Strange Love. escrita por Milena


Capítulo 2
But i want


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos reviews, vocês são umas lindas ♥
Enjoy!



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"Todo dia ela chega em casa e se pergunta: O que é que eu tô fazendo aqui? (...) Todo dia isso se repete Ela procura um motivo pra sorrir."

- Ei! – Justin me chamou antes que eu atravessasse a rua – eu te levo pra casa – ele falou entrando dentro do carro, voltei para o estacionamento o olhando confusa.

- você sendo legal comigo? – perguntei ainda o olhando do lado de fora.

- entra logo vai, eu sei que você quer – ele ligou o carro ameaçando partir.

- quem disse? – ri irônicamente, ele revirou os olhos e deu a partida. Mas, antes de sair do estacionamento corri – me pergunto como, meu estado não era dos melhores - até o carro, abrindo a porta.

- eu disse – ele falou e o olhei, respirando fundo. Aquele garoto realmente me tirava do sério.

            Justin me levou até a casa, mas antes de sair, ele me chamou, novamente.

- Sério isso? – voltei minha atenção pra ele.

- Sério o que? – perguntei, novamente confusa.

- Eu salvo sua vida e você nem me convida pra entrar?

- Primeiro que você quase acabou com a minha vida – pausei – e segundo, recuso sua presença – sorri e ele balançou a cabeça.

- você não sabe mentir, Sky – Justin afirmou. Bufei e sai do carro, e ele – pra variar - veio atrás de mim.

Chegamos no meu apartamento e ao entrar com Justin lá, sua expressão mudou totalmente e não, não era das melhores. 

- Caralho, tem certeza de que alguém mora aqui? – ele se dirigiu a mim, mas continuava passeando os olhos pelo meu apartamento.

- Se for pra ficar falando merda, nem entra – falei o empurrando pra fora, mas ele voltou.

- Calma, Sky – ele ficava vasculhando cada parte do meu apartamento, mais um ponto pra me fazer o odiar.

- Calma nada! – o afastei de tudo, fazendo com que ele sentasse no sofá – fica no seu lugar – falei e fui até o meu quarto trocar minha blusa. Ouvi uns barulhos e antes de conseguir colocar a blusa direito, Justin já estava mexendo em todas as minhas coisas.

- Quantas vezes eu vou ter que falar com você, Justin? – berrei – você parece uma criança – o tirei novamente de perto de minhas coisas.

- Tá, desculpa – ele falou mas o tom de sua voz não demonstrava preocupação ou medo, o que era de se esperar – o que tem pra comer? – ele foi em direção a cozinha, abrindo a geladeira – na boa, você tem certeza mesmo que tem alguém morando aqui?

- cala boca Justin, você é inútil – respondi, sentando no sofá e ligando a TV.

- inútil? – ele pareceu indignado – você não cuida da sua própria casa e eu sou o inútil? – ouvi o seu riso alto logo após o barulho da geladeira fechar. De tantas voltas, ele resolveu e veio até o sofá, sentando-se distante – você quer que eu vá embora? – ele continuava olhando a TV.

- Porta, Justin. Justin, porta – apontei pra porta e pra ele enquanto falava.

- Eu sei que você quer que eu fique – ele não riu, não dessa vez, o tom de sua voz era tão sério quanto seu rosto.

- Se eu fosse você, não tinha tanta certeza – respondi ao mesmo tom, e ele, por sua vez, balançou a cabeça olhando pra porta.

- Tchau, Sky – ele levantou se dirigindo até a mesa, fui atrás dele abrindo a porta pra sua passagem – devo voltar amanhã? – Permaneci em silêncio, mas ele continuou a insistir – devo voltar?

- talvez – olhei fechando a porta, mas ele interrompeu antes que eu a fechasse.

- talvez não é um não – ele sorriu em tom de provocação.

