Suave Morte escrita por Violeta


Capítulo 6
Céu negro




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À noite esta menos gélida do que dos outros dias.

Desde o dia em que fomos ao Macaco Doce, não conseguimos ver as estrelas que tanto quero ver. Por aqui há muitas nuvens e acaba nos dificultando.

Eu e Edward estamos nos fundos de minha casa, na parte onde não há árvores tampando nosso precioso céu negro.

Estamos sentados há horas ali, esperando por algum brilho, mas nada.

Deito na cama improvisada ao lado de Edward que não tira os olhos do céu.

- Quero comer de novo no Macaco Doce. – dou uma risada ajeitando meu casaco.

- De novo? – ele me olha por um instante vendo meu rosto alegre.

- Sim! Acho que nunca vou me enjoar da comida de lá. – mordo os lábios – Me dá até água na boca. – dou uma risada, fazendo Edward se virar completamente pra mim e apertar meu nariz.

- Qualquer dia desses a gente vai lá. – ele volta a olhar para o céu – Tem certeza de que você esta doente? – ele pergunta, franzindo um pouco o cenho.

- Só se o médico me enganou! – fico olhando ele, que não tira o olhar do céu.

- Você parece tão bem... – ele quase sussurra – É claro, frágil como sempre, mas mesmo assim, tão bem.

- Talvez seja assim. – olho para o céu.

- Assim como? – ele pergunta.

- Não sei. Talvez eu não acorde amanhã, ou então do nada eu pare de respirar. Sabe uma morte sem sentido, sem dor, sem nada. – dou de ombros – Não quero morrer.

Ele fica em silêncio, e eu acompanho esse silêncio, até a hora que ele o quebra.

- Acho melhor você dormir um pouco. Se as nuvens de uma trégua eu lhe acordo. E se cobre pra não ficar doente, por favor.

- Eu aguento ficar acordada. – estou cansada, é claro, mas gosto de conversar com ele por toda a noite.

- Bella. Faz tempo que você não dorme direito. Vai acabar ficando indisposta.

- Não vou! Prometo. – dou um beijo em seu braço.

- Já começou a ler o livro? – ele pergunta mudando de assunto.

- Sim, mas estou lendo tão lentamente. – bocejo – Estou meio que sem tempo. – dou uma risadinha fraca.

- Entendo. – ele da de ombros.

- Mas pode deixar, vou terminar ele. Adoro a historia de Cath, bom das duas. – ri de minha piada solo, na qual somente eu poderia entender - Quando eu acordar vou caminhar.

- O que? – ele me olha.

- Estou inicializando meu poema. Xii! – peço silêncio fazendo-o rir.

- Uma pedra vou encontra. No meio do caminho, me fazendo parar, mas que pedra é essa?

- Isso não faz sentido algum. – ele resmunga ao meu lado, e eu o cutuco, mandando-o se calar.

- Não prossigo não retorno. Essa pedra me fez parar. Ah manhã vai passando e um homem eu encontro. A pedra o fez parar também. – meus olhos ficam pesados – Tenho que escrever isso, se não vou me esquecer.

- Está guardado em minha memória. – ele sussurra.

- Que útil você. – fecho os olhos

- Temos que acampar. – lembro de que pedi isso também.

- Não me esqueci! – ele me envolve com seu braço, certificando que meu corpo esteja quente – Se quiser podemos ir amanhã. Vi na previsão do tempo que vai abrir um solzinho perto das montanhas.

- Eu adoraria. – mordi os lábios, imaginando a nossa aventura – Cante uma musica pra mim? – mudei de assunto, completamente.

- Se a fizer dormir... – dou um sorriso.

- Cante. – peço, mas agora com um toque angelical.

Mesmo que eu fosse uma garota malvada e ordenasse isso a ele, provavelmente ele o faria. Edward é assim, ele sempre vai querer o bem do próximo.

Ele começa a cantarolar, uma canção que desconheço, mas o som de sua voz é tão gostosa, tão confortante que eu poderia ouvi-la para todo o sempre sem me cansar.

E mais uma vez nenhuma estrela apareceu pra gente naquela noite vasta e negra.

Talvez Edward estivesse certo, meus pedidos eram loucuras.


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Notas finais do capítulo

Ela está realmente doente ou não?
---------- até outro cap. ------------



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