Strange Love. escrita por Milena


Capítulo 11
Both - Part III


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, fiz nas pressas também, mas espero que gostem! Obrigada pelos reviews ♥



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Sky's P.O.V On.

Justin saiu sem ao menos olhar pra trás, com certeza ele iria encontrar aquela enfermeira maldita. E eu não sei porque, mas pensar naquilo me desanimava. E muito. Suspirei fundo ao ver a porta bater.

Eu queria fumar. Queria que Dylan aparecesse e essa era a primeira vez que me sentia assim depois que decidi largar as drogas.

Tudo bem, sei que só de pensar nisso era totalmente injusto. Porque Justin estava em minha casa me “protegendo”, havia brigado com seu empresário e fora todas as outras coisas que ele havia feito por mim e enquanto isso Dylan me bateu e ainda disse que iria o matar e eu quero que justamente Dylan apareça por aquela porta com as drogas em suas mãos?

Mas, espere... Não é Dylan, é a droga.

Tranquei a porta e tranquei mais ainda a janela, por mais que quisesse que ele aparecesse, eu pensei em Justin. Andei até o meu quarto me jogando na cama.

- O que está acontecendo, Sky? – falei pra mim mesma antes de cair no meu doce sono.

Xx

Escutei um barulho tão estranho que quase parei de raciocinar, pensei em ser Dylan, mas recusei esse pensamento assim que vi Justin caído em frente a minha cama.

- Justin! – falei indo pro chão e sentando ao seu lado – O que houve? – o puxei mais pra cima, fazendo com que suas costas ficassem apoiadas em mim – vem, levanta – segurei Justin pelos braços, mas quem disse que consegui?

- Puta que pariu! – falei ainda tentando o trazer pra cama, mas foi em vão. Aquela atitude fez minhas costas voltaram a doer, merda.

- Sky – a voz de Justin saia rouca e mesmo que ele estivesse longe, o cheiro de álcool em sua boca era extremo.

- você bebeu, filha da puta – virei meu rosto ignorando o mal cheiro – não acredito, agora eu vou ter que agüentar você bêbado! – afirmei tentando o levantar novamente.

- Troca justa – ele riu alto.

- Você já é idiota sóbrio, imagina bêbado – resmunguei apoiando seus braços em meu pescoço e dessa vez deu certo, consegui o sentar em minha cama. Juro que se não estivesse tão chateada com ele, riria de seu estado.

- Eu – ele colocou a mão na minha cara – cuidei de você quando você tava toda sangrenta e – ele pausou fechando os olhos – não reclamei de nada, nada – ele repetiu a última palavra em um tom engraçado.

- O que aconteceu? – ignorei minha vontade de rir tirando sua jaqueta.

- Sky! – ele falou segurando minhas mãos - Calma, a gente tem que conversar primeiro – ele riu, ainda segurando minhas mãos e se inclinando mais pra perto. O cheiro de bebida era insuportável.

- Você tá maluco – me soltei dele o afastando.

- Sky, que tal a gente ter uma amizade colorida? – ele continuou ainda rindo – a gente pode se pegar e continuar am...

- Que porra você tá falando, Justin? – o interrompi.

- Sky – ele chamava meu nome constantemente, credo.

- Que foi?

- Tudo bem você ser favelada, portanto que você saiba tr...

Merda. Merda. Merda. Merda. Merda!

- Porra, Justin! – me afastei fazendo ele cair na cama – que nojo, caralho – afastei minha blusa.

Justin havia vomitado em mim. Bem em cima de mim. 

A única reação que ele teve foi rir.

- Isso mesmo, ri, viado – peguei outra blusa e outro shorts entrando no banheiro e tomando um banho rápido. Puta que pariu, onde eu fui me meter? Me troquei as pressas, sabe se lá o que Justin poderia fazer bêbado. Fui até a cozinha e logo voltei pro quarto, limpando o resto da porcaria daquele animal chamado Justin que eu fiz o favor de deixar ficar comigo. Joguei o pano no lixo e peguei um copo de água voltando ao quarto.

- Toma – entreguei o copo a ele, mas demorou um pouco pra ele reconhecer. Ele bebeu a água toda.

Aproveitei sua sonolência pra retirar seus supras.

- O que você... – ele parou de falar – Ah...

- Nunca mais ouse encher a cara – bufei.

- Tá – ele se virou tentando dormir.

- Você tá pensando que vai dormir? – ri dele o puxando – você vai tomar um banho – coloquei seu braço em volta do meu pescoço o levando ao banheiro – bafo de cerveja misturado com vomito, sei lá onde você estava e você quer ir dormir assim?

