Strange Love. escrita por Milena


Capítulo 1
You don't know me


Notas iniciais do capítulo

Não sei o que escrever aqui, haha. Deixem reviews e qualquer coisa falem comigo pelo twitter: @myprincerauhl.



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“Como se eu fosse doente, como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente…”

O barulho do lado de fora era insuportável, santa mãe, nem descansar se pode mais? Passei meus olhos pelo quarto até encontrar o relógio, ainda eram 8h da manhã! Eu cheguei em casa as 4h e, na verdade, nem sei como consigo lembrar disso.

*Flashback on*

– você sabe que vai ter que me pagar isso logo, se não…

– eu já entendi – interrompi Dylan que me encarava sério – eu vou arranjar qualquer trampo e depois te pago tudo – falei enquanto colocava tudo nos bolsos do meu blusão – você sabe, eu nunca furei contigo – voltei meu olhar pra ele.

– Tudo bem, Sky – ele falou, sorrindo e voltando ao seu normal. Dylan era apaixonado por mim, tal motivo por qual eu poderia fazer, isso inclui todas as merdas que eu já fiz na vida, o que quiser e ele me apoiaria.

Dei uns passos pra trás antes de acenar e virei. Ao chegar na metade daquele beco que não parecia ter fim, eu ouvi um barulho. Senti minhas pernas fraquejarem mas não parei de andar, ao contrário, me forcei a andar mais rápido. Quando dei por mim, já estava correndo. Eu sentia que tinha algo me observando, mas me recusei a olhar pra trás. Ouvi latidos e logo depois um cachorro passou por mim, suspirei fundo me apoiando na parede.

– Não acredito que corri por causa disso – sussurrei pra mim mesma me recompondo e logo tomei a direção de minha casa – Sorria Sky, você é a rainha de tudo isso aqui.

*Flashback off*

Passei a mão na minha cabeça e estava completamente quente. Minha cabeça latejava tanto que se tornou totalmente difícil pensar. Me arrumei rápido e fui pra sala. Hoje eu iria arrumar um emprego, um bico, alguma coisa que servisse pra pagar minha vida. Ri comigo mesma, isso é idiota, eu não tenho vida, eu tenho um vício. Peguei minha mochila e sai.

Andei por várias lojas e nada. “Não estamos precisando de ninguém” e “A próxima loja deve estar procurando” eram as frases mais ditas. Olhei pro relógio em meu pulso e já batiam 12h, eu já estava morta. Mas, eu ia conseguir. Ou achava que ia.

- Bom dia – falei entrando em um restaurante, não era daqueles famosos, ricos e lindos que a gente vê na TV, mas dava pro gasto.

– Bom dia – a atendente respondeu com um sorriso leve em seu delicado rosto – deseja algo?

– Ahn… Bem… – tentei parecer tímida – Queria saber se vocês estão procurando por alguém pra trabalhar aqui – falei e logo depois sorri, tentando soar o mais convincente possível.

– Ah, desculpe – ela falou e imaginei que fosse me dispensar, mas foi ao contrário – eu não sei se posso lhe dar essa informação, vou perguntar ao gerente – ela assentiu – mas, sente-se, logo volto – ela sorriu e assim foi. Passei os olhos pelo local e me sentei. Era um tipo de lugar moderno e rústico ao mesmo tempo. Era bonito, bastante, mas não era um lugar que um famoso gostaria de ir, pelo menos, eu pensava assim.

– Senhora? – a atendente me despertou.

– Sky – sorri – meu nome é Sky.

– Sky – ela colocou a mão em meu ombro logo depois de me levantar – ele disse que sim, por sorte – ela riu e eu sorri pra disfarçar o quanto a meiguice dela me aborrecia – mas antes disso faremos um teste com você, podemos começar amanhã? – ela falou, ainda sorrindo.

– Claro – respondi, agora sim feliz.

– Tudo bem então, te vejo amanhã – ela me abraçou. A olhei estranha, mas ela ignorou e voltou a fazer seu trabalho. O jeito daquela mulher me aborrecia porque… Por que ninguém havia me tratado como ela antes. Talvez, por que… Deveria ser o jeito que a minha mãe deveria me tratar. Droga, agora em vez de ficar feliz por conseguir um trabalho, fiquei com meus pensamentos naquele jeito aborrecente e meigo.

Cheguei em casa tomando um banho, fome era algo que eu não sentia e também se tivesse, morreria. Comida era algo que faltava constantemente. Quase sempre, tudo bem, sempre. Liguei a TV e só me lembro de cair em um sono, totalmente pesado.

