O Impostor escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 7
Saia do casulo!




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Shinpachi saiu correndo em disparada assim que compreendeu o olhar de Gintoki, que queria dizer que ali haveria uma luta a ser travada entre ele e o dorosei. O garoto desceu rapidamente as escadas da sacada, sem se importar se cairia ou não. Passou no meio daquele cortejo enorme de dorosei carregando Hijikata, Kagura e Kondo nos tais casulos e se dirigindo ao local onde estiveram Okita e o Shinsengumi.

Subiu rapidamente outro lance de escadas, dando na porta da Yorozuya. Entrou depressa e logo saiu dali montado em Sadaharu, que saiu disparado em busca de sua dona. Shinpachi mal conseguia se segurar, a mão escapou dos pelos do pescoço do grande cão e ele só conseguiu se segurar firmemente na cauda do animal. Mas, mesmo nessa posição desconfortável, o Shimura não tirava o foco da ideia que tivera logo que saíra dali. Era uma ideia muito idiota, admitia, mas era a única que lhe ocorrera no momento.

Sadaharu não desacelerava, antes atropelava todo mundo que estivesse à sua frente, em seu caminho. Era como se uma bola de boliche fizesse vários strikes seguidos. O grande animal branco praticamente “rasgava” aquela “procissão”, que avançava lentamente devido ao monte de dorosei reunidos ali, andando atrás dos casulos onde estavam as três “matrizes”.

Ninguém poderia deter aquele cão imenso, tamanha a velocidade e motivação que este possuía. E nem dava tempo de copiar nem ele, e nem o garoto agarrado em sua cauda.

- BOA, SADAHARU!! – Shinpachi gritou. – VAMOS LÁ, VAI ATRÁS DA KAGURA-CHAN!!

O grande mascote do trio Yorozuya, por fim, se deteve perto do local onde se encontravam os três casulos e, nessa parada brusca, Shinpachi caiu de cara no chão. O garoto rapidamente se levantou e, nisso, os dorosei sem forma começaram a reagir para mudar.

Shinpachi engoliu seco, pois não estava gostando daquilo. Temia que aqueles seres o copiassem em grande número para matá-lo, mas, ao fim do processo de transformação...

- O QUÊÊÊÊÊÊÊ???

... Os dorosei haviam se transformado em vários pares de óculos.

- M-Mas que palhaçada é essa...? – murmurou levando a mão ao rosto num típico gesto de facepalm.

*

A infiltração fora um sucesso após uma “retirada estratégica” do Shinsengumi – leia-se “debandada”. Ninguém ali desconfiava de sua presença. Nenhum dorosei desconfiava que houvesse um infiltrado ali.

Afinal, quem iria notar ali a presença de um espião do Shinsengumi? Conseguiu aproximar-se de onde estavam os casulos, no entanto acabou sendo pisoteado e esmagado por algo enorme e macio, cheirando a cachorro.

- Isso dói... – murmurou de forma quase inaudível.

*

A espada de madeira do dorosei descrevia inclemente sua trajetória no ar, rumo à sua cabeça. Se bem conhecia sua força – já que seu clone era à sua imagem e semelhança – aquele golpe lhe causaria um senhor estrago. Tinha que pensar rápido pra se safar de um possível ferimento fatal.

“Pensa, Gintoki, pensa!!”

Estava desarmado, o que significava que não tinha sua principal arma para defesa. Como bloquear o ataque e sair com o menor dano possível?

“É isso!!”

Rapidamente abaixou-se e, em uma fração de segundo, ouviu a espada do dorosei arrebentar a grade de madeira da sacada. Viu que sua guarda, com esse ataque, ficara aberta e desferiu um potente soco na barriga de seu adversário, obrigando-o a se encolher de dor e largar a espada.

Ser conhecido como brigão e encrenqueiro tinha suas vantagens.

Ainda abaixado, Gintoki apoiou as mãos no assoalho da sacada e acertou o pé direito com força no queixo do dorosei, que acabou caindo para trás. A espada ficou entre os dois albinos, que correram para alcançá-la. Porém, quem a alcançou não fora Gintoki, e sim sua cópia.

Ou seja, de nada adiantou se arriscar a dar pancadas no adversário.

O dorosei, ainda com uma das mãos na barriga e com sangue escorrendo do canto da boca, não conseguia esconder a satisfação de, mesmo sofrendo um revés, conseguir manter a situação sob seu controle e a seu favor. Apontou a espada de madeira contra Gintoki novamente e deu um sorriso tétrico e triunfante ao mesmo tempo.

- Ei, ei, achou mesmo que poderia virar esse jogo? – disse. – Pois achou errado!

Desta vez o dorosei foi mais rápido e mais uma vez jogou a espada para o alto e a desceu com toda a força para acertar Gintoki, mais precisamente sua cabeça. Porém, o ex-samurai conseguiu livrar seu crânio de ser esmagado do golpe que sabia que seria avassalador.

Mesmo assim, ele recebeu a poderosa pancada da espada de madeira em seu ombro esquerdo, onde sentiu uma forte dor e sua pele se abrindo num corte profundo. Como resultado, sentiu sua camisa ficando molhada de sangue, que tingiu de vermelho seu quimono branco no local atingido. A dor era tamanha que instintivamente levou a mão ao local atingido com o rosto fortemente contraído pela dor.

Pela enorme dor, não duvidaria que aquele dorosei maldito tivesse arrebentado com sua clavícula. E com isso, seu braço esquerdo perdera força.

O lado bom é que seu braço direito estava são e salvo. Mas, mesmo assim, não era lá muita vantagem para alguém completamente desarmado.

Precisava sair dessa situação de qualquer maneira! Mas estava difícil.

O dorosei, extremamente confiante e já totalmente recuperado dos golpes que levara, partiu novamente ao ataque com a espada. Gintoki deu uma, duas, três esquivadas, mas na última perdeu o equilíbrio e caiu pelo vão da grade quebrada pelo primeiro golpe dado pelo dorosei.

*

Sadaharu apurou o seu faro canino e encontrou Kagura encerrada em um daqueles casulos e deu um salto para a plataforma onde ela estava. A garota conseguiu se mexer e o reconheceu. O cão gigante abanou o rabo e deu um latido de satisfação, o que fez com que a Yato soltasse um forte berro e tentasse sair dali, mas sem sucesso.

Nisso, Sadaharu partiu para cima do casulo onde Kagura estava e o derrubou, além de provocar a maior confusão. O casulo cristalino se quebrou, libertando a garota que abraçou seu cão em sinal de retribuição.

Shinpachi veio a seu encontro, quando ouviu uma grande explosão logo atrás de si.

- O que foi isso...? – perguntou.

Olhou para o local de origem da explosão, onde já não estavam os outros dois casulos. Onde foram parar Hijikata e Kondo? A resposta à pergunta que Shinpachi fazia mentalmente acabou ecoando na voz furiosa de Hijikata, que exibia um cabelo “afro” por conta do tiro de bazuca disparado por Okita:

- FICOU LOUCO, SOUGO? TÁ QUERENDO MESMO ME MATAR, NÃO É?

- Relaxa, Toshi. – respondeu um chamuscado e otimista Kondo. – Pelo menos estamos livres.

- Nem tanto. Não com esses dorosei ao nosso redor.

Hijikata, Kondo, Okita, Yamazaki, Kagura e Shinpachi se juntaram e se viram cercados de dorosei por todos os lados. Pra piorar ainda mais a situação, viram um corpo cair pesadamente de uma sacada.

- G... Gin-san...? – Shinpachi balbuciou assustado ao ver quem era.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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