- Você quer se aproveitar de mim – ele sussurrou em meu ouvido. Não, isso não foi provocante. O cheiro de bebida mais uma vez atacou e eu fui obrigada a virar o rosto.

- Cala sua boca – entreguei a escova pra ele e fui obrigada – obrigada mesmo – a o ajudar até a escovar os dentes. Depois de bocejar e cuspir a água fora, tirei sua jaqueta e em seguida sua camisa a jogando em algum lugar que não prestei atenção – você vai ficar de boxer, me recuso a ver seus órgãos – falei e ele riu, muito, mas muito alto.

- Você é engraçada – ele falou fitando o chão, santo pai.

Tirei sua skinny juntando com sua camisa e jaqueta no chão e o ajudando a entrar no box.

- Você vai segurar no apoio porque eu não quero me molhar, eu troquei de roupa a pouco tempo e não vou fazer isso de novo – afirmei colocando suas mãos no apoio da porta. Ele assentiu e eu liguei o chuveiro. Ao sentir a água, Justin fez uma expressão de dor. Me afastei dele esperando o tempo pra sua cabeça esfriar e o efeito da bebida passar, pelo menos, um pouco.

- Sky, me tira daqui! Tá muito frio – ele gritou.

- Só faz um minuto que você tá aí, Justin.

- Tortura – ele levou sua mão até o registro o fechando – eu vou sair daqui sozinho, eu não preciso de você.

Justin tentou andar e escorregou me obrigando a segura-lo e molhar metade de mim.

- Porra – sussurrei o levando de volta pro quarto. Peguei um roupão que tinha no meu armário e o vesti, agora levando Justin de volta pra cama. Ele deitou tentando levar a mão até seu cabelo.

- O que aconteceu? A vadia não quis dar pra você? – tentei adivinhar sentando do seu lado.

- Não – ele falou seco, logo depois voltou com um ar risonho – deita aqui.

- Por que eu faria isso?

- Por que eu quero – ele puxou meu braço me fazendo cair por cima de seu peitoral. Me ajeitei em seus braços, ignorando o mal cheiro que ainda havia em sua boca.

- Mereço – sussurrei baixo esperando que ele não ouvisse e foi assim.

- Me diga porque bebeu – continuei.

- Por você – sua voz estava um tom sério.

- Tô falando sério – bufei.

- Eu tinha um peixe quando era pequeno – ele já estava rindo – e eu o matei porque não sabia que ele podia ficar fora da água – seu riso parou. Olhei pro seu rosto e ele parecia triste. Agüentei tempo de mais sem rir.

Justin não respondeu e nem questionou por que eu estava rindo, ele apenas relaxou e assim como eu, acabou caindo no sono.

Xx

Fui interrompida por um toque de celular, estranho, porque eu não tinha um celular.

Me remexi e ainda senti os braços de Justin me esquentando daquele dia frio. O barulho vinha do banheiro. Me levantei com cuidado pra não acordar Justin e fui seguindo o som, que me levou até o bolso de sua calça. O tirei de dentro daquela roupa úmida e atendi.

- Oi? – falei com a voz rouca.

- Justin? O que houve ontem? – eu reconhecia aquela voz, era a voz da vadia da enfermeira.

Permaneci calada e ela continuou a insistir – Justin, vai fugir de mim de novo? O que houve? – seu tom se tornou autoritário e totalmente enjoativo.

Então ele que tinha fugido e não ela?

Desliguei o celular e virei, dando de cara com Justin olhando pra mim.

- B-bom dia, J-justin – sorri nervosa abrindo os braços e tentando parecer normal.

- Porque você tá... – sua voz falhou e ele levou suas mãos até a cabeça – caralho, tá doendo!

- Bem feito – tentei mudar de assunto jogando seu celular em cima dele.

- Você não tem nenhum remédio? – sua expressão era de dor, muita dor.

- Olha Justin, eu não tinha nem comida em casa, quanto mais remédio – ri e ele continuou sério.

- Você é inútil – ele falou colocando as mãos no apoio da cama e tentando se levantar.

- Não foi isso que você falou ontem a noite – falei e vi o quanto havia soado estranho.

- Que? – ele parecia surpreso – Sky... – ele balançou a cabeça – Porque eu tô de boxer? E que... Ontem... Sky, porra, responde!

- Isso mesmo Justin, a gente trasou – afirmei com a cabeça fazendo ele corar – a noite toda – continuei rindo de como ele corava mais a cada segundo  – É mentira – falei entre risos – você acha mesmo que eu ia aceitar transar com você? – ri mais alto – jamais.