Xx

Levantei cambaleando pela sala, lavei meu rosto e vesti meu blusão. Saindo novamente em busca do que ainda me mantia viva. Andei até o beco entrando naquele lugar totalmente mal iluminado.

– Dylan – falei baixo e ele se virou.

– Sky – ele sorriu, tão bobo o quanto era.

– Consegui um emprego – mordisquei os lábios.

– Ótimo – ele falou, se aproximando.

– Sim – virei um pouco o rosto – prometo te pagar tudo assim que conseguir uma grana – voltei meu olhar a ele.

– Você sabe que pode me pagar de outro jeito – ele passou a mão pelo meu rosto.

– Não, Dylan – me afastei dele rapidamente – você sabe que eu não sou disso – aumentei o tom de voz – portanto, não continue com essa palhaçada pra cima de mim.

– Tudo bem, Sky – seu olhar virou de garoto bobo a fúria por não ter o que desejava – Mas, você sabe que tem que me pagar logo, não sabe? – ele jogou a droga em cima de mim – você sabe – ele continuou por mim. Peguei o que havia caído no chão e logo em seguida me virei, perseguindo o meu caminho de todas as noites. Hoje estava mais escuro que o normal, mas isso não me intimidava. Sai do beco colocando a mão nos bolsos e atravessando a rua.

– Ai! – gritei ao sentir um forte impacto em meu corpo, cai no chão como uma bola em campo. Porcaria, aquilo havia doído pra caramba.

– Droga, garota! – uma voz masculina surgiu por trás de mim – você não olha por onde anda? – senti seus passos apressados em minha direção. Permaneci em silêncio, a dor na minha cabeça era insuportável. Percorri a mão pela extensão da mesma e pude ver o sangue escorrer sobre minha mão – Tudo bem com você? – senti os braços dele envolverem meu corpo, me encolhi, tudo em mim doía e seus braços me tomaram com brutalidade.

– Idiota! – me remexi – não vê que estou machucada? – arfei – você está me machucando mais ainda assim! – gritei olhando finalmente pro seu rosto.

– Eu estou te ajudando e é assim que você age? – ele parecia tão irritado quanto eu, mas mesmo assim não me soltou. Por contrário, abriu a porta de seu carro.

– É o mínimo que você pode fazer – continuei me rebatendo, mas pouco adiantava. Ele me colocou dentro de seu carro e logo em seguida entrou me examinando.

– Eu não quero ir pra onde você for me levar – falei sem o olhar – seja lá qual seja o lugar.

– Mas, você vai – ele aumentou o tom de voz, minha cabeça iria explodir. Tirei minha blusa colocando em volta da minha cabeça, aquilo iria resolver algo. Percebi o carro ainda imóvel, o olhei e ele percorria os olhos sobre meu corpo, com o pouco de sua boca entre-aberta.

– Que foi? Além de você ser cego, é um virgem que nunca viu uma mulher de top? – falei e ele mudou sua expressão, voltando a olhar meus olhos. Ele permaneceu calado, dando a partida.

– Eu nem sei quem você é, garota – ele falou, se apoiando na janela – mas, já que eu te atropelei, é dever meu te ajudar.

– Você não tem cara de quem ajuda as pessoas – o olhei séria. E percebi que tinha algo nele que eu já tinha visto alguma vez, ou diversas vezes. Ele riu alto me despertando.

– Você parece uma mendiga, mas mesmo assim, não falei nada pra você – ele me olhou.

– Sua expressão a me ver sem a blusa não pareceu que estava olhando pra uma mendiga – ri de como seu rosto corou ao me ouvir. Ele ficou calado por alguns minutos, mas logo voltou a falar.

– Qual seu nome? – o tom de tédio em sua voz era realmente impressionante.

– Isso vai mudar algo na sua vida? – falei olhando a janela.

– Talvez.

– Meu nome é Antônia – o olhei.

– Mentira – ele me olhou – Seu nome é Sky – ele riu em tom de provocação.

– Como você sabe? – perguntei surpresa. Ele colocou a mão em meu pescoço até chegar na minha corrente. Joguei sua mão pra longe, fazendo a bater no painel. Ele fez uma expressão de dor, colocando a mão na boca em seguida.

– Porque fez isso? – ele voltou a me olhar, mais irritado do que antes.

– Porque eu quis – dei de ombros avistando o hospital. Ele estacionou, me tirando de dentro do carro e indo comigo até a sala de emergência.

– Não se acostume – ele sussurrou pra mim entrando comigo.

– Como se eu quisesse – me soltei dele ainda mancando. A enfermeira chegou perto de mim com desdém, mas ao o olhar, sorriu mais que nunca. Que diabos esse garoto tinha?

– O que houve?

