poderei sair com uma pequena fortuna. - Sorriu Clark do distrito 5. - Meu filho está completando hoje 19 anos. - Em lagrimas e vibrando ele parecia ter tirado um peso de seus ombros. - Finalmente poderei participar da colheita sem medo de que meu filho e minha filha tenham que ir juntos para a arena. -



Os mentores se abraçavam. Aquilo era uma grande alegria. Ter um filho de mentor livre dos jogos. Eles temiam o dia que um dos filhos dos mentores fosse sorteado tributo. Temiam ainda mais que esse filho tributo fosse assassinado na arena e que o vitorioso e o pai mentor tivessem que viver para sempre convivendo um com os outros, falando repetidas vezes de como a morte do filho tributo aconteceu e foi tão gloriosa, ou tão patética.



– Meu filho está em sua última colheita também. - Disse o vitorioso do 10.



– Isso é motivo em dobro para comemorar! - Gritou Haymitch. - Garçom! - Em altos berros que logo foram seguidos pelos demais mentores.


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Notas finais do capítulo

O capitulo 1 é meio diferente dos habituais capítulos dos livros e das fanfics.
Espero que tenha agradado.