- Você é louca! – ele falou jogando o travesseiro em mim.

- A louca aqui teve que agüentar você bêbado e depressivo pelo seu peixe morto.

- Eu não acredito que eu falei do mark... – ele colocou o rosto entre as mãos.

- Falou e ainda vomitou em mim, isso custa 100 doláres – sorri.

- Nem fudendo – ele levantou, mas desistiu, voltando a se sentar – eu to mal, Sky... – sua voz saiu rouca, muito rouca.

- Você vomitou em mim – insisti.

- Que seja – ele deu de ombros voltando a deitar.

- Que horas s... – pausei olhando pro relógio – puta.que.pariu! – gritei pausadamente indo até meu armário e pegando o uniforme. Já eram 10h32min, eu estava mais que atrasada pro meu trabalho.

- Que foi? – falou percebendo meus movimentos rápidos.

- Vai se foder – falei correndo pro banheiro e ainda ouvi sua risada. Tomei um banho e me vesti em menos de 10min, recorde. Pulei de volta pro quarto encarando Justin.

- Por favor – implorei.

- Não, Sky – ele já sabia do que eu estava falando – não to com cabeça pra dirigir.

- Por favor, Justin, por favor – insisti segurando seu braço.

- Não, que porra, eu tô doente.

- Filho da puta, se fosse pra comer aquela vadia, você já estava de pé! – gritei e sai do quarto, ele veio atrás cambaleando.

- Verdade – ele afirmou.

- Quer saber, eu não vou mais também – sentei no sofá, cruzando os braços.

- Ah, vai sim – ele pegou meu braço, me levantando.

- Não! – tentei me soltar, mas ele já estava me levando até a porta.

- Justin, o Dylan – o alertei, na verdade, foi mais chantagem emocional.

- Merda – ele sussurrou, soltando meu braço – pra que eu fui atropelar você?

- Vai se vestir logo – o empurrei e ele ia caindo, estava fraco – desculpe.

Justin nem respondeu e foi em direção ao quarto, obviamente, trocar de roupa.

Esperei pouco tempo até ele voltar com uma bermuda florida e uma regata.

- Vai a praia? – perguntei abrindo a porta e rindo.

- Não te interessa – ele falou colocando seu óculos preto e saindo comigo. Fomos pra garagem e entramos em seu carro, Justin ligou o carro dando a partida.

- Quais merdas eu fiz mais ontem? – interrompeu o silêncio que me incomodava.

- Disse que me amava.

- É sério, porra!

- Fala comigo direito, seu broxa – falei o olhando e ele me encarou rápido.

- O que? – ele parecia surpreso.

- Isso mesmo, broxa – repeti e ele parecia nervoso.

- Você não sabe o que tá falando...

- Sei sim, to falando a verdade – voltei meu olhar à janela. Ele ia falar, mas desistiu, parando o carro – vem, eu sei que você tá com fome – sai do carro e nem precisei olhar pra trás, sabia que Justin viria. Entrei e não havia ninguém – novidade – fui até Bethy que nem percebeu minha entrada.

- Desculpe, por favor – falei colocando a mochila em cima da mesa – meu amigo passou mal e eu tive que o ajudar... – continuei e ela sorriu.

- Por mim, tudo bem – ela desmanchou seu sorriso ao prosseguir: - mas, o gerente veio hoje e acho que por ele, não...

- Droga! – coloquei a mão no rosto. Ouvi o barulho da porta e já sabia quem era, me virei e fui até ele – Convença o gerente a me dar o trabalho – mandei mais do que pedi.

- Você acha que manda em mim?

- Você vomitou em mim ontem – justifiquei.

- Isso não é convincente.

- Faço o que você quiser, mas por favor, eu preciso! – supliquei e ele parecia pensativo.

- Tudo que eu quiser? – seu sorriso havia se tornado malicioso.

- Exceto algo que tenha sexo envolvido – sorri sarcástica.

- Eu nem tava pensando nisso.

- Diga logo!

- Entre no mar comigo – ele pediu e eu quase perdi o chão.

- O que? Você... Você enlouqueceu? – tentei recuperar o fôlego – eu nunca faria isso, eu... eu não vou, nunca! Nunca.

- Calma – Justin chegou mais perto – Sky! – ele me chamou.

Sua voz me acalmava.

- Isso não, Justin, eu... É muito difícil pra mim, você... Você não entende – balancei a cabeça.