- e nem um sim – sorri de volta e fechei a porta. Ouvi um suspiro alto e juro que se a porta não estivesse fechada, havia visto seus olhos rolarem e ele terminar com mais um suspiro, dessa vez um suspiro cansado. Me virei e os passos de Justin pareciam distantes agora.

            Agora era só eu, eu e o meu mundo. Antes de pairar toda a noite sem sono algum, pensei em Justin, ele era irritante, era grosso, ele era... Eu, na versão masculina. Na verdade não tão eu, a não ser que ele se drogue também. Soltei um riso abafado, mas ao lembrar do que havia pensado, parei tão surpresa que quase me assustei comigo mesma.

            Justin me fez esquecer durante o tempo com ele, totalmente, do meu infeliz vicio.

Xx

Já estava amanhecendo e eu ainda não havia dormido ou se quer fechado os olhos por mais de 1 segundo. Fui em direção ao banheiro e tomei um banho, eu já sentia falta do que ainda me mantia bem, mas eu teria que ficar sem qualquer contato com a droga até a noite. Vesti uns jeans com uma camisa de um time que eu desconhecia e peguei minha mochila. Mas, droga! Ainda eram 7h30min e o meu quase-trabalho só começavam ás 9h. Ótimo, uma hora e meia pra... nada.

O barulho do interfone me despertou da minha tagarelice interna. Andei com um pouco dificuldade até o interfone, o atendendo.

- Pronto.

- Sky? – assenti sem abrir a boca, o vigia continuou – tem um senhor querendo subir, posso permitir?

- senhor? – perguntei confusa.

- sim, senhor – ele falou – bem, senhor não, um jovem.

- qual o nome dele?

- Justin – ouvi o suspiro tedioso de Justin do outro lado.

- Manda ele ir embora – falei, sem pensar.

- Não? – ele pareceu surpreso – tem certeza?

- não – respondi.

- sim ou não? – ele perguntou, mais confuso que eu.

- tá – desliguei o interfone e destranquei a porta, menos trabalho pra mim. Sentei no sofá tentando parecer normal. Ouvi a maçaneta se mover e logo menos, Justin já estava dentro de meu apartamento, novamente.

- Então você voltou – falei em um tom de provocação ainda olhando a TV.

- Não tinha nada melhor pra fazer – ele ainda estava perto da porta.

- Justin Bieber não tem... – cortei minhas palavras ao olhar. Havia sacolas de supermercado em toda a sua volta – o que é isso? – o olhei, me levantando.

- Comprei umas coisas pra cá – ele deu de ombros indo até a cozinha.

- Quem você acha que é? – falei irritada indo atrás dele – eu não quero nada seu, Justin! – aumentei o tom de voz.

- Mas você precisa – ele me interrompeu.

- Preciso, mas não de você – cuspi as palavras em um tom mais alto ainda. Ele ignorou colocando as sacolas em cima da mesa – Eu não sou sua amiga, você não é meu amigo, eu não...

- Droga, Sky – ele me interrompeu parecendo tão irritado quanto eu – Não quer, joga fora! Não vai me fazer falta – ele pausou, sacudindo os ombros – mas pra você vai.

- Eu não quero nada seu – continuei.

- Não to te obrigando a ficar com nada, você aceita se você quiser – ele prosseguiu, arqueando as sobrancelhas.

- Argh! – bufei e tirei todas aquelas coisas da sacola, podia ver o sorriso vitorioso de Justin em seu rosto – você não precisa ser legal comigo – falei ainda sem o olhar.

- eu não estou sendo – ele bufou – ajudar é diferente de ser legal – continuou.

- E desde quando você ajuda os outros, pirralho? – guardei os gelados na geladeira e olhei pra ele por sobre o ombro.

- Os outros não – balançou a cabeça, negando – uma mendiga quase sem teto que eu quase matei.

- Você é tão engraçado – forcei um riso escandaloso – melhor do que ser um famosinho vazio, que nem você - ele permaneceu calado, levantei meu olhar e lá estava ele, me encarando, totalmente sério.

- eu não sou vazio – ele falou assim que percebeu que eu ia falar.

- você falar que não, não vai mudar quem você é – ri levantando os ombros e sua tensão pareceu ter diminuído.

- você não me conhece – disse com a voz mais rouca do que de costume.  

- claro que não, Justin – o olhei – e nem quero, obrigada – terminei de guardar tudo e ele continuava parado – eu vou trabalhar – apontei pra porta e ele enfim, se moveu – recuso sua carona.

- Eu não ia te oferecer – ele deu de ombros saindo do apartamento, fechei a porta e andei ao seu lado.

- Você é apaixonado por mim – falei e ele soltou um riso frenético, ele riu e riu muito, mas tão alto que quase chegou a soar como uma ofensa.

- Sky – ele continuou rindo – a única coisa que tem legal em você é seu nome – ele ainda ria, mas ao perceber minha expressão, parou.

- Melhor pra mim, porque nem seu nome soa bonito – levantei os ombros e apressei o passo. Como eu queria que Justin nunca tivesse aparecido, como queria.

- Espera! – ele correu até mim, ainda rindo.

- Me deixa, Justin – falei ainda com o passo apressado. Senti dores no meu pé, droga, eu havia esquecido que eu quase morri ontem.

- Espera, Sky – ele continuou.

- Me deixa! – gritei enquanto me virava pra ele.

- Sky! – ele gritou vindo em direção a mim tão rápido que mal deu tempo de sentir ser puxada pros seus braços. Só me lembro de cair, novamente, mas dessa vez: com ele.

- Justin! – gritei me levantando com mais dificuldade – não me pegue em seu colo de novo, imprestável – peguei minha mochila passando a mão na cabeça – Meu pé dói mais que antes – falei passando a mão pelo mesmo, a dor era realmente insuportável. Tentei levantar e por sorte, a grama do jardim em frente onde eu havia caído era tão macia quanto parecia. Olhei Justin e ele ainda continuava deitado, sem nem ao menos olhar pra outra direção – Justin? – perguntei uma vez e nada dele me responder, andei voltando a mancar até perto dele e seus olhos estavam fechados.

- Ai! Meu! Deus! – falei pausadamente antes de cair de joelhos perto dele, segurei seu rosto o virando e ele não dava sinal de que estava bem – Justin! – gritei – responde! – tentei novamente, mas nada – por favor – o sacudi e pude sentir a tensão entrar em meu corpo, eu estava realmente preocupada e quase a ponto de chorar, o que é totalmente tosco – Justin! – gritei mais uma vez com a mão em seu rosto e pude ver um sorriso irônico se formar em seus lábios.

- Justin, por favor – ele falou com uma voz nasalada, tentando imitar a minha. Fiquei o olhando, como alguém naquela idade podia ser tão criança?

- Você é tão infantil – levantei, tentando não transparecer o quanto nervosa eu tinha ficado ao vê-lo naquele estado. – idiota – falei ainda com a voz tremula. Me levantei e ouvi seus passos bem atrás de mim.

- Espera – ele falou ainda rindo – foi engraçado.

- Tão engraçado quanto você – forcei um sorriso.

- Eu sei, não precisa falar – ele virou seu rosto por causa do sol onde os seus olhos mudaram de cor. Tá, Justin era um idiota e totalmente criança – quando digo totalmente é totalmente mesmo -, mas suas feições eram perfeitamente bem desenhadas – O que foi? – ele pareceu nervoso por alguns segundos, mas suas próximas falas tiraram essa impressão – eu sei que ás vezes é difícil se controlar, mas isso é vergonhoso.

- Justin Bieber – falei voltando minha atenção a frente.

- que? - ele voltou a olhar pra frente.

- Você me dá nojo.

Xx


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, de verdade! Qualquer coisa falem comigo pelo twitter, x. ♥