– Ele tentou me matar – falei, a olhando.

– Eu sem querer a atropelei – ele falou forçando a voz – Você sabe como é, eu estava cansado e ela vinha correndo sem prestar atenção e aconteceu – ele deu ênfase ao “sem prestar atenção”.

– Está doendo – falei e ela pouco pareceu se importar, aquilo estava me tirando do sério.

– Tem várias pessoas na emergência, terá que esperar – ela me olhou, séria. Quase parti pra cima dela, mesmo impossibilitada de qualquer movimento brusco. Mas, o carinha que nem se quer eu sabia o nome me interrompeu.

– Podemos dar um jeito nisso – ele se aproximou dela sorrindo e agora ela sorria mais do que a vez que o vira.

– Mereço – sussurrei, mas em tom audível.

– Venha comigo – ela nos levou até uma sala. Entrei e o médico estava olhando alguns papéis.

– Terá que ficar fora rapaz – o médico falou e ele assentiu rápido soltando um sorriso malicioso pra enfermeira. Entrei ainda mancando e me sentei na cama, desamarrei minha camisa da cabeça, ainda sentindo fortes pontadas de dor por todo o corpo.

– O que houve, senhorita? – ele examinou minha cabeça. Gemi de dor, mas ele continuava a examinar.

– Eu fui atropelada – falei, forçando-me a não chorar. Seria deplorável chorar ali.

– Por sorte o corte não foi profundo, se fosse, você não teria agüentado chegar aqui – ele sorriu pra mim, tentando me consolar.

– Eu vou ficar bem, logo? – falei – tenho que trabalhar amanhã.

– Precisa de repouso imediato, seria bom permanecer aqui no hospital por hoje a noite – ele falou, voltando a se sentar e pegando alguns utensílios. Em poucos minutos, fez um curativo e me deu alguns comprimidos. Sorri agradecendo.

– Eu posso ficar de repouso em casa, prometo.

– Promete?

– Sim, claro – tentei soar convincente.

– Tudo bem, mas caso contrário, isso só piorará – assenti me levantando com sua ajuda, mas ao mancar, ele me voltou.

– Teremos que passar um spray aí. Mas, não tenho aqui – ele balançou a cabeça – vou avisar a enfermeira pra levar você onde tenha – ele sorriu, abrindo a porta e falando com ela. Me levantei mancando e percebi que o tal garoto ainda estava lá. Segui a enfermeira novamente e todo tempo tinha que ouvir uma gracinha vindo de sua parte. Como pode ser tão nojenta?

Entrei dentro do que mais parecia um deposito, sentei em cima de uma mesa velha e logo depois ela voltou com o spray na mão. Ela ainda me olhava com desprezo.

– Isso dói? – perguntei e ela me ignorou totalmente.

– Para de perguntas – o cara sem nome respondeu por ela.

– Cala boca – falei pra ele, mas antes que ele respondesse, gritei de dor. O Spray era totalmente perturbador.

– Mais devagar – suplicei a olhando, ela ignorou e continuou – por favor – ela me olhou, respirando fundo e voltando a passar o Spray, só que com mais intensidade.

– Olha aqui – segurei seu coque mal feito, ela pareceu surpresa – eu não me importo de você ficar de charminho pra cima de qualquer homem que aparecer aqui, você pode ficar com todos eles e eu nem vou me importar de saber seu nome – apertei mais ainda seu coque, seus olhos umedeceram – mas é o seu trabalho e você deve fazer isso direito – soltei seus cabelos e ela se encolheu, voltando a passar o spray, mas agora bem mais leve. Olhei o cara sem nome e ele parecia mais sem ação do que ela, rolei os olhos voltando a olhar pra enfemeira. Ela terminou de passar e saiu da sala, ainda assustada.

– Você não devia ter feito isso com ela – ele falou, ainda imóvel.

– Devia sim e fiz – levantei ainda com o pé doendo – Não é porque você comeu ou vai comer ela que eu tenho que deixar ela acabar comigo mais do que eu já estou – fui mancando até a porta – você não é nada meu, aliás, nem sei seu nome – sai da sala e ele veio logo atrás.

– É Justin – ele fez uma cara surpresa – Justin Bieber – ele continuou – em que mundo vive que não me conhece?

– No mundo onde evito ver pessoas desprezíveis como você.

– Olha pra você – ele riu – você é desprezível.

– Uma desprezível que você deu graças a Deus por conhecer – ele enrijeceu.

– Como você tem certeza disso? – o olhei, rindo.

– Você ainda está aqui.

xx



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Notas finais do capítulo

Obrigada aos que leram e se gostarem, divulguem? Obrigado! ♥



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