- Entendo – ele sussurrou – eu prometo não te largar, eu vou com você, eu prometo.

- Não! – gritei e percebi que Bethy se assustou, virei rápido dando um sorrisinho amarelo a ela e logo depois me virei – Qualquer coisa menos isso, por favor.

Ouvi o barulho de porta novamente e dessa vez, vinha de dentro. Me virei e acho que pelo jeito, era ele o gerente.

Um velho barrigudo e com estatura mediana olhou pra nós e acho que surtou pro dentro quando viu Justin em seu restaurante.

- Que honra o senhor aqui! – ele veio até nós, passando por mim e apertando a mão de Justin.

- Digo eu – Justin respondeu sorrindo. Até parece que era assim.

- O que deseja? Bethy, venha aqui! – ele chamou Bethy sem a olhar.

- Não precisa, a Sky já estava me atendendo.

- Sky? – ele perguntou, surpreso.

- Eu, a quase-nova empregada – sorri pra ele, tentando soar simpática.

- Ah, a moça que está atrasada? – seu olhar era de desdém.

Justin me olhou interrogativo, esperando pela minha resposta. Ou era depender de um homem – que eu odiava, por sinal – ou era viver de meu esforço. Aceitei sua proposta e sei que vou me arrepender eternamente disso.

- Desculpe, ela estava comigo, não me senti bem e pedi pra ela ficar mais um tempo – Justin interrompeu o senhor antes que ele falasse.

- Ah sim – agora seu olhar de desdém havia ganhado brilho e seu sorriso pra mim foi surpreendente.

Nojento – Meu nome é Gero, qualquer coisa... – ele apertou a mão de Justin novamente – foi um prazer.

- igualmente – Justin respondeu com o mesmo sorriso falso entre os lábios. Gero se foi e eu respirei fundo.

- Obrigada.

- Bom começo – ele falou voltando ao normal e se sentando – volte e depois venha aqui, como você faz com todos os outros clientes.

- Ah, fala sério – resmunguei o olhando e ele ignorou, segurando o cardápio. Voltei até a bancada me segurando pra não bater em Justin ali mesmo e depois de um tempo, voltei.

- Fala o que você quer – falei.

- É assim? Não! – ele balançou a cabeça – você tem que ser educada comigo, volte de novo e depois venha.

Respirei fundo e dei um volta, voltando ao olhar.

- Bom dia, senhor Bieber – sorri largamente – Deseja algo?

- Deixa eu ver – ele ainda olhava o cardápio, passou tanto tempo pra responder que me cansei de ficar em pé: esse sanduíche natural é bom?

- Não sei, você come e depois diz o que acha.

- Que grosseria é essa? Quer que eu fale com o gerente? – O parei assim que vi que ia levantar.

- Não, Justin, não – pedi – eu faço direito, sério.

Voltei até a bancada e depois fui até sua mesa, repetindo a mesma pergunta e o mesmo sorriso. Justin demorou novamente mais um ano.

- Não sei – ele deu de ombros, me olhando. Ele sabia, sabia mesmo como me irritar. Permaneci calada e por fim ele escolheu. Sorri como resposta anotando e entregando o pedido a Bethy.

- Está tudo bem, querida? – ela perguntou passando a mão em meus cabelos.

- Sim – falei me afastando devagar – por quê?

- Parece estressada.

- Mas, não estou – sorri e ela retribuiu. Olhei Justin e ele olhava pro teto.

O pedido ficou pronto e levei até a mesa de Justin.

- Suco com gelo?  Eu não quero – ele empurrou o suco de volta – quero suco gelado, mas sem gelo.

- Justin...

- Não questione, o cliente sempre tem razão – ele falou e tive que agüentar mais uma vez a vontade de o matar. Peguei o suco e tirei os gelos, colocando água gelada resultando em um suco horrível. O levei de volta e entreguei a ele, esperando sua reação.

Ele tomou e praticamente cuspiu fora todo o liquido.

- Isso tá horrível, Sky! – ele resmungou limpando a boca, tentei não rir, mas foi impossível – olha, esquece, eu não quero mais suco, não quero mais sanduíche, não quero mais isso – ele levantou e jogou uma boa quantia de dinheiro na mesa – a gorjeta, você precisa mais que eu – falou e se foi porta a fora.

Não queria que ele fosse e ao mesmo tempo queria. Não suportava Justin, mas sentia sua falta.

Acho que agora sim, posso afirmar, consigo o amar e o odiar ao mesmo tempo.

xx


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam dos reviews! ♥



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