Prólogo.

Eu sabia que um dia seria pega. Sabia que um dia eles me pegariam e me colocariam na cadeia. Mas eu não conseguia ter medo, todo dia em que eu fugia da policia, sentia apenas a maravilhosa sensação de adrenalina.

–-vire-se.—ordenou o homem, que me fotografava. Me virei de frente para a “câmera.”

–-quer biquinho?—perguntei irônica, e dei um sorriso para a foto. Segurando a placa com meu nome.

–-de lado.—mandou. Me virei, ainda com o sorriso irônico.

Sabia que foi errado o que fiz, sabia que eu errei quando as matei, e errei ainda mais ao fugir. Mas a sensação de fugir... a adrenalina foi a melhor, foi uma ótima sensação.

Não, não estou dizendo que você deve matar todas as vadias que aparecerem em sua frente.—apesar de que isso vá ser um bem a humanidade.—apenas estou contando de como foi bom fugir. Foi um erro, eu sei.

Mas de todas as coisas que eu fiz, eu me arrependo. Menos de ter matado-as e fugido com minha outra vadia assassina.—única vadia que pode viver é minha melhor amiga, é claro.—sabia que ao encontrá-los também, estávamos cometendo o maior erro de nossa vida.

Mas foi a melhor coisa que aconteceu.

Se eu não tivesse matado... jamais fugiria da policia com Katherine e não os conheceria. Sem falar que não salvei algumas pessoas matando essas vadias, destruidoras de felicidades. Eu estava satisfeita com o que fiz.

Não posso dizer que estou orgulhosa do que fiz. matar alguem tem uma certa culpa.—mesmo que a pessoa mereça morrer.—mas eu sinceramente não me arrependo. Foi uma coisa que vou levar para a vida toda.

Fugir é excitante, porque você corre o risco de ser pega. E o perigo é excitante na maioria das vezes.

Fui levada para minha cela, enquanto outras mulheres presas gritavam. E eu continuei com a roupa que estava.—calça jeans e uma regata preta, e descalça.—ainda não me deram uma roupa.—a horrível roup amarela e cinza.—ma não me importava com isso.

Mesmo sabendo que estava sendo levada para onde poderia apodrecer por anos, eu continuava sorrindo irônica. Sabia que daqui algumas semanas eu estaria solta. Mesmo assim... Eu vivi o suficiente para dizer que minha vida foi boa.—mesmo tendo tirado a vida de alguem.

Fui jogada para dentro da cela, onde minha vadia favorita dava um enorme sorriso, ainda irônico. Com a mesma roupa que a minha. O guarda fechou a cela, não me importei, apenas sorri mais.

Não tinha medo. Só um pouco de saudade e excitação. Mas sabia que logo estaria ao lado do meu homem, e que seria “feliz” ao lado dele. O crime nos uniu. A morte de pessoas insignificantes que não faria falta na humanidade, uniu nossas vidas. O pecado nos uniu.

Não seria essa cadeia que nos separariam.

Quando uma pessoa é assassina... Nada pode mudar. Ela continua sendo uma assassina.

Quando uma pessoa ama alguem. Nada pode mudar ou separar. Nem mesmo a distancia.

Nem mesmo a cadeia separa o casal